Golpe de aloprados.
Aldo Fornazieri
Não havia plano sólido, apoio da cúpula militar nem respaldo dos EUA. Ainda assim, a conspirata poderia causar estragos, dada a fragilidade da nossa democracia.
A Polícia Federal finalmente tornou pública a estrutura de comando da tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro de 2023. No fundamental, a coordenação era de Bolsonaro e de alguns militares da ativa e da reserva, dois ou três integrantes da PF e alguns civis. Esse comando tinha consciência de que o golpe só teria êxito se houvesse um significativo engajamento militar. Os acampados, as turbas que invadiram a sede dos Três Poderes, eram massa de manobra, ou para provocar a decretação de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou para levar a uma operação militar mais direta.
Embora existissem, segundo a PF, seis núcleos operacionais, a estrutura golpista era rudimentar. A incitação ao golpe circulava de forma mais ou menos livre em redes militares e a reunião de 5 de julho de 2022, registrada em vídeo, revelou que, além de personalidades grotescas, não havia nenhum plano estratégico consistente. O golpe poderia ser revelado ou denunciado por integrantes da reunião, a exemplo do ministro Paulo Guedes e outros tantos. Preferiram o silêncio dos covardes.
cartacapital.com.br
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