segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Niterói pode ter novas eleições com prisão de Rodrigo Neves

Artigo 61 da Lei Orgânica do Município (LOM) prevê que em caso de vacância do cargo de prefeito e inexistente vice-prefeito nos três primeiros anos do mandato, novas eleições serão feitas no prazo de 90 dias.


Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Com a prisão do prefeito Rodrigo Neves (PDT), na manhã desta segunda-feira, na Operação Alameda, desdobramento da Lava-Jato, o município de Niterói poderá ter novas eleições nos próximos meses. É porque segundo a o artigo 61 da Lei Orgânica do Município (LOM) prevê que em caso de vacância do cargo de prefeito e inexistente vice-prefeito nos três primeiros anos do mandato, novas eleições serão feitas no prazo de 90 dias. Ainda segundo a LOM, caso a ausência dos representantes se der no último ano, ou seja, em 2020, o presidente da Câmara de Niterói — no caso o vereador Paulo Bagueira (Solidariedade) — assumiria o posto até as eleições ordinárias. Só no decorrer do inquérito, que poderá classificar a prisão de Neves como "vacância do cargo" ou "impedimento temporário". Só após essa indefinição que será possível definir o que acontecerá com a prefeitura da cidade. Ou seja, se haverá ou não eleições. Enquanto não seja considerado como "vacância do cargo" ou "impedimento temporário", Bagueira deve assumir a prefeitura, segundo o artigo 60 da LOM. Entretanto, o presidente pode não aceitar: “renunciará, incontinente, à sua função de dirigente do Legislativo, ensejando, assim, a eleição de outro membro para ocupar, como Presidente da Câmara, a Chefia do Poder Executivo”. A informação é do Jornal O Fluminense e confirmada pelo O DIA.

Neves foi preso acusado de irregularidades no transporte público de Niterói. Agentes chegaram ao prédio em que ele mora, em Santa Rosa, por volta das 06:00h, e realizam buscas no local. Os policiais esperavam Neves tomar café e ele deixou o local às 08:26h, indo até o carro da Polícia Civil acompanhado da esposa, que chorou muito após ele entrar no veículo. Ao todo, a operação busca cumprir cinco mandados de prisão e 19 de busca e apreensão.

Além de Rodrigo Neves, estão presos o ex-secretário de obras de Niterói e ex-conselheiro de administração da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, o presidente do consórcio transoceânico e sócio da viação Pendotiba, João Carlos Félix Teixeira e o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares. Mais um empresário do ramo do transporte público rodoviário, que ainda não teve sua identidade revelada, também é alvo da operação.

Segundo o MPRJ, empresas de ônibus pagaram propina para a gestão de Rodrigo neves, entre 2014 e 2018, que somam aproximadamente R$ 10.900.000,00, que foram desviados dos cofres públicos, segundo a denúncia. O prefeito de Niterói é apontado como líder de esquema que cobrava das empresas de ônibus consorciadas do município 20% sobre os valores do reembolso da gratuidade de passagens. O benefício é concedido a alunos da rede pública de ensino, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

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Prefeito de Niterói é preso em desdobramento da operação da Lava Jato no Rio.

Segundo o MP, que faz a operação desta segunda-feira com apoio da Polícia Civil, há quatro anos empresas de ônibus 
da cidade pagam propina para a gestão de Neves. Ex-secretário de obras de Niterói e dois empresários estão presos.


Por RAFAEL NASCIMENTO

Niterói - O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), foi preso, na manhã desta segunda-feira, na Operação Alameda, do Ministério Público do Estado do Rio e da Polícia Civil, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Agentes chegaram ao prédio em que ele mora, em Santa Rosa, por volta das 06:00h, e realizam buscas no local. Os policiais esperavam Neves tomar café e ele deixou o local às 08:26h, indo até o carro da Polícia Civil acompanhado da esposa. Ao todo, a operação busca cumprir 5 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Além de Rodrigo Neves, estão presos o ex-secretário de obras de Niterói e ex-conselheiro de administração da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, o presidente do consórcio transoceânico e sócio da viação Pendotiba, João Carlos Félix Teixeira e o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares. Mais um empresário do ramo do transporte público rodoviário, que ainda não teve sua identidade revelada, também é alvo da operação. O Ministério Público e a Polícia Civil fecharam os acessos da Prefeitura e proibiram a entrada a de funcionários. Quem chegava no local era orientado a voltar para casa. Enquanto isso, os promotores vasculhavam a sede municipal para tentar encontrar possíveis provas.

Segundo o MPRJ, empresas de ônibus pagaram propina para a gestão de Rodrigo neves, entre 2014 e 2018, que somam aproximadamente R$ 10.900.000,00, que foram desviados dos cofres públicos, segundo a denúncia. O prefeito de Niterói é apontado como líder de esquema que cobrava das empresas de ônibus consorciadas do município 20% sobre os valores do reembolso da gratuidade de passagens. O benefício é concedido a alunos da rede pública de ensino, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais. Além da casa do prefeito do seu gabinete, buscam também são realizadas nas residências dos outros acusados e nas sedes de oito empresas de ônibus que prestam serviço no município, além de escritórios dos consórcios Transoceânico e Transnit, e do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (SETRERJ).

A expectativa é de que Rodrigo Neves seja levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Quem assumirá a prefeitura de Niterói será o presidente da Câmara dos Vereadores de Niterói, Paulo Bagueira (Solidariedade), que desde agosto é suspeito de estar envolvido em um esquema de compra de votos na eleição de 2016, quando foi eleito. O vice-prefeito de Niterói, Comte Bittencourt, deixou a gestão para reassumir o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Comte foi candidato a vice-governador na chapa de Eduardo Paes, nas eleições de outubro. Intercepções telefônicas que resultaram em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público flagraram Bagueira negociando a compra de votos no Cavalão com Monique Pereira de Almeida, mulher de Reinaldo Medeiros Ignácio, o Kadá, chefe do tráfico local e que está preso fora do estado. As investigações apontam que o político teria pago para formar um curral eleitoral na comunidade. As interceptações ocorreram uma semana antes das eleições, em outubro de 2016.

A Operação Alameda é executada pela da Polícia Civil, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Os cinco vão responder por peculato e corrupção ativa e passiva. O coordenador de comunicação da Prefeitura de Niterói, João Kalache, disse que o executivo municipal não irá se pronunciar num primeiro momento sobre a prisão de Neves. "Fomos pegos de surpresa. Posteriormente à entrevista do MP veremos se a defesa do próprio prefeito ou a assessoria de imprensa da prefeitura irá se pronunciar."

Repercussão
Muitas pessoas que passavam pela Rua Vereador Duque Estrada, local onde mora o prefeito, comemoraram a prisão de Neves. Outras ficaram surpresas. Foi o caso da industriária Ana Maria Coelho, de 55 anos. “Estou muito surpresa com a prisão dele. O Rodrigo já havia sido citado na Lava Jato, mas nada chegou até ele. Estou muito impressionada com sua prisão”, disse a mulher incrédula na porta de Neves. Já a auxiliar administrativa Gleice Almeida, de 53 anos, comemorou a prisão do prefeito. “Ontem ele estava comemorando com a família lá no Campo de São Bento. Hoje ele vai comemorar na cadeia”, diz a mulher . “Ele construiu o BRT da Região Oceânica e nunca colocou ônibus para circular. Há cinco anos não passa nada naquele local, é um absurdo. Demorou muito para ele ser preso”, conta Gleice que fazia fotos na polícia na porta de Rodrigo Neves.

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domingo, 9 de dezembro de 2018

BOLSONARO SE COMPLICA AO TENTAR EXPLICAR DEPÓSITO NA CONTA DA MULHER



Da Rede Brasil Atual – A menos de um mês de sua posse, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), seus filhos e sua mulher estão enrolados em transações financeiras que eles não conseguem explicar a contento. Sem o menor constrangimento, ele admitiu hoje (8) ter sonegado do seu Imposto de Renda os R$ 24.000,00 que o ex assessor Fabrício José de Queiroz depositou na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. O depósito, segundo disse, corresponde ao pagamento de um empréstimo. A Receita Federal determina que empréstimos feitos ou tomados com valor a partir de R$ 5.000,00 devem ser declarados. "Se eu errei, arco com a minha responsabilidade com o Fisco sem problema nenhum", disse, ao ser questionado após cerimônia de formatura na Marinha, onde compareceu. Pela Lei nº 4.729/1965, é crime "prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer adicionais devidos por lei". E a pena para o sonegador pode chegar à detenção de seis meses a dois anos, além de multa de duas a cincos vezes o valor do tributo.


Entenda o caso
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que subsidia uma investigação do Ministério Público Federal, aponta uma movimentação financeira suspeita do ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro(PSL/RJ), o policial militar Fabrício José Carlos Queiroz. O documento apontou "movimentação atípica" de R$ 1.200.000,00 na conta do PM, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, quando era assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro. Uma das transações na conta do assessor de Flavio Bolsonaro, citadas no relatório do Coaf, é um cheque de R$ 24.000,00 destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito aparece na lista sobre valores pagos pelo PM. O documento cita também transações atípicas entre o PM e sua filha, Nathalia Melo de Queiroz. Até o mês passado ela foi assessora de Bolsonaro pai enquanto deputado federal.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (6) mostra que o nome de Nathalia aparece no relatório associada a um montante total de R$ 84.000,00, sem identificação individual das transações entre ela e o pai. Nathalia trabalhou como assessora no gabinete de Bolsonaro entre dezembro de 2016 e outubro deste ano, com salário de cerca de R$ 10.000,00. Coincidentemente, ela foi exonerada, em Brasília, no mesmo dia que o pai era dispensado do pelo filho do presidente, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro minimizou os fatos e disse que o depósito, feito na conta de Michele porque ele tem dificuldade de ir ao banco, refere-se ao pagamento um empréstimo concedido ao amigo Queiroz "por solidariedade". Segundo ele, foram depositados dez cheques no valor de R$ 4.000,00 – o que não bate com relatório do Coaf.

Dificuldade
As declarações desencontradas tem movimentado as redes sociais. Em seu perfil, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) questionou a suposta falta de mobilidade do presidente eleito. "O presidente eleito disse que o dinheiro foi depositado na conta da futura primeira-dama por questão de mobilidade, já que ele tem dificuldade para ir ao banco em razão da rotina de trabalho."

Enquanto o ex-juiz e futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, não comenta o caso, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou hoje (8) que o governo tem de explicar imediatamente o caso do ex-motorista do filho de Bolsonaro eleito senador. "O ex-motorista, que conheço como Queiroz, precisa dizer de onde saiu esse dinheiro. O Coaf rastreia tudo. Algo tem, aí precisa explicar a transação, tem que dizer", afirmou Mourão ao blog da colunista Andréia Sadi, do portal G1. O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), entrou com pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar "possíveis ilícitos criminais e administrativos" envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro e Michelle.

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Militares, políticos e filhos lutam por espaços de poder no governo Bolsonaro

As três tropas do presidente eleito protagonizam embates antes mesmo do início de seu mandato.


Por *Dirley Fernandes

Rio - Enquanto o futuro governo Bolsonaro vai tomando forma, fica mais claro que teremos pela frente um período de embates permanentes entre três núcleos de poder no entorno do presidente: os militares, os políticos e a família. A disputa de espaço e influência entre esses grupos até agora só registrou uma vítima digna de nota: o senador capixaba - derrotado na tentativa de se reeleger - Magno Malta. No entanto, as indicações são de que o governo do ex-capitão será uma espécie de campo de batalha onde as três tropas se revezarão entre ataque e defesa, sob o olhar do capitão, no centro, pendendo ora para um lado, ora para outro. O primeiro desses núcleos é o militar. Nele estão os mais antigos companheiros de Bolsonaro, como o general Edson Leal Pujol, colega de pentatlo e de curso de paraquedismo da turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras. Ele será comandante do Exército, a maior e mais influente das Forças Armadas.

Nessa tropa também formam os generais que se aproximaram do capitão a partir do momento em que ele começou a se viabilizar como alternativa de poder, se tornaram seus fiadores e conselheiros ao longo da campanha e agora ocuparão espaços próximos nos corredores do Planalto: o general Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo), o general Fernando Azevedo (ministro da Defesa), o general Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e o general Hamilton Mourão. Todos esses ocupam postos estratégicos no governo, mas Mourão foi o único que teve voto e ele sabe bem que isso o coloca numa posição diferenciada. Ele é a ponta de lança da luta por espaço dos militares e já disse que, no Planalto, "nossas salas serão juntas" - se referindo a Bolsonaro, obviamente - e que "naquelas reuniões que ocorrem ali, eu vou participar". O segundo polo de poder é o dos políticos. Nesse, a figura central é o deputado federal (DEM-RS) e futuro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, mas há coadjuvantes de peso, em luta renhida por nacos de território no novo governo.

Com estilo mais discreto, Gustavo Bebianno, presidente do PSL, é o mais próximo de Bolsonaro, atua em sintonia com Lorenzoni e já garantiu uma mesa importante no Planalto, como ministro da Secretaria-Geral da Presidência - nada mal para um advogado que, dois anos atrás, não tinha atuação política notável e nunca foi candidato a nenhum cargo público, tendo se filiado ao PSL apenas em março. Apostando em alianças, ele pôs como seu "vice-ministro" um general, Floriano Peixoto.

Julian Lemos, coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste e eleito deputado federal pela Paraíba é peça importante e já protagonizou um embate com a 'Família'. Integrante do Gabinete de Transição, ele estava ao lado da nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no anúncio da nomeação dela, na quinta-feira, não obstante o fato de responder a inquérito por agressão à irmã e já ter sido preso sob a acusação de bater na ex-mulher.

Outra integrante de elite desse esquadrão é a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). A jornalista que ganhou fama com comentários antipetistas e se elegeu deputada federal com 1 milhão de votos quer ser líder do partido do governo na Câmara. Mas comprou briga com cachorro grande, Eduardo Bolsonaro.

A família
Eleito deputado federal com 1,8 milhão de votos, Eduardo, seguidor do antiglobalista Olavo de Carvalho, é uma das três altas patentes do terceiro núcleo de poder em torno de Jair: o familiar. Os outros dois são o mais moderado senador eleito Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, que, via Twitter, dispara petardos contra os dois outros núcleos no melhor estilo sniper. Sem receber reprimendas públicas do pai presidente. "Todo governo tem conflitos em sua composição, isso é completamente normal", diz o historiador Carlos Fico. "No entanto, os filhos não deveriam ter influência tão grande, vão criar muitos problemas, como já temos visto. A participação deles não poderia ser tão efetiva. Dessa forma, os conflitos vão continuar".

Políticos x filhos - A sonsa e o machão
Eleita deputada federal, Joice Hasselmann (PSL-SP) é seguidora do lema 'retroceder nunca, render-se jamais'. Depois de se queixar da articulação do PSL, ela foi chamada pelo filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de "sonsa" e acusada de ter "fama de louca". Ela respondeu, na sexta, dizendo que o colega de bancada se acha "o machão da vez". O pano de fundo é a disputa pela liderança do partido do governo, que deverá chegar a 1º de fevereiro, quando tem início a nova legislatura, como a maior da Câmara (hoje é a segunda, com 52 deputados, contra 56 do PT). No grupo dos deputados do PSL no WhatsApp, ao tomar bronca de Eduardo por querer ser líder, ela respondeu que o posto pode ser decidido no voto "e não por recadinhos infantis via Twitter". E completou: "Cresça!". Jair teve que intervir, convocando reunião com os deputados para o próximo dia 12.

Família x políticos - Carlos e Julian
Outra mordida do "pitbull" Carlos Bolsonaro foi direcionada a Julian Lemos (PSL-PB). "A pessoa que tem se colocado como coordenador de Bolsonaro no Nordeste não é e nunca foi!". Como resposta, o deputado federal e membro do Gabinete de Transição foi sutil. "Na minha casa o que meu pai falava era respeitado". Carlos, em outro post, acusou o deputado de 'papagaio de pirata', assinalando que não falava apenas por si com o uso do plural. "Sugerimos parar de aparecer atrás dele por algum motivo como faz sempre!". Lemos ocupa um posto importante na equipe de transição de Bolsonaro. É coordenador da área de Desenvolvimento Regional. Na quinta-feira, ele retomou a vocação de papagaio de pirata aparecendo sobre o ombro da nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, apesar de seu longo histórico de problemas com a Lei Maria da Penha.

Família x militares - Carlos mira Mourão
Depois de se afastar da transição, após embate com Gustavo Bebbiano, o vereador e filho do meio de Jair, Carlos, fez do Twitter uma fortaleza de onde dispara flechadas com endereços certos, mas não necessariamente explícitos. Um dos mais surpreendentes foi interpretado como um disparo na direção do general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro. "A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após de sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa". O general respondeu até de forma econômica, ao contrário de seu habitual. "Não o conheço". Na sexta-feira, Carlos completou 36 anos e ganhou homenagem do pai, que o chamou de "meu pitbull", pelo Facebook, com direito a recado para os 'inimigos'. "Se enganam os que creem que irão nos separar". Já Mourão vive outra fase de mordaça determinada pelo capitão.

Militares x políticos - Carga sobre Onyx
Quem vê seu poder cada vez mais desidratado é o futuro ministro da Casa Civil e coordenador da Transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). No desenho inicial do futuro governo, ele comandaria a articulação política e seria o gerente do governo, nos moldes de José Dirceu no início do mandato de Lula. Mas os militares reagiram. Emplacaram um general para dividir com ele a articulação política, Santos Cruz, em um desenho um tanto bizarro. E tentam fazer do general Mourão o organizador geral do governo. O futuro vice-presidente lançou uma carga sobre o político quando esse estava enfraquecido pelas denúncias de Caixa 2: "Comprovado que houve ilicitude, é óbvio que ele terá que se retirar do governo", afirmou, implacável, o general da Artilharia, que se define como "escudo e espada" de Bolsonaro. "Escudo é o que defende e a espada é o que ataca", explicou na quarta-feira, antes de receber a ordem de falar menos, vinda do capitão.

*Com a estagiária Bárbara Mello
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sábado, 8 de dezembro de 2018

PF pede acesso à apuração estadual do caso Marielle

Desde o mês passado, a PF apura se uma organização criminosa atua para 
atrapalhar as investigações e se há omissão por parte das autoridades.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - A Polícia Federal (PF) pediu acesso às investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, segundo informações da TV Globo. Desde o mês passado, a PF apura se uma organização criminosa atua para atrapalhar as investigações e se há omissão por parte das autoridades. No pedido de abertura das investigações federais, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que foram relatadas ilegalidades graves na condução deste caso. No final de novembro, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que não há garantias de que o assassinato da vereadora e de seu motorista conseguirá ser elucidado ainda este ano. Segundo Jungmann, "existiria uma grande articulação envolvendo agentes públicos, milicianos e políticos" atuando para impedir a resolução do caso. "Eu diria que (o envolvimento deles no crime) é mais do que uma certeza", insistiu.

À época, Jungmann declarou que a Polícia Federal (PF) passou a atuar mais diretamente no caso no início de novembro, apesar de ter se oferecido para ajudar nas investigações no dia seguinte ao assassinato, em março - o que foi descartado pelo governo do Estado. "A Polícia Federal - que nós oferecemos mais de uma vez que ela viesse para cá - é uma das melhores polícias investigativas do mundo, e eu acredito que ela vai, sim, avançar. Vai avançar esclarecendo o complô dos poderosos, dos podres poderes, que eu tenho certeza que é fundamental acabar com eles para o bem da sociedade do Rio de Janeiro", afirmou Jungmann. Apesar de admitir que o caso talvez ainda demore, Jungmann assegurou que o mesmo será elucidado. "Nós vamos chegar em quem for. A Polícia Federal tem distanciamento suficiente, e é fundamental para poder avançar nesse processo de faxina do Rio de Janeiro, e é disso que se trata."

No início de novembro, o ex-juiz federal Sérgio Moro afirmou que, assumindo o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do Governo Bolsonaro (PSL), vai ver "o que é possível fazer" no caso do assassinato da vereadora e do motorista. "Não desconheço o problema que envolve o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do senhor Anderson Gomes, acho que é um crime que tem que ser solucionado. Assumindo o Ministério, pretendo me inteirar melhor dessas questões e ver o que é possível fazer no âmbito do Ministério", declarou Moro na ocasião.,

*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
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'Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal', diz Bolsonaro.

Presidente eleito defende ex-assessor investigado por movimentações atípicas e disse ainda que não declarou os valores emprestados à Receita Federal por terem sido pequenos: 'se eu errei perante o Fisco, eu arco com as minhas responsabilidades perante o Fisco, sem problema nenhum'.


Por Agência Brasil

Rio - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou neste sábado que o pagamento de R$ 24.000,00 feito pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fazia parte de um empréstimo que totalizou R$ 40.000,00. “Em outras oportunidades eu já o socorri financeiramente. Nessa última agora houve um acúmulo de dívida da parte dele para comigo e resolveu me pagar com cheques. Não foi um cheque de R$ 24.000,00. Foram, na verdade, dez cheques de R$ 4.000,00. E assim foi”. Fabrício José de Queiroz trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Bolsonaro disse que não utilizou a própria conta para receber os valores por ter “dificuldade para ir em banco e andar na rua”. “Deixei para a minha esposa. Lamento o constrangimento que ela está passando. Mas ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal, meu Deus do céu. Isso é uma coisa normal, natural, isso não existe”


O presidente reiterou que é amigo de Queiroz desde 1984 e que espera que o ex-assessor se explique na Justiça a respeito da movimentação atípica de R$ 1.200.000,00 em conta, identificada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anexado à Operação Furna da Onça. Bolsonaro destacou que o filho Flávio não está entre os investigados pela operação que apura irregularidades envolvendo a Alerj. “O meu filho não está nessa operação da Polícia Federal. O Coaf fez um levantamento de todos os funcionários da Alerj, foi identificada em dezenas deles movimentações atípicas, entre eles, o senhor Queiroz. O próprio Coaf disse que movimentações atípicas não é uma afirmação de que ele seja culpado de alguma coisa. Por exemplo, agora nós temos 600.000 pessoas na malha fina do imposto de renda, não quer dizer que eles sejam criminosos”.

O presidente disse ainda que não declarou os valores emprestados à Receita Federal por terem sido pequenos a cada ano, mas que se acumularam chegando ao total de R$ 40.000.00 mil. “O empréstimo foi se avolumando, de um ano pro outro, R$ 10.000,00, mais R$ 10.000,00, se eu errei perante o Fisco, eu arco com as minhas responsabilidades perante o Fisco, sem problema nenhum”.

Bolsonaro atribuiu a divulgação do relatório do Coaf aos advogados de parlamentares presos na Operação Furna da Onça. Segundo o presidente eleito, o motivo foi “desviar a atenção”. “Conversei rapidamente com o Flávio, ele está bastante abatido também. Esse pente fino do Coaf foi feito no início do ano e o Coaf não vazou nada, pelo que eu sei. Foram advogados dos parlamentares que estão presos ou que estão respondendo a processos que vazaram isso daí pra tentar aí desviar o foco da atenção deles”. Ontem, Flávio Bolsonaro disse que Queiroz deu a ele uma explicação “plausível” e que o ex-assessor vai se explicar ao Ministério Público Federal.

Meio Ambiente
Sobre a demora na definição do nome que comandará o Ministério do Meio Ambiente, Bolsonaro afirmou que está com dificuldade de conciliar o tema com outros interesses. “Tem muitos nomes bons, nós temos que casar com interesses também da agropecuária, interesses outros para infraestrutura. Não pode uma licença, para fazer uma PCH [pequena central hidrelétrica], por exemplo, levar 10 anos, ou uma licença para duplicar uma estrada, como foi a Paraty-Cunha, levar uma década. Isso não pode continuar acontecendo, atrasa o Brasil. Não queremos pressa nem ferir o meio ambiente. Mas a demora está bastante”.

Sobre divergências dentro de seu partido, o PSL, o presidente eleito disse que fará reunião na próxima semana. “Já tive reuniões com quatro partidos, semana que vem estão previstos mais dois ou três, o PSL é um deles. PSL é um partido bastante novo, dos 52 deputados, 48 se não me engano, são novos, e estão brigando por espaço. Lamento isso daí, mas se nós começarmos desunidos fica difícil a gente conseguir a maioria no parlamento para aprovar aquilo que interessa ao Brasil.”

Cirurgia
Bolsonaro informou que fará nova avaliação médica na quinta-feira com o médico Antônio Luiz Macedo, no Hospital Israelita Albert Eisntein, em São Paulo. Segundo ele, se for possível, gostaria de antecipar a cirurgia para dezembro ou adiar para fevereiro, para que possa ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que ocorre de 22 a 25 de janeiro. “Talvez adie minha possível cirurgia, porque não é certa, tendo em vista Davos. Mas essa é a vida. Eu devo passar agora quinta-feira pelo hospital novamente e tratarei desse assunto. Se eu estiver em condições, eu opero agora. Se o doutor Macedo achar que eu tenho condições, eu passo baixado Natal e Ano Novo, porque eu gostaria de não ficar uma semana baixado depois de janeiro.”

Sobre o cancelamento do compromisso agendado para ontem, em Pirassununga, por motivos médicos, ele disse que se confundiu com os remédios e acabou dormindo. “Eu estou tomando uma série de medicamentos e me confundi em um. Foi isso que aconteceu. Daí eu dormi, ia para Pirassununga no dia de ontem e a equipe médica resolveu cancelar. Só isso, mais nada. Estou bem. É você tomar algo parecido com sonífero em dose além do normal. Foi isso que aconteceu. Mas estou bem, graças a Deus, fisicamente.”

O presidente eleito conversou com a imprensa após participar, na manhã deste sábado, da cerimônia de formatura dos aspirantes da Turma Almirante Saboia da Escola Naval, a primeira instituição de ensino superior mais antiga do país, sendo instalada no Brasil com a vinda da família real em 1808. O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, também esteve presente à formatura dos 228 guardas-marinha, entre eles, dez mulheres e nove estrangeiros, de Angola, Cabo Verde, Líbano, Peru e Senegal.

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Joice diz que filho de Bolsonaro se "acha o machão da vez" e rebate Olimpio


Guilherme Mazieiro*
Do UOL, em São Paulo

A deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) rebateu nesta sexta-feira (7) as críticas contra ela feitas pelo senador eleito Major Olimpio (PSL-SP) e ampliou o racha no partido provocado depois que o embate entre ela e o filho do presidente eleito Eduardo Bolsonaro (PSL) veio a público. Joice, que disputa a liderança do partido na Câmara e participa das articulações da formação do novo governo, trocou farpas com Olimpio pelo Twitter ao longo desta sexta. Ela afirma que seu colega de partido está tentando atacá-la mesmo quando o tema é político. “A única pessoa que está se beneficiando disso é ele. O major está jogando com a militância eleita, que é uma parte pequena”, disse ela em evento com empresários em São Paulo na manhã desta sexta.

No Twitter, ela escreveu que trabalha enquanto "a tropa da truculência espalha veneno, ameaças e mentiras". A declaração, que não cita nomes, foi feita horas depois de o senador eleito Major Olimpio (PSL-SP) dizer que não existe racha na futura bancada do PSL já que são todos contra Joice.  Segundo Joice, Olímpio “comanda o partido com truculência, aos gritos, com ameaças aos desafetos”. “Expulsou pessoas, tentou me expulsar, colocou os ‘seus’ nos diretórios e excluiu gente que deu a vida na campanha”, escreveu em um de suas sete publicações de hoje no Twitter. A deputada eleita disse que tentou falar com Olímpio para deixar as diferenças para trás. “Tentei todo esse tempo, mesmo tomando caneladas. Agora tentarei de novo. Veremos. Assistirei...” Após os tuítes de Hasselmann, Major Olimpio fez uma nova publicação em seu Twitter. "Eu sempre cito o graaande filósofo venceslauense... Hoje me ocorreu um em especial que diz que a língua é o chicote da b...", escreveu.

Eduardo é o "machão da vez", diz deputada
Sobre o filho do presidente, Joice afirma que Eduardo Bolsonaro, líder da atual bancada do PSL, se acha “o machão da vez”. “Eu sou mais forte que qualquer marmanjo naquele Congresso. Se ele [Eduardo] acha que pode falar assim porque é o machão da vez... ah, para com isso, né?”, disse Joice. Ela diz ainda que acredita que as acusações do filho de Bolsonaro foram dirigidas a ela pelo fato de ser mulher. “Acho que teve sim [relação com o fato de ser mulher], mas não ligo, não. Não ligo nenhum pouco”, declarou.

Em uma conversa de WhatsApp divulgada pela imprensa, Eduardo acusa a deputada eleita de atropelar os correligionários., a chama de “sonsa” e disse que ela tem “fama de louca”. Joice rebateu dizendo que o filho do presidente eleito falha na condução da liderança. “Eduardo, não admito nem te dou liberdade de falar assim comigo, ou escrever algo nesse tom. Não te dei liberdade pessoal nenhuma, portanto, ponha-se no seu lugar”, escreveu ela no grupo.

Joice conta que a briga começou após um desentendimento com Eduardo. Ela diz que divulgou no grupo um relatório sobre as articulações que estava fazendo com outros partidos e Eduardo Bolsonaro escreveu um tuíte dando uma “indireta”. A postagem dizia que apenas deputados com mandato tem direito de articular. Segundo ela, alguns deputados reclamaram que o líder da bancada estava se manifestando sobre esses assuntos no Twitter e não diretamente a eles. “Eu sou fiel ao [presidente eleito] Bolsonaro e estou com ele em todos os momentos. Não vou fechar os olhos para qualquer erro de qualquer pessoa. Eu sou fechada com o [Jair] Bolsonaro. O Eduardo... tenho certeza que o Jair não deve ter gostado nada dessa história. Porque é um posicionamento que está causando um escândalo”, declarou. 

(*Colaborou Nathan Lopes, do UOL em São Paulo)
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PERGUNTADO SOBRE BOLSOGATE, ONYX ATACA COAF E ABANDONA COLETIVA



247 - O futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atacou nesta sexta-feira, 7, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que indicou movimentação financeira suspeita do ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz. Questionado sobre o assunto, Lorenzoni se mostrou visivelmente irritado. "Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo. (...) Onde é que estava o Coaf no mensalão, no petrolão?", disse ele a jornalistas nesta sexta-feira (7), após discursar a uma plateia de empresários do grupo Lide, em um hotel de luxo em São Paulo. Pressionado a esclarecer a origem do dinheiro, disse: "Eu lá sou investigador? Qual é a origem do dinheiro? Quando o senhor [repórter que havia feito a pergunta] recebeu este mês?"

O documento aponta que o ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz movimentou R$ 1.200.000,00 entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Uma das transações seria um cheque de R$ 24.000,00 destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Investigado pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de caixa dois, Onyx tentou minimizar as denúncias. "Se tem um cara tranquilo sou eu. Primeiro, já me resolvi com Deus, o que é importante para mim. Segundo porque, agora com a investigação autônoma, que não é nem inquérito, vou poder esclarecer definitivamente. Nunca tive envolvido com corrupção. A gente não pode ser hipócrita de querer misturar financiamento e o não registro de um recebimento de um amigo, que esse erro eu cometi", afirmou.

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Com clima tenso no PSL, Bolsonaro chama reunião com a bancada em Brasília.

O objetivo, segundo parlamentares, é apaziguar os ânimos após brigas internas.


Angela Boldrini
Brasília

Com clima tenso na bancada do PSL na Câmara, o presidente eleito Jair Bolsonaro deve fazer uma reunião com os parlamentares eleitos na próxima quarta-feira (12). Segundo parlamentares ouvidos pela Folha, o objetivo é apaziguar os ânimos na segunda maior bancada da Casa, com 52 deputados eleitos. A assessoria do presidente eleito afirma que a agenda da próxima semana está em análise, mas deputados eleitos confirmaram que um encontro foi marcado para o dia 12.

A disputa interna pelos postos de liderança do governo e de liderança do partido têm atiçado os ânimos entre os parlamentares, mesmo aqueles que ainda não assumiram mandato. Nesta quinta-feira (6), protagonizaram brigas no grupo de WhatsApp da bancada o líder atual, Eduardo Bolsonaro (SP), a deputada eleita Joice Hasselmann (SP) e o senador eleito Major Olímpio (SP). Na conversa, o filho do presidente eleito chama a deputada de "sonsa" e diz que ela tem "fama de louca". Joice, por outro lado, o acusa de mandar "recadinhos infantis". Parlamentares dizem reservadamente que a deputada eleita, que já afirmou que há grandes chances de ser a líder do governo, está isolada.

Teria sido para ela o recado de Eduardo no Twitter na quarta-feira (7), em que disse que "apenas os deputados que estão exercendo mandato tem autonomia para fazer articulações no Congresso". Joice afirmou que o fato de Eduardo ser filho do presidente pode criar uma "vidraça" para o partido, o que gerou reações de correligionários próximos ao atual líder. Segundo o deputado Delegado Waldir (GO), que tem atuado na prática como líder na Câmara, já que o parlamentar de São Paulo tem cumprido agendas externas com o pai, não há impedimento para que Eduardo siga no comando do partido na Casa. "Aqueles que dizem isso estão plantando a discórdia, por ciúmes", afirmou à Folha. Ele também disse que é necessário "respeitar a hierarquia", mas botou panos quentes e chamou de "debate de alto nível" a discussão ocorrida no grupo.

Nesta sexta (7), novas tensões entre os deputados surgiram no aplicativo de troca de mensagens. Após mensagens de apoio a Eduardo e Waldir, Joice reagiu chamando os colegas de cínicos. "É muito cinismo. Ainda bem que tenho provas do passado", escreveu. "Não apago um único WhatsApp. As pessoas mudam, eu não. JB tbm não", disse.

A deputada eleita Carla Zambelli (SP) respondeu com um vídeo em que a futura colega diz que é a única candidatura chancelada por Bolsonaro, e ironizou: "faça o seu trabalho e me esqueça, vc é a mulher de 1 milhão de votos, a única chancelada pelo Jair, eu sou só uma ativista que não tem onde cair morta, segundo você". Em evento em São Paulo, Major Olímpio também disse que Joice está isolada. "Não há conflito de todos contra um, é só um se adequar”, disse a jornalistas. A Folha tentou entrar em contato com a deputada eleita Joice Hasselmann, mas não obteve resposta.

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Relatório do Coaf cita ex-servidora de Bolsonaro; Moro evita comentar

Relatório aponta transações atípicas de ex-assessor de Flávio Bolsonaro e de 
sua filha, que até mês passado era assessora do gabinete do presidente eleito.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou transações atípicas do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual fluminense Flávio Bolsonaro (PSL), cita movimentações entre contas dele e de sua filha, Nathalia Melo de Queiroz. Ao ser indagado sobre o assunto, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não respondeu. Nathalia era, até o mês passado, assessora lotada no gabinete do deputado federal e agora presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) Queiroz atuou como motorista e segurança de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O filho do presidente eleito vai assumir a partir do ano que vem uma cadeira no Senado. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o relatório do Coaf aponta transações anormais em uma conta em nome de Queiroz. Por ela, o então assessor movimentou R$ 1.200.000.00 entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Uma das transações é um cheque de R$ 24.000,00 destinado a futura primeira-dama Michele Bolsonaro.

Nathalia é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores individuais das transferências entre ela e seu pai, mas junto ao nome de Nathalia está o valor total de R$ 84.000,00. A filha do PM foi nomeada em dezembro de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Bolsonaro na Câmara. No dia 15 de outubro deste ano ela foi exonerada, mesma data em que seu pai deixou o gabinete de Flávio, na Alerj. Nathalia recebeu em setembro, pelo gabinete de Jair, um salário de R$ 10.088,42.

O documento do Coaf que mapeou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), as movimentações financeiras dos servidores da Alerj, foi anexado na investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais do Rio O MPF divulgou nesta quinta-feira, nota na qual afirma que o relatório foi espontaneamente difundido pelo Coaf em um processo de compartilhamento de informações entre os órgãos de investigação. "Como o relatório relaciona um número maior de pessoas, nem todos os nomes ali citados foram incluídos nas apurações, sobretudo porque nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas", afirmou o MPF.

Flávio Bolsonaro usou o Twitter nesta quinta para defender o ex-funcionário. "Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança", escreveu o filho do presidente eleito. "Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta." Queiroz disse que não iria se pronunciar. Nathalia não foi localizada. Procurado, o gabinete de Jair Bolsonaro não se manifestou.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou nesta quinta na procuradoria-geral da República com representação criminal pedindo para que seja instaurado procedimento de investigação para apurar "possíveis ilícitos criminais e administrativos" envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a futura primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Sérgio Moro
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não respondeu a questionamento feito pela imprensa, nesta sexta-feira, sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que revelou movimentação atípica no valor de R$ 1.200.000,00 na conta de um assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em anúncio na sede da transição de governo, Moro indicou os futuros chefes da Polícia Rodoviária Federal, o policial rodoviário federal Adriano Marcos Furtado, e da Secretaria Nacional do Consumidor, o advogado Luciano Benetti Timm, mas deixou o local sem responder à pergunta sobre o documento do Coaf. Foi o primeiro contato com a imprensa após o jornal O Estado de S. Paulo revelar, na quinta-feira, o relatório sobre transações do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz.

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