Foto: João Laet / Agência O Dia
Obstáculos intransponíveis em ônibus atormentam a vida dos idosos do Rio
Rio - O andar lento e as mãos frágeis mostram que a subida no ônibus em Copacabana, na Zona Sul, será difícil. Por conta de degraus altos, a amiga idosa que faz sinal para o veículo parar quase caiu, antes de embarcar pela escada metálica. Ela reclama, mas o motorista segue viagem, sem se importar. Essa é a realidade, que constatei, de boa parte dos 700 mil idosos que precisam andar de ônibus no Rio, enfrentando dificuldades na acessibilidade dos carros.
Qual amigo idoso nunca viveu esse tipo de situação na cidade? Decidido a investigar esse problema, circulei pelas ruas da Zona Sul e me deparei com problemas em ônibus mal adaptados para nós.
Para começar, alguns veículos não possuem elevador de acesso
para quem usa cadeira de rodas ou muletas. Dessa forma, o jeito é
aguardar o próximo ônibus. Uma amiga no ponto da Avenida Nossa Senhora
de Copacabana foi enfática: “Já caí tentando subir. É uma coisa horrível
porque alguns motoristas não aguardam com paciência, fazem terror
psicológico”, desabafa a aposentada Ilsa de Rosa, de 74 anos.
No geral, os veículos
que têm escada eletrônica continuam mantendo degraus altos. Ou seja,
para evitar o constrangimento de fazer o ônibus esperar pelo
funcionamento do elevador, os idosos preferem evitá-los e esperaram por
outro. Em alguns casos, optam por pagar um táxi.
Para idosos chegarem em casa saída é o táxi
A volta do supermercado do casal de aposentados Maria da Conceição e Joel Pereira, ambos de 70 anos, é sempre de táxi. Para chegar em casa com as compras não basta ir de ônibus: “Nem adianta pensar nisso agora, sabe. Já está longe das nossas condições de esforço ou paciência, já que é muita dor de cabeça enfrentar uma subida com uma série de degraus tão altos”, desabafa Maria, acrescentando que faz tempo que não utiliza os veículos públicos pelos empecilhos de acesso.
A volta do supermercado do casal de aposentados Maria da Conceição e Joel Pereira, ambos de 70 anos, é sempre de táxi. Para chegar em casa com as compras não basta ir de ônibus: “Nem adianta pensar nisso agora, sabe. Já está longe das nossas condições de esforço ou paciência, já que é muita dor de cabeça enfrentar uma subida com uma série de degraus tão altos”, desabafa Maria, acrescentando que faz tempo que não utiliza os veículos públicos pelos empecilhos de acesso.
O Vovô Secreto é uma parceria com a Federação dos Aposentados do Rio
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