terça-feira, 18 de dezembro de 2018

'Se andar bem sou aliada, se andar mal sou inimiga', diz Janaina Paschoal sobre Bolsonaro.

Deputada estadual eleita pelo partido do novo presidente afirmou que apoio ao 
próximo governo irá depender do não envolvimento em casos de corrupção.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A deputada estadual eleita pelo PSL em São Paulo Janaína Paschoal condicionou seu apoio ao governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a um não envolvimento com corrupção e afirmou que sua postura individual será de independência. "Se andar bem, sou aliada, se andar mal, sou inimiga", disse Janaína nesta terça-feira, na capital paulista, ao chegar para cerimônia de diplomação de políticos paulistas eleitos em outubro. Ela destacou que terá a mesma posição em relação ao futuro governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Na semana passada, a deputada eleita defendeu uma investigação a respeito da movimentação atípica na conta do ex-assessor do senador eleito e filho do futuro presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). No Twitter, ela sugeriu que assessores parlamentares tenham garantias e incentivos para denunciarem políticos que os contratam e ficam com parte de seus salários. "A lógica da contratação precisa ser a capacidade do contratado e não a disponibilidade em dividir seus ganhos com o chefe", disse.

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Advogada diz que foi abusada por João de Deus na presença do pai, que não pôde ajudá-la: 'Eu chorava muito'

Ela diz ao Fantástico que, em 2008, foi vítima do médium durante sessão espiritual para tratar Síndrome do Pânico. Pai estava na mesma sala, mas de costas e rezando de olhos fechados. Caso chegou a tramitar na Justiça, mas João de Deus foi absolvido. Ele nega todas as acusações.


Por Fantástico

A advogada Camila Correia Ribeiro disse ao Fantástico que foi abusada por João de Deus durante um atendimento espiritual em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo ela, o crime ocorreu em 2008, em uma sala e seu pai estava presente, mas não pôde ajudá-la porque o médium pediu que ele virasse de costas, ficasse com os olhos fechados e rezasse. O caso chegou a tramitar na Justiça, mas o líder espiritual foi absolvido das acusações. João de Deus foi foi preso no domingo (16), após se entregar à polícia. Ele nega todas as acusações.

Camila: Meu nome é Camila. Sou de Belo Horizonte, fui até Abadiânia porque eu tinha na época a Síndrome do Pânico. Eu tinha dezesseis anos. 27/08/2018. Eu fui com fé, eu fui eu e minha família. E ele [João de Deus] falou que o meu caso era grave, que eu tava quase morrendo. Que ele precisava me atender na sala dele, que ele ia me curar. Quando ele abriu a porta, ele falou assim: "o senhor vai entrar com ela?". Meu pai falou "vou, vou entrar".

Augustinho: Ele falou assim, "ó, pai, vira de costas, faça as suas orações". O tempo todo ele falava pra mim, "pai não abra os olhos". Sim, estava confiando... e só fazendo as minhas orações.

Camila: Falou comigo que eu ia ser curada. Que era pra eu rezar. Eu fiz isso e ele começou a passar a mão em mim. Passou no meu peito, na minha vagina, no meu bumbum. E eu tava confusa, sabe, eu não tava entendendo. Eu chorava muito. E ele falou assim: "calma, isso faz parte do tratamento, isso faz parte da cura".

Augustinho: Nela chorar, eu pensava que ela estava recebendo uma cura. Eu nunca podia imaginar que tava na mão de um bandido.

Camila: Quando ele pegou minha mão e colocou nele [pausa e chora] ... eu vi que tinha uma coisa errada, porque que ele tava fazendo aquilo? Eu não sabia. [Ele colocou minha mão] no órgão dele. Eu não conseguia falar... e não conseguia mexer, eu não... eu não conseguia falar nada. Não sei o porquê. [Meu pai] tava perto, muito perto, sabe?

Augustinho: Do meu lado e eu não pude fazer nada... É muito triste, é muito triste.

Camila: E quando cheguei em Belo Horizonte... eu ia o tempo todo no banheiro lavar a mão, esfregava, esfregava, eu tinha nojo. Coloquei fogo no meu vestido, na calcinha que eu tava vestida. Foi a hora que a minha mãe veio perguntar por que que eu tinha feito aquilo. Contei pra ela tudo que aconteceu. Minha mãe ficou arrasada. Contou para o meu pai.

Augustinho: Aí eu entrei em desespero. Minha filha do meu lado e eu não pude salvar ela? Foi onde que eu procurei uma delegacia no dia seguinte.

Camila: E fizemos uma denúncia contra ele.

Camila foi uma das primeiras mulheres que procuraram a Justiça para denunciar o médium por abusos, em 2008. Antes disso, outra jovem, de 16 anos, também de Minas Gerais, denunciou o médium, em 1980. Ela afirmou que foi assediada enquanto passava por atendimento no Centro Dom Inácio de Loyola. Ela desistiu de levar o caso adiante, mas Camila foi até o fim. Somente cinco anos depois da denúncia, em 2013, é que saiu a decisão da Justiça, absolvendo João de Deus da acusação. O processo foi arquivado.

Camila: Eu fui ler a sentença agora há pouco tempo depois que toda a notícia apareceu. E eu fiquei como errada ainda, sabe? Dez anos! Ele ficou fazendo isso a mesma coisa. Dez anos! Quem julgou o caso foi a juíza Rosângela Rodrigues Santos. Ela entendeu, na época, que o médium não enganou Camila. Alegou ainda que o pai estava lá para ampará-la e poderia ter reagido. Por isso, absolveu João de Deus do crime de violação sexual mediante fraude. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) recorreu da decisão, mas o relator levantou dúvidas sobre o depoimento de Camila e João de Deus foi absolvido novamente, desta vez por "falta de provas".

O magistrado que julgou o caso em segunda instância alegou que Camila tinha síndrome do pânico, que a doença causa crises súbitas e que os ataques deixam a pessoa incapacitada e com uma condição mental em que ela não consegue diferenciar fantasia de realidade. A psiquiatra Andrea Feijó de Mello discorda da explicação: "Um paciente com pânico no momento atual vai ter uma, digamos assim, quase que um delírio, uma criação de uma coisa fora da realidade? Não faz parte do quadro".

Mesmo com mais de 330 denúncias, que começaram a ser feitas ser reveladas desde o último dia 7 pelo programa Conversa com Bial e pelo Jornal O Globo, o processo de Camila não cabe mais recurso e ele não pode ser reaberto. "É uma decisão definitiva e o fato de existirem novas provas ou de outras circunstâncias que fazem com que olhando pro passado o caso pudesse ser decidido de outra forma, isso do ponto de vista jurídico, é absolutamente irrelevante", afirma o professor de direito pena da USP, Alamiro Velludo. Nem a juíza nem o relator quiseram comentar o caso.


Outra acusação
Um ano após a sentença sair, em 2014, João de Deus foi novamente confrontado por acusação de crime sexual. Desta vez, na Austrália, conforme mostra uma reportagem especial exibida pelo programa local Sixty Minutes. Durante entrevista com o médium, o repórter australiano quer saber se está conversando com João ou com uma entidade, ao que ouve a resposta: "Com o João mesmo". A entrevista é interrompida pela tradutora logo no começo, quando o jornalista pergunta sobre o dinheiro cobrado dos frequentadores: "Isso é sobre dinheiro ou sobre milagres?" Logo em seguida, o repórter fala da acusação de assédio sexual contra João de Deus. O caso teria ocorrido nos Estados Unidos, em 2010, durante uma visita de João de Deus a um chamado "centro de cura", no Arizona. A vítima seria uma mulher colombiana. "A vítima afirma que João Ferreira pegou a mão dela e colocou em seus genitais. E tentou abaixar a saia dela. Você já atacou sexualmente alguma das suas seguidoras?", questiona o repórter.

A tradutora de João se recusa a traduzir: "Alguém pode traduzir isso?". O médium se levanta e o repórter vai atrás: "Só queremos entender quem realmente você é". Uma tradutora da equipe australiana chega e traduz a pergunta diretamente: "Já houve algum assédio sexual do senhor?".
O médium responde: "Da sua mãe".

Minutos depois da agressão verbal, João de Deus volta, solicitando ver a gravação da equipe: "Eu quero assistir". "Ele quer ver o que nós gravamos", afirma a tradutora. O repórter responde: "Não". João diz que vai assistir. Ele pega no braço da tradutora e o repórter reclama: "Não, por favor, não faça isso". A reportagem acaba sem o médium responder ao jornalista. A defesa do médium nega todas as acusações.

Espera por Justiça
Camila aguarda agora a resposta da Justiça para os casos de tantas outras mulheres que acusam o médium.
Camila: Eu gritei por justiça lá atrás. Não me ouviram. Mas eles podem ouvir agora elas. [Porque resolveu falar agora?] Primeiro porque eu não preciso ter medo. Eu necessito mostrar para as pessoas que eu superei isso. Eu sou forte, eu escolhi o direito por isso. Eu luto pela justiça. Eu fui vítima há dez anos atrás, eu não sou mais hoje.

g1.globo.com

Bolsonaro diz que pena de morte não será debatida em seu governo

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu em reportagem 'a possibilidade de pena de morte para traficantes de drogas, a exemplo do que ocorre na Indonésia, e para autores de crimes hediondos'.


Por Agência Brasil

'Além de tratar-se de cláusula pétrea da Constituição, não fez parte de minha campanha. Assunto encerrado antes que tornem isso um dos escarcéus propositais diários', escreveu Jair Bolsonaro.

Brasília - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse no domingo, em sua conta no Twitter, que o tema pena de morte não será debatido em seu governo. A afirmação foi feita após a publicação de reportagem pelo jornal O Globo neste domingo com o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Segundo a matéria, o filho do presidente eleito defendeu "a possibilidade de pena de morte para traficantes de drogas, a exemplo do que ocorre na Indonésia, e para autores de crimes hediondos". "Em destaque no jornal O Globo de hoje (sábado) informou que, em meu governo, o assunto pena de morte será motivo de debate. Além de tratar-se de cláusula pétrea da Constituição, não fez parte de minha campanha. Assunto encerrado antes que tornem isso um dos escarcéus propositais diários", escreveu Jair Bolsonaro em sua postagem.

Segundo a reportagem do jornal, Eduardo Bolsonaro disse que um plebiscito pode ser usado para consultar os brasileiros sobre o assunto. A Constituição trata a vedação à pena de morte como uma cláusula pétrea, que não pode ser mudada mesmo com uma proposta de Emenda à Constituição (PEC). "Eu sei que é uma cláusula pétrea da Constituição, artigo 5º etc. Porém, existem exceções. Uma é para o desertor em caso de guerra. Por que não colocar outra exceção para crimes hediondos?", disse o deputado ao Globo.

Américas
Nos últimos dias, Eduardo Bolsonaro manteve intensas conversas sobre o cenário internacional, especificamente os casos relativos à América Latina. Ele foi ao Chile e se reuniu também com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), quando tratou sobre o caso da Venezuela. Para o parlamentar, é preciso agir logo em relação à crise na Venezuela. Na sua opinião, a alternativa é um governo de transição e a saída imediata do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Ele citou a situação de Miguel Angel Martín, o presidente do TSJ venezuelano, equivalente ao Supremo Tribunal Federal, que está exilado ao lado de outros magistrados. “Cabe a ele [Martín] reconhecer juridicamente um governo de transição p/ Venezuela”, diz o deputado na sua conta no Twitter.

No Chile, Eduardo Bolsonaro se reuniu com o economista José Piñera, irmão do presidente chileno, Sebastián Piñera, considerado referência no país. Com uma foto, postada na rede social, ele aparece tomando vinho e conversando com o economista, exaltando suas virtudes e dizendo que ele foi “o homem que com 29 anos fez as reformas que colocaram o miserável Chile nos trilhos”.

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Filhos de Bolsonaro homenagearam ex-assessor por 'brilhantismo' e 'galhardia'

Fabrício José Queiroz, ex-assessor de Flávio, foi citado, em 2018, em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta em seu nome, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.



Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), apresentaram moções de homenagens ao ex-PM Fabrício José Carlos de Queiroz, à Assembleia Legislativa do Rio e à Câmara municipal em 2003 e em 2006, respectivamente. Queiroz, ex-assessor de Flávio, foi citado, em 2018, em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentação atípica de R$ 1.200.000,00 em uma conta em seu nome, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Em 24 de outubro de 2003, Flávio Bolsonaro pediu à Mesa Diretora da Assembleia que fosse consignado "nos Anais desta Casa de Leis, Moção de Louvor e Congratulações ao ilustre Sargento PM Fabrício José Carlos de Queiroz, lotado no Batalhão de Policiamento em Vias Especiais".

Segundo o deputado, o PM tinha "vários anos de atividade" e desenvolvia "sua função com dedicação, brilhantismo e galhardia" "Presta serviços à sociedade desempenhando com absoluta presteza e excepcional comportamento nas suas atividades. No decorrer de sua carreira, atuou direta e indiretamente em ações promotoras de segurança e tranquilidade para a sociedade, recebendo vários elogios curriculares consignados em seus assentamentos funcionais", afirmou Flávio, então parlamentar do PP. "Imbuído de espírito comunitário, o que sempre pautou sua vida profissional, atua no cumprimento do seu dever de policial militar no atendimento ao cidadão. É com sentimento de orgulho e satisfação que presto esta homenagem ao Sargento PM Fabrício José Carlos de Queiroz , devendo receber desta Casa Legislativa a presente Moção de Louvor e Congratulações." A Assembleia confirmou a homenagem. O Diário Oficial do Estado registrou a moção ao PM em edição do dia 4 de novembro de 2003, ocasião em que o deputado também condecorou outras 12 pessoas - soldados do Corpo de Bombeiros e sargentos e soldados da PM.

A medalha Pedro Ernesto, homenagem a Fabrício José Carlos de Queiroz, na Câmara dos Vereadores, foi aprovada pelo plenário da Casa em 4 de outubro de 2006, após requerimento de Carlos Bolsonaro. A premiação foi criada por meio da Resolução nº 40, em 20 de outubro de 1980. "Ela é a principal homenagem que o Rio de Janeiro presta a quem mais se destaca na sociedade brasileira ou internacional. Recebeu esse nome em reconhecimento ao trabalho do prefeito Pedro Ernesto, e por isso, sua figura é estampada nas duas Medalhas que fazem parte do Conjunto. Uma presa ao colar e a outra para ser colocada na lapela do homenageado. Ambas são presas em uma fita de cores azul, vermelha e branca que são as cores da bandeira da cidade", informou a Câmara em seu site.

A reportagem fez contato com o gabinete de Flávio Bolsonaro e de Carlos Bolsonaro e aguarda manifestação.

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Governo venezuelano afirma que Maduro foi convidado para posse de Bolsonaro.

Funcionário também divulgou um documento enviado pela Venezuela, 
com data de 12 de dezembro, em que se descarta a presença do presidente.


Por AFP

Caracas - O governo venezuelano afirmou, no domingo, que o presidente Nicolás Maduro foi convidado para a posse do direitista Jair Bolsonaro, desmentindo o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. "Aqui podem ler as duas notas diplomáticas oficiais enviadas pelas autoridades brasileiras convidando o governo venezuelano e o presidente a comparecer à posse de Jair Bolsonaro", tuitou o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza.

O funcionário também divulgou um documento enviado pela Venezuela, com data de 12 de dezembro, em que se descarta a presença de Maduro, que irá prestar juramento para um segundo mandato em 10 de janeiro, após eleições questionadas. "O Governo Socialista, Revolucionário e Livre da Venezuela jamais assistirá à posse de um presidente que é expressão da intolerância, do fascismo e da entrega a interesses contrários à integração latino-americana e caribenha", diz o texto.

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domingo, 16 de dezembro de 2018

NASSIF: EDUARDO BOLSONARO, O PERFEITO IDIOTA LATINO-AMERICANO.



Por Luís Nassif, no GGN 

O jornalista Luís Nassif afirma que os comentários do líder da bancada do PSL e filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, nas redes sociais sobre a política externa brasileira são "sandices de um palpiteiro de rede social, não fosse a circunstância de que se trata do responsável, de fato, pela política externa brasileira, por herança paterna". Segundo Nassif, Eduardo "é um completo sem-noção, inclusive sobre o peso da palava de quem se tornou o chanceler de fato". Ele ainda destaca que a diplomacia brasileira comandada pela família Bolsonaro caminha para a desmoralização. 

Peça 1 – Um tosco na corte de Rio Branco

O titulo do artigo foi tomado emprestado de um clássico do continente, o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano". As sandices ditas por Eduardo Bolsonaro no Twitter seriam apenas isso: sandices de um palpiteiro de rede social, não fosse a circunstância de que se trata do responsável, de fato, pela política externa brasileira, por herança paterna. É um completo sem-noção, inclusive sobre o peso da palavra de quem se tornou o chanceler de fato. Coube a Eduardo Bolsonaro indicar o novo Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Para conseguir o cargo, Araújo aceitou endossar todo o besteirol que nasce da cabeça de Eduardo. O último feito dessa dupla luminosa foi afastar o chefe do cerimonial do Itamarati por ter incluído Cuba e Venezuela nos convites para a posse de Jair Bolsonaro.

Peça 2 – As regras da diplomacia

A diplomacia obedece a regras universais, regidas por Convenções sobre Relações Diplomáticas que vêm desde o Congresso de Viena, de 1815. A última atualização é a convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961. O país assinou o documento e regulamentou em pleno governo Castello Branco, em 8 de junho de 1965, através do Decreto no. 56.435.

Os Estados Partes na presente Convenção,
Considerando que, desde tempos remotos, os povos de todas as Nações têm reconhecido a condição dos agentes diplomáticos; conscientes dos propósitos e princípios da Carta das Nações unidas relativos à igualdade soberana dos Estados, à manutenção da paz e da segurança internacional e ao desenvolvimento das relações de amizade entre as Nações;

Estimando que uma Convenção Internacional sobre relações, privilégios e imunidades diplomáticas contribuirá para o desenvolvimento de relações amistosas entre as Nações, independentemente da diversidade dos seus regimes constitucionais e sociais; Reconhecendo que a finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas, sim, a de garantir o eficaz desempenho das funções das Missões diplomáticas, em seu caráter de representantes dos Estados; Afirmando que as normas de Direito Internacional consuetudinário devem continuar regendo as questões que não tenham sido expressamente reguladas nas disposições da presente Convenção; essas regras são universais e todos os países as seguem não importa qual sua ideologia.

Na posse de um novo governante, todos os Chefes de Estado de países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas são convidados. Funciona assim em todos os países assim reconhecidos do planeta. Até a Alemanha do Terceiro Reich seguia essas regras escrupulosamente, assim como a URSS, antes e durante a Guerra Fria. As regras diplomáticas são valiosas mesmo em tempo de guerras e embargos. E todos os países as seguem, mesmo sendo inimigos. Essas regras regulam a extraterritatoriedade das Embaixadas, a segurança física do pessoal diplomático mesmo em situação de rompimento de relações e com raríssimas exceções sempre foram observadas. No caso brasileiro, as regras do cerimonial estão consolidadas no decreto no. 70.724 de 9 de março de 1972, em pleno governo Médici.

Diz o artigo 48:
Art. 48. O Presidente da República enviará Cartas de Chancelaria aos Chefes de Estado dos países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, comunicando-lhes sua posse.
§ 1º As referidas Cartas serão preparadas pelo Ministério das Relações Exteriores.

Peça 3 – A diplomacia norte-americana e Cuba

Vamos conferir como a nação modelo dos Bolsonaro se comporta no plano diplomático. Debaixo do guarda-chuva da Convenção de Viena, os Estados Unidos mentem uma vasta estrutura diplomática em Cuba, chamada de Seção de Interesses dos Estados Unidos em Cuba, debaixo da bandeira da Suíça. Como se pode conferir na página “Embaixada dos EUA em Cuba” o aviso: Por favor, observe que a Embaixada dos EUA em Havana permanece aberta. Os cidadãos americanos têm acesso a toda a gama de serviços consulares na Embaixada dos EUA em Havana.

Como está em vigor há algum tempo, a Embaixada não está emitindo vistos de não-imigrantes, exceto para emergências com risco de vida. Os cidadãos cubanos continuam sendo bem-vindos para solicitar vistos de não-imigrantes, incluindo renovações, em qualquer embaixada ou consulado dos EUA que processe vistos, fora de Cuba. (...) A Embaixada dos EUA em Havana é a fonte final e indiscutível de nossas próprias operações. Para mais informações, visite nosso site em cu.usembassy.gov e os canais de mídia social (Facebook e Twitter) em @USEmbCuba .

Essa SEÇÃO DE INTERESSES é chefiada por um Chargé d´Affaires, um nível baixo de Embaixador e tem todos os serviços de uma Embaixada: concede vistos, autentica faturas e dá proteção a cidadãos americanos que visitam Cuba. São 8.000 por mês, em voos regulares diários entre EUA e Cuba. Independentemente das idiossincrasias de Donald Trump, a diplomacia sempre busca formas de cooperação, como no acordo bilateral sobre busca e resgate marítimo e aeronáutico, merecendo uma saudação do encarregado de negócios, embaixador Jeffrey Delautentis:

Felicito as autoridades de busca e resgate dos EUA e de Cuba por essa conquista histórica. Desde que cheguei em agosto de 2014, passei a apreciar a coordenação entre a Guarda Costeira dos EUA e o sistema de busca e salvamento marítimo e aeronáutico de Cuba. Por isso, é um grande prazer assinar este acordo de busca e salvamento em nome do governo dos EUA.

Recentemente, os EUA enviaram para Cuba um diplomata sênior, Philipe Goldberg, que assumiu o cargo em fevereiro deste ano. No site do Departamento de Estado, há uma página explicando as relações com Cuba. “Embora as sanções econômicas permaneçam em vigor, os Estados Unidos são um dos principais fornecedores de alimentos e produtos agrícolas de Cuba, com exportações desses bens avaliadas em US$ 247.000.000,00 em 2016. Os Estados Unidos também são fornecedores significativos de bens humanitários para Cuba, incluindo medicamentos. e produtos médicos. As remessas dos Estados Unidos, estimadas em US$ 3.000.000.000,00 em 2016, desempenham um papel importante na economia controlada por Cuba”.

Assim sendo, o Itamaraty enviar convites para a posse a Cuba está estritamente dentro das regras diplomáticas de países civilizados. Os perfeitos idiotas latino-americanos, aboletados no poder, desconhecem qualquer regra de nações organizadas.

Peça 4 – Negócios à parte

Nas páginas do Office of United States Trade Representative informa-se que: Desde 2000, certas exportações americanas de produtos agrícolas e dispositivos médicos foram permitidas. Outros itens autorizados para exportação mais recentemente incluem certos materiais de construção para construção residencial privada, bens e serviços para uso por empresários cubanos do setor privado e equipamentos agrícolas para pequenos agricultores. Cuba foi o 127º maior mercado de exportação de bens dos Estados Unidos em 2015.As exportações de bens dos EUA para Cuba em 2015 foram de US $ 180 milhões, uma queda de 40% (US $ 119 milhões) em relação a 2014 e uma queda de 51% em relação a 2005. As principais categorias de exportação (HS de 2 dígitos) em 2015 foram: carne (US $ 78 milhões), ração animal (US $ 44 milhões), grãos diversos, sementes, frutas (US $ 22 milhões), produtos químicos diversos (US $ 13 milhões) e produtos químicos inorgânicos (US $ 9 milhões).
As exportações americanas de produtos agrícolas para Cuba totalizaram US $ 150 milhões em 2015. As principais categorias incluem: frango (US $ 78 milhões), farelo de soja (US $ 55 milhões), soja (US $ 10 milhões), milho (US $ 5 milhões) e laticínios (US $ 412 mil). Em 2017 subiram para US$ 217,3 milhões e para US$ 239,6 milhões até outubro de 2018.

Os carregamentos de grãos são transportados por navios de bandeira americana que aportam em Havana toda semana. Os preços de commodities agrícolas são subsidiados pelo governo norte-americano. Logo, indiretamente Cuba é subsidiada pelo Tesouro dos EUA. As remessas dos Estados Unidos para Cuba são estimadas em US$ 3.000.000.000,00 em 2016.

Peça 5 – Os riscos para o país

Não se trata de mera curiosidade, essa nova forma de genealogia do poder no Brasil. A diplomacia tem impacto profundo no comércio exterior, nos acordos de cooperação, na compra e venda de produtos sensíveis. Além disso, é responsável pela segurança do cidadão brasileiro em todos os países com os quais o Brasil mantem relações diplomáticas. No entanto, montou-se uma seleção de recursos humanos pelo avesso. A indicação de cada Ministro depende exclusivamente de sua capacidade de endossar o besteirol da família Bolsonaro. Nem se culpe os Bolsonaro por essa desmoralização internacional. Eles ao menos têm o álibi da ignorância rotunda. Culpados são os que permitiram que o país chegasse nesse nível de "refundação", através da desmoralização dos partidos políticos e das instituições.

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Lula lamenta saída de médicos cubanos 'por preconceito'

Cuba decidiu pelo retorno de 8.300 profissionais que trabalhavam 
no Mais Médicos, através da Organização Panamericana da Saúde.


Por AFP

Havana - O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a saída dos médicos cubanos do programa 'Mais Médicos' em razão do que considerou um "preconceito" do presidente eleito Jair Bolsonaro, segundo carta aberta publicada neste domingo em Cuba. "Eu lamento que o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros que moram em comunidades mais distantes e carentes", disse Lula na carta publicada no jornal Juventud Rebelde. Cuba decidiu pelo retorno de 8.300 profissionais que trabalhavam no Mais Médicos, através da Organização Panamericana da Saúde, depois que Bolsonaro anunciou que mudaria as condições de contrato, o que Havana considerou inaceitável.

Lançado em 2013 pela presidente Dilma Rousseff, o programa permitiu dar assistência à população das regiões mais pobres e rurais do Brasil, principalmente graças à chegada de profissionais cubanos, que ocupavam metade dos postos do programa. No contrato, os médicos recebiam 30% do valor desembolsado pelo Brasil, enquanto o restante ia para o orçamento da ilha, que por sua vez conservava seus salários e postos de trabalho em Cuba. Bolsonaro exigia que os profissionais recebessem o salário integral. Mais de 6.000 médicos já retornaram à ilha, numa ponte aérea de vários dias, e as autoridades cubanas deram por encerradas as operações de evacuação.

Da prisão em Curitiba, Lula disse que "no Brasil, os médicos de Cuba foram onde não havia médicos brasileiros. Em muitas comunidades pobres, distantes, de indígenas, que jamais tinham sido assistidas por um profissional da saúde". "Por isso quero dizer ao povo de Cuba: tenham muito orgulho dos seus médicos e das suas escolas de medicina. Vocês conquistaram milhões de admiradores, milhões de pessoas gratas no Brasil", acrescentou.

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Marcelo Freixo diz que a milícia não é 'enfrentada como deveria ser' no RJ

Polícia Civil divulgou na quinta um plano para matar o deputado do PSOL. Ele comentou nova ameaça em entrevista coletiva nesta sexta. Freixo disse que sensação é muito 'ruim e triste'.


Por GloboNews

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que a sensação de receber mais uma ameaça de morte na semana em que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de Jaeniro completa 10 anos é "muito ruim e triste". A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura um novo plano para executar o deputado estadual. A articulação foi descoberta após uma ligação para o Disque Denúncia e divulgada na quinta-feira (13). Se referindo à atuação das milícias em várias regiões do Rio de Janeiro, o deputado disse que é inadmissível que uma parcela imensa da população do RJ não tenha a liberdade de ir e vir e nem sequer possa comprar um botijão de gás. Segundo Freixo, essa população está "ameaçada e silenciada".

"Não é crise só da segurança pública, é uma crise da democracia. A milíca é um dos poucos grupos que transformam o domínio territorial em domínio eleitoral. Interessa muita gente para além da milícia. Por isso, talvez não seja tão enfrentada como deveria ser. Por isso dificilmente algum governador oferece um plano para enfrentar e reduzir o poder das milícias".

Freixo também comentou a ação da polícia nesta sexta-feira para cumprir mandados de busca contra o vereador Marcello Siciliano (PHS), suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em março junto com o motorista Anderson Gomes.

Freixo não vê vínculo entre trabalho e morte da vereadora
"Por que mataram Marielle? São nove meses, não são nove dias. Ela não teve atuação destacada em áreas de milícia. Houve um trabalho de uma assessora dela sobre regulação fundiária, mas nem chegou a ser concluída", disse. Indagado sobre a ligação entre a morte da vereadora e a atividade de milicianos, Freixo disse que, particularmente, não acredita nesse vínculo. Segundo o deputado, Marielle era muito jovem e atuou nos bastidores da investigação.

"Olha, a Marielle trabalhou comigo 10 anos. A Marielle tava na minha equipe quando eu fiz a CPI das Milícias. Ela não teve uma atuação... até porque ela era muito jovem na época, dentro da minha equipe, na CPI das Milícias. Então, ela atuou muito nos bastidores. Não vejo nenhuma possibilidade da morte da Marielle ter algum vínculo em relação ao nosso trabalho com as milícias. Eu, particularmente, não vejo isso", explicou Freixo.

O entendimento de Freixo sobre o crime contradiz o que afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes. Em entrevista ao jornal "Estado de S.Paulo", o secretário afirmou que Marielle Franco foi morta por milicianos, que viam nela uma ameaça a negócios de grilagem de terras na Zona Oeste do Rio. "Era um crime que já estava sendo planejado desde o final de 2017, antes da intervenção", disse Nunes ao "Estadão".

g1.globo.com

Para Manuela D’Ávila, Coaf prova que Bolsonaro nunca foi ‘outsider’.


De Portal Vermelho

A deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata derrotada à vice-presidência da República, está na Europa a convite do grupo parlamentar de esquerda do Parlamento Europeu. Saindo de Estrasburgo, na França, ela chegou à Itália para compromissos em Nápoles e Roma e conversou com a RFI direto da sede do Partido da Refundação Comunista, na capital italiana. A deputada criticou o fato de que o órgão Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) tinha conhecimento das operações financeiras envolvendo a família Bolsonaro, mas não se pronunciou durante as eleições. “Esse caso concreto apenas evidencia algo que nós já dizíamos: Bolsonaro não é um ‘outsider’ (estranho), ele é o mais ‘insider’ (pessoa que tem informação de dentro), alguém que faz a política mais velha do Brasil. Com 26 anos de mandato, 26 anos de absolutamente nenhuma produção, 26 anos elegendo os filhos políticos”, afirma. “Ou seja, essa é a pior tradição da política brasileira, que vem desde as Capitanias Hereditárias, mas que se perpetua com as criação dos clãs, quer dizer, não ideias, mas famílias, gerações tomando conta do Estado brasileiro. A política velha.”

Manuela D’Ávila ressaltou que a esquerda brasileira terá dois grandes desafios pela frente. “O primeiro é resistir a um conjunto de reformas que serão propostas por Bolsonaro, ultra-conservadoras, como a reforma da Previdência, e que tendem a contar com o apoio da elite financeira do país de maneira muito intensa porque essa é uma agenda que interessa ao sistema bancário. Nós estaremos diante de um governo que buscará tirar ainda mais direitos dos mais pobres”, disse.

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Lula se torna réu por lavagem de dinheiro em negócio na Guiné Equatorial

Ex-presidente supostamente recebeu R$ 1.000.000,00 disfarçado de doação por intermediar negócios de empresa no país africano, diz MPF; Defesa afirma que denúncia 'é mais um duro golpe no Estado de Direito'.


Por G1 SP

A Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu em um processo pelo crime de lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$ 1.000.000,00 para intermediar discussões entre o governo de Guiné Equatorial e o grupo brasileiro ARG para a instalação da empresa no país. A denúncia, apresentada em novembro pela Força Tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, foi recebida pela Justiça Federal nesta sexta-feira (14). Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, Lula recebeu a quantia dissimulada em forma de uma doação da empresa ao Instituto Lula, entre setembro de 2011 e junho de 2012. Quando o MPF fez a denúncia, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, afirmou em nota que a nova denúncia “é mais um duro golpe no Estado de Direito porque subverte a lei e os fatos para fabricar uma acusação e dar continuidade a uma perseguição política sem precedentes pela via judicial”Na ocasião, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou que todas as doações recebidas por ela "são legais, declaradas, registradas, pagaram os impostos devidos". Ainda de acordo com o comunicado, as doações "foram usadas nas atividades fim do Instituto e nunca tiveram nenhum tipo de contrapartida".

Lula está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, condenado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção no caso do triplex no Guarujá (SP). Além de Lula, o MPF denunciou ainda o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro. Como Lula tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu em relação a ele. As negociações começaram entre setembro e outubro de 2011. Segundo o MPF, Geo pediu a Lula para que interviesse junto ao presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasogo, para que o governo continuasse realizando transações comerciais com a ARG, especialmente na construção de rodovias. O MPF disse que conseguiu provar a transação com base em e-mails encontrados em computadores no Instituto Lula, apreendidos em março de 2016 na Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato de Curitiba.


Histórico
Em e-mail de 5 de outubro de 2011, o ex-ministro do Desenvolvimento do governo Lula Miguel Jorge, escreveu para Clara Ant, diretora do Instituto Lula, que o ex-presidente havia dito a ele que gostaria de falar com Geo sobre o trabalho da empresa na Guiné Equatorial. Segundo o ex-ministro informava no e-mail, a empresa estava disposta a fazer uma contribuição financeira “bastante importante” ao Instituto Lula. Em maio de 2012, Geo encaminhou a Clara Ant por e-mail uma carta digitalizada de Teodoro Obiang para Lula e pede para que seja agendada uma data para encontrar o ex-presidente e lhe entregar a original. Também informa à diretora do instituto que voltaria à Guiné Equatorial em 20 de maio e que gostaria de levar a resposta de Lula.

Lula escreveu uma carta a Obiang em que mencionava um telefonema entre ambos e que acreditava que o país poderia ingressar, futuramente, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A carta foi entregue em mãos ao presidente da Guiné Equatorial por Rodolfo Geo. Na carta, Lula diz a Obiang que Geo dirige a Arg, “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”. Na análise dos dados apreendidos no Instituto Lula foi localizado registro da transferência bancária de R$ 1.000.000,00 pela ARG ao instituto em 18 de junho de 2016. Recibo emitido pela instituição na mesma data e também apreendido registra a “doação”.

Para o MPF, não se trata de doação, mas pagamento de vantagem a Lula em virtude do ex-presidente do Brasil ter influenciado o presidente de outro país no exercício de sua função. Como a doação feita pela ARG seria um pagamento, o registro do valor como uma doação é ideologicamente falso e trata-se apenas de uma dissimulação da origem do dinheiro ilícito, e, portanto, configura crime de lavagem de dinheiro. Um dos sócios do grupo, pai do denunciado, Adolfo Geo morreu em um acidente de avião no dia 26 de novembro em Minas Gerais. Adolfo não tinha sido denunciado. O caso envolvendo o Instituto Lula foi remetido à Justiça Federal de São Paulo por ordem do então titular da Operação Lava Jato, Sergio Moro. O inquérito tramita na 2ª Vara Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro, que analisará a denúncia do MPF.

Defesa de Lula
Segundo a defesa de Lula, a denúncia “é mais um capítulo do ‘lawfare’ que vem sendo imposto a Lula desde 2016”. “A denúncia pretendeu, de forma absurda e injurídica, transformar uma doação recebida de uma empresa privada pelo Instituto Lula, devidamente contabilizada e declarada às autoridades, em tráfico internacional de influência (CP, art. 337-C) e lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98, art 1º. VIII)”, disse Zanim Martins. “A acusação foi construída com base na retórica, sem apoio em qualquer conduta específica praticada pelo ex-presidente Lula, que sequer teve a oportunidade de prestar qualquer esclarecimento sobre a versão da denúncia antes do espetáculo que mais uma vez acompanha uma iniciativa do Ministério Público – aniquilando as garantias constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal”, acrescentou.

O advogado finaliza a nota dizendo esperar que “a Justiça Federal de São Paulo rejeite a denúncia diante da manifesta ausência de justa causa para a abertura de uma nova ação penal frívola contra Lula”.

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