quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Coaf: datas de depósitos na conta de motorista coincidem com pagamentos na Alerj

Relatório mostrou que ex-funcionário de Flávio Bolsonaro teve movimentação suspeita 
de R$ 1.200.000,00. Nove ex-assessores de Flávio repassaram dinheiro para o motorista.


A análise do relatório do Coaf revela que a maior parte dos depósitos em espécie na conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro coincidem com as datas de pagamento na Assembleia Legislativa do Rio. Nove ex-assessores do filho do presidente eleito repassaram dinheiro para o motorista. Uma das filhas do assessor Fabrício José Carlos de Queiroz continua contratada do gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, do PSL. O JN tentou falar com Evelyn Mello de Queiroz nos últimos dois dias, mas ela não estava. Além de Evelyn, uma irmã, Nathalia, e mãe delas, Márcia, também trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, mas até agora ninguém da família apareceu para explicar a quantidade de depósitos e saques nas contas de Fabrício de Queiroz. O Coaf apontou que Fabrício teve uma movimentação suspeita de R$ 1.200.000,00 durante um ano.

O Jornal Nacional fez o cruzamento das datas dos depósitos feitos em dinheiro nas contas do ex-assessor com os dias de pagamento dos salários da Alerj entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 e encontrou uma coincidência: em praticamente todos os meses, a maior parte do dinheiro entra na conta de Fabrício no mesmo dia ou poucos dias depois de os servidores receberem o salário. Em março, abril, maio, junho, agosto e novembro houve depósitos no mesmo dia do pagamento. Em dezembro, teve depósitos um dia depois do salário e no mesmo dia em que foi pago o décimo-terceiro para os funcionários da Alerj. O levantamento do Coaf mostra que as movimentações financeiras na conta de Fabrício Queiroz há nove pessoas que foram ou são funcionários da Assembleia Legislativa do Rio.

O JN também analisou as datas em que Fabrício sacou dinheiro. Nos meses de março, abril, maio, junho e novembro ele começa a tirar dinheiro da conta no mesmo dia em que são feitos os depósitos ou nos dias seguintes. Na maioria das vezes, o saque é de R$ 5.000,00. Isso tem uma explicação: é o limite diário por agência no banco dele. Quando queria mais do que isso, ia várias agências. Em pelo menos dois dias, ele foi a três para sacar R$ 15.000,00 no total.

Fabrício José Carlos de Queiroz pediu exoneração do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro. Em novembro, Fabrício também deixou a polícia depois de 35 anos de trabalho. A aposentadoria dele como subtenente saiu no Diário Oficial. O Coaf mostrou que Fabrício ganhava nos dois empregos R$ 23.000,00.

Em 2002, numa ação contra a Polícia Militar, ele declarou que não tinha condições de pagar custas do processo nem honorários do advogado e pediu o benefício da gratuidade de justiça. O endereço informado por ele no documento fica num prédio, na Zona Oeste do Rio, mas o porteiro disse que Fabrício não mora mais no local. O jornal “O Globo” descobriu um outro endereço dele. A casa simples fica numa vila no bairro da Taquara, também na Zona Oeste do Rio. O JN foi até lá na terça-feira (11), mas não havia ninguém da família. Vizinhos, que não aparecem na imagem, confirmaram que a casa é de Fabrício, mas disseram que a família não está sempre por ali.

O relatório do Coaf levanta a possibilidade de que os saques e os depósitos tenham sido feitos para ocultar a origem ou o destino final do dinheiro que passava todos os meses pela conta de Fabrício. Investigadores dizem que a quebra do sigilo bancário dos envolvidos poderia ajudar a esclarecer essas dúvidas. A investigação está com o Ministério Público estadual e corre em segredo.

O que dizem os citados
A assessoria do senador eleito Flávio Bolsonaro declarou que ele não é investigado, que está à disposição para prestar os esclarecimentos às autoridades e que Flávio Bolsonaro é o principal interessado em que tudo se esclareça o quanto antes.



g1.globo.com

Jacob Barata, o 'Rei dos Ônibus', confirma em audiência pagamento de R$ 145 milhões a Sérgio Cabral

Empresário falou que pagamentos eram 'quase obrigatórios' para que o setor rodoviário não fosse 
prejudicado. Barata também revelou que há um procedimento sigiloso sobre administração municipal.


Por Gabriel Barreira, G1 Rio

O empresário Jacob Barata Filho confirmou, em audiência na Justiça Federal nesta quarta-feira (12), o pagamento de cerca de R$ 145.000.000,00 ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), entre 2010 e 2016. Jacob Barata não detalhou o que deste pagamento foi propina e o que foi utilizado para a campanha do ex-governador. Barata está em prisão domiciliar e é conhecido como "Rei dos Ônibus", por ser uma das principais figuras do transporte rodoviário no Estado. A defesa de Sérgio Cabral afirmou que Jacob Barata não apresentou provas no depoimento. "Primeiro disse que houve contribuição de campanha. Em resposta ao MPF, acabou convolando essa contribuição de campanha em propina. Não demonstrou nenhuma prova, nem como teria sido feito esse repasse. Assim como o senhor Carlos Miranda, são apenas palavras. Não tem sequer um documento que indicie a veracidade do que está falando", explicou em nota a defesa do ex-governador.

A informação foi antecipada pelo "Blog da Andréia Sadi", no G1. Os valores irregulares teriam sido feitos pela Fetranspor e foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) na "Operação Ponto Final". A denúncia cita um esquema existente nas últimas duas décadas, mas o empresário do setor rodoviário disse que os casos são ainda mais antigos. "Sempre houve pagamento de, no mínimo, um apoio de campanha através de caixa dois pelas empresas. Gostaria até de mencionar: o único governo que não tivemos apoio de campanha política foi o primeiro governo do Leonel Brizola (1983 -1987), isso em função de falta de entendimento político", disse Barata. O empresário contextualizou o momento político, dizendo que o candidato favorito era Miro Teixeira, e que a vitória de Brizola foi inesperada. Barata ressaltou que essa é uma "leitura pessoal""Talvez por uma questão ideológica, não dá para afirmar, mas o fato é que a falta de entendimento do setor de transporte com o governo fez com o que governo não repassasse nenhuma [elevação da] tarifa [de acordo com a inflação]". Depois, ao relatar sua experiência no ramo, ele disse que a família está no setor desde a década de 50 e que, mais recentemente, as "contribuições de campanha eram quase obrigatórias".

A audiência foi conduzida pelo juiz Marcelo Bretas, que questionou se o esquema de pagamentos irregulares também existia na administração municipal - sem detalhar qual gestão. "Os pagamentos que não são afetos a essa acusação... existe um procedimento junto ao Ministério Público Federal que está em sigilo, então não posso falar nesse caso", declarou Barata.

Antes dele, o ex-presidente do conselho de adminstração da Fetranspor Marcelo Traça também foi questionado sobre o assunto. Ele deu a entender que havia o esquema irregular na administração municipal na capital, mas disse que sua empresa era de Niterói. A delação de Traça acabou causando a prisão de Rodrigo Neves, prefeito de Niterói. "A tratativa municipal [no Rio] era diretamente com os sindicatos [das empresas de ônibus] dos municípios"

Audiências
São ouvidos também nesta quarta o empresário Marcelo Traça Gonçalves, ex-presidente do conselho de administração da Fetranspor; Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor; e Luiz Carlos Bezerra, um dos operadores de Sérgio Cabral,

No último interrogatório, em agosto, o "Rei dos Ônibus" admitiu a existência da caixinha da Fetranspor, a federação das empresas de ônibus. De acordo com o relato dele, eram arrecadados até R$ 6 milhões por mês para pagar propina a políticos.

O Ministério Público Federal afirma que o esquema começou há duas décadas. "Havia um acordo de pagamento para o deputado Jorge Picciani. O objetivo exatamente, a forma de pagamento, eu não sei precisar. Mas realmente o Jorge Picciani, como presidente da Alerj, teria que ter essa contribuição porque os projetos todos passam pela Assembleia", disse ele à época.

g1.globo.com

BLINDAGEM EXPLÍCITA: RAQUEL DODGE SEGUROU AÇÃO CONTRA AÉCIO 45 DIAS



247 - Os bastidores da Operação da Polícia federal que fez busca no apartamento de Aécio Neves no Leblon (Rio de Janeiro) marcam o ápice da blindagem judicial dedicada ao tucano. O ministro Marco Aurélio Mello pediu parecer a Raquel Dodge sobre a investigação de Aécio no dia 11 de setembro e só recebeu resposta da procuradora-geral no dia 28 de outubro, 45 dias depois e com Aécio devidamente eleito deputado federal pelo estado de Minas Gerais. Aécio neves vem sendo protegido há tempos por ministros e juízes pertencentes ao cinturão histórico de proteção judicial aos tucanos. O ministro Gilmar Mendes lhe garantiu uma célebre série de blindagens durante sua agonia política no pós golpe. Ações em torno da revogação de sua prisão domiciliar há pouco mais de um ano em Brasília e da soltura de sua irmã, Andréa Neves de presídio em Minas Gerais marcaram de maneira indelével o seu favorecimento nos tribunais superiores. Com essa última mise-en-scène jurídica, quase uma fake news bolsonariana diversionista sob vista grossa da imprensa tradicional, Aécio continua a desfilar sua couraça judicial nas barbas do povo brasileiro.

A nota do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo confirma o jogo de cartas marcadas feito nos bastidores do STF e da PGR: "a Polícia Federal enviou no dia 11 de setembro para Marco Aurélio Mello a investigação contra Aécio Neves que originou a operação de ontem. Mello pediu parecer de Raquel Dodge antes de decidir." A reportagem ainda destaca: "embora Aécio fosse candidato a deputado federal, Raquel só mandou seu parecer em 28 de outubro — mais de 45 dias depois e com Aécio já devidamente eleito."

www.brasil247.com

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Com a prisão de Rodrigo Neves, Paulo Bagueira assume a prefeitura

Nova eleição ocorrerá caso Neves seja condenado.


Enviado Direto da Redação

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, foi preso ontem, em casa, dentro da operação “Alameda”, uma ação de desdobramento da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Civil, através da Delegacia Fazendária (Delfaz) e Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O objetivo da operação foi cumprir, ao todo, quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão “contra uma organização criminosa acusada de corrupção ativa e passiva, através do recebimento de propina paga por empresários do transporte público rodoviário para agentes públicos de Niterói”, segundo divulgou a Polícia Civil. As investigações apontam para desvios superiores a R$ 10.000.000,00 dos cofres públicos para pagamentos ilegais. Também foi preso na operação Domício Mascarenhas de Andrade, ex-secretário municipal de Obras do município, e outros dois representantes do ramo de transportes coletivos: João Carlos Félix Teixeira, presidente do consórcio TransOceânico e sócio da Viação Pendotiba, e João dos Anjos Silva Soares, presidente do consórcio Transnit e sócio da Auto Lotação Ingá. Os quatro presos foram encaminhados para a Cidade da Polícia. Segundo a Polícia Civil, os mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nas casas dos acusados, na Prefeitura de Niterói e nas sedes de consórcios e empresas de ônibus.

Defesa - Ao chegar à sede da Cidade da Polícia, no Rio, Rodrigo Neves, se disse “perplexo” diante das acusações. “Trabalho desde os 18 anos, tenho 20 anos de vida pública, não viajo para o exterior, tenho três filhos lindos. Fecho minhas contas como qualquer cidadão de classe média, vivo em um imóvel muito simples em que as pessoas sabem”, afirmou.

Bagueira é o ‘Prefeito’
Enquanto o prefeito Rodrigo Neves (PDT) era encaminhado para Cadeia Pública de Benfica, na tarde de ontem; a Câmara Municipal de Niterói decidia que o presidente da casa, Paulo Bagueira (Solidariedade), assumirá a prefeitura interinamente a partir de hoje e o vereador Milton Cal (PP) ficará à frente do Legislativo. A reunião aconteceu a portas fechadas no gabinete de Bagueira. “Recebemos o comunicado de afastamento do prefeito e amanhã (hoje) irei assumir a Prefeitura temporariamente”, disse Bagueira, que foi confirmado como interino após ofício emitido pelo Terceiro Grupo de Câmaras Criminais, Procedimento Investigatório e assinado pelo desembargador do Luiz Noronha Dantas, confirmando o afastamento de Rodrigo Neves.

Nova eleição - um novo pleito ocorrerá na cidade, caso Neves seja condenado, o que culminaria na cassação de seu mandato e desta forma, haveria a vacância do cargo. E caberá ao prefeito interino convocar novas eleições, que deverá ser realizada após 90 dias. Isso ocorre porque Neves foi eleito, tendo o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS) como vice em sua chapa, em 2016. Mas Comte preferiu seguir na Alerj e não assumiu o cargo a nível municipal. “A Procuradoria da Câmara e os vereadores estão analisando a Lei Orgânica do Município e iremos encaminhar um ofício a Justiça e Ministério Público para que nos passe a informações para que possamos tomar as devidas providências”, finalizou Bagueira.

www.osaogoncalo.com.br

Comissão da Escola Sem Partido encerra trabalhos sem votar parecer; projeto será arquivado

Projeto proíbe que professores manifestem posicionamentos políticos ou ideológicos e que 
discutam questões de gênero em sala de aula. Foi a 12ª reunião convocada para votar o parecer.


Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília

O presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o projeto conhecido como Escola Sem Partido, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), encerrou nesta terça-feira (11) os trabalhos do colegiado sem que fosse votado o parecer do relator. Não haverá mais reunião da comissão e o projeto será arquivado. A proposta proíbe que professores manifestem posicionamentos políticos ou ideológicos e que discutam questões de gênero em sala de aula. O deputado Marcos Rogério encerrou os trabalhos da comissão depois de 12 sessões sem resultado e seguidas tentativas de votação do relatório do deputado Flavinho (PSC-SP). “Quem está sepultando o projeto nesta legislatura, não é a oposição. Quem não está deliberando é quem tem maioria neste parlamento que não comparece", afirmou Marcos Rogério. Ele fez ainda elogios à atuação dos partidos de oposição, que, segundo ele, fez o "bom combate", que conseguiu atrasar o andamento da tramitação com base no regimento da Câmara. "A oposição merece o reconhecimento da comissão. Se pautou na obstrução e cumpriu aquilo que lhe é garantia regimental", disse.

Arquivado
Com o fim da legislatura, todos os projetos que não têm parecer aprovado nas comissões vão automaticamente ao arquivo. O atual mandato termina em 31 de janeiro, mas os parlamentares entram em recesso a partir do dia 23 de dezembro e, portanto, encerrando os trabalhos legislativos. Pelo regimento da Câmara, o autor do projeto ou de qualquer outro que tramita em conjunto pode apresentar requerimento para desarquivá-lo. Se isso acontecer, a tramitação começará do zero, com a criação de uma nova comissão.

A oposição comemorou o encerramento dos trabalhos. Com cartazes, manifestantes que acompanhavam a comissão entoaram cantorias. Embora houvesse quórum suficiente registrado no painel eletrônico, o plenário da comissão estava esvaziado, o que fez com que a reunião demorasse quase três horas para ser aberta. Os deputados favoráveis – muitos deles ligados à bancada religiosa – ao projeto marcavam presença e deixavam o local, com exceção de apenas três ou quatro. Apenas os parlamentares críticos ao projeto permaneceram em peso na comissão o tempo todo.

Foi a 12ª reunião para votar o parecer que impõe regras aos professores sobre o que pode ser ensinado em sala de aula. Desde julho, a comissão tem convocado reunião para a discussão e votação do relatório do deputado Flavinho (PSC-SP). Assim como nas reuniões anteriores, deputados críticos ao texto apresentaram requerimentos regimentais que precisaram ser votados antes, fazendo com que a tramitação da proposta não avance.

Controvérsia
No seu parecer, o relator diz que o professor "ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas", deverá apresentar aos alunos, "de forma justa, as principais versões". Críticos ao texto argumentam que o projeto não permitirá o pensamento crítico em sala de aula. Defensores alegam que a proposta tem como objetivo evitar a "doutrinação" nas escolas.


g1.globo.com

Nova Zelândia legaliza uso medicinal da maconha

Acesso ao cannabidiol será indicado a pacientes com dores 
crônicas perante apresentação de receitas médicas.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Wellington - O parlamento da Nova Zelândia aprovou, nesta terça-feira, uma lei que autoriza o uso medicinal da maconha. De acordo com a nova regra, o acesso será condicionado a pacientes com dores crônicas e que apresentem receitas médicas. O texto, uma emenda à Lei de Abuso de Drogas, elimina a definição do cannabidiol como droga controlada e a converte em um medicamento fornecido sob prescrição. Com isso, as empresas de maconha medicinal poderão produzir seus produtos tanto para o mercado local como para exportação. Com a aprovação da nova legislação, a Nova Zelândia se tornou o segundo local na Oceania a legalizar o uso medicinal da maconha. Em 2016, o Estado de Victoria, na Austrália, liberou a utilização.

Pesquisas, entre elas um estudo publicado em 2015 no periódico Journal of the American Medical Association, mostram que a maconha registrou resultados positivos durante tratamentos de dor crônica. Apesar disso, ainda existem dúvidas sobre os efeitos secundários da droga. 

(Com agências internacionais)
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Marielle Franco é homenageada com Medalha Tiradentes no Dia dos Direitos Humanos

Pai e irmã da ex-vereadora receberam a homenagem das mãos do deputado Marcelo Freixo.


Por O Dia

Rio - A vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março juntamente com o motorista Anderson Gomes, foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na segunda-feira. No dia em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o pai e a irmã da ex-parlamentar, Antônio Francisco da Silva e Anielle Franco, respectivamente, receberam a Medalha Tiradentes e o Diploma Post-Mortem das mãos do deputado Marcelo Freixo (PSol), com quem Marielle trabalhou por 10 anos. "Hoje é uma grande homenagem ao amor, porque é isso que a Mari representa. Eu daria tudo para nesse momento estar dividindo isso com ela", destacou Freixo. Emocionado, o pai de Marielle disse que a cerimônia mostra o quanto o trabalho da sua filha foi importante para tanta gente. "Essa é mais uma homenagem que a nossa família vai receber, das muitas que nós já temos recebido, o que prova que a atuação de Marielle foi muito marcante, contundente e em defesa dos direitos humanos", ressaltou.


Plenário da Alerj em solenidade do Dia dos Direitos Humanos.

Anistia Internacional
Ele disse ainda estar confiante nas investigações sobre a morte da filha. "Nós continuamos confiando que teremos em breve essa resposta. Há nove meses, Marielle teve a sua vida ceifada e até hoje não nasceu a resposta que nós queremos ouvir", disse. A diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, destacou o papel de Marielle na luta pelos direitos humanos. "Hoje, aqui na Alerj, é o dia que reúne pessoas de todas as áreas e de todas as lutas para dizer que Marielle não foi interrompida e que a luta dos direitos humanos não será interrompida, e pra dizer que a Declaração Universal de Direitos Humanos precisa ser levada mais adiante e precisa ser vivida na prática. Homenagear a Marielle é mais uma vez afirmar que continuaremos lutando para que os direitos humanos sejam um direito de todos", ressaltou Jurema.

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PF cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio Neves

No Rio, os outros alvos de busca e apreensão em seus endereços são Andrea Neves, irmã de Aécio, que chegou a ser presa em 2017, e Cristiane Brasil (PTB). Decisões judiciais se baseiam em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F.


Por O Dia

Rio - A Polícia Federal (PF) realiza a operação "Ross" e cumpre, na manhã desta terça-feira, 24 mandados de busca e apreensão no apartamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em Ipanema, na Zona Sul do Rio, além de outros imóveis em Minas Gerais ligados ao político, eleito deputado federal este ano, e seus aliados. Também são cumpridos mandados nos endereços são Andrea Neves, irmã de Aécio, que chegou a ser presa em 2017, e da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ). As decisões judiciais se baseiam em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F. De acordo com informações, com base nos depoimentos dos executivos, somente Aécio Neves recebeu cerca de R$ 110.000.000,00 em propina, entre os anos de 2004 e 2017. Com o aparato do dinheiro ilícito, o tucano comprou o apoio do Solidariedade por R$ 15.000.000,00. O presidente do partido, Paulinho da Força, é alvo da operação e a PF cumpre um mandado de busca e apreensão contra ele. Ao todo, são 27 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos. Os valores foram repassados através de caixa 2 e emissão de notas frias emitidas por empresários, que também são alvos da operação. As vantagens teriam sido pedidas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos, inclusive para a campanha presidencial de 2014. A ação de hoje é um desdobramento da Operação Patmos, de maio de 2017.

Além do Rio e São Paulo, os cerca de 200 agentes também cumprem mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Distrito Federal. Os outros alvos são os senadores Agripino Maia (DEM-RN), Antonio Anastasia (PSDB-MG), além do deputado federal Benito da Gama (PTB-BA). A operação faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro Marco Aurélio Mello, os mandados judiciais foram expedidas pela Corte. São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Batizada de Ross, a operação faz referência ao James Clark Ross, que deu nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada por sua expedição à Antártida, numa alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Moro diz que não cabe a ele dar explicações sobre relatório do Coaf

Para ele, fatos precisam ser esclarecidos.


Por Ana Cristina Campos 
Repórter da Agência Brasil Brasília

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, disse hoje (10) que não cabe a ele dar explicações sobre relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a respeito de movimentação financeira atípica de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “O que existia no passado de ministro da Justiça opinando sobre casos concretos é inapropriado. Estes fatos têm que ser esclarecidos. O presidente já apresentou alguns esclarecimentos. Tem outras pessoas que precisam prestar os seus esclarecimentos. E o fatos, se não forem esclarecidos, têm que ser apurados. Eu não tenho como assumir esse papel”, disse Moro, após ser questionado sobre o relatório.

Jair Bolsonaro disse que os R$ 24.000,00 pagos em cheque pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro referem-se à quitação de uma dívida pessoal. “Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24.000,00, foram R$ 40.000,00. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar aos R$ 40.000,00”, disse a jornalistas. O relatório do Coaf, divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, informa que o ex-assessor e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz teria movimentado R$ 1.200.000,00 entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 – valores supostamente incompatíveis com sua renda declarada. Uma das transações seria um cheque de R$ 24.000,00 destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

http://agenciabrasil.ebc.com.br

'Vou defender minha honra', diz Rodrigo Neves ao chegar preso na Cidade da Polícia;

O prefeito de Niterói disse que a decisão foi "monocrática" e que tudo poderia ser esclarecido "sem uma decisão de força". Segundo o MP, Neves é apontado como líder de esquema que cobrava propina das empresas de ônibus consorciadas.


Por Adriano Araujo 
e Rafael Nascimento

Rio - O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, preso na manhã desta segunda-feira em uma operação do Ministério Público do Rio (MPRJ) e da Polícia Civil, desdobramento da Lava Jato no Rio, chegou por volta das 09:10h na Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Em sua chegada, com lagrimas nos olhos, ele negou as acusações de recebimento de propina do transporte público. Segundo denúncia do Ministério Público do Rio, empresas de ônibus pagaram propina de R$ 10.900.000,00 para quadrilha chefiada por Neves. "Vou defender minha honra, com respeito às instituições. Eu acho que foi uma decisão monocrática, isso poderia ser esclarecido sem uma decisão de força, mas respeito e espero que o estado democrático de direito funcione", disse. A mulher de Rodrigo Neves chegou à Cidade da Polícia 12:52h acompanhada do deputado estadual Waldeck Carneiro (PT).

De acordo com Neves, a concorrência para o setor de transportes de Niterói, cidade da qual é prefeito reeleito, foram realizadas antes de suas gestões. Segundo ele, assim que assumiu foi realizada a unificação das tarifas do município. "Se eu não tivesse feito isso, a tarifa de Niterói hoje seria de mais de R$ 4,50, bem superior à tarifa atual. Nós cobramos muito do sistema de transporte e Niterói tem hoje o sistema mais organizado da Região Metropolitana, com quase 90% da frota com ar-condicionado, coisa que não acontece em nenhuma outra cidade do Rio de Janeiro. Nós contratamos uma auditoria da Fundação Getúlio Vargas, independente, para analisar o equilíbrio econômico-financeiro. Ela apontou que as tarifas eram equilibradas e que em 2018 não deveria ter aumento, e não demos aumento. Eu realmente estou perplexo , absolutamente perplexo", concluiu.

Ao DIA o advogado Marcello Ramalho, que defende Rodrigo Neves, disse que seu cliente “está confiante de que não fez nada”. "Vamos avaliar a decisão (da justiça) para tomarmos uma medida cabível. Desconhecemos os termos no processo”, falou. Segundo o defensor, ainda hoje ele pedirá no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para seu cliente. O deputado federal Chico D’Angelo, aliado político do prefeito, esteve na sede da Cidade da Polícia. Segundo ele, Neves passou mal. “Eu vim como médico. Ele passou mal e a pressão dele está muito alta. Mas como eu vim correndo eu não trouxe o aparelho (de aferição de pressão), pedi que eles meçam a pressão dele. O Rodrigo está muito abalado e chorando muito”, diz Chico d’Ângelo (PDT). Neves já recebeu atendimento médico na Cidade da Polícia.

Além de Rodrigo Neves, estão presos o ex-secretário de obras de Niterói e ex-conselheiro de administração da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, o presidente do consórcio transoceânico e sócio da viação Pendotiba, João Carlos Félix Teixeira e o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares. Mais um empresário do ramo do transporte público rodoviário, que ainda não teve sua identidade revelada, também é alvo da operação. Após prestarem depoimentos e fazerem o exame de corpo de delito, os presos serão encaminhados à Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa para a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva.

Segundo a promotoria do Ministério Público, pelo menos uma vez por ano Rodrigo Neves se encontrava com donos de empresas de ônibus em restaurantes de luxo, para estreitar os “laços de amizade” e combinar a propina. O ex-secretário Dominício Mascarenhas é apontado como o operador do prefeito.

odia.ig.com.br