terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quilombo dos Palmares: Zumbi, Jorge Velho Tudo sobre Destruição


Como todos nós sabemos durante o período colonial brasileiro se estabeleceu um lucrativo comércio de escravos vindos da África. Os portugueses trocavam tabaco e outros produtos por homens, mulheres e crianças que haviam sido capturadas nas guerras entre tribos rivais africanas através do escambo e os trazia para servirem de mão de obra escrava na colônia. Durante a viagem realizada nos navios negreiros ou tumbeiros, cerca de 1/3 dos africanos morriam devido as más condições de higiene e acomodação.

Quando chegavam no Brasil os escravos eram vendidos aos grandes donos de terras e logo em seguida levados para o engenho, fazenda ou mina em que trabalhariam. As condições de vida eram as piores possíveis, com pouca comida, pouco descanso, muito trabalho e castigos severos como chibatadas no tronco e longos períodos na berlinda (estrutura de madeira que prendia a cabeça e as mãos ou então os pés agrilhoando os escravos).

Ao contrário do que possa parecer, os escravos não reagiam passivamente a essa situação. Além de buscarem alternativas de uma vida melhor eles ofereciam vários tipos de resistência aos colonos como por exemplo: fugas, boicotes, sabotagens, negociações e confrontações. Em casos mais extremos alguns cometiam violência contra si próprios como suicídios ou abortos.

Os negros que conseguiam fugir formavam comunidades que recebiam o nome de Quilombos. Nelas havia a distribuição do trabalho e a prática de atividades como a agricultura, a caça, a coleta, a mineração e o comércio. Além de escravos fugidos os quilombos abrigavam ainda indígenas, desertores e pessoas perseguidas sendo que não eram poucas as alianças com comerciantes e homens livres que ajudavam a manter os quilombos ativos.


O quilombo mais famoso da história do Brasil foi o Quilombo dos Palmares, na época localizado numa região de palmeiras da capitania de Pernambuco que hoje corresponde ao estado de Alagoas. Suas primeiras referências datam o ano de 1580 que corresponde ao início da União Ibérica, mas a comunidade ganhou força nos primeiros anos da Invasão Holandesa, quando houveram muitas fugas de escravos por conta da desorganização que tinha tomado conta da capitania.

O primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares foi Ganga Zumba, mas um acordo de paz que ele firmou com o governador que prometia a devolução de alguns escravos aos colonos gerou divergências de opiniões e levou seu sobrinho, Zumbi, a assumir seu posto. Desde então Zumbi é tido como um herói na luta contra a escravidão, mas pouco se sabe de fato a seu respeito. Assim como o tio ele mantinha a ordem na comunidade e organizava as ações coletivas.

Por conta de sua dimensão (acredita-se que sua população chegou aos 20 mil habitantes) o Quilombo dos Palmares foi atacado diversas vezes era sempre defendido pelos quilombolas. Em 1694 o escravo fugido Antônio Soares foi capturado e em troca de sua liberdade revelou o esconderijo dos companheiros. Foi então organizada pelo governo em em parceria com os senhores de engenho um ataque com mais de 6 mil homens dominados pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. A falta de armamento fez com que depois de um mês de resistência os quilombolas fossem vencidos.


O líder Zumbi conseguiu escapar mas após um ano de perseguições ele foi morto tendo sua cabeça cortada e exposta em praça pública como exemplo aos outros escravos. Já sem um líder e muito enfraquecido por volta do ano de 1710 o quilombo desfez-se por completo deixando sua marca na história do Brasil e da luta dos escravos pela liberdade.

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