segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Niterói pode ter novas eleições com prisão de Rodrigo Neves

Artigo 61 da Lei Orgânica do Município (LOM) prevê que em caso de vacância do cargo de prefeito e inexistente vice-prefeito nos três primeiros anos do mandato, novas eleições serão feitas no prazo de 90 dias.


Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Com a prisão do prefeito Rodrigo Neves (PDT), na manhã desta segunda-feira, na Operação Alameda, desdobramento da Lava-Jato, o município de Niterói poderá ter novas eleições nos próximos meses. É porque segundo a o artigo 61 da Lei Orgânica do Município (LOM) prevê que em caso de vacância do cargo de prefeito e inexistente vice-prefeito nos três primeiros anos do mandato, novas eleições serão feitas no prazo de 90 dias. Ainda segundo a LOM, caso a ausência dos representantes se der no último ano, ou seja, em 2020, o presidente da Câmara de Niterói — no caso o vereador Paulo Bagueira (Solidariedade) — assumiria o posto até as eleições ordinárias. Só no decorrer do inquérito, que poderá classificar a prisão de Neves como "vacância do cargo" ou "impedimento temporário". Só após essa indefinição que será possível definir o que acontecerá com a prefeitura da cidade. Ou seja, se haverá ou não eleições. Enquanto não seja considerado como "vacância do cargo" ou "impedimento temporário", Bagueira deve assumir a prefeitura, segundo o artigo 60 da LOM. Entretanto, o presidente pode não aceitar: “renunciará, incontinente, à sua função de dirigente do Legislativo, ensejando, assim, a eleição de outro membro para ocupar, como Presidente da Câmara, a Chefia do Poder Executivo”. A informação é do Jornal O Fluminense e confirmada pelo O DIA.

Neves foi preso acusado de irregularidades no transporte público de Niterói. Agentes chegaram ao prédio em que ele mora, em Santa Rosa, por volta das 06:00h, e realizam buscas no local. Os policiais esperavam Neves tomar café e ele deixou o local às 08:26h, indo até o carro da Polícia Civil acompanhado da esposa, que chorou muito após ele entrar no veículo. Ao todo, a operação busca cumprir cinco mandados de prisão e 19 de busca e apreensão.

Além de Rodrigo Neves, estão presos o ex-secretário de obras de Niterói e ex-conselheiro de administração da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, o presidente do consórcio transoceânico e sócio da viação Pendotiba, João Carlos Félix Teixeira e o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares. Mais um empresário do ramo do transporte público rodoviário, que ainda não teve sua identidade revelada, também é alvo da operação.

Segundo o MPRJ, empresas de ônibus pagaram propina para a gestão de Rodrigo neves, entre 2014 e 2018, que somam aproximadamente R$ 10.900.000,00, que foram desviados dos cofres públicos, segundo a denúncia. O prefeito de Niterói é apontado como líder de esquema que cobrava das empresas de ônibus consorciadas do município 20% sobre os valores do reembolso da gratuidade de passagens. O benefício é concedido a alunos da rede pública de ensino, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

odia.ig.com.br

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