Com a enxurrada de dinheiro a juros baixos, consumidor corre risco de ficar enrolado comprando supérfluos. Veja dicas para não comprometer as contas
POR Max Leone
Rio - Queda das taxas de juros e aumento da oferta de crédito são elementos capazes de fazer o consumidor perder a cabeça e o controle do orçamento doméstico ao comprar muita coisa sem necessidade. Diante deste cenário, a inadimplência já começa a dar sinais de vida. Segundo o Banco Central, o nível de endividamento das pessoas físicas em abril subiu a 7,6%, o mais elevado desde dezembro de 2009.
Para evitar que as contas fiquem no vermelho, a pedido de O DIA, especialistas elaboraram guia com dez dicas de como evitar se enrolar com dívidas feitas por conta da fartura da oferta dinheiro na praça. O primeiro passo é planejar e programar os gastos, listando o que pretende comprar em ordem de prioridade. Mas é bom reservar um valor mensal para ser poupado.
“Faça grandes planos para sua vida, como comprar ou trocar de carro e
adquirir a casa própria. Isso tende a diminuir o ímpeto de consumo e a
priorizar os gastos”, ensina Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec-RJ.
Os especialistas orientam seguir à risca o planejado para evitar derrapagens e problemas de inadimplência.
“Programe sempre as compras. Liste as compras do supermercado da semana, do mês, da quinzena, o cardápio da semana, presentes. Mas evite sair do planejado”, indica Marco Quintarelli, consultor do Grupo AZO.
Outro conselho é não cair na tentação de supérfluos e liquidações,
principalmente quando são oferecidas formas de pagamento muito fáceis. O
ideal é comprar só o que for realmente necessário.
“Se for parcelar as compras, escolha as modalidades de pagamento sem
juros, seja no cartão de crédito ou no cheque pré”, orienta Braga.
“Sabemos que às vezes necessitamos parcelar a compra para aliviar o
dinheiro de imediato. Logo, parcelar é só quando a loja e a financeira
não aplicam juros nas parcelas. Mesmo sabendo que muitas das vezes o
preço já inclui juros de parcelamento”, complementa Quintarelli.
Um militar reformado das Forças Armadas, que pediu para não ser
identificado, vive o drama do endividamento por não ter observado regra
importante de comprometer, no máximo, 25% do salário em empréstimos. Com
80% da remuneração destinada a parcelas de dois créditos, ele vê
descontados R$ 5 mil todo os meses do contracheque.
DICAS
1. Planeje e faça grandes planos, como comprar ou trocar de carro e
casa própria. Isso diminui o ímpeto de consumo. Fazer poupança é
importante. O ideal é programar compras, fazendo lista para tudo. Evite
sair do planejamento.
2. Acompanhe a sua conta bancária, verifique o saldo e controle a
evolução. Estabeleça padrões de gastos, de forma que ao atingir o
limite, você corte os supérfluos. Não comprometa mais de 25% da renda em
empréstimos ou no total despesas a longo prazo.
3. Faça lista de prioridades todos os meses, evitando comprar itens não
importantes. Monte orçamento por mais simples que seja. Conhecer gastos
recorrentes, extras e as receitas faz com que você tenha domínio do
dinheiro. Assim, pode usá-lo da melhor maneira. Anote cada gasto que
fizer. Seja determinado.
4. Tenha cuidado com as liquidações ou quando as formas de pagamento
são muito facilitadas. Cuidado com os supérfluos. Só compre o
necessário. Evite ir ao supermercado com fome, pois a tendência é
comprar mais do que o necessário.
5. Pesquise preços, peça descontos e evite comprar por impulso.
Pesquisar sempre : a cada dia a concorrência fica maior entre lojas
físicas e virtuais. Muitos produtos oferecidos no mercado variam de uma
loja para outra em até 40%, principalmente os vendidos em lojas
virtuais.
6. Se for necessário fazer dívidas, dê prioridade ao crédito consignado
e depois ao financiamento tradicional. Evite cheque especial e cartão
de crédito. O especial deve ser usado em último caso. O cartão de
crédito é uma ilusão. De maneira alguma entre no rotativo. Se esforce e
pague o integral na data do vencimento da fatura.
7. Se for parcelar as compras, escolha as modalidades sem juros, mesmo
no cartão ou no pré-datado. Parcelar é uma boa opção mas só quando a
loja ou a financeira não aplica juros nas parcelas. Mesmo sabendo que na
maioria das vezes o preço já inclui juros de parcelamento.
8. Empréstimos só quando necessário. Com a movimentação da queda dos
juros, os bancos e financeiras estão loucos para oferecer crédito a todo
mundo, mas só devemos pegar para necessidade real.
9. Se você já estiver endividado , coloque foco nas prioridades. Feche
“as torneiras”, evite que a dívida aumente, pague as de valor mais baixo
antes e negocie as de valor mais alto. Seja criativo. Se precisar dar
presente, improvise: escreva um cartão de felicitações que pode ser
combinado com pequeno vaso de flores.
10. Faça as contas! Ao se programar para comprar, compare produtos e
preços e não se “apegue” à marca famosa. Há produtos de marca própria ou
não tão conhecida com excelente qualidade e com preço muito
competitivo. Experimente novos produtos.
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