quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Usuários da SuperVia ganham novo trem da série 5000


AUTOR: RENATO LOBO

Começou a rodar pela SuperVia um novo trem da série 5000, fabricados pela Alstom, nesta terça-feira, 4 de dezembro. De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes, com o novo trem, duas composições chinesas serão deslocados para o Ramal Belford Roxo, substituindo os mais antigos. Outras quatro composições da Alstom já foram entregues e passam por testes. A sexta e última composição deverá ser recebida na primeira quinzena deste mês. “Até o fim do mês, concluiremos a entrega dos trens da Alstom e deixaremos a frota da SuperVia totalmente renovada e climatizada. Cerca de 700 mil pessoas estão sendo beneficiadas, em todos os ramais, com trens novos. Essa é uma das frotas mais novas do Brasil“, disse o secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira.

O trem da série 5000 tem capacidade de transportar até 2.600 passageiros, é equipado com ar-condicionado, espaço para cadeirantes e pessoas com necessidades especiais, câmeras internas e externas, dispositivo de comunicação de emergência e bagageiros, além de monitores de LCD e painéis eletrônicos indicativos de próxima estação e lado do desembarque.

A SuperVia começou a renovar a frota em 2012, com a entrega de 30 trens chineses. Já em 2014, outras 70 composições, também da China entraram para operação, totalizando 100 novos trens. A concessionária, com recursos próprios, modernizou 32 composições, incluindo a instalação de ar-condicionado.

viatrolebus.com.br

Alerj derruba veto de Pezão, e venda da Cedae é revogada

Deputados derrubaram veto do governador Luiz Fernando Pezão e governo deverá recorrer á Justiça. 
Emenda que vira lei permite tirar a companhia da garantia para entrada no Regime de Recuperação Fiscal.


Por Gabriel Barreira, G1 Rio

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro derrubou, nesta quarta-feira (5), o veto do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) à emenda que revoga a venda da Cedae. O texto, que será promulgado na quinta, retira a Cedae como principal garantia do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A emenda é de autoria do deputado Paulo Ramos (PDT). A aposta do governo é que o caso seja revertido na Justiça. Segundo o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), o governador em exercício, Francisco Dornelles, vai à Justiça contra a decisão. A sessão é acompanhada pelas galerias lotadas de servidor. Antes de ser preso, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) disse ao G1 temer que a derrubada do veto pode ameaçar a continuidade no Estado no Regime de Recuperação Fiscal.

Vice de Witzel mostra preocupação
Vice-governador eleito, Claudio Castro (PSC), esteve na Assembleia e disse que a decisão da Alerj põe em risco a permanência do Estado no RRF. O novo governo também deve ir à Justiça contra decisão. "Decisão da Assembleia é soberana e diz o sentimento do Parlamento. Nosso trabalho é não sair do regime no dia primeiro de janeiro. Reiteramos que não temos o interesse de privatizar", disse. "O grande risco não é do governo, é da população. Hoje foi gerado o risco para ela."

g1.globo.com

Dodge participa de evento sobre violência contra a mulher e cobra solução do assassinato de Marielle

PGR afirmou que morte da vereadora é uma expressão da violência contra a mulher negra; 
órgãos assinaram acordo para implementar formulário de prevenção a crimes desta natureza.


Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília

A procuradora geral da República (PGR), Raquel Dodge, cobrou nesta quarta-feira (5) o esclarecimento do assassinato da ativista e vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta a tiros no Rio de Janeiro em março deste ano. A PGR discursou na abertura do 2º Seminário Internacional Brasil-União Europeia, que discute caminhos para a prevenção da violência doméstica contra a mulher. Atualmente, as investigações da morte de Marielle e do seu motorista, Anderson Pedro Gomes, são conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Em outra frente, a Polícia Federal vai abrir investiga a suposta existência de uma organização criminosa que estaria impedindo a elucidação do assassinato da vereadora “[Marielle] emprestou a sua voz em favor de populações mais excluídas e seu assassinato é uma expressão da violência contra a mulher, contra a mulher negra que quer ocupar espaço de poder no nosso país e, portanto, necessita ser o quanto antes esclarecido”, disse Dodge. “Gostaria de que nós não nos esquecêssemos de lembrar do assassinato de Marielle Franco nessa oportunidade, porque Marielle foi uma importante ativista e defensora dos direitos humanos no seu estado”, complementou a procuradora. Também participaram da solenidade o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Gustavo Rocha (Direitos Humanos).


Violência contra a mulher
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) assinaram um acordo de cooperação técnica para implementar o Formulário Nacional de Avaliação de Risco e Proteção à Vida, chamado de “Frida”. O objetivo é a prevenção e o enfrentamento de crimes praticados no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Segundo o termo, as informações colhidas serão usadas em inquéritos policiais que apurarem crimes dessa natureza, dando subsídio à atuação do Poder Judiciário e aos órgãos responsáveis pelas investigações. O acordo estabelece a criação de um grupo de trabalho para a discussão de um formulário nacional de avaliação de risco e a implementação de projetos pilotos para testar sua aplicação. O colegiado terá 120 dias para elaborar um plano de trabalho e um cronograma de atividades.

g1.globo.com

Total de pobres no país cresce a 54,8 milhões em 2017, afirma IBGE

Em um ano, 2.000.000 de brasileiros passaram a viver com menos de R$ 4,06 por dia.


Lucas Vettorazzo
RIO DE JANEIRO

A crise e o aumento das taxas de desemprego em 2017 fizeram o contingente de pobres no país aumentar em 2.000.000, segundo dados do IBGE (Instituto Nacional do Seguro Social). Havia 54.8 00.000 de brasileiros nessa situação no ano passado, ou 26,5% da população brasileira, segundo IBGE. Em 2016 eles eram 25,7% dos brasileiros. Pela linha definida pelo Banco Mundial —que é a métrica adotada pelo IBGE—, são considerados pobres aqueles que vivem com até US$ 5,50 (R$ 4,06 segundo a cotação do período analisado) por dia. Também aumentou a quantidade de crianças que vive em domicílios pobres, passando de 42,9% para 43,4% do total da população com até 14 anos. A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE também analisa a prevalência de pobreza considerando as características das pessoas de referência dos domicílios. Do total de moradores em domicílios em que a pessoa de referência era uma mulher sem cônjuge e com filhos de até 14 anos, 56,9% estavam abaixo dessa linha. Se a responsável pelo domicílio era uma mulher preta ou parda (igualmente sem cônjuge e com filhos no mesmo grupo etário), essa incidência subia para 64,4%. A recessão econômica dos últimos anos foi responsável pelo aumento de pessoas nessas condições, segundo o IBGE. A taxa de desocupação, que era de 6,9% em 2014, e subiu para 12,5% em 2017. "Isso equivale a 6.200.000 de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos etários", informou o IBGE.

Em 2017, 2 em cada 5 trabalhadores do país eram informais.
"Do total de moradores em domicílios em que a pessoa de referência era uma mulher sem cônjuge e com filhos de até 14 anos, 56,9% estavam abaixo dessa linha [da pobreza]. Se a responsável pelo domicílio era uma mulher preta ou parda (igualmente sem cônjuge e com filhos no mesmo grupo etário), essa incidência subia para 64,4%", informou o instituto.

O IBGE estimou em R$ 10.200.000.000,00 o custo mensal, se os recursos forem perfeitamente alocados, para erradicar a pobreza no país, ou seja, para que ninguém viva com menos de US$ 5,50 por dia. Em 2016, faltavam, em média, R$ 183,00 para que cada pessoa abaixo da linha da pobreza conseguisse superar essa barreira. Esse hiato aumentou em 2017, para R$ 187,00. "Para a linha de extrema pobreza (R$ 140,00 por mês ou US$ 1,90 por dia), o montante necessário para que todos alcancem essa linha era de R$ 1.200.000.000  por mês."

EXTREMA POBREZA
Também cresceu o número de brasileiros em extrema pobreza, um recorte entre os pobres que mostra uma faixa ainda mais vulnerável. No ano passado, 15.200.000 de pessoas estavam nessa situação. O recorte considera aqueles que vivem com menos de US$ 1,90 por dia (R$ 140,00), ainda pela linha do Banco Mundial. Esse contingente aumentou em 1.700.000 de brasileiros sobre 2016, passando a representar 7,4% da população, contra 6,6% no ano anterior. O Maranhão é o estado com o maior percentual de pessoas em extrema pobreza: 54,1%, ou mais da metade dos moradores, seguido por Alagoas (48,9%). Na ponta oposta, Santa Catarina (8,5%) e Rio Grande do Sul (13,5%) apresentaram os menores percentuais. Em São Paulo a taxa era de 14,9%.

RENDA E ACESSO A BENS E SERVIÇOS
Ainda segundo o IBGE, o rendimento médio mensal domiciliar per capita no país foi de R$ 1.511,00 no ano passado. O Nordeste (R$ 984,00) e o Norte (R$ 1.011,00) foram as regiões com os piores resultados. Igualmente, quase a metade da população (49,9% e 48,1%, respectivamente) tinha rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo. O IBGE também mediu o acesso a bens em dimensões que complementam a análise monetária para avaliar as restrições de acesso a educação, proteção social, moradia adequada, serviços de saneamento básico e internet. "Nos domicílios cujos responsáveis são mulheres pretas ou pardas sem cônjuge e com filhos até 14 anos, 25,2% dos moradores tinham pelo menos três restrições às dimensões analisadas. Esse é também o grupo com mais restrições à proteção social (46,1%) e à moradia adequada (28,5%)", informou.

Ainda segundo o IBGE, 12.200.000 viviam em residências com adensamento excessivo (mais de três moradores por dormitório), e 10.100.000 pessoas (4,9%) moravam em residências sem banheiro de uso exclusivo. "Ainda entre as pessoas abaixo dessa linha de pobreza, 57,6% tinham restrição a pelo menos um serviço de saneamento (contra 37,6% da população em geral)."

No total, mais de um terço da população (35,9%) tinha restrição de acesso ao serviço de esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial. "Já a ausência de coleta direta ou indireta de lixo atingiu 10,0% da população e 15,1% do total de pessoas não era abastecida por rede geral de água. Uma proporção de 37,6% residia em domicílios onde faltava ao menos um desses três serviços de saneamento básico", informou o IBGE.

www1.folha.uol.com.br

Estudante de escola paga tem o dobro da chance de entrar na faculdade, aponta estudo do IBGE.

Segundo a pesquisa, 79,2% dos estudantes que completam o ensino médio na rede privada 
ingressam no ensino superior. Na rede pública, esse percentual cai drasticamente — para 35,9%.


Por Valor Online

Estudantes da rede privada que completam o ensino médio têm o dobro das chances de ingressar numa faculdade do que alunos da rede pública, mostram dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, que faz um cruzamento de diversos indicadores divulgados pelo órgão ao longo do ano, 79,2% dos estudantes que completam o ensino médio na rede privada ingressam no ensino superior. Na rede pública, esse percentual cai drasticamente — para 35,9%. Essa diferença não é explicada apenas pela qualidade de ensino das redes pública e privada. Segundo o IBGE, o perfil socioeconômico também exerce influência, uma vez que o rendimento das famílias limita ainda mais o acesso de quem estudou na escola pública. Além da desigualdade de renda, a racial também se faz presente nesse indicador. Dois estudantes da rede privada, um de cor branca e outro de cor preta ou parda, também têm probabilidades diferentes de ingressar no ensino superior — de 81,9% e 71,6%, respectivamente.

O estudo do IBGE detalhou os motivos que levam pessoas de 18 a 29 anos a não estudar. Do total de brasileiros nessa faixa etária, 52,5% dos homens não estudam porque estão trabalhando ou procurando trabalho. Entre as mulheres, 39,5% não estudam porque cuidam de afazeres domésticos. A decisão de não estudar tem efeitos sobre o futuro profissional de cada um. Dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é onde mais vale a pena ter ensino superior no mercado de trabalho, segundo a pesquisa do IBGE.

g1.globo.com

CRISE NA VENEZUELA.

A asfixiante vida dos venezuelanos depois de um ano de hiperinflação.


Na Venezuela, carne e frutas viraram produtos de luxo e lojas 
foram obrigadas a fechar. 48% das famílias são pobres.

FLORANTONIA SINGER

Os números na Venezuela já não dizem mais nada. Em novembro do ano passado houve uma inflação recorde: os preços subiram naquele mês 57%, segundo o monitoramento feito pela Assembleia Nacional. A Venezuela entrou na temida hiperinflação que se previa havia dois anos. Embora o índice de novembro deste ano ainda seja desconhecido, em outubro já triplicou o registrado um ano antes, um percentual escandaloso para os economistas e que se torna sufocante na vida cotidiana. Na sexta-feira, 30, as autoridades venezuelanas anunciaram uma desvalorização de 43% do bolívar. Um dia antes, aumentaram o salário em 150%. Karina Cancino, 42 anos, era até o ano passado gerente de sua produtora audiovisual. Ela não precisa de indicadores para medir a inflação: "Reduzi a qualidade de vida das minhas filhas. As aulas de inglês, dança e esporte terminaram este ano. Também o plano de saúde. Nós também não viajamos: desde dois anos atrás, quando fomos a Nova York, não saímos de férias. Trabalho apenas para manter as meninas", acrescenta

Cancino vive agora do pequeno café que abriu em uma clínica em Caracas no começo do aterrorizante 2018 que os especialistas previram. Tinha ficado seis meses sem trabalho, depois de fechar a empresa que tinha com outros sócios residentes no exterior. "Todos os meses saía gente porque estavam deixando o país. Todo mês tínhamos que treinar novos funcionários, era impossível continuar trabalhando aqui. Era muito difícil ajustar salários, reter as pessoas, lidar com aumentos de aluguel e falhas de serviços." As poucas economias em dólares que ela, o marido e as filhas de seis e 12 anos mantêm são guardadas como um seguro, para o caso de ocorrer uma emergência médica.

Para os venezuelanos, a hiperinflação, um fenômeno que a região não conhecia desde o início dos anos 90, quando o Peru sofreu um forte aumento nos preços - assim como enfrentavam os brasileiros - significou um empobrecimento ainda maior, jamais registrado antes na América Latina. Primeiro, porque a voracidade da escalada inflacionária ocorre em um país quase sem indústria e agricultura, e totalmente dependente de importações, o que agravou o desabastecimento, agora crônico. Em segundo lugar, porque um ano depois do problema -- pelo menos na definição técnica de hiperinflação, porque a elevação de preços tinha começado muito antes – o Governo de Nicolás Maduro nem sequer se refere ao mal por seu nome, mas o coloca no saco da chamada "guerra econômica", que enfrenta com medidas contraindicadas. Em uma economia infestada de liquidez, as autoridades continuam fazendo jorrar dinheiro, com aumentos consecutivos nos salários e bonificações, que o Tesouro não tem condições de respaldar, por isso é obrigado a imprimir cada vez mais notas. O cachorro que morde o rabo.


Karina Cancino, na segunda-feira, em seu café em uma clínica de Caracas.

César Reina, de 45 anos, perdeu peso, mas com a receita 
extra diz que recuperou: come uma ou duas vezes por dia.

César Reina, de 45 anos, faz milagres com o salário mínimo que ganha como mensageiro em uma empresa. "Antes, a gente podia economizar um pouco do salário e juntar para comprar algo, agora vivemos para o dia a dia." Vive para o dia em um bairro em La Guaira, nos arredores de Caracas, e há dois meses começou a ocupar as horas livres com trabalhos de pedreiro por empreitada. "Pinto, conserto, faço qualquer coisa. Com isso pude pagar a matrícula e o material escolar da minha filha pequena, porque apenas as calças do uniforme da escola custaram 1.800 bolívares [o salário mínimo, que estava em vigor de agosto até quinta-feira, quando o Governo o aumentou para 4.500 bolívares soberanos]." A filha mais velha, 21 anos, emigrou para o Chile no início de novembro, mesmo sem ter terminado o curso de Comunicação Social. "Já tem trabalho e está melhor.”


César Reina, na segunda-feira, em Caracas.

Reina reconhece que perdeu peso, embora diz que se recuperou com a renda extra: come uma ou duas vezes por dia. A sardinha se tornou comum em sua refeição. "No meu bairro era tradição no domingo fazer uma sopa de costela e frango para dividir com os vizinhos, mas a gente já não consegue fazer sopa, e muito menos dividir."

No populoso Petare, perto da capital, Maura García também faz mágica com a renda mínima que recebe para pagar as contas e ajudar filhos e irmãos. Na sua região chegavam com certa regularidade as cestas da Clap, o programa de alimentos de baixo custo que Maduro planejou para compensar as dificuldades de acesso à comida em um país onde as mortes por desnutrição estão aumentando. Há mais de um mês não chegam e durante o último ano ela gasta mais energia buscando obter alimentos do que no trabalho: na troca com amigos ou ficando em longas filas quando os produtos com preços controlados chegam aos supermercados. “Faz tempo que não sei o que é comer carne." Com seu salário só consegue comprar 15 ovos. Como no caso de Reina, um de seus filhos emigrou para a Colômbia há um ano. Mesmo em uma situação irregular, pode enviar algum dinheiro para que a mãe possa comer.

Sem sinal de mudança
A Pesquisa de Condições de Vida, apresentada esta semana pela Universidade Católica Andrés Bello, mostra que 48% das famílias venezuelanas são pobres, 2 pontos porcentuais a mais do que um ano antes. Essa é uma das razões que levou à emigração: segundo estimativas, cerca de 700.000 pessoas só neste ano, um êxodo que também estimulou uma economia de remessas que dá alguma folga a um grupo da população. Como em todas as hiperinflações recentes, o dólar se tornou cada vez mais comum para as transações: as moedas estrangeiras substituíram o desvalorizado bolívar nas consultas médicas, serviços profissionais e técnicos, e até mesmo para comprar algo tão básico como a farinha de milho no mercado paralelo. "Quando entramos na hiperinflação, não imaginávamos que seria tão agressiva. Esperávamos algo como o que já havia acontecido na América do Sul, de 20.000% ou 50.000%, como na Bolívia, mas esta superou tudo", explica o deputado José Guerra. A hiperinflação da Venezuela já é a terceira mais prolongada das que abalaram a América Latina, superada apenas pela da Bolívia na década de 80, 18 meses e a da Nicarágua, também no final daquela década -- 58 meses.


Maura García, na segunda-feira, no bairro de Petare, em Caracas.

O FMI prevê que a Venezuela encerre 2018 com inflação de sete dígitos, em torno de 2.500.000%, um número que é até difícil de pronunciar. As recentes medidas anunciadas por Maduro para aumentar os salários projetam uma espiral ascendente de preços: para honrar os compromissos, a massa monetária tem aumentado entre 15% e 20% a cada semana. "A hiperinflação continuará no ano que vem, porque as razões que a motivaram permanecem, e parece que o acesso ao financiamento externo para o Governo está mais fechado", acrescenta Guerra.

Os irmãos Nil e Manuel Rodríguez Domínguez fecharam em novembro o bar da família que mantiveram por 28 anos em Chacao, numa área de entretenimento a leste de Caracas. Uma calorosa despedida com os clientes regulares marcou o fechamento de um ciclo. "No ano passado, ficou muito difícil acompanhar o ritmo dos preços." O negócio vivia da cerveja, cujo preço começou a subir tão rapidamente que se tornou difícil oferecê-la por um valor que as pessoas pudessem pagar e que lhes proporcionasse receita para repor o estoque. Esses malabarismos se tornaram comuns entre os comerciantes, mas os irmãos jogaram a toalha: venderam o negócio e emigraram para a Galícia, na Espanha, para a terra de seus pais. Há um ano, o preço do dólar paralelo chegou a 100.000 bolívares (que agora equivalem a um bolívar soberano), o que permitia drenar a angústia da crise com até seis cervejas. Nesta semana, o dólar é trocado por quase 500 bolívares: não dá nem para duas.

brasil.elpais.com

Ciro critica Moro e diz que Bolsonaro faz papel de "animador de auditório"


Mirthyani Bezerra
Do UOL, em São Paulo

O ex-ministro Ciro Gomes, que foi candidato do PDT à Presidência da República, disse na terça-feira (4) que o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, é uma “figura publicitária” no governo Bolsonaro, que não tem falado como vai fazer para diminuir a quantidade de homicídios registrados no país – cerca de 63.000 em 2017. Em live feita na sua página do Facebook, em que respondeu a perguntas de seus seguidores, Ciro também disse que Bolsonaro tem feito um papel de “relações públicas”, de “animador de auditório”, quanto o real poder está nas mãos dos surperministérios criados por ele.

Terceiro colocado na disputa presidencial, Ciro, que passou por uma cirurgia na próstata há duas semanas. falou das suas impressões sobre os anúncios que têm sido feitos por Bolsonaro na composição do seu governo. “Bolsonaro parece que está reservando para si um papel de relações públicas, de agitador, de animador auditório, na Presidência da República. O poder real ele está está delegando ao que ele chama de superministérios”, avaliou.

Ciro mencionou Paulo Guedes, que será ministro da Economia – superministério que resultará da fusão da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio --, afirmando que ele tem uma concepção completamente errada e crenças completamente ilusórias a respeito da privatização de estatais. Na mesma esteira, mencionou Moro, ex-juiz federal que será o titular do superministério que aglutinará os ministérios da Justiça e da Segurança Pública, a quem classificou “figura publicitária”“Moro é figura publicitária. Só para se ter uma ideia, ele é o encarregado de duas grandes tarefas: primeiro, o enfretamento da corrupção [...]. Os primeiros sinais não são bons, são sinais de que ele relativiza os valores, imaginando talvez manipular as estruturas de PF para perseguir adversários. Segundo, a questão da segurança pública. Ele não dá uma palavra sobre isso e essa é a grande demanda da sociedade brasileira”, disse. “Os 63.000 homicídios? O combate ao crime organizado? Ninguém ouve uma palavra sobre isso”, criticou.

Ainda sobre a escolha dos ministérios, o pedetista comparou a estratégia de Bolsonaro à da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que segundo ele também escolheu seus ministros sem levar em consideração as organizações partidárias. “Ele está tentando o que a Dilma andou fazendo, que é recrutar individualmente fulano, sicrano, beltrano, desconsiderando as organizações partidárias. Isso é muito improvável que dê certo. [...] Os políticos não gostam disso, eles querem ser valorizados pelos coletivos que eles representam [...]. Não pode negociar nas bases que o PT e FHC negociaram, porque deu nisso que deu, é preciso trocar essa interlocução por um grande desenho novo num pacto de governadores, que não estão sendo sequer procurados para conversar”, disse.

Ciro também fez críticas ao futuro ministro da Casa Civil, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmando que, além de ele não ser um deputado com bom trânsito no Congresso Nacional, o DEM está “muito aborrecido” com a forma como o governo Bolsonaro está montando sua equipe. “O DEM está muito aborrecido com a forma com que eles estão tratando, de cooptar aqui e ali, sem discussão coletiva. Isso tudo vai se escondendo, mas passou ali seis meses, em que os problemas começam, a popularidade fácil e a lua de mel vão acabando, vai virar confronto”, disse.

3º colocado em 2018, Ciro mira em 2022
Ciro fez ataques ao PT, deu sua opinião sobre questões polêmicas, como lei antiterrorismo, Escola Sem Partido, extinção de ministérios, política internacional, dando o tom de que fará parte dos debates que permeiam a sociedade com vistas às eleições de 2022. “Eu respeito o povo brasileiro”, disse. “Amanhã quero merecer a confiança das pessoas”, afirmou revelando que pretende lançar um livro com as suas ideias para o desenvolvimento do Brasil. “Estou juntando uma equipe boa para acompanhar o governo a partir dos seus 100 primeiros dias, detalhe por detalhe”, disse.

Terminou a conversa com os seguidores dizendo que “2022 tem importância”, se colocando desde já, quatro anos para o pleito, como alternativa. Segundo ele, o PDT já fez o convite para que ele seja o candidato do partido à Presidência da República nas próximas eleições. “Na medida em que você faz uma oscilação de uma esquerda corrompida para uma direita fascista, incapaz de entregar aquilo que prometeu: de acabar com a violência, com a corrupção. Isso tudo é mentira! Vocês vão ver isso daí, a população pode ter a vontade agora de achar uma coisa equilibrada. [...] Eu vou estar inteiramente devotado a essa tarefa”, disse.

noticias.uol.com.br/

200 profissionais desistem do Mais Médicos e vagas serão reabertas.

Principal motivo alegado pelos médicos é a incompatibilidade de horário com outras atividades.


Por G1

O Ministério da Saúde irá reabrir 200 vagas de profissionais que desistiram de trabalhar no programa Mais Médicos. As inscrições poderão ser feitas pelo site a partir das 18:00h desta quarta-feira (5). De acordo com a pasta, o principal motivo alegado pelos médicos é a incompatibilidade de horário com outras atividades. Os profissionais precisarão se dedicar 40 horas semanais ao programa. Outra parte dos desistentes às vagas informou que entrou em residência médica, recebeu outra proposta, ou teve problemas pessoais. Os médicos convocados que desistirem de participar do programa devem informar o município onde estão alocados, que irá notificar o Ministério da Saúde. O governo federal diz que tem entrado em contato com os profissionais por telefone: mais de 3.000 ligações foram feitas.

Balanço
Até as 18:00h da terça-feira (4), 8.405 vagas do programa Mais Médicos haviam sido preenchidas, sendo que 3.276 inscritos já haviam se apresentado ou iniciado o trabalho. Os profissionais têm até o dia 14 de dezembro para confirmar o interesse.

g1.globo.com

Fachin abre processo no STF para apurar suposto caixa 2 de Onyx.


Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília

A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de processo para apurar o suposto pagamento de caixa 2 dois ao deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Os acordos de delação da JBS apontaram dois repasses a Onyx, um de R$ 100.000,00 em 2014 e outro de R$ 100.000,00 em 2012. Onyx já admitiu em uma entrevista ter recebido R$ 100.000,00 da JBS em 2014 e pediu desculpas, mas negou a segunda denúncia de caixa 2 revelada pelo jornal "Folha de S.Paulo". Após a autuação do processo em separado, a PGR deverá analisar se pede a abertura de inquérito.

A PGR pediu que o caso de Onyx fosse analisado separadamente, assim como outros supostos casos de caixa 2 apontados por delatores da JBS. O tipo de processo instaurado na terça por Fachin, uma petição, permite a prática de atos investigativos semelhantes aos de um inquérito, como a possibilidade de medidas cautelares como, por exemplo, a quebra de sigilos. Em 27 de novembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a abertura de uma "petição autônoma" específica para analisar as acusações de caixa 2 feitas por delatores da empresa a dez parlamentares, incluindo Onyx Lorenzoni, que comanda a transição do governo Jair Bolsonaro.

Além de Onyx, Fachin também atendeu ao pedido da PGR para abrir processo contra seis deputados federais: 
Paulo Teixeira (PT-SP), 
Alceu Moreira (MDB-RS), 
Jeronimo Goergen (PP-RS), 
Zé Silva (SD-MG), 
Marcelo Castro (MDB-PI), 
Welington Fagundes (PR-MT), 
e três senadores: 
Ciro Nogueira (PP-PI), 
Renan Calheiros (MDB-AL) 
e Eduardo Braga (MDB-AM). 

A delação da JBS aponta caixa 2 no ano de 2014 em relação a todos eles, menos Paulo Teixeira, a quem a referência é de que a prática teria ocorrido em 2010.

Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo Dodge pediu a separação dos trechos das delações da JBS sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades - deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019 vão ser alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou mesmo em formulação de denúncia.

Outro lado
Onyx admitiu ter recebido R$ 100.000,00 de caixa 2 em 2014 para quitar gastos de campanha e, na ocasião, afirmou que deveria "pagar pelo erro". Sobre a acusação de ter recebido R$ 100.000,00 também em 2012, Onyx rebateu a delação e disse não ter nada a temer. "Nada temo, não é a primeira vez que o sistema tenta me envolver com a corrupção. Alto lá, sou um combatente contra a corrupção e essa é a história da minha vida", disse, logo após essa segunda suspeita ser revelada pela imprensa. 

(*Com informações do Estadão Conteúdo)
noticias.uol.com.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

'Hoje em dia é muito difícil ser patrão no Brasil, não há dúvida', diz Bolsonaro

Presidente eleito disse que trabalhador terá que escolher entre 'um pouquinho 
menos de direitos e emprego' ou 'todos os direitos e desemprego'.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta terça-feira, em coletiva de imprensa, que "hoje em dia continua muito difícil ser patrão no Brasil". Bolsonaro defendeu um aprofundamento da reforma trabalhista em seu governo, com medidas mais favoráveis aos empregadores para estimular novas contratações. A ideia também foi apresentada a parlamentares do MDB e do PRB em reuniões no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição. "Na última reforma trabalhista, que votei favorável, já tivemos reflexo positivo, número de ações trabalhistas caiu pela metade. Mas hoje em dia continua sendo muito difícil ser patrão no Brasil", criticou o presidente.

No ano passado, o Congresso aprovou projeto do presidente Michel Temer que muda trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a ter força de lei. Bolsonaro não quis entrar em detalhes sobre como seria feito o aprofundamento. "Estamos estudando. Não basta ter direitos e não ter empregos, esse é o grande problema que existe", declarou em conversa com jornalistas.

O presidente eleito também contou que tem recomendado a empregadores que "entrem na guerra" pela mudança da legislação. "Tenho dito que vão ter que entrar nessa guerra, não dá para deixar só com governo. Alguns dizem que podemos nos aproximar da legislação de outros países como os Estados Unidos, mas acho que seria aprofundar demais." Segundo ele, em reuniões com representantes do setor produtivo há reclamação de que "com a legislação trabalhista ainda está complicado empregar no Brasil". "Eles têm dito que o Brasil é o país dos direitos, mas não tem emprego. Então isso tem que ser equacionado um dia. Eles têm dito, não sou eu, o trabalhador vai ter que decidir, um pouquinho menos de direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego."

Sobre a dissolução do atual Ministério do Trabalho, ele disse que a pasta funcionava como "sindicato do trabalho, e não como ministério". "Nenhum trabalhador vai perder direitos ou ser prejudicado tendo em vista a não existência do ministério do trabalho", garantiu.

odia.ig.com.br