quinta-feira, 26 de abril de 2018

Guardas se envolvem em briga com grupo de evangélicos em Copacabana

Doze pessoas ficaram feridas e foram levadas ao Hospital 
Miguel Couto. Uma delas continua internada em estado grave.


Briga entre guarda municipal e grupo de pessoas.
Por O Dia

Rio - Guardas municipais e um grupo de evangélicos se enfrentaram, na madrugada desta quinta-feira, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo as primeiras informações, os evangélicos caminhavam por uma rua do bairro e foram acusados pelos agentes de pichação. Eles foram levados à 12ª DP (Copacabana), onde a confusão começou. Imagens que circulam na Internet mostram a briga generalizada entre os guardas e as pessoas. Doze evangélicos foram feridos e levados ao Hospital Municipal Miguel Couto. Um deles, identificado como Jorge Alves de Souza, de 60 anos, está internado em estado grave. "Não houve qualquer tipo de reação. Quando o pessoal estava na porta da delegacia aguardando o desfecho do depoimento um guarda se lançou sobre o pessoal", contou uma das pessoas envolvidas na briga, em entrevista ao "Bom dia Rio", da TV Globo. "Outros membros (da Guarda) vieram e começou uma pancadaria", completou. Procurada pelo DIA, a Guarda Municipal ainda não se manifestou sobre o episódio.


Homem caído no chão no meio da confusão.
odia.ig.com.br

Supla é criticado após falas sobre intolerância religiosa e racismo no 'Encontro'

'Para com esse papo de branco, negro, japonês, nós todos somos seres humanos, nenhum ser 
humano é melhor ou pior que outro, somos todos iguais, respiramos o mesmo ar', disse o cantor.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - Na quarta-feira, Supla foi um dos convidados do Encontro, que teve como temas o preconceito contra intolerância religiosa e racismo. Entretanto, espectadores comentaram nas redes sociais de forma negativa sobre os comentários do cantor. Em um momento, Fátima Bernardes fez um jogo com os participantes, que respondiam questões para identificar se eram vítimas de preconceito religioso. Uma das perguntas foi: "Já riram de você por usar vestimentas ligadas a sua religião?" e Supla respondeu: "Minha religião é o rock and roll, então já riram várias vezes, já falaram várias vezes". Ele então disse que já sofreu preconceito também. Antes disso, um casal de uma mulher branca com um homem negro havia falado sobre as dificuldades do relacionamento inter-racial, que ainda é alvo de preconceito no Brasil. Os dois contaram que, numa viagem a Campos do Jordão (SP), foram vítimas de situações constrangedoras e olhares maldosos. Supla comentou o caso justificando que o preconceito era resultado do lugar em que eles estavam. "Eu fiquei pensando... Campos do Jordão é um lugar de playboyzada, e tem pessoas muito preconceituosas de São Paulo que vão pra lá mesmo, é de alta classe", disse o cantor. Supla então foi interrompido por Fátima, que disse que "não é uma questão regional, e que ultrapassa os limites dos Estados, as divisas". O cantor respondeu citando um exemplo dos Estados Unidos: "Olha, eu acho um absurdo isso, o que aconteceu nos EUA, suástica rodando, é um negócio que eu fico até sem jeito, fico revoltado com uma história dessa. Aí eu lembrei do Jay-Z falando com o David Letterman, que por um lado é bom, porque agora as pessoas estão mostrando e a gente pode ver que há a maldade dessas pessoas".

Ele finalizou dizendo: "Para com esse papo de branco, negro, japonês, nós todos somos seres humanos, nenhum ser humano é melhor ou pior que outro, somos todos iguais, respiramos o mesmo ar", e promoveu seu novo álbum, Ilegal. Em outro momento, Supla respondeu a convidada Maíra Azevedo, que é negra, dizendo que ele também era imigrante. "Eu também sou imigrante, somos todos imigrantes, assim como você que veio da África", e ela rebateu: "Eu não, sou daqui mesmo". Os comentários de Supla deram o que falar no Twitter e seu nome foi parar nos tópicos mais comentados da rede social no Brasil.

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Fragmento de bala foi retirado da cabeça de Marielle.

Informação é da Globonews. Vereadora do Psol levou quatro tiros no lado direito do rosto e morreu.


Por O Dia

Rio - Laudo do Instituto Médico-Legal (IML) sobre a morte de Marielle Franco mostrou que os peritos responsáveis pela necropsia na vereadora do Psol encontraram fragmento de projétil na cabeça dela. Esse material está sendo comparado com outros micropedaços de balas recolhidos na cena do crime e no veículo onde ela e o motorista Anderson Gomes estavam quando foram executados. O crime aconteceu na noite do dia 14 de março, no Estácio, região central do Rio. As informações são do canal por assinatura Globonews. A perícia também constatou, ainda segundo a reportagem, que os quatro tiros que mataram Marielle atingiram o lado direito do rosto dela e entraram numa região que fica entre a sobrancelha e a orelha. O carro onde estavam Marielle e o motorista dela, Anderson Gomes, passou por nova perícia na terça-feira. De acordo com a TV Globo, peritos encontraram novos fragmentos de projéteis no veículo. A Polícia Civil, no entanto, não confirmou a informação.

O veículo foi levado da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Centro. Parte do carro foi desmontada e fragmentos teriam sido encontrados no motor. Em outros fragmentos, já periciados, a Polícia Federal encontrou digitais parciais que podem ser do atirador. Os criminosos fugiram após a execução sem levar nada das vítimas.

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Chikungunya em Niterói e São Gonçalo quadruplica.

Municípios tiveram aumento da doença desde janeiro. Casos de zika diminuem.


Por *Luana Dandara

Rio - Com o avanço da chikungunya por todo o estado, os municípios de Niterói e São Gonçalo viram os números de casos da doença mais do que quadruplicar nesse verão. Na cidade do Rio também houve aumento, enquanto no estado ocorreu uma redução de infectados pelo vírus da zika. Segundo a Secretaria de Saúde de São Gonçalo, os 966 casos de chikungunya de janeiro a março deste ano já superaram os de todo o ano passado. Em Niterói, foram 688 registros da doença em 2018. O diretor da Vigilância Ambiental de Niterói, Adaly Fortunato, reforça que, como não existe vacina contra a enfermidade, a única maneira de preveni-la é eliminando o mosquito aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da zika. "As visitas para combater os criadouros estão sendo intensificadas, assim como o uso do carro fumacê. É fundamental, no entanto, a participação da população pois é um vírus novo, estamos mais suscetíveis a ele. Qualquer reservatório de água, seja vaso de planta, vasilha para bichos, deve ser vedado e lavado. O lixo também não pode ser jogado na rua", explicou. No município do Rio, foram realizadas mais de 2 milhões de vistorias de agentes de vigilância em saúde neste ano. De janeiro até março, 1.139 casos de chikungunya foram registrados na cidade, um aumento de aproximadamente 13% em relação ao mesmo período de 2017.

REGISTROS DE ZIKA DIMINUEM
No estado, o vírus da zika, que já apresentou surtos de contaminação nos últimos anos, reduziu significativamente. Foram registrados apenas 365 casos em 2018, contra 2.508 em todo ano de 2017. Já os números de infecção de dengue e chikungunya foram semelhantes. De janeiro a março, 4.743 pessoas foram contaminadas pela dengue, em comparação a 4.262 pela febre chikungunya. O infectologista Celso Ramos, da UFRJ, esclarece que não há relação entre o crescimento ou a diminuição das enfermidades. "O Aedes é um vetor muito saudável e pode carregar até duas infecções ao mesmo tempo", ponderou.

Um dos principais sintomas da chikungunya é a dor nas articulações, além de febre alta e manchas vermelhas. Em fases agudas, essa dor pode perdurar por cerca de 90 dias. O infectologista esclarece que isso acontece por dois motivos: os anticorpos que o corpo produz contra o vírus também atuam contra as articulações, e a possível permanência do vírus no local em alguns casos. "Quadro dolorosos prolongados, já após um mês do diagnóstico da infecção, gera preocupação e precisa de tratamento com um médico especializado", destacou Celso Ramos.

*Estagiária sob supervisão de Angélica Fernandes
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Polícia prende chefe da quadrilha de roubos a bares e lanchonetes de Niterói

Homem tinha três mandados de prisão pendentes e foi reconhecido como autor em outros inquéritos.


Por O Dia

Rio - Policiais da 77ª DP (Icaraí) prenderam, na quarta-feira, Davi Araújo de Lima, 23 anos, conhecido como 'Tufão do AK'. Davy foi capturado em uma casa, onde estava escondido, no bairro do Cantagalo, na Região Oceânica de Niterói. Ele é apontado como chefe de uma quadrilha que praticava arrastões em bares e lanchonetes na Zona Sul da cidade, principalmente no bairro de Icaraí.

Segundo a polícia, contra 'Tufão do AK' haviam três mandados de prisão em aberto. Ele também foi reconhecido como autor dos crimes de roubo. De acordo com a delegada Raíssa Celles, titular da unidade, os assaltos da quadrilha comandada por Davi acontecem à noite, com uso de armas de fogo e grande violência. 'Tufão do AK' foi indiciado por roubo qualificado. Se condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão.

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Arruda, Agnelo e Filippelli viram réus em ação sobre desvio em estádio.

MPF diz que obra no estádio Mané Garrincha foi fachada para corrupção.


José Roberto Arruda está entre os 12 denunciados pelo MPF por
desvio de dinheiro para construção do Estádio Mané Garrincha.
Por Agência Brasil

Brasília - A 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília acatou, na quarta-feira, denúncia do Ministério Público Federal (MPF-DF) contra 12 pessoas no âmbito da Operação Panatenaico, da Polícia Federal, que investiga fraudes e desvios de recursos públicos em obras do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Tornaram-se réus os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), além de mais nove pessoas. De acordo com o MPF, “a partir do ano de 2008, a construção/reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha tornou-se fachada para um esquema de corrupção que englobou agentes públicos e dirigentes das construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia, envolvendo pagamento de vantagens financeiras, fraudes de processo licitatório e desvio de recursos públicos”. As obras no estádio haviam sido orçadas inicialmente em R$ 600.000.000,00, mas custou aos cofres públicos mais de R$ 1.600.000.000,00.

A denúncia acusa o ex-governador Agnelo Queiroz de ter recebido pagamento indevido de R$ 6.495.000,00. José Roberto Arruda, por sua vez, teria embolsado R$ 3.920.000,00, e Tadeu Filippelli, R$ 6.185.000,00. Os réus vão responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação, em uma denúncia que foi dividida em três ações penais.

Também foram denunciados: 
Maruska Lima de Sousa Holanda, ex-diretora de Edificações da Novacap 
e ex-presidente da Terracap; Nilson Martorelli, 
ex-presidente da Novacap; Fernando Queiroz, proprietário da Via Engenharia; 
Rogério Nora de Sá, ex-presidente de Construção Brasil da Andrade Gutierrez 
e ex-presidente da AG América Latina; Jorge Luiz Salomão, acusado de ser operador do ex-governador Agnelo Queiroz; 
Sérgio Lúcio Silva de Andrade, acusado de ser operador de Arruda; 
Afrânio Roberto de Souza Filho, acusado de ser operador de Filippelli; 
Luiz Carlos Alcoforado, ex-advogado de Agnelo, acusado de receber propina destinada ao petista; 
e Wellington Medeiros, ex-desembargador e advogado, acusado de receber propina para Arruda.

A Operação Panatenaico teve origem em depoimentos de ex-executivos da Andrade Gutierrez em delação premiada assinada no âmbito da Operação Lava Jato.

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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Nós, os idosos.


Jornal do Brasil
JULIANA KALICHSZTEIN
(Juíza da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio)
E ANDREA BACOS
(Comissária de Justiça TJ-RJ)

A expectativa de vida no Brasil aumentou. Estudos apontam para o avanço da idade da população brasileira, sinalizando que, em três décadas, o número de idosos será maior que o de jovens. E mais. O Estado do Rio de Janeiro possui a maior parcela da população idosa do Brasil, e esse número vem crescendo. A nova realidade exige que sejam colocadas em prática, por todos, ações que favoreçam o exercício da cidadania, o envelhecimento digno e saudável e a prevenção à violência contra a pessoa idosa. Felizmente, a implementação das políticas de proteção ao idoso vem alargando desde a Constituição de 1988, a qual garantiu expressamente direitos, seguida pelo Estatuto do Idoso que, não só avalizou a assistência integral a esta parcela da população, como tipificou punições para condutas específicas relativas à pessoa idosa. Apesar das sanções previstas no estatuto, é comum encontrar idosos que já tiveram algum direito violado, sendo preocupantes os casos de abuso, com a triste confirmação, muitas vezes, de que a principal responsável é uma figura próxima, aquela para a qual o ancião dedicou anos de cuidados.

Habitualmente chegam às varas com competência situações indesejadas e aviltantes contra idosos, sejam físicas, psicológicas ou financeiras. Os casos são encaminhados à apreciação do juiz, que conta com a atuação de equipe técnica interdisciplinar composta por comissários de Justiça, psicólogos e assistentes sociais para subsidiar sua decisão. Especialmente nos casos graves, ou, na impossibilidade de o idoso possuir quem o ampare, como medida de proteção prevista na lei, há o encaminhamento para instituições de longa permanência, importando salientar que a institucionalização é exceção, pois o idoso tem o direito à convivência familiar.

Comportamentos de negação da velhice precisam ser banidos. Não há mais espaço para a crença de que ser idoso significa estar dependente ou excluído da vida social. Ao contrário. Nessa nova etapa da vida que, seguindo o curso natural todos vamos alcançar, os desafios são encontrar novos interesses, dedicar-se a projeto paralisado na juventude, aos cursos voltados para o público idoso, praticar esportes e atividades voltadas para a arte e dança e, não menos importante, aproveitar o convívio familiar e os amigos.

Para que haja o alcance dessa fase especial da sua existência com plenitude, é necessário que o idoso do presente tenha tido, no passado, acesso aos direitos básicos de saúde, alimentação, educação, moradia e lazer, que as suas infância e juventude tenham sido protegidas, e que as relações construídas tenham sido saudáveis e permeadas de respeito. É preciso que as políticas públicas eficientes continuem sendo incentivadas para o atendimento da pessoa idosa, pois suas experiências, vivências, conhecimento e sabedoria não interessam só a si próprios, mas a toda sociedade. Elevar a qualidade de vida daqueles que contam com mais de 60 anos traz como consequência a certeza de um amanhã tranquilo para os jovens e adultos de hoje. Afinal, somos os idosos do futuro.

http://www.jb.com.br

JUÍZA PROÍBE ENTRADA DE MÉDICO DE LULA NA CADEIA.


Paraná 247 - A juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara da Justiça Federal do Paraná, que tem proibido todas as visitas ao ex-presidente Lula, vetou nesta quarta-feira 25 a visita do médico do ex-presidente. O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), denunciou o abuso em plenário: "É inaceitável, um abuso, um desrespeito", disse, anunciando que serão adotadas ações contra "mais esta arbitrariedade" da magistrada. Em um pedido enviado à juíza de Curitiba, com data desta quarta-feria 25, a defesa de Lula reitera um pedido anterior, formulado no dia 20 de abril, "para que o Peticionário seja atendido periodicamente e sempre que necessário pelos médicos listados naquela peça, diante das razões ali expostas — devidamente acompanhadas de relatório médico". A juíza respondeu que, "não havendo indicação de urgência, já houve solicitação de informações à Superintendência da Polícia Federal, a fim de subsidiar a análise judicial"

Em vídeo gravado para o 247, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) denunciou que "essa juíza está atentando contra a vida do presidente Lula". "Parece que essa juíza quer brinca com fogo. Parece que ela quer ver um cadáver saindo lá de dentro", criticou.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), também condenou a decisão: "Juíza federal nega visita médica ao presidente, alegando que não há urgência. O que ela entende de saúde do presidente?! Lula tem 72 anos, enfrentou um câncer, precisa de acompanhamento. Qual é intenção real dessa negativa?!".

www.brasil247.com

Governadora de Madri renuncia após vídeo de furto em mercado

Cristina Cifuentes também é acusada de falsificação de diploma.


A presidente da região de Madri, Cristina Cifuentes, do Partido Popular (PP), anunciou nesta quarta-feira (25) sua renúncia ao cargo, após ser acusada de falsificar um diploma de mestrado e de ter um vídeo revelado, no qual, supostamente, é flagrada furtando um supermercado. A renúncia seria anunciada no início de maio, mas por conta da divulgação do vídeo ela resolveu antecipar a decisão. Em uma coletiva de imprensa, Cifuentes alegou que foi vítima de uma campanha de "assédio e demolição", além de afirmar que sofreu "ataques pessoais". Os pedidos de renúncia contra a espanhola começaram há cerca de um mês, quando o jornal digital "El Diario" denunciou irregularidades no diploma de mestrado em direito público de Cifuentes. No entanto, sua situação começou a agravar após um outro site de notícias, o "Ok Diario", divulgar um vídeo da presidente, gravado em 2011, no qual aparece furtando cosméticos de um supermercado. Segundo ela, o furto foi "um erro involuntário" e que cometeu "sem estar consciente". Cifuentes ainda revelou que pagou os cremes com o valor de 40 euros e afirmou ter sofrido tentativas de "extorsão" por conta das imagens.

Na coletiva de imprensa realizada hoje (25), a presidente regional de Madri confirmou que renunciou para não deixar que a "esquerda radical" governe a região e para não colocar "em risco" a gestão do seu partido.

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O trágico destino de milhares de elefantes usados em rituais e turismo na Índia

Presentes na vida dos indianos há séculos, animais vivem presos, são mal alimentados, adoecem e morrem precocemente; segundo ativistas, leis de proteção a paquidermes não são cumpridas.


A elefante Rajeshwari morreu apenas dias depois que um defensor
de animais conseguiu permissão para sacrificá-la em um tribunal.
BBC BRASIL.com

Por mais de um mês, Rajeshwari, uma elefanta de 42 anos mantido em um templo na Índia, permaneceu deitado em um trecho de areia, sua pata dianteira e seu fêmur quebrados e seu corpo tomado por ferimentos. Um ativista por direitos de animais entrou na Justiça com um pedido para sacrificá-la. O tribunal local determinou que o paquiderme poderia ser sacrificado depois de ser examinado por veterinários. Mas, no último sábado, ela morreu, poucos dias após a decisão. Rajeshwari teve uma vida difícil desde o momento em que foi vendida a um templo no Estado de Tamil Nadu, em 1990. Ela ficava sobre um chão de pedra durante horas para "abençoar" devotos do deus hindu Ganesha - sempre representado com uma cabeça de elefante - e participar de rituais como levar água para as divindades. Em 2004, ela caiu de um caminhão aberto quando era levada para um acampamento de "rejuvenescimento" para elefantes mantidos em cativeiro e quebrou a perna. Desde então, sentia dor no membro. Recentemente, ela quebrou o fêmur quanto veterinários usaram uma escavadeira para movê-la e tratá-la. Depois disso, segundo ativistas que visitaram o templo para monitorar suas condições, ela enfraqueceu até morrer.

Mortes prematuras
A história trágica de Rajeshwari se assemelha à de muitos dos 4 mil elefantes mantidos em cativeiro na Índia, a maioria deles nos Estados de Assam, Kerala, Rajastão e Tamil Nadu. De acordo com o Relatório de Proteção Animal, o país é considerado o "local de nascimento da domesticação de elefantes para o uso por humanos" - uma prática que começou há milhares de anos. Para efeito de comparação, o país tem 27 mil elefantes selvagens.

Os elefantes são fortemente associados às tradições religiosas e culturais do país. No sul da Índia, os paquidermes são alugados durante festivais religiosos para procissões barulhentas e outras festividades como casamentos e inauguração de hotéis e lojas. Eles viajam longas distâncias em veículos abertos e caminham por estradas asfaltadas sob o sol escaldante por horas. Muitas vezes, eles tentaram fugir dos templos durante festivais e acabaram matando participantes.


Elefantes mantidos em templos costumam ser levados para "acampamentos 
de rejuvenescimento", mas frequentemente sofrem acidentes no caminho.

Em outros locais, elefantes acorrentados e selados são usados para levar turistas, subir e descer escadarias ou ser banhados e tocados por eles. Os animais também são alugados por políticos para comícios ou por empresas para promover seus produtos em feiras. E ainda podem ser usados na derrubada ilegal de árvores e até para pedir dinheiro em estradas. De acordo com a imprensa local, mais de 70 elefantes em cativeiro morreram "jovens e em circunstâncias não naturais" em apenas três Estados entre 2015 e 2017. Só em Kerala, 12 destes animais já morreram em 2018. "A maior parte destas mortes se deve a tortura, abusos, excesso e trabalho ou práticas de má gestão", diz Suparna Ganguly, presidente do Centro de Resgate e Reabilitação de Animais Selvagens.

'Ignorância'
A falta de espaço e de habitat para que os elefantes se exercitem e pastem faz com que os elefantes em cativeiro fiquem presos por muitas horas em abrigos de concreto com chão de pedra. Isso já é o suficiente para que os animais fiquem doentes. Em geral, eles desenvolvem uma "podridão no casco", condição que faz com que suas patas tenham abcessos e as solas fiquem mais finas, podendo levar a uma infecção séria. Quando estão em ambientes abertos, a exposição constante ao brilho do sol pode afetar sua visão. Ganguly diz que estes problemas derivam da "enorme ignorância de tratadores e administradores".

Além disso, há a má alimentação. Elefantes comem devagar e, na natureza, comem mais de 100 tipos de raízes, brotos, gramíneas, folhagens e tubérculos. Em cativeiro, sua dieta é bastante restrita. Em partes do nordeste da Índia, por exemplo, eles só têm acesso a uma dieta de bagaço de cana, muito rica em glicose. Veterinários dizem que muitos sofrem de infecção intestinal, septicemia (infecção que se espalha pela corrente sanguínea) e infecções pulmonares. A expectativa de vida dos elefantes em Kerala, de acordo com um relatório, caiu de 70 a 75 anos há cerca de duas décadas para menos de 40 anos.

 
O negócio de elefantes em cativeiro é considerado lucrativo na Índia, mas 
os animais costumam adoecer e morrer precocemente, segundo ativistas.

Negócio lucrativo
Não há nem lugares suficientes para abrigar elefantes resgatados e doentes. Há apenas cinco destes abrigos na Índia - incluindo três centros de resgate privados -, que mantêm apenas 40 elefantes. Tamil Nadu tem acampamentos de rejuvenescimento para elefantes de templos, onde os animais podem descansar, receber tratamento médico e interagir com outros elefantes em um ambiente natural durante um mês. Mas os paquidermes são levados de caminhão para estes locais, viajando longas distâncias e, frequentemente, sofrendo acidentes pelo caminho.

A Suprema Corte da Índia proibiu a venda e a exibição de elefantes em uma famosa feira de animais e instruiu as autoridades a proibir o uso de elefantes em cerimônias religiosas para reduzir sua demanda. Mais de 350 elefantes cativos em Kerala e no Rajastão são "ilegais", ou seja, seus donos não possuem permissão para mantê-los cativos. Ativistas dizem que apesar de as leis indianas serem adequadas, o governo não faz o suficiente para que sejam cumpridas. Uma das razões para isso parece ser o fato de que elefantes são um negócio lucrativo. O dono de um elefante em Kerala, por exemplo, pode facilmente lucrar 70.000 rúpias (cerca de R$ 3.600,00) por uma aparição de um dia em um festival religioso na alta estação. A Suprema Corte, no entanto, analisa novas leis para proteger os animais.

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