sexta-feira, 10 de maio de 2024

Motorista do Porsche é fichado no sistema prisional e fica em ala 'segura'.


Josmar Jozino
Colunista do UOL.

Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, condutor do Porsche envolvido no acidente de trânsito que matou o motorista de aplicativo Ornaldo dos Santos Viana, em 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, Tatuapé, zona leste, recebeu matrícula no sistema prisional paulista. Ele foi fichado sob número 1.370.592-6. A reportagem teve acesso ao prontuário criminal de Sastre Filho, preso em uma cela no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos, na Grande São Paulo. O setor onde Sastre Filho está recolhido é uma ala chamada de "seguro". Esse pavilhão também é destinado a advogados presos, policiais ou ex-policiais, agentes e ex-agentes penitenciários, detentos ameaçados de morte e autores de crimes de repercussão, como é o caso dele. Se dependesse da defesa do motorista do Porsche, ele ficaria detido na Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba. O presídio é destinado para quem têm curso superior, agentes e ex-agentes públicos e também, para autores de crimes de muita repercussão. A foto de Sastre Filho indica que ele não teve os cabelos cortados, uma medida que é de praxe quando o preso dá entrada na unidade prisional. No documento, consta que Sastre Filho tem curso superior incompleto, é heterossexual, espírita e comerciante. Outro lado: a coluna ligou para o escritório da defesa de Sastre Filho e aguarda um posicionamento.

1.300.000 milhão passou por presídios.
O número de matrícula de Sastre Filho mostra que mais de 1.300.000 pessoas já passaram pelos presídios paulistas nos últimos 30 anos. Presos antigos, considerados perigosos e ligados ao crime organizado têm matrícula na casa dos 40.000. Foi a partir de 1993 que a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) oficializou o programa de registro de matrículas de presos no estado de São Paulo. Antes disso, o preso que dava entrada no sistema prisional paulista também recebia um número na estatística. É o caso do presidiário Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi preso pela primeira vez em 1986 e ficou com a matrícula de número 45.465 no sistema carcerário. Lorinaldo Gomes Flor, 68, o Velho Lori, comparsa de Marcola e também apontado como integrante do PCC, tem matrícula mais antiga ainda. A dele é a de número 38.824. Os dois prisioneiros, entretanto, foram presos pela primeira vez nos anos 1980.

Sastre Filho teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é acusado pelos crimes de lesão corporal gravíssima e homicídio doloso qualificado. Na madrugada de 31 de março, ele chegou a atingir 156 km/h antes de bater contra o Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52, que morreu no local.

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