quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Operador levava mochila com R$ 300.000,00 para mulher de Cabral, diz ex-secretária.


Estadão Conteúdo

A ex-secretária da advogada Adriana Ancelmo revelou à Polícia Federal que o suposto operador financeiro do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), Luiz Carlos Bezerra, comparecia com frequência ao escritório da mulher do peemedebista “para entrega de valores em espécie” – as quantias chegavam a até R$ 300.000,00 em dinheiro vivo levado “numa mochila”, contou Michelle Tomaz Pinto, a ex-secretária de Adriana. Segundo a testemunha, as visitas de Bezerra ocorriam geralmente às sextas-feiras. Ela disse ter presenciado “as entregas” durante os anos de 2014 e 2015. O relato de Michele reforça as suspeitas da PF e do Ministério Público Federal de que o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo era usado pela organização supostamente liderada por seu marido para “lavar” dinheiro ilícito, inclusive por meio da aquisição de joias finíssimas e outros luxos. Indagada se efetuava o pagamento de contas para Adriana e quais eram essas contas e, ainda, como os pagamentos eram efetuados, a ex-secretária afirmou que costumava pagar em dinheiro vivo faturas do cartão de crédito de até R$ 300.000,00 da mulher do ex-governador. Michelle depôs no dia 22 de novembro e disse que “se sente em perigo ou possivelmente ameaçada em razão das informações prestadas”. Ela afirmou “temer por sua segurança pessoal”, mas abriu mão, “neste momento, de proteção policial”.

O ex-governador e sua mulher foram presos na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que mira em obras milionárias contratadas pelo Rio. Adriana entregou-se na terça-feira, 6, e, como o marido, ocupa uma cela na Penitenciária de Bangu. Entre outros presos da Calicute está Luiz Carlos Bezerra.  Michelle trabalhou no Ancelmo Advogados de 2005 a novembro de 2015. Ela afirmou à PF que um sócio de Adriana, Thiago Aragão, recebia Luiz Carlos Bezerra. Indagada se os valores eram repassados ao setor financeiro do escritório, ela disse que “algumas vezes esses valores ficavam acautelados no cofre que ficava na sala de Thiago sendo o mesmo sócio no escritório de Adriana Ancelmo”.

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A Justiça de Renan não é a mesma que ele fez valer para Dilma

Renan foi fiel à Constituição quando lhe coube votar pelo impeachment, mas agora a despreza quando não está de acordo com ela.


Renan, na porta da sua casa, no dia em que o STF julga seu afastamento.
CARLA JIMÉNEZ
São Paulo

O Brasil do presidente Michel Temer começou a se parecer a um rojão de festa junina nesta semana, tamanho descontrole e descompasso com a população, à luz do dia. No mesmo dia em que apresentou um projeto de reforma da Previdência que se mostrou mesquinho com os menos favorecidos, ficou evidente o quadro de crise institucional que se instalou no país. No Senado, a mesa diretora, responsável pela direção dos trabalhos da casa, decidiu, nesta terça, não respeitar a ordem de um ministro do Supremo Tribunal Federal de afastar o presidente Renan Calheiros, algo inédito na história da República, segundo observares políticos. A decisão, porém, não representa a posição de todos os senadores da Casa, que soltaram cobras e lagartos contra os colegas da Mesa que apoiaram Renan, em contraposição ao Supremo. Já no STF, o ministro Gilmar Mendes falou abertamente ao jornal O Globo nesta terça que o seu colega Marco Aurélio de Mello deveria sofrer impeachment. Marco Aurélio acatou a ação cautelar da Rede Sustentabilidade para afastar Renan do cargo de presidente da Casa uma vez que o senador tornou-se réu por peculato, em decisão tomada pelo mesmo Supremo na semana passada. A votação terminou em 8 a 3. Mendes foi um dos três contra a decisão da maioria dos ministros da corte de que o presidente do Senado deveria tornar-se réu na ação por suspeitas de ter pago pensão alimentícia a uma filha com dinheiro desviado de verbas de seu Gabinete. Agora, ele joga gasolina numa fogueira que acaba atingindo até mesmo o poder da presidenta do Supremo, Carmen Lúcia, diz o cientista político Rudá Ricci. Coube ao ministro Luís Barroso lembrar que a desobediência do Senado é o mesmo que um golpe de Estado.

É nesse clima que o plenário do Supremo julgou na quarta se Renan seria afastado em definitivo – Gilmar não votou, pois está num encontro de magistrados em Estocolmo, aparentemente mais importante do que o incêndio que ajudou a formar no Brasil. Manter Renan no poder é um escândalo aos olhos da opinião pública, que está pelas tampas com a cultura do jeitinho e das maracutaias na classe política, como mostrou mais um protesto de rua no domingo passado. Tirá-lo colocaria em risco a votação da PEC do Teto de Gastos, necessária para os planos deste Governo de sanar as contas públicas para, segundo eles, voltar a crescer.

* Diante do caos que se instalou no país, as pedaladas fiscais de Dilma Rousseff, que justificaram o seu afastamento da presidência, soam ridículas. Quem ouse lembrar que ela fechou os olhos para a corrupção do seu partido, então explique por que Renan foi tão severo com ela legitimando seu impeachment, e agora desobedece a Justiça quando não estão de acordo com ela. “Percorremos uma estrada pavimentada na legitimidade e muito bem sinalizada pela Constituição", disse ele durante o voto em que concordou com o afastamento da ex-presidenta. Pau que bate em Dilma não bate em Renan? O mesmo vale para Gilmar que ridiculariza seu colega, mas não deu um segundo de trégua a Dilma. Nas ruas, há uma clara sensação de desalento e desrespeito pelo mínimo de dignidade que os brasileiros merecem. Servidores públicos não recebem seus salários, o plano de reforma da Previdência apresentado pelo Governo dificulta principalmente a vida de portadores de deficiência física e idosos. Mas poupa militares sem explicar porquê, muito embora respondam por grande parte do rombo no caixa das pensões. Com uma oposição reduzida, e desacreditada, uma vez que a maioria é do Partido dos Trabalhadores, o Brasil se encolhe sem ter a quem recorrer neste momento. Até mesmo o juiz Sérgio Moro, alçado a herói nacional, protagonizou uma cena duvidosa na terça, quando sentou-se lado a lado com o senador Aécio Neves, dentro outros políticos tucanos, durante a entrega de um prêmio da revista Istoé, em São Paulo. A foto de Moro e Aécio rindo alegremente em conversa ao pé de ouvido se espalhou com pólvora nas redes sociais em questão de minutos. Pegou mal para um país que ainda não se livrou do vício paternalista de esperar uma liderança que reconheça de verdade o anseio de chegar a um país mais justo e generoso.

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Aumento já chega aos postos

Entrega do combustível foi feita com alta de R$ 0,17 (gasolina) e de R$ 0,12 (diesel).


O DIA

Rio - O consumidor que não sentiu no bolso as duas reduções no preço do diesel e da gasolina em outubro e novembro, desta vez irá sentir o aumento de 8,1% e 9,5%, respectivamente, autorizado pela Petrobras. Para a estatal as altas do dólar e do petróleo justificam o reajuste nos preços nas refinarias. As distribuidoras de combustível já repassaram os valores aos postos. Num posto em Benfica a alta já pode ser sentida. Lá a entrega do combustível foi feita com o preço reajustado em R$ 0,17 (gasolina) e R$ 0,12 (Diesel). E o repasse do aumento ao consumidor está sendo avaliado, segundo informações. A presidente do Sindicato do Comercio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência (SindComb), Maria Aparecida Siuffo enxerga o aumento com preocupação. “Na crise que estamos vivendo, com a queda das vendas em 25%, esse aumento veio como uma bomba”, conta. “Somos o último elo da cadeia, dependemos da distribuidora”, emenda.

No dia 14 de outubro, a gasolina caiu 2,7% na refinaria, e o diesel, 3,2%. Em 8 de novembro, os preços foram reduzidos em 3,1% e 10,4%, respectivamente. Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicam que o segmento de distribuição de combustíveis foi quem mais segurou os preços no período. O especialista em finanças, Alexandre Prado, avalia como desnecessário o aumento. “O dólar não está no patamar mais alto e nem o petróleo”, diz. “O consumidor nunca vê o benefício. Uma hora por conta do câmbio, outra hora por causa da alto do etanol”, completa

Com reportagem da estagiária Laila Ferreira
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Câmara aprova texto-base de MP da reforma do ensino médio

Projeto polêmico prevê, entre outras coisas, que os estudantes poderão escolher a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio.


AGÊNCIA BRASIL

Brasília - A Câmara dos Deputados aprovou ontem (07), por 263 votos a favor, 106 contra e três abstenções o texto-base da medida provisória (MP 746/16) que reestrutura o ensino médio. A medida, entre outras coisas, ampliou de 50% para 60% a composição do currículo da etapa de ensino preenchido pela Base Nacional Comum. Os 40% restantes serão destinados aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. A votação da MP ocorreu após acordo do líder do governo André Moura (PSC-SE) com deputados da oposição, que obstruíram os trabalhos durante toda a sessão por serem contra o debate do tema por meio de uma medida provisória. Pela proposta, os deputados aprovariam o texto-base em votação nominal e deixariam para votar, na próxima semana, os destaques ao texto, também em votação nominal. “Em uma matéria tão importante e controversa como essa é importante que a população brasileira saiba como cada deputado votou”, defendeu a vice-líder do PT, Maria do Rosário (RS). O texto, aprovado no último dia 30 na comissão mista que analisou a matéria, incluiu artes e educação física entre as disciplinas obrigatórias para o ensino médio, suprimidas no texto encaminhado pelo Palácio do Planalto. No caso específico da educação física, no último ano do ensino médio, a disciplina será optativa ao aluno.

Itinerário formativo e notório saber
O projeto prevê ainda que os estudantes poderão escolher a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio. Foi mantida no texto a permissão para que profissionais com notório saber, ou seja, sem formação acadêmica específica na área, possam dar aulas no ensino técnico e profissional. A proposta também estabelece uma meta intermediária de ampliação da carga horária para pelo menos mil horas anuais no prazo máximo de cinco anos para todas as escolas do ensino médio. A MP prevê ainda que o governo federal amplie de quatro para dez anos o prazo de repasse de recursos federais aos estados para apoiar a ampliação da carga horária.

Debate
Apresentada pelo presidente Michel Temer em setembro, a MP do Ensino Médio flexibiliza os currículos e amplia progressivamente a jornada escolar. A matéria foi motivo de embates no plenário. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que presidiu a comissão especial da Câmara que discutiu a reforma do ensino médio, disse que a mudança na carga horária terá alcance limitado pela falta de recursos. “A proposta traz aumento de 1.400 horas só no enunciado, mas a meta é de 500 mil alunos e somos 8,3 milhões de estudantes. Estamos fazendo duas escolas no país: uma que vai ter tudo e uma que não vai ter nada”, disse.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou a MP e afirmou que a proposta não foi discutida amplamente com professores e estudantes, principais afetados pela matéria. “Qualquer mudança educacional precisa do envolvimento não só do setor docente, mas da valorização de sua formação educacional”, disse.

As críticas foram rebatidas pelo deputado Izalci (PSDB-DF), que presidiu a comissão especial. “A medida provisória pega 90% do texto já discutido pela Câmara e nós aceitamos sugestões da oposição”, disse. “Colocamos R$ 1.500.000.000,00 para incentivar o início do ensino integral”, acrescentou.

Já o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) afirmou que a MP rompe com um "imobilismo” na discussão de mudanças mais profundas. “O governo faz bem em romper esse imobilismo, esse tema é discutido há mais de 20 anos”, disse.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Estupro e misoginia: o cinema espelha a vida


Marlon Brando e Maria Schneider em 'O último tango em Paris'.
Por Ingrid Matuoka

Casos de violência sexual na sétima arte, como o de Maria Schneider, expõem um mundo de machismo e agressões silenciadas por anos. Maria Schneider tinha 19 anos e nenhuma experiência em cinema quando estrelou no filme Último Tango em Paris, em 1972, dirigido por Bernardo Bertolucci. Na obra, ela contracena com o Marlon Brando, que à época tinha 48 anos, na "cena da manteiga", uma das mais famosas da história do cinema. Anos mais tarde, e até a data de sua morte em 2011, aos 58 anos, a atriz alegaria que a atuação, na verdade, foi uma reação a um estupro real, e que ela se sentia humilhada. Ninguém acreditou na atriz. Foi preciso que um vídeo do premiado diretor viesse à tona, por meio da revista feminina francesa Elle, para que se acreditasse que as alegações, a tentativa de suicídio e problemas de drogas de Schneider decorriam do estupro, e não somente da fama, como fizeram acreditar.



Em uma entrevista gravada em 2013, que fora perdida, Bertolucci, hoje com 75 anos, assume que ele e o já falecido ator Marlon Brando conspiraram para que a cena acontecesse sem que Schneider soubesse. Segundo ele, queriam “a reação de uma garota, não a de uma atriz”. O diretor também diz que se sente culpado, mas não arrependido, e justifica o estupro em nome da arte, alegando que para fazer um filme “às vezes é preciso ser frio”, e continua: “portei-me de maneira horrível porque não disse a ela o que ia acontecer. Queria que ela reagisse ao ato de humilhação gritando ‘não, não’. Não queria que Maria fingisse essa humilhação e raiva, mas que ela sentisse raiva e humilhação. E por isso ela me odiou a vida inteira”. Vale mencionar que vários outros homens assistiam à cena no momento em que foi gravada.

O estupro de Schneider não é um caso isolado, mas soma-se a diversas outras violências já divulgadas, que se manifestam desde a desigualdade salarial entre homens e mulheres na indústria cinematográfica e a banalização e romantização de cenas de estupro e agressão a personagens femininas em filmes e séries, até as violações físicas e psicológicas de atrizes

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RENAN DERROTA STF E FICA NO COMANDO DO SENADO


247, com Agência Brasil - A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde desta quarta-feira (7) manter o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) no cargo. Seis ministros votaram para derrubar a decisão individual do ministro Marco Aurélio, que determinou o afastamento, na última segunda-feira. Votaram pelo afastamento de Renan os ministros Marco Aurélio, Edson Fachin e Rosa Weber, que acabaram vencidos. Celso de Mello, Dias Toffoli, Teori Zavascki, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia foram contra. Dois ministros não participaram do julgamento. O ministro Gilmar Mendes está em viagem oficial à Suécia e Luís Roberto Barroso está impedido de julgar a questão porque trabalhou com os advogados da Rede, partido que ingressou com a ação, antes de chegar ao Supremo. A decisão de Marco Aurélio que afastou Renan foi proferida no início da noite de segunda-feira (5), mas o senador continua no cargo porque a Mesa da Casa se recusou a cumprir a decisão. Os senadores decidiram esperar decisão definitiva do plenário do Supremo.

Votos
Após o intervalo da sessão, o julgamento foi retomado com o voto do ministro Edson Fachin que acompanhou o realtor Marco Aurélio a favor do afastamento de Renan da presidência do Senado. Anteriormente a ele, Celso de Mello tinha votado por manter Renan na presidência da Casa, mas impedí-lo de ocupar a linha sucessória presidencial.

O ministro Teori Zavascki foi o quinto a votar e foi contra o afastamento. Em seu voto, Zavascki também criticou juízes que proferem comentários sobre as decisões de colegas. "Isso causa desconforto pessoal", disse o ministro. Apesar de não ter citado um caso específico, a manifestação foi motivada pelo comentário feito pelo ministro Gilmar Mendes, que afirmou a um jornalista que Marco Aurélio deveria "sofrer impeachment do cargo".

Em um voto bastante curto, o ministro Dias Toffoli votou contra o afastamento de Renan, acompanhando a divergência levantada por Celso de Mello. A ministra Rosa Weber votou a favor do afastamento do presidente do Senado, empatando o placar em 3 a 3. Luiz Fux foi o sétimo a votar e também acompanhou o entendimento de Celso de Mello, ou seja, contra o afastamento de Calheiros da presidência.

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PM pede desculpas à Arquidiocese após militares invadirem igreja no Centro

Na terça-feira policiais entraram na Igreja São José, ao lado da Alerj, e atiraram com munição não-letal em direção a manifestantes que protestavam contra o pacote de medidas que estavam sendo votadas.


Encontro entre a alta cúpula da PM, o bispo auxiliar do Rio, o provedor da Igreja do Glorioso Patriarca São José e o cardeal Dom Orani Tempesta aconteceu nesta quarta-feira.

MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - "Lamentável". Foi assim que o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, classificou a invasão de agentes à Igreja São José durante o protesto ocorrido em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na terça. Na ocasião, PMs se posicionaram nas janelas do templo, que fica na Rua São José, no Centro, ao lado da Casa, para atirar com munição não-letal em direção aos manifestantes. O oficial esteve, pela manhã, com o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, para pedir desculpas pelo ocorrido.

"Na verdade, o motivo principal da minha vinda aqui hoje foi para formalizar um pedido de desculpas oficial da Polícia Militar, como seu representante, relativo ao episódio de ontem. Consideramos lamentável que um templo sagrado tenha sido invadido. Logicamente foi uma decisão tática naquele momento, tomada sob o calor da situação, em que policiais estavam sob risco, sendo alvejados com pedras, fogos, bombas. Então, naquele momento se tomou uma decisão", explicou Wolney. O comandante-geral da PM garantiu que a situação está sendo apurada. "Estamos ouvindo os policiais envolvidos. Mas, como disse, o episódio, por si só, é lamentável. É muito ruim. As imagens são muito fortes. Estamos adotando esforços, por meio da adoção de estratégias, que impeçam que outro episódio como esse se repita", disse o oficial.


Momento em que um PM, de dentro da igreja São José, 
jogou gás lacrimogêneo nos manifestantes.

Dom Orani disse ter recebido a promessa do coronel de que abrirá um protocolo para que fatos como esse não ocorram mais. "O comandante Wolney chegou aqui para dizer da sua dor com relação ao que aconteceu ontem, lamentando, e dizendo que a Polícia Militar fará uma nota reconhecendo que não deveria ter acontecido essa presença na igreja, utilizando-a para atacar os manifestantes". Além de Dom Orani, participaram do encontro o bispo auxiliar do Rio, Dom Luiz Henrique, e o provedor da Irmandade da Igreja invadida, Gary Bon-Ali.

Invasão à igreja
Desde as 09:00hs., da terça-feira, os servidores se concentravam na frente do Palácio Tiradentes, sede da Alerj, mas foi por volta das 13:00hs, que os ânimos se exaltaram. Alguns manifestantes tentaram furar o bloqueio policial para entrar na Casa e foram fortemente reprimidos. O Choque usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. À ocasião, as torres da Igreja São José, vizinha à Alerj, também foram usadas por militares para lançar bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha nos manifestantes. A PM informou que “foi necessário que policiais do Choque entrassem na igreja para coibir a ação de manifestantes violentos no interior e no entorno da igreja”Indagada sobre o uso do centro religioso por policiais, a Arquidiocese do Rio respondeu que “buscaria apurar os fatos”, e destacou que, “em face do contexto atual que marca o Estado do Rio, importa que as soluções sejam buscadas através do diálogo e do esforço de todos, em vista da justiça e da paz”.

A manifestação
A situação no entorno da Alerj ficou totalmente fora de controle. As ruas da Assembleia, do Carmo, Quitanda, São José e avenidas Nilo Peçanha e Rio Branco foram tomadas por barricadas de fogo para impedir a passagem do caveirão e da cavalaria. Lojas fecharam por volta das 16:00hs., totens publicitários foram quebrados e até o prédio conhecido como ‘Banerjão’, que abrigava órgãos estaduais e está em reforma, teve as vidraças estilhaçadas e uma retroescavadeira, que estava no pátio do prédio foi queimada. O VLT teve duas paralisações no serviço ao longo do dia, das 14:30hs., às 15:10hs.,e das 16:10hs., às 17:15hs. No final do dia, o funcionamento ficou restrito entre as estações da Praça Mauá e Rodoviária Novo Rio. O metrô funcionou normalmente.


Protesto de servidores estaduais terminou em confusão na tarde desta terça-feira 
em frente à Alerj. PM jogou gás lacrimogêneo e houve correria no local.

Entre os feridos, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio, Gutemberg de Oliveira, foi atingido por uma bala de borracha no olho direito. Ele foi levado ao Hospital Souza Aguiar e depois para a Policlínica de Botafogo, que não quis informar seu estado de saúde. Nas redes sociais, amigos disseram que ele corre risco de perder a visão do olho atingido. Ainda por volta das 18:00hs., quando muitas pessoas deixavam o trabalho, o clima nas ruas da região ainda era de muita tensão. Um homem, que preferiu não se identificar, foi atingido no braço por estilhaços de bomba atirada pela polícia na altura da Rua do Carmo. “Acabei de sair do trabalho, só estou tentando ir embora.”

A PM informou que 11 policiais foram feridos no confronto após o lançamento de bombas de fabricação caseira, rojões e morteiros. Todos tinham estado de saúde estável, à exceção de um agente que sofreu fratura no rosto causada pela explosão de um morteiro. Nove homens foram detidos e encaminhados à 9ª DP (Catete).

OAB repudia a atuação da polícia
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) emitiu nota oficial condenando a violência utilizada pelas forças policiais durante a manifestação de ontem e diz que vai cobrar investigação e punição dos agentes envolvidos, em ato, segundo a nota, “típicos dos regimes de exceção”. O texto dizia que “os excessos, que incluem a invasão de uma igreja e o atentado a transeuntes e manifestantes com o disparo de bombas de efeito moral, demonstram que as autoridades públicas do Rio de Janeiro perderam a capacidade de administrar a crise.”

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Moradores de Paquetá e Ilha Grande não estão mais isentos de tarifa das barcas

Eles passarão a pagar metade do valor no transporte. Norma vai para sanção do governador Luiz Fernando Pezão.


Moradores de Paquetá e Ilha Grande terão que pagar metade da passagem nas barcas.
O DIA

Rio - Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) votaram, na tarde desta quarta-feira, o projeto que acaba com a isenção de tarifa nas barcas para moradores de Paquetá e Ilha Grande. Os parlamentares fizeram alterações no projeto e, com as emendas, os moradores passarão a pagar metade do valor no transporte. No entanto, aqueles que estiverem isentos do imposto de renda também não pagarão a tarifa.

O projeto segue para sanção do governador Luiz Fernando Pezão, que tem 15 dias úteis para publicá-lo. Atualmente, as passagens custam R$ 5,60 para Paquetá, com desconto de R$ 4,10 para usuários do Bilhete Único, com saídas da Praça XV, e R$ 15,00 para Ilha Grande com saídas de Mangaratiba e Angra dos Reis.

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Esquema de corrupção de Cabral contribuiu para crise no Rio, diz procurador

Segundo Leonardo Freitas, Estado foi 'assolado por uma organização criminosa que praticou extensos atos de corrupção narrados na denúncia'.


ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O procurador da República, Leonardo Cardoso de Freitas, disse que a corrupção praticada pelo ex-governador Sérgio Cabral agravou a crise financeira que vive o Estado do Rio. O governo calcula o rombo nas contas deste ano em R$ 17.500.000.000,00. Segundo a denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) na terça-feira, no âmbito da Operação Calicute, o grupo de Cabral teria desviado R$ 224.000.000,00 em obras públicas com diversas empreiteiras como na reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas. Cabral está preso desde a deflagração da Calicute, no último dia 17. "Gostaria de ressaltar a importância desse caso para mostrar como é necessária e urgente que se combata a corrupção no Brasil", disse Freitas, em entrevista coletiva do grupo de procuradores do MPF do Rio que participam da força-tarefa da Operação Lava Jato. A Calicute é um desdobramento da Lava Jato.

Segundo Freitas, o Estado do Rio foi "assolado por uma organização criminosa que praticou extensos atos de corrupção narrados na denúncia". "Este mesmo Estado que hoje vive uma crise aguda, que, sem dúvida nenhuma, seria menor se toda essa corrupção e desgoverno que acompanha essa corrupção não tivessem sido praticados nesse passado recente", afirmou o procurador.

Na decisão em que prendeu Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, escreveu também que "com a corrosão dos orçamentos públicos, depreciados pelo 'custo-corrupção', toda a sociedade vem a ser chamada a cobrir seguidos rombos orçamentários". "Aliás, exatamente essa é a razão que levou o governador do Estado do Rio de Janeiro em exercício a decretar, no dia 17 de junho deste ano, o estado de calamidade pública devido à crise financeira", escreveu o juiz.

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Adriana Ancelmo, ex-primeira dama, janta e toma café com outras detentas

Mulher do ex-governador Sérgio Cabral está em uma cela individual no Complexo de Gericinó. Até o momento ela não recebeu visitas.


Esposa de Cabral teve imóveis bloqueados na segunda-feira.
O DIA

Rio - A ex-primeira dama do Rio Adriana Ancelmo passou a primeira noite em seu novo endereço, a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Adriana está em uma cela — de seis metros quadrados — separada das outras detentas. A penitenciária é a mesma que seu marido, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, inaugurou em 2008. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Adriana Ancelmo está alimentada e passa bem. Nesta terça-feira, a ex-primeira dama teve a sua escolha no jantar — arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha (carne, peixe, frango), legumes, salada, sobremesa e refresco —. Já na manhã desta quarta-feira, o café da manhã foi pão com manteiga e café com leite. Ela jantou e tomou café junto com as outras detentas. Por ser advogada, a mulher de Cabral está em uma galeria especial. O local conta com nove celas e 18 vagas. Segundo a Seap, hoje o local só tem sete internas. Adriana, acostumada com muito luxo e glamour, hoje está em uma prisão composta por: uma beliche de alvenaria, além de um chuveiro, uma pia e um vaso sanitário no chão.


Adriana Ancelmo presa é fotografada com uniforme da Seap.

A Seap informa que a nova detenta cumprirá as normas da unidade, como banho de sol. Além disso, ela terá direito a visitas que serão cadastradas e terão suas carteirinhas de visitante expedidas em um prazo de até quinze dias, procedimento esse que é feito para todos os internos. Até o momento, ela não recebeu visitas. Vale lembrar que a advogada tem direito a uma visitação extraordinária, segundo as normas da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento
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