segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Exército não sabe o que fazer com general que falou em intervenção militar.


Por Domingos Fraga

Michel Temer, Raul Jungmann e Eduardo Villas Bôas estão encalacrados. Não sabem o que fazer com o general Antônio Hamilton Mourão, que disse, em alto e bom som, na ultima sexta-feira, que as Forças Armadas podem "impor" uma solução militar, caso o Judiciário não consiga resolver o problema da corrupção. "Por que não vamos derrubar esse troço todo?" pergunta em dado momento. Esse questionamento, segundo ele, é feito também pelos seus colegas do Alto Comando do Exército. Não foi a primeira vez que o general, lotado na Secretaria de Economia e Finanças do Exército, deu declarações criticando a classe política. Em outubro de 2015, ele foi afastado do Comando Militar do Sul por falar para militares da reserva que o País precisava "despertar para uma luta patriótica". Um mês antes atacou a então presidente Dilma Roussef.

A coluna apurou que o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, está receoso em tomar uma medida mais drástica contra o general para não transformá-lo em herói da tropa. Defensor ferrenho da Constituição, Villas Bôas ficou irritado com Mourão, mas optou pelo silêncio. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e Michel Temer também preferem que o caso seja esquecido imediatamente. Embora não haja inquietude nos quartéis, Villas Bôas tem consciência de que uma punição a Mourão poderia aumentar o clima de insatisfação com a diminuição dos recursos destinados às Forças Armadas.

Mourão vai para a reserva em março. Até lá, deve aumentar o tom do seu discurso contra a classe política. Não está descartada uma eventual candidatura do general à sucessão de Temer.



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