sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Operação Calabar pode ir por água abaixo no Judiciário.

Foi a maior ação de combate à corrupção policial na 
história do estado. O alvo era o 7º BPM (São Gonçalo).


ADRIANA CRUZ

Rio - O desembargador da 6ª Câmara Criminal, Luiz Noronha Dantas, decidiu suspender liminarmente o processo contra o policial militar Dilmar Correia de Souza, Júnior, um dos 96 policiais militares acusados de corrupção na operação Calabar, deflagrada em junho. O pedido foi do defensor público Thiago Belotti de Oliveira. Ele sustentou ainda a inépcia da denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério Público, ou seja, sem validade, sob a alegação de que não há precisão nos dados e nem exposição do fato criminoso com todas as circunstâncias.

O magistrado abriu a porta para que todos sejam beneficiados. A decisão final será no julgamento do caso, com a participação de todos os desembargadores da câmara. Se a ação contra Júnior for anulada, os outros réus podem ser beneficiados. Assim, todos seriam soltos e o caso voltaria para a Polícia Civil continuar as investigações.

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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Nova denúncia de Janot contra Temer deve sair em duas semanas

Expectativa é de que texto inclua parte da delação do doleiro Lúcio Funaro.


Segunda denúncia de Janot contra Temer
sai antes do final do mandato do procurador-geral.
Jornal do Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apresentar uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer antes do fim de seu mandato, em 17 de setembro. O texto básico da acusação já está sendo elaborado pela equipe de Janot e o trabalho deve ser concluído no início de setembro. A denúncia será feita a partir do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Temer por corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa. A primeira denúncia de Janot, que acusava Temer de corrupção passiva, foi bloqueada pela Câmara no início deste mês. Ainda não se sabe se a nova acusação estará centrada em um ou nos dois crimes restantes. O caso está sendo mantido sob sigilo e até o momento não está claro ainda qual crime será imputado ao presidente, que nega ter cometido qualquer ato ilícito. Porém, é dado como certo o fato de que o procurador-geral usará elementos da delação do operador Lúcio Bolonha Funaro para reforçar a denúncia contra o presidente Michel Temer.

A delação de Funaro, assinada na terça-feira (22), deve embasar tanto acusações por obstrução de Justiça quanto organização criminosa. No acordo, Funaro detalhou supostos crimes que teriam sido cometidos pelo grupo político mais próximo de Temer. Nas tratativas iniciais, Funaro prometeu falar sobre um considerável número de políticos, entre eles Temer e a bancada parlamentar ligada ao ex-deputado Eduardo Cunha. O inquérito aberto contra o presidente tem como ponto de partida a delação do empresário Joesley Batista e outros executivos da JBS.

A investigação tem como carta na manga a gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, dono da JBS, em março, no Palácio do Jaburu. No encontro, o empresário fala sobre vários crimes que teria cometido, como suborno a um procurador da República, e sinaliza a compra do silêncio de Funaro e Eduardo Cunha. Por isso, há uma nova expectativa que nessa nova denúncia que inclui a delação de Funaro possa revelar. Na conversa com o presidente no Jaburu, Batista disse que fazia pagamentos a Funaro. A ideia seria impedir que o operador fizesse delação.

Entenda o trâmite
Com a apresentação da segunda denúncia contra Temer ao STF por Janot, o ministro Edson Fachin, relator do caso, vai seguir os mesmos trâmites observados na primeira denúncia da PGR contra o presidente, pelo crime de corrupção passiva. Dessa forma, o ministro deve ouvir a PGR e então encaminhar a acusação à Câmara, para que parlamentares possam decidir se processam o presidente durante o mandato ou se suspendem a tramitação do caso até o fim deste período.

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Assembleia de Minas nega título de cidadão honorário a João Doria

Pedido feito pelo deputado Gustavo Corrêa (DEM) foi negado.


Jornal do Brasil

Os deputados estaduais de Minas Gerais negaram o título de cidadão honorário do estado ao prefeito de São Paulo João Doria Junior (PSDB) na quarta-feira (23). O pedido, negado pela Comissão de Administração Pública por quatro votos a dois, foi feito pelo deputado Gustavo Corrêa (DEM). Segundo o próprio Corrêa, a Comissão rejeitou o pedido com a justificativa de que Doria “não fez nada para Minas”. Porém, de acordo com o deputado do DEM, Doria apoiou o estado quando foi presidente da Embratur, nos anos 80, tendo ainda realizado eventos com empresários do estado, pelo grupo Lide. Votaram contra a homenagem ao prefeito de São Paulo o deputado Agostinho Patrus (PV), Cristiano Silveira (PT), Arnaldo Silva (PR) e o presidente da comissão, João Magalhães (PMDB). Os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Dirceu Ribeiro (PHS) votaram a favor do requerimento, que foi arquivado. O deputado disse que vai recorrer da negativa em plenário e na presidência da Casa e espera que o título seja concedido ao tucano.


Doria recebeu honraria no Nordeste
No começo de agosto, João Doria recebeu títulos de cidadão honorário nas cidades de Salvador e Natal. Nas duas capitais, o tucano foi recebido sob protestos. Na capital da Bahia, Doria foi atingido na cabeça por um ovo lançado por manifestantes. Irritado, na época o prefeito mandou os manifestantes jogarem ovo “lá na Venezuela”.

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LIBERAÇÃO DE LEILÃO NA AMAZÔNIA GERA REAÇÃO INTERNACIONAL


247 - A decisão anunciada na quarta-feira pelo governo Michel Temer de extinguir a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada em 1984, provocou protestos de políticos, ambientalistas e especialistas no setor. Por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU), foi liberada para extração de ouro e outros minerais nobres uma área com cerca de 47 mil quilômetros quadrados localizada entre os estados do Pará e o Amapá, um território maior que a Dinamarca e de tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo. Apesar da liberação, o Ministério de Minas e Energia afirma que áreas protegidas da floresta e reservas indígenas na região não serão afetadas.

De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, vários pontos do decreto podem resultar em disputas judiciais. Para o advogado Pedro Garcia, sócio da área de mineração do escritório Veirano Advogados, a suspensão da reserva é parte do processo de revitalização do setor no país, iniciado em 2012, e complementado por três medidas provisórias baixadas pelo governo há menos de um mês. Segundo ele, ao longo dos anos muitas empresas tentaram sem sucesso pesquisar áreas de mineração na reserva ao junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Com as MPs esses requerimentos, porém, ficam invalidados, mas os requerimentos solicitados antes de 1984, continuam válidos.

O coordenador de políticas públicas do WWF Brasil, Michel de Souza, afirma que o fim da Renca é uma “catástrofe anunciada” já que coloca em risco nove áreas protegidas que estão dentro dos limites da reserva — como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que é o maior parque de florestas tropicais do mundo. "A Floresta Amazônica é nosso maior ativo. Nesse momento de desespero e de crise, estão colocando em risco as áreas protegidas que se encontram dentro da reserva o ambientalista".

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Venda da Eletrobras, um mar de incertezas na onda privatizadora de Temer

Governo relança ambicioso plano para vender ativos 
e inclui joia do sistema elétrico e Casa da Moeda.


Presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, durante evento no Planalto.
HELOÍSA MENDONÇA

Encurralado pelo rombo das contas públicas e pelas dificuldades políticas para avançar seu plano de reformas liberais, o Governo de Michel Temer lançou uma bomba de efeito que agradou os investidores do mercado financeiro nesta semana e enfureceu a oposição à esquerda. A gestão decidiu lançar uma versão turbinada do pacote de privatização e concessões, em parte já anunciados pelo próprio Planalto e até pelo Governo anterior. Além da lista dos mais de 50 ativos estatais que estarão à venda ou que serão concedidos ao setor privado, que inclui até mesmo a centenária Casa da Moeda, chama a atenção a inclusão de uma novidade: a proposta de venda da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina. A joia da coroa do programa privatizador de Temer provocou comoção na Bovespa, mas o consenso entre especialistas ouvidos pelo EL PAÍS é que os detalhes sobre a operação especial planejada para as mudanças na estatal ainda são pouquíssimos. Um verdadeiro mar de incertezas ronda a possível venda da empresa, hoje responsável por 31% da capacidade da geração de energia do país e por 47% das linhas de transmissão.

A volta da discussão sobre as privatizações na agenda econômica brasileira contrapôs reações no meio político e provocou uma verdadeira euforia no mercado financeiro no caso da Eletrobras. As ações da Eletrobrás chegaram a disparar quase 50% na terça-feira, dia do anúncio, e fizeram a Bolsa brasileira fechar no maior patamar em mais de seis anos e meio. "Ainda que não haja detalhes, a intenção do Governo caiu bem aos ouvidos do mercado, que está precificando (avaliando o impacto no preço) da Governança dessa empresa agora sem o uso político da companhia. A Eletrobras tem ativos importantes, só precisam ser melhor utilizados e geridos", explica Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, maior gestora de energia do país. Enquanto isso, o ex-presidente da empresa sob Lula, Luiz Pinguelli, pregava contra a proposta: "A Eletrobras tem um papel muito grande a cumprir. Isso dentro de uma visão de uma empresa estatal eficiente, coisa que ela não é. No momento, ela está esvaziada, mas a solução não é a privatização", disse ele ao Nexo Jornal.

De certo até agora, só sabe se que a companhia passaria para o controle privado, mas a União permaneceria como uma das acionistas da companhia - recebendo dividendos - e com poder de veto na administração, garantindo que decisões estratégicas no setor sejam preservadas (o chamado golden share). Também já está definido que ficarão de fora da privatização as usinas nucleares do complexo de Angra, a hidrelétrica de Itaipu, cuja propriedade é dividida com o Paraguai, e programas sociais como o Luz para Todos, de fornecimento de energia às famílias mais pobres.

Apesar do conselho do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI), colegiado que analisa as concessões e privatizações do Governo, ter aprovado a proposta de venda da Eletrobras na quarta-feira, vários estudos ainda serão realizados para definir as regras. Possivelmente, o Estado emitiria novas ações ordinárias e diminuiria sua participação na companhia. Hoje a União detém 40,99% das ações da empresa, o BNDES 18,75% e fundos federais cerca de 3,4%. Segundo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a ideia inicial é que a privatização seja pulverizada, vetando a possibilidade que um único grupo adquira a maioria das ações, como aconteceu com a Vale. A equipe econômica acredita ainda que todo o processo consiga ser concluído em 2018.

Ao justificar a venda da estatal, o Ministério de Minas e Energia alegou que o objetivo é recuperar a eficiência da estatal, que acumula hoje uma dívida de 23.400.000.000,00. “Os problemas decorrem de ineficiências acumuladas nos últimos 15 anos, que impactaram a sociedade em cerca de um quarto de trilhão de reais [R$ 250.000.000.000,00], concorrendo pelo uso de recursos públicos que poderiam ser investidos em segurança, educação e saúde”, disse em nota.

Corrida fiscal
Para especialistas ouvidos pela reportagem, a decisão de privatizar foi acelerada por conta da situação econômica do país e também pelo tamanho do déficit das contas públicas. "Toda a motivação é a necessidade de recurso para o Tesouro Nacional. A Eletrobras já não vinha desempenhando um papel importante ou estratégico no setor elétrico, muito por conta dos problemas financeiros que ela enfrentava", explica Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da UFRJ. O professor pondera, entretanto, que há riscos quando o Estado brasileiro perde um instrumento de política energética. "Uma coisa é você estar em um país desenvolvido, outra é estar em um país como o Brasil com uma heterogeneidade econômica e regional muito grande, com muitos lugares com necessidade de crescimento e mais capacidade de transmissão. No futuro, você pode correr o risco de ficar refém do privado", afirma Castro.

O analista econômico Miguel Daoud também considera que a notícia da privatização mostrou certo desespero do Governo, que acabou não sendo claro em seu plano. "A privatização é positiva, mas ela não foi decidida em um plano estratégico. A intenção é boa, mas a forma foi atribulada em um momento que o país passa por um ambiente complicado.", explica. Daoud também explica que a teoria do ministro de Minas e Energias, de que a privatização pode reduzir a conta de luz, é equivocada. O efeito, segundo o economista, deve ser justamente o inverso: "o aumento nas tarifas."

Na avaliação de Edmilson Moutinho, especialista do Instituto de Energia e Ambiente da USP, a redução do peso do Estado acompanhada de uma melhoria da governança corporativa são boas notícias, mas não garantia de que os problemas da companhia serão todos resolvidos. "Do lado da distribuição, por exemplo, Estados menos favorecidos continuarão sendo custosos. Não significa que, ao privatizar, você irá torná-los rentáveis", diz. Moutinho ressalta ainda que todas as grandes obras feitas no setor elétrico do país a presença do Estado se mostrou necessária. "Com a saída do Governo, será que vamos conseguir novas grandes obras para fazer os investimentos expansões necessárias?", questiona.

Guinada sob Dilma e tarifas
Não é a primeira vez que a empresa, criada na década de sessenta para promover estudos construir usinas de energia elétrica, sofreu mudanças. Na Governo de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), a companhia chegou a privatizar algumas distribuidoras. O plano inicial de Temer era seguir com essas vendas pulverizadas, mas o modelo final anunciado acabou sendo outro.

Nos últimos anos, a estatal começou a registrar perdas devido à crise e também às suspeitas de irregularidade em projetos. A companhia é alvo, por exemplo, da Operação Lava Jato por suspeita de desvio nas obras da usina de Angra 3. A alteração das tarifas de eletricidade no Governo Dilma, que reduziu o valor em 20%, também ajudou a cair ainda mais o ganhos da estatal, que no ano passado começou a adotar medidas de ajuste na companhia. Especula-se que parte do plano da gestão Temer seja justamente reverter as regras criadas por Dilma, o que envolve renegociar contratos de venda da energia produzida pelas hidrelétricas mais antigas do sistema. Se isso acontecer, pode haver aumento das tarifas, disse à Reuters o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Tiago Barros. Não à toa a reação da ex-presidenta, vista por seus críticos como uma das responsáveis pelos problemas da Eletrobras, foi a mais contundente: "Como ocorreu em 2001, no Governo do FHC, significa deixar o país sujeito a apagões. O resultado é um só: o consumidor vai pagar uma conta de luz estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido".

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Fundo bilionário para financiar campanha eleitoral é barrado na Câmara

Em votação na noite da quarta-feira, Câmara retira da PEC da 
reforma política artigo que destinava R$ 3.600.000.000,00 para fundo eleitoral.


O deputado Vicente Cândido, relator da reforma política,e o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia, durante sessão para votar a PEC.
Estado de Minas

Os deputados retiraram na noite da quarta-feira (23) retirar da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma política a criação de um fundo com reserva de R$ 3.600.000.000,00 para financiamento de campanhas eleitorais.

O veto recebeu o apoio de 441 deputados em plenário.
O parecer do relator na comissão especial, deputado Vicente Cândido (PT-SP), estabelecia que o valor do fundo seria correspondente a 0,5% da receita corrente líquida no período de 12 meses. A medida, no entanto, foi criticada pela opinião pública e a inclusão do percentual na Constituição perdeu o apoio dos deputados. A ideia dos parlamentares agora é tentar aprovar um destaque para determinar que o valor seja definido pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso no ano anterior a cada eleição. A discussão sobre os principais trechos da reforma política, como a mudança no sistema eleitoral e a criação do fundo de campanha, foi adiada mais uma vez. Nova votação em plenário foi marcada para a próxima terça-feira (29).

Fatiar a proposta
A ideia agora é usar o placar dos requerimentos votados nessa quarta para traçar uma maneira de aprovar a mudança do sistema proporcional para o distritão e a criação do fundo público eleitoral. Cada um dos artigos será votado separadamente e precisará de 308 votos. Parlamentares da oposição, que são contra o distritão, afirmaram que o placar da votação que fatiou a PEC e determinou que a alteração do sistema eleitoral seria votado antes da criação do fundo demonstra que não há votos para a adoção do modelo majoritário em 2018. Foram apenas 241 votos a favor.

Além de fatiar a votação, os deputados também retiraram trechos do relatório da comissão especial. Eles derrubaram, por exemplo, o artigo que estabelecia um mandato de dez anos para ministros de cortes superiores cuja indicação é política, como os do Supremo Tribunal Federal e Tribunal de Contas da União, entre outras.

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Mensalão tucano: Justiça mantém condenação de Azeredo em 2ª instância


Justiça mantém condenação de Azeredo em 2ª instância.
Jornal do Brasil

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve em segunda instância a condenação do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) na Ação Penal 536, processo conhecido como mensalão mineiro. O julgamento, feito por três desembargadores, teve início na terça-feira (22) e se estendeu até a madrugada desta quarta-feira (23). A pena foi levemente reduzida para 20 anos e um mês de prisão. No entanto, os magistrados não determinaram a prisão de imediato, por entender que antes é preciso exaurir todos os recursos no TJMG. Ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente nacional do PSDB, Azeredo foi denunciado por envolvimento em um esquema de corrupção voltado para beneficiar sua campanha de reeleição ao governo mineiro em 1998. Ele teria desviado cerca de R$ 3 .000.000,00 de três estatais mineiras: a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). Na ocasião, perdeu o pleito para Itamar Franco (PMDB). De acordo com a denúncia, os recursos das estatais teriam sido transferidos para empresas do publicitário Marcos Valério, operador do esquema. Os valores seriam supostamente destinados ao patrocínio do evento Enduro Nacional da Independência, mas a movimentação ocorreu sem nenhuma licitação e nem formalização de contrato administrativo.

A denúncia foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República em 2007, quando Eduardo Azeredo era senador. Em 2010, ele foi eleito deputado federal e exerceu o mandato até renunciar em 2014. O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que ele não tinha mais foro privilegiado e decidiu encaminhar a ação à Justiça mineira.

Em primeira instância, Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão por peculado e lavagem de dinheiro. Sua defesa entrou com recurso e Azeredo aguardava o julgamento em liberadade. O Ministério Público de Minas Gerais também recorreu, pedindo aumento da pena. No entanto, a pena foi reduzida em 9 meses.


Apontado como operador do mensalão mineiro, o publicitário Marcos Valério também é réu no processo. No mês passado, a Polícia Federal confirmou que ele assinou um acordo de delação premiada com base em vasta documentação. No entanto, os termos negociados estão sob sigilo e não foi informado se eles envolvem apenas os delitos investigados na Ação Penal 536 ou se inclui outros esquemas criminosos. O acordo ainda precisa ser homologado pelo STF. Atualmente Marcos Valério cumpre pena de 37 anos por seu envolvimento em outro esquema, julgado na Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão. O publicitário foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Políticos do PT, PMDB, PP, PTB e do extinto PL também foram implicados no esquema e presos.

Aécio Neves
Em junho do ano passado, em outra tentativa de firmar acordo de delação, circularam informações de que as denúncias feitas por Valério ao MP atingiam Aécio Neves e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). À época, o foco do acordo do publicitário era a delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, na qual Aécio é acusado de pedir mais prazo, na CPI dos Correios, para que fossem entregues as informações do Banco Rural para maquiar documentos. Aécio Neves teria dito, na sede do governo de Minas Gerais, que o tempo extra foi uma estratégia para “maquiar” os dados do Banco Rural que “atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais (na época)”.

Votos
O desembargador Alexandre Victor de Carvalho, relator do processo, chegou a pedir a absolvição de Azeredo por avaliar que as provas não o ligam ao esquema. Ele considerou que a denúncia não descreve de forma satisfatória a participação do ex-governador nos fatos investigados e que há apenas suposições pelo fato de o réu ter sido beneficiado. No entanto, o revisor Pedro Vergara se manifestou de forma favorável à manutenção da condenação, defendendo porém a redução da pena em 9 meses. Em sua visão, Azeredo atuou para o êxito do esquema e a falta de procedimentos administrativos na liberação dos recursos evidenciam a ingerência política. O último desembargador a votar, Adilson Lamounier, seguiu o revisor.

Com Agência Brasil

Antes de ser demitido, secretário de Doria denunciou suposto esquema irregular.


Secretário de Doria denunciou suposto 
esquema irregular em sua pasta.
Jornal do Brasil

O ex-secretário do Verde e Meio Ambiente do prefeito João Doria (PSDB) Gilberto Natalini (PV) fez denúncias à Justiça e à Controladoria Geral do Município (CGM) sobre a descoberta de um suposto esquema irregular na pasta antes de ser demitido, semana passada. De acordo com a denúncia, o esquema era usado para a obtenção irregular de certificados de compensação ambiental para a construção civil de São Paulo. O fato de Natalini ter sido demitido após a denúncia, segundo interlocutores, levantaria a hipótese de que estaria havendo pressão em relação à obtenção dessas licenças que, na sua gestão, teria ganhado um trâmite mais seletivo e rigoroso. O ex-secretário citou as irregularidades em processo movido pela construtora Brookfield. A empresa recorreu à Justiça para obter o certificado de um empreendimento. Durante a ação, Natalini e uma funcionária da pasta revelaram as irregularidades.


"Diante das graves irregularidades encontradas em relação a procedimentos envolvendo a emissão tanto de termo de compromisso ambiental e certificado ambiental de recebimento provisório, está ocorrendo maior cuidado e detalhamento na análise dos respectivos requerimentos", afirma Natalini, em conjunto com o procurador municipal Sérgio Barbosa Júnior.

No processo, a chefe da Câmara Técnica de Compensação Ambiental, Regina Barros, dá detalhes sobre a pressão, inclusive com ameaças a funcionários. Ela relatou que a pressão para agilizar processos e beneficiar agências partia dos próprios servidores da pasta. Uma servidora teria inclusive sido avisada para que tomasse cuidado com suas filhas e quando saísse sozinha de casa. "Tem sido muito difícil lidar com o assédio e ameaças que estamos sofrendo na praça de atendimento [por parte das agências]", afirma Regina.

A gestão Doria afirmou que os casos estão sendo investigados pela Controladoria e que, portanto, "não haverá prejuízos às apurações com a troca de comando na secretaria".

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Governo extingue reserva de 4 milhões de hectares e libera exploração mineral

Área do tamanho do Espírito Santo tem tribos indígenas e é rica em recursos naturais.


Governo Temer extinguiu reserva do tamanho do Espírito Santo.
Jornal do Brasil

O governo federal extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associadas (Renca), localizada entre os estados do Pará e Amapá, com a intenção de atrair investimentos para o setor de mineração. A área - do tamanho do estado do Espírito Santo, com quase 4 milhões de hectares - tem grandes reservas naturais e presença de tribos indígenas em seu interior. A reserva - que fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o noroeste do Pará - foi criada em 1984, ainda durante o regime militar. Era considerado um local de alto potencial para exploração de ouro e outros minérios (como ferro, manganês e tântalo) e era mantido em posse da União, restringindo as buscas de monopólio do governo ao cobre. A extinção foi proposta pelo Ministério de Minas e Energia em março, e permite a concessão para exploração mineral. A pasta justificou o texto com o argumento de que a medida era necessária para viabilizar o potencial mineral da região e estimular o desenvolvimento econômico dos dois estados.

A Renca engloba nove áreas protegidas:
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque,
Florestas Estaduais do Paru e do Amapá,
Reserva Biológica de Maicuru,
Estação Ecológica do Jari,
Reserva Extrativista Rio Cajari,
Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru
Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d’Este.
Segundo o governo, a medida não coloca em riscos as reservas naturais e as tribos indígenas. "A extinção (...) não afasta a aplicação de legislação específica sobre a vegetação nativa, unidades e conservação da natureza, terra indígenas e áreas em faixa de fronteira", diz o decreto nº 9.142. O decreto do presidente Michel Temer sobre a extinção da reserva foi publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (23).

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Moraes rejeita ações para Câmara julgar impeachment de Temer.

OAB e deputados da oposição entraram com mandados de segurança 
para STF obrigar Rodrigo Maia (DEM-RJ) a apreciar os pedidos.


Ações foram distribuídas, por sorteio,
ao ex-ministro da Justiça de Michel Temer.
ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o seguimento de dois mandados de segurança apresentados por parlamentares da oposição e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pediam à Corte que ordene o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a dar o andamento dos pedidos de impeachment de Michel Temer, na Câmara. O conteúdo completo da decisão do ministro ainda não foi divulgado, mas a negativa de seguimento ocorre quando um ministro avalia que não é possível decidir sobre o que foi pedido, por causa de alguma questão processual que torne a ação incabível, como, por exemplo, a falta de legitimidade do autor da ação. A primeira ação, de autoria dos deputados Alessandro Molon (Rede-RJ), Aliel Machado (Rede-PR), Henrique Fontana (PT-RS) e Júlio Delgado (PSB-MG), chegou ao Supremo no dia 28 de junho, com alegação de omissão por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a segunda foi enviada na semana passada pelo presidente da OAB, Claudio Lamachia, apontando demora de quase três meses e meio para dar seguimento ao processo de impeachment na Câmara.

Os autores buscavam que a Suprema Corte conceda uma liminar obrigando Maia a analisar a presença dos requisitos formais nas denúncias já apresentadas e a providenciar a instalação das comissões especiais para analisar o mérito dos pedidos. Na ação, os parlamentares da oposição afirmam que a Câmara já tinha recebido 21 denúncias por crime de responsabilidade contra Temer, até aquele momento, "sem que nenhum andamento fosse tomado". Eles alegam que a fiscalização do Poder Executivo é atribuída aos órgãos coletivos do Legislativo, e não aos seus membros individualmente. Ao não dar nenhum despacho nos pedidos de impeachment, o presidente da Câmara estaria "ferindo direito líquido e certo dos parlamentares de se pronunciarem sobre o tema".

Para o presidente da OAB, há desvio de finalidade, quando Maia não dá seguimento aos pedidos de impeachment. O mandado de segurança diz que a conduta do presidente da Câmara "inflige tripla violação de direitos".

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