terça-feira, 24 de julho de 2018

Polícia Civil prende PM reformado suspeito de estar no carro dos assassinos de Marielle

Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, foi preso 
pelas mortes de um PM e um ex-PM em fevereiro do ano passado.


Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital prendeu, na manhã desta terça-feira, um policial militar reformado, que é suspeito de estar no carro usado por criminosos no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no Estácio, região central do Rio. Os alvarás de prisão foram expedidos pela Vara Única de Guapimirim. Alan de Morais Nogueira, mais conhecido como Cachorro Louco, foi preso junto com o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa por outro crime. Eles são suspeitos de participar de dois homicídios, de um PM e um ex-PM, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, no dia 25 de fevereiro do ano passado, a mando do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica.

De acordo com as investigações, o militar José Ricardo da Silva, que entrou na corporação em 2005, e o ex-PM Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em uma emboscada no sítio Vale das Pedrinhas, que seria de Orlando. Os corpos, no entanto, foram encontrados carbonizados em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio.

Imagens da concessionária que administra a Rodovia Rio-Teresópolis, obtidas pela Polícia Civil, mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro onde estavam os dois corpos queimados, na pista sentido Rio de Janeiro. Horas depois o carro retornou para Guapimirim. "Eles tiveram mandado de prisão temporário por causa da morte desses policiais. Eles participavam da milícia na Zona Oeste e Orlando acreditava que eles estavam tramando um golpe de estado contra ele. Então, os homens foram chamados para uma festa no sítio e lá eles foram executados", conta o delegado Willians Batista da DH.


Segundo o delegado, o caso estava parado, mas há três meses uma testemunha chave denunciou diversos crimes do grupo, incluindo as mortes de Guapimirim. Com base nos depoimentos, a especializada fez buscas e os suspeitos foram presos. Com a dupla foi apreendido 20 celulares, dez com cada um. De acordo com Willians Batista, o delator do duplo homicídio contou que os homens estariam envolvidos na morte de Marielle Franco. "É prematuro dizer sobre a participação deles no caso. Eu não sei como eles estão envolvidos de fato. Eles ainda serão ouvidos", afirma o delegado. Alan e Luiz Cláudio foram indiciados por duplo homicídio qualificado, sem a possibilidade de defesa da vítima e por motivo torpe. Orlando de Curicica foi apontado por delator e ex-aliado como um dos autores junto com o vereador Marcello Siciliano (PHS) do plano para assassinar a vereadora Marielle Franco.

Testemunha contou detalhes do crime no sítio
Segundo o delegado, a testemunha chave do crime contou detalhes do duplo homicídio no Sítio das Pedrinhas. "O delator disse que tinha uma marca de tiro na madeira, nós chegamos lá e tinha mesmo. Ele também como os corpos estavam. Disse que o Alan tinha atirado pela frente contra um dos homens e pelas costas contra o outro. Os laudos comprovaram isso também", diz Willians Batista.

Alan tem passagens pela polícia por lesão corporal, disparo de arma de fogo e ameaça, entre os anos de 2004 e 2014. Já Luiz Cláudio tem um homicídio datado da década de 90. Entre os anos de 97 e 2016, ele tem anotações por crime militar, receptação e uso e porte de arma de uso restrito. Pelos crimes, se condenados, cada um pode pegar até 60 anos de prisão.

'Ele desconhece totalmente', diz defesa de PM reformado sobre caso Marielle
Leonardo Lopes, advogado do PM reformado Alan Nogueira, diz que o cliente nega as acusações e garante que nunca teve contato com Orlando Curicica. “Estamos tentado ter acesso ao inquérito. O direito de defesa dele está sendo cerceado. Ele foi preso em casa, às 06:00h. Ele está tranquilo. O carro dele também foi trazido para cá." Indagado sobre o caso Marielle, o defensor foi enfático: “Ele desconhece totalmente. Meu cliente não sabe nem o que está acontecendo”, limitou-se a dizer.

Já em relação às mortes em Guapimirim, Leonardo disse que Alan sempre morou em Olaria, onde foi preso, e nunca teve sítio. Sobre ser amigo de Curicica e participar da quadrilha de milicianos, o advogado diz que o PM reformado nunca participou de nada ilícito. Alan deu baixa na PM após tomar vários tiros durante uma perseguição policial. O defensor não soube dizer quando foi e como foi essa perseguição que o cliente acabou sendo baleado. Os homens ficam na especializada até esclarecerem o caso e depois seguem para Benfica, na Zona Norte do Rio.

Orlando de Curicica é apontado como chefe da milícia em Jacarepaguá
Orlando Curicica é o vulgo do ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, que hoje está preso no presídio federal do Rio Grande do Norte. A Polícia Civil afirma que ele é o chefe de uma das milícias mais violentas do Rio. Seu grupo, segundo os investigadores, atua no bairro de Curicica, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Além de agirem na Taquara, em Vargem Pequena e Vargem Grande, e no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Nessas áreas, de acordo com a Polícia Civil, o bando explora comerciantes e moradores, cobram taxas pela venda de gás e água mineral, além do fornecimento clandestino de TV a cabo e Internet. Os milicianos do grupo de Curicica, apontam as investigações, cobram pedágio para vans e mototaxistas trabalharem nas regiões, e ainda tem total controle sobre pontos de caça-níquéis.

O ex-PM foi preso em outubro de 2017 pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). Orlando Curicica, em 2015, teria mandado matar o presidente da escola de samba Parque de Curicica, Wagner Raphael de Souza, conhecido como Dádi. No dia do crime, o carro de Wagner foi alvejado por 12 tiros. Ele também responde a processo por organização criminosa e mais uma acusação por porte ilegal de arma.

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Cabral é levado para solitária em Bangu.

Ex-governador teria questionado determinação de promotor do MPRJ.


Por ADRIANA CRUZ

Rio - Está nas mãos do juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela, a decisão de manter o ex-governador Sérgio Cabral no isolamento. A ordem para o político ir para a solitária partiu do promotor André Guilherme Freitas, sob alegação de que Cabral se recusou a colocar as mãos para trás e voltar a cabeça para a parede durante uma inspeção do Ministério Público no Complexo de Gericinó, em Bangu, pela manhã. Agora à tarde, Estrela determinou que o juiz de fiscalização fosse ao presídio ouvir o ex-governador. Por enquanto, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a ordem é manter Cabral sozinho na cela. De acordo com a defesa de Cabral, André Guilherme teria entrado na Ala E e dito aos detentos que abaixassem a cabeça e se voltassem para a parede. O ex-governador teria questionado a determinação e foi encaminhado para isolamento. A informação foi antecipada pelo portal G1.

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que o promotor efetuou uma supervisão de rotina no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira. "Na galeria onde se encontra o apenado Sérgio Cabral, este demorou a sair da cela e não se colocou em posição de respeito, como é de praxe durante inspeções judiciais, ministeriais ou da própria Seap. O promotor determinou verbalmente que o citado apenado fosse colocado na cela em isolamento", disse a pasta no texto.

Ainda segundo a Seap, já foi instaurado o procedimento disciplinar próprio em relação à conduta do interno em tela e também já foi comunicado o ocorrido ao juiz titular da VEP, a quem cabe a decisão final sobre as consequências do comportamento do custodiado. O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, informou ainda que processará André Guilherme 'por danos psicológicos causados ao seu cliente'.

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Retroescavadeira causa o rompimento de tubulação de gás em Niterói

Incidente aconteceu na tarde de segunda-feira.



Por O Dia

Rio - O rompimento de uma tubulação de gás provocou a interdição de dua vias de Icaraí, na tarde de segunda-feira. A rede de gás foi atingida após uma obra da Prefeitura para a retirada de uma árvore entre as ruas Cinco de Julho e Ministro Otávio Kelly, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Segundo a Ceg, a rede foi atingida acidentalmente durante obras realizadas por terceiros. E para evitar situações como esta, foi desenvolvido um guia para obras em vias públicas nos municípios abastecidos por gás canalizado, que recomenda que as concessionárias entrem em contato com a Ceg antes de executar qualquer trabalho.

Em nota, a Prefeitura de Niterói informou que "durante a retirada da raiz de uma árvore, a máquina retroescavadeira atingiu uma tubulação de gás. Os bombeiros e a CEG foram acionados imediatamente e estão no local. As ruas estão interditadas e agentes da Nittrans auxiliam no trânsito da região. A situação está controlada".

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Família reconhece corpo de homem desaparecido em Niterói

Tio e amigo fizeram o reconhecimento. Enterro será nesta terça-feira.


Por O Dia

Rio - A família de Gustavo Ramos Lopes, de 40 anos, que desapareceu na Praia de Piratininga, em Niterói, na última terça-feira, reconheceu, na tarde da segunda-feira, o corpo encontrado por Bombeiros às margens das Ilhas Cagarras, no Rio. Eles receberam a informação de que um corpo com as características da vítima tinha sido levada para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, em São Cristóvão, e confirmaram se tratar de Gustavo. Nas redes sociais, parentes e amigos fizeram uma mobilização na tentativa de encontrá-lo. Gustavo era empresário e tinha sido visto pela última vez na terça-feira na praia da Região Oceânica.

Segundo a advogada Alessandra Benevides, de 42 anos, prima da vítima, o tio materno e um amigo fizeram o reconhecimento do corpo. O enterro de Gustavo será nesta terça-feira, às 10:00h no Cemitério Parque da Colina. "O enterro será no Parque da Colina, mas não vai ter velório. Ele era um ser humano do bem, que se preocupava com todos. Cuidava de todos. Realmente era um dos seres humanos mais puros que conheci", finalizou.

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Estado do Rio vai indenizar paciente que teve rim retirado por erro.

Em setembro de 2006, Adriano da Silva teve o rim esquerdo retirado por erro médico em 
cirurgia realizada no Hospital Estadual Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense.


Por Agência Brasil

Rio - A Justiça do Rio decidiu que o estado do Rio terá que pagar indenização por danos morais no valor de R$ 100.000,00 a Adriano da Silva que, em setembro de 2006, por erro médico, teve retirado o rim esquerdo em cirurgia realizada no Hospital Estadual Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense. Em 2005, após sofrer queda de uma cachoeira, Adriano sofreu fratura exposta do fêmur e apresentou quadro de traumatismo craniano. Em ação contra o estado, Adriano contou que, devido à demora na realização dos procedimentos necessários, acabou contraindo infecção hospitalar, sendo obrigado a se submeter a novas cirurgias. Em uma delas, o hospital estadual deveria ter extraído o baço do paciente. Meses depois, porém, ao se submeter a exame de imagem, descobriu que teve removido erroneamente o rim em lugar do baço, o que acabou lhe provocando várias sequelas.

Os desembargadores da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça acompanharam, por unanimidade, o voto da relatora, desembargadora Myriam Medeiros da Fonseca Costa. O estado ajuizou recurso contra a decisão da primeira instância, quando havia sido condenado ao pagamento de R$ 50.000,00 por danos morais e a R$ 10.000,00 por danos estéticos.

Na decisão, a desembargadora Myriam Costa escreveu: “Resta claro, portanto, que o autor foi vítima de uma série de falhas por parte do Estado do Rio de Janeiro, seja no tocante ao retardo no atendimento, seja em relação às inúmeras intercorrências apuradas, sendo a mais grave delas, a meu sentir, a retirada desnecessária de um dos rins.”, avaliou a magistrada.

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segunda-feira, 23 de julho de 2018

"Lua de sangue" desta sexta será o eclipse mais longo do século.


Wanderley Preite Sobrinho
Do UOL, em São Paulo

O mundo conta os dias para testemunhar um dos espetáculos mais fascinantes do ano. Na próxima sexta-feira (27), um fenômeno lunar estará na mira de astrônomos e curiosos: de tom avermelhado, o eclipse conhecido como "lua de sangue" poderá ser visto por uma hora e 43 minutos, o que fez com que ganhasse a explicação de "o mais longo do século". Esse eclipse é conhecido como "lua de sangue" porque os raios solares se curvam ao passar pela atmosfera terrestre justamente no momento em que a Lua está na sombra da Terra. "A atmosfera funciona como uma lente que desvia as luzes vermelha e laranja do sol, conferindo a cor avermelhada desse eclipse", explica o professor de física Daniel Rutkowski, da Eseg (Escola Superior de Engenharia e Gestão). "Se a Terra não tivesse atmosfera, o eclipse ficaria totalmente escuro."

Esse eclipse vai durar tanto tempo no céu porque vai atravessar a parte mais escura da sombra terrestre, uma região conhecida como Umbra. "Ali é onde não deveria chegar nenhum raio de luz, mas acaba chegando em razão desse desvio da luz provocado pela atmosfera", explica o físico. A Lua vai demorar 3 horas e 55 minutos para cruzar toda a sombra da Terra, mas estará visível somente por uma hora e 43 minutos, "o mais longo eclipse do século 21", de acordo com a "Earth Sky", uma rádio pública do Texas especializada em astronomia. "O fenômeno do dia 27 será visto com maior nitidez entre a África e o oceano Índico", diz Rutkowski.

Mas quem estiver na Europa, na Austrália e na Nova Zelândia também terá uma visão privilegiada. "Não é em todo lugar do mundo que dá para ver. Quando a Lua nascer aqui no Brasil, ela já estará eclipsada, avermelhada", explica o físico. Por aqui, o eclipse será observado entre 17:30h e 18:13h, horário de Brasília. O último eclipse lunar ocorreu em 31 de janeiro deste ano e ficou conhecido como "eclipse da superlua azul de sangue". O fenômeno durou uma hora e 16 minutos.

Interesse aumentou
O físico diz que "a 'lua de sangue' é um evento corriqueiro". "Com a chegada da internet, aumentou o interesse pelo assunto. Na última década, houve uma procura maior por eclipses." Ele explica que o termo "lua de sangue" apareceu há cerca 20 anos e que acabou adotado até pelas universidades. "É um termo popular. As faculdades acabam usando para chamar a atenção e conseguir ensinar alguma coisa sobre o assunto." Dias depois do eclipse do dia 27, um novo evento chamará a atenção no céu. Marte estará a 57 milhões de quilômetros da Terra, a posição mais próxima do nosso planeta nos últimos 15 anos.

Quer fotografar a "lua de sangue"? Veja dicas.
A primeira dica para fotografar a "lua de sangue" é utilizar a maior lente ou o maior zoom possível de sua câmera ou telefone celular. Os profissionais utilizam lentes de 300 mm e 400 mm e ainda podem contar com a ajuda de um duplicador, que diminui ainda mais o ângulo de visão, causando a impressão de maior aproximação. Você também precisará de um tripé. Lentes longas ou zoom ativado normalmente exigem que a câmera ou o aparelho não sofram nenhum tipo de trepidação ou movimento, por mínimo que seja. Quando isso acontece, a imagem sai borrada e a Lua parece como uma mancha branca na foto. O tripé também ajuda a dar nitidez à fotografia: um pequeno movimento do braço ou um passo para frente ou para trás pode tirar o foco da imagem.

Também é importante medir a luz da maneira mais precisa possível. No enquadramento para fotografar a Lua, temos uma grande parte escura no quadro, e isso, quase sempre, indica às câmeras a necessidade de mais luz. Mas, na verdade, elas não precisam porque a Lua é mais clara que o fundo. Podemos fotografar diversas vezes e perceber em que momento os detalhes da Lua se tornam visíveis. Uma boa ideia é tentar uma composição com diversos elementos, como edifícios, árvores, estátuas. Eles destacam a proporção e orienta o olhar para a Lua. Mirar o astro entre prédios ou "apoiá-lo" sobre a mão de uma estátua é uma alternativa divertida.

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Cuba reforma Constituição para reverter décadas de homofobia

Projeto de reforma aprovado na Assembleia Nacional 
redefine o casamento como a “união entre duas pessoas”.


Roiniel Torres e Dariel Hernández conversam no Malecón de Havana.
Miami

A Assembleia Nacional de Cuba debateu no domingo um artigo da futura reforma constitucional que abre caminho para o reconhecimento do casamento homossexual na ilha comunista. No anteprojeto, que foi aprovado no fim de semana pelos parlamentares e será submetidos nos próximos meses a consulta popular, o casamento é redefinido como a “união entre duas pessoas”. O texto atual especifica o matrimônio como a união de um homem e uma mulher. A aprovação do artigo representa um avanço importante num país que arrasta o peso de décadas de discriminação a seus cidadãos por sua orientação sexual, e que nos anos sessenta chegou a internar gays em campos de trabalhos forçados.

“Com esta proposta de regulamentação constitucional, Cuba se situa entre os países da vanguarda no reconhecimento e na garantia dos direitos humanos”, afirmou a deputada Mariela Castro, que é filha do ex-presidente Raul Castro e uma das principais promotoras do reconhecimento dos direitos da comunidade LGTBI na ilha, na qualidade de diretora do Centro Nacional de Educação Sexual. A parlamentar disse que a reforma constitucional estabelecerá as bases para que futuramente se possa aprovar o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo em uma legislação específica, inclusive contemplando a adoção de crianças por casais de gays e lésbicas. “O Estado deve garantir a todas as famílias os seus direitos e as vias para alcançar estes fins”, acrescentou.

O deputado Miguel Barnet, presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba, disse sentir “imenso orgulho” desse avanço. “Estamos inaugurando uma nova era. Esta é uma Constituição dialética e moderna. E, se for preciso quebrar a tradição, que se quebre. No socialismo não cabe nenhum tipo de discriminação entre seres humanos. Sou a favor do artigo 68 [sobre o casamento] da nova Constituição. Senhores, o amor não tem sexo”, afirmou. A parlamentar Yolanda Ferrer defendeu que a diversidade sexual seja “um direito, e não um estigma”, e pediu que “séculos de atrasos” sejam deixados para trás. “Quantas pessoas conhecemos que são homossexuais ou bissexuais e são pessoas dignas, e que estão a cada dia juntas de nós e muitas vezes vivem juntas, mas às quais negamos o direito de constituir família?”, questionou.

A perspectiva de que Cuba autorize o casamento homossexual foi recebida com satisfação pela comunidade LGBTI na ilha, mas em comentários nas redes sociais alguns ativistas salientaram a necessidade de que o avanço nesse aspecto dos direitos sociais seja acompanhado de mais liberdades políticas e de associação.


Roiniel Torres e Dariel Hernández passeiam pelo Malecón, a avenida litorânea de Havana.

O projeto de reforma constitucional não prevê nenhuma mudança no sistema político, mantém o Partido Comunista como único partido legal e, embora elimine a referência ao comunismo como modelo ideal, impõe a “irrevogabilidade do socialismo”. O texto foi aprovado unanimemente pelos 605 deputados e, com relação à Constituição vigente, de 1976, escrita sobre o molde das constituições do bloco comunista europeu, contém novidades substanciais, como o reconhecimento da propriedade privada e a instituição do cargo de primeiro-ministro. O projeto será submetido a consulta popular entre 13 de agosto e em 15 de novembro, e finalmente deverá ser aprovado em um referendo ainda sem data marcada.

Falando por telefone de Havana, o ativista LGBTI Isbel Torres, de 43 anos, dizia neste domingo estar “muito contente” com a mudança constitucional sobre o casamento, que ele não esperava. “Achava que as forças mais retrógradas dentro do Governo teriam o poder de evitar, mas felizmente não foi assim”. Torres vê na decisão um passo imprescindível, mas acrescenta que ainda resta “muito trabalho por fazer”. “Cuba continua sendo um país bastante homofóbico, mais nas províncias que na capital, é verdade; mas a homofobia e sobretudo a transfobia abundam, e em nível institucional a polícia e o Exército são lugares onde a homofobia se expressa de maneira terrível. Nas escolas, além disso, o bullying homofóbico é muito comum, e não existe nenhum tipo de prevenção.”

Uma das páginas mais obscuras do castrismo foi a existência, entre 1965 e 1968, das Unidades Militares de Ajuda à Produção, campos de trabalhos forçados para a “reeducação” de indivíduos que o regime do Fidel Castro considerava extraviados com relação à moral revolucionária. As tenebrosas UMAP recebiam delinquentes comuns, dissidentes políticos, religiosos e homossexuais, entre outros. Estima-se que nelas foram encerrados cerca de 30.000 cubanos, sendo 800 deles especificamente por serem gays.

Um passado de torturas
O historiador Abel Serra Madero, estudioso das UMAPs, conta ao EL PAÍS que os detentos chegavam a ser torturados nesses centros, e critica o fato de o Governo cubano nunca ter pedido perdão por isso, e muito menos indenizado as vítimas. “Sempre tentaram demonstrar que as UMAPs foram um erro, e Fidel Castro se isentou das responsabilidades dizendo que estava muito ocupado governando e não sabia o que acontecia ali. Mas não foram um erro isolado. As UMAPs foram um fenômeno sistêmico da revolução.”


A psicóloga Liliana Morenza, junto a dois homossexuais recluídos em 1967 na cidade de Camagüey.

Emilio Izquierdo, diretor da associação UMAP Miami, que denuncia o ocorrido nos campos de trabalhos forçados, considera que eles foram “um crime contra a humanidade que deveria ser julgado como tal”. Izquierdo, de 70 anos, passou dois anos preso numa UMAP da província de Camagüey por ser dissidente político e recorda a crueldade especial com que os detentos homossexuais eram tratados. “Eram separados do resto e faziam equipes de trabalho composto só por gays, dividindo-os em grupos diferentes os ativos e os passivos e submetendo-os a todo tipo de insultos, surras e trancamento em calabouços”.

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Janaina diz que comparação com Ustra, feita por Eduardo Bolsonaro, foi como “soco na cara”


Foto: Pedro França/Agência Senado
Da Jovem Pan.

Durante o lançamento da candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República pelo PSL, a jurista Janaína Paschoal foi “homenageada” por Eduardo Bolsonaro, que a comparou ao ex-capitão do Exército Brilhante Ustra. Vale lembrar que Ustra é considerado um dos maiores torturadores da época da ditadura militar.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Janaína Paschoal disse que não gostou da comparação, porém tentou contemporizar e entender o outro lado. “Entendi que ele estava tentando me homenagear. Estou acostumada com pessoas que pensam muito diferente de mim e procurei ver a intenção em si. Tento trocar os personagens”, explicou. “Se estivesse num ambiente esquerdista e alguém me comparasse a Lenin, também ficaria chateada. Meu sentimento ali foi de um soco na cara, mas tento analisar o intuito de quem fala”, completou.

De acordo com a jurista, uma das relatoras do processo de impeachment de Dilma Rousseff, é preciso que esquerda e direita consigam se sublimar em relação ao tema. “Houve uma lei de anistia e crime dos dois lados. O STF se debruçou sobre essa lei e chegou o momento de esquerda e direita avançarem”, disse. (…) “Não sou uma ditadora nem dentro da minha casa. Preciso saber se vou ter espaço para representar essas pessoas que não votariam nele, mas votarão por minha causa”, destacou a advogada.

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Aos 75 anos, um 'senhor' relógio na Central.

Após um ano parado, equipamento volta a funcionar 
e ganha maior reforma das últimas duas décadas.


Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Um dos mais imponentes quatro faces do planeta, o relógio do prédio da Central do Brasil, no Centro do Rio, completa 75 anos em 2018. Como presente de aniversário, a 'peça' passa pela maior reforma dos últimos 25 anos. A Secretaria Estadual de Segurança Pública, responsável pelo equipamento, que se transformou em um dos cartões-postais mais queridos da cidade, não divulgou o total de investimentos nas obras, com previsão de término em setembro. As reformas incluem reforços em câmeras e alarmes, com o objetivo de evitar atos de vandalismo, como pichações. Também incluem melhorias nos controles interno e externo, que envolvem acionamentos elétricos e motorizados; melhorias do comando geral de engrenagens, separadas em cada um dos lados; e dos painéis de controle. Além disso, o subsistema de energia ganhou baterias.

Construído pela International Business Machines (IBM), uma empresa norte-americana voltada para a área de informática, o relógio da Central ocupa, a 110 metros de altura, cinco andares do Edifício Dom Pedro II, erguido em 1943. Cada face tem dez metros quadrados, entre o 21° e 26° andares da torre. Depois de ficar sem funcionar por aproximadamente um ano, por falta de manutenção e orçamento, o sistema voltou a marcar as horas corretas, em fase de testes, no mês passado. A notícia alegrou os admiradores mais velhos e boa parte dos mais de um milhão de trabalhadores que circulam por dia pela região e se orientam pelos gigantes ponteiros.

"A previsão é de voltar a funcionar plenamente em dois meses", diz trecho de nota da Seseg. A manutenção e reforma exigem mão de obra especializada e contam até com alpinistas. Só os ponteiros do 'senhor relógio' pesam, juntos, 452 quilos em cada lado. Os dos minutos têm 7,5 metros de comprimento e 270 quilos cada um. O das horas, 5,35 metros e 182 quilos. Hoje, o engenheiro eletricista Célio Cairo Borges, 58 anos, é o responsável geral pela manutenção do equipamento, auxiliado pelo supervisor em sistemas Jorge Sebastião de Freitas, 60. De acordo com eles, as peças enormes do relógio não existem mais no mercado. Nem externo. Em caso de necessidade, relojoeiros têm que refazer o componente danificado, de forma manual.

"Existem coisas que podem esperar. Outras não, como o relógio da Central, que marca o tempo. E o tempo não para", comenta Célio. Assim como Jorge, ele era da antiga equipe técnica da então Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que foi responsável pelo relógio, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Rio desde 1996.

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Janaína Paschoal diz que 'precisa de mais tempo' para decidir sobre vice.

Advogada disse que discorda da frase de Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar e cotado como vice do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), de que um vice 'não manda nada'.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A advogada e professora da USP Janaína Paschoal, cotada como possível vice na chapa à Presidência da República do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), reafirmou nesta segunda-feira que precisa de mais tempo para decidir se aceita o convite para formalizar a parceria e disputar as eleições 2018. Janaína, que ficou conhecida nacionalmente por ser uma das autoras do pedido de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff, disse que discorda da frase de Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar e cotado como vice do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), de que um vice "não manda nada""Definitivamente, não concordo com Josué de Alencar quando diz que vice não manda nada e ajuda quando não atrapalha", disse a jurista à reportagem. No domingo,ela participou da convenção nacional do PSL, que oficializou a candidatura de Bolsonaro à Presidência. Segundo ela, ficou a impressão de que Bolsonaro parece "ser uma pessoa muito bem intencionada".

Uma das mais aplaudidas no evento, Janaína pediu moderação e tolerância em seu discurso, criticou o que chamou de pensamento único e defendeu a necessidade de pensar na governabilidade. "Não se ganha a eleição com pensamento único. E não se governa uma nação com pensamento único", disse Janaína na convenção. Em sua fala, também afirmou que não era preciso sair "falando para as pessoas acreditar em Deus", o que teria irritado pastores evangélicos apoiadores do militar. Mais tarde, na coletiva de imprensa, Jair Bolsonaro minimizou qualquer atrito com a jurista. "Tem que ter a liberdade de se expressar. Ela tem a opinião dela. Não dá para afinar 100% o discurso", afirmou.

Janaína é o terceiro nome cotado para assumir a vice na chapa. Antes, Bolsonaro tentou o senador Magno Malta (PR-ES), que optou por tentar a reeleição ao Senado, e o general da reserva Augusto Heleno, que foi vetado pelo PRP.

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