quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Placas que faziam homenagem a PMs mortos na Lagoa desaparecem.


Flavia Louzada, que ajudou a instalar placas lamenta retirada.
Pedro Zuazo

A grade da Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura da Curva do Calombo, amanheceu sem as dezenas de placas que haviam sido instaladas há três semanas, pela ONG Rio de Paz, para prestar homenagem aos policiais militares mortos este ano no estado. De acordo com Antônio Carlos Costa, fundador da ONG, as telas negras permaneciam no local até as 22h30 desta terça-feira. Não há informações sobre quem as retirou e o motivo pelo qual foi feito.

Na segunda-feira, organizadores do protesto haviam atualizado as placas, incluindo os nomes dos PMs mortos na semana passada e também o do policial civil Bruno Buhler, morto durante um tiroteio no Jacarezinho, na sexta-feira. A primeira a perceber o sumiço das placas foi a PM Flavia Louzada, cabo do 16º BPM (Olaria). Ela concederia uma entrevista no local, na tarde da quarta-feira. Ao chegar, se deu conta do ocorrido. — Quando cheguei, vi que não tinha mais placa nenhuma. Só deixaram a bicicleta (que faz alusão ao assassinato do médico Jaime Gold). Foi decepcionante. A impressão que dá é que quiseram apagar a memória dos policiais falecidos. Tira-se os nomes dos policiais como se a morte deles nada fosse. É um absurdo — desabafa Louzada.

Além dos nomes dos policias, as placas também traziam informações sobre jovens moradores de favelas que foram vítimas da violência urbana. Segundo Antônio Carlos Costa, o objetivo do protesto era sensibilizar a população. — Não temos ideia de quem o fez e estamos muito decepcionados. Era uma ação educativa, uma forma de humanizar a cidade. Falamos em políticas públicas, em política de segurança, mas também tem que haver uma ação educativa, que tenha o objetivo de atingir o coração do carioca. Essa era uma forma de semear esse valor do respeito pela vida humana. Amanhã vamos colocar alguma coisa no lugar — afirma Costa.


extra.globo.com

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