quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Djalma Beltrami é solto durante a madrugada

Comandante se lamenta ao ser preso em sua chegada ao Batalhão para trabalhar | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

Rio - Após conseguir um habeas corpus, no fim da noite desta terça-feira, o coronel Djalma Beltrami, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), acusado de envolvimento com o tráfico, foi solto por volta das 4h desta quarta. Ele deixou o Quartel-General da PM com a mulher. A decisão foi do desembargador Paulo Rangel, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça, que afirmou na decisão: "Estão brincando de investigar. Só que esta brincadeira recai, no direito penal, nas costas de um homem que, até então, é sério, tem histórico na polícia de bons trabalhos prestados e vive honestamente".

Paulo Rangel ainda escreveu: "É lamentável que um fato como este esteja acontecendo, em especial com a aquiescência do Poder Judiciário, pois se trata de prisão temporária decretada pelo juízo de São Pedro da Aldeia que sem observar o teor das transcrições da interceptação telefônica decretou a prisão de um Comandante da Polícia Militar da estirpe do Cel. DJALMA BELTRAMI, se deixando levar pela maldade da autoridade policial que entendeu que “zero um” só pode ser o Comandante do 7º Batalhão".

O desembargador também comenta a decisão do juiz que decretou a prisão. "Mas aqui tenho que reconhecer: esta prisão não foi em flagrante e sim POR ORDEM DE UM MAGISTRADO que não atentou para um fato óbvio: quem é “zero um”? O juiz é responsável também e aqui foi irresponsável ao prender o Comandante de um Batalhão, até então, inocente. Talvez seja o estigma que recai sobre o 7º BPM. Não é isso que se espera do Judiciário e não posso aplaudir esta decisão contra o paciente".

O desembargador acolheu pedido de relaxamento da prisão da defensora pública Claudia Taranto. A decisão acontece dois dias após a detenção de Beltrami e outros 10 policiais na Operação Dezembro Negro.

Operação Dezembro Negro

Segundo investigações, traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo, pagariam propina de R$ 160 mil ao oficial e policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do quartel para não reprimir a venda de drogas na comunidade. A prisão do coronel Beltrami gerou divergência entre as polícias Civil e Militar. Enquanto agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói afirmam que o oficial estava envolvido no esquema de pagamento de propinas, dois ex-comandantes da PM defenderam o policial e afirmaram que a prisão foi arbitrária.

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