terça-feira, 14 de outubro de 2014

Vistoria em hospital no Rio Comprido encontra várias irregularidades

Entre os problemas havia até uma barata na pia da sala de material de limpeza.


DIEGO VALDEVINO

Rio - Falta de refrigeração em corredores, câmara de armazenamento de vacina sem utilização e ainda lacrada, barata morta na pia da sala de material de limpeza, material hospitalar alocado no chão, armários enferrujados, e cozinha fechada por falta de obras. Essas foram algumas das inúmeras irregularidades encontradas hoje, durante visita de dois vereadores ao Hospital Municipal Salles Netto, no Rio Comprido. O local que é uma unidade de baixa e média complexidade para casos de atendimento infantil, tinha 23 leitos de internação e era referência em atendimento emergencial pediátrico e Polo de Asma, se transformou em Centro Municipal, passando a atender com hora marcada.

“Esse hospital foi inaugurado em 1962 com 34 leitos, há dez anos tinha 23, ele fechou em 2011 e reabriu há cinco meses sem leitos. Para surpresa de 22 comunidades do Rio Comprido, acabaram de vez com o setor de internação”, disse o presidente da Comissão da Saúde da Câmara de vereadores, Carlos Eduardo, que em companhia do também vereador, Jorge Manaia, vai requerer ao Ministério Público, o retorno imediato dos leitos. Carlos Eduardo ainda lembrou que segundo a lei nº 5026, de 19/05/2009, não é permitido conviver no mesmo espaço funcionários públicos e empregados da Organização Social (OS). “No entanto, no setor de farmácia da unidade encontramos os dois tipos de funcionários trabalhando no mesmo ambiente, em total desrespeito a esta lei. Isso não pode acontecer. Vou convocar o secretário municipal de Saúde para se explicar”, acrescentou. Durante a visita ao hospital também foram encontrados uma cadeira de rodas trancada na sala de procedimentos, sem ser utilizada, enquanto deveria estar na porta da unidade a serviço dos pacientes e ar condicionado de última geração quebrado. Indignação também era visto nos olhares de moradores, que fizeram manifestação pedindo a volta dos leitos para internação na unidade. “Isso aqui se tornou uma clínica da família. Um absurdo!”, reclamou a jornalista Ieda Raro, de 62 anos.

A direção do Centro Municipal de Saúde Salles Netto informa que, com a mudança do perfil da unidade, houve aumento no número de atendimentos. Voltada para a atenção básica, a unidade hoje realiza mais de 320 procedimentos por dia, beneficiando cerca de 20 mil moradores da região.


Além disso, foi implantada uma sala para atender pequenas urgências com o horário ampliado. Sobre os questionamentos feitos pelos parlamentares, a direção da unidade informa que o setor onde funcionava a cozinha está sendo readequado para a instalação da nova central de vacinação de toda a região do Centro. As câmaras frias, recém adquiridas pela Secretaria Municipal de Saúde, serão instaladas nos próximos meses, após a necessária adequação do local. A unidade passa por processo de climatização. Já foram instalados aparelhos em todos os consultórios e corredores do segundo piso. A SMS garante que segue a legislação vigente para contratação de todos os seus profissionais.

A direção da unidade disse, ainda, que nos últimos 15 anos não atendeu emergências e que as referências para esse tipo de atendimento na região são a UPA Tijuca (estadual), a Coordenação de Emergência Regional do Centro (CER Centro) e Hospital Municipal Souza Aguiar (HMSA).

http://odia.ig.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário