terça-feira, 16 de outubro de 2018

Como preservar a saúde mental das crianças diante da polarização política

Especialistas alertam sobre cuidados com a saúde mental durante as eleições, 
e sobre a influência que adultos podem exercer sobre as crianças neste período.


Por *LUIZ FRANCO

Rio - Diante de um segundo turno polarizado e incerto, inflado por discursos de ódio, discussões e rompimento de laços, acabamos nos esquecendo que exercemos influência direta sobre uma peça fundamental para a construção de um futuro democrático e saudável: as crianças. Quem chama a atenção para isso é Olivia Porcaro, psicanalista e mestre pela Universidade de Londres, que atende crianças há 16 anos. "Tenho percebido que as crianças estão muito angustiadas, porque elas têm menos instrumentos e compreensão para lidar com essa situação toda", diz Olivia. "Dos adultos, mesmo os mais apaixonados, a gente pressupõe que eles tenham uma certa robustez emocional. Mas as crianças têm presenciado discussões na família sem compreender a questão ideológica por trás", explica. Segundo a psicanalista, "surpreendentemente, as crianças estavam mais preservadas desse jogo político. Mas, como a questão se inflamou muito entre os vínculos sociais, tenho notado um aumento substancial de desconforto entre elas", conclui.

Para Olivia, o exemplo deve vir dos pais, dos adultos. Mas, afinal, como manter a saúde mental durante uma eleição tão polarizada como esta?

"Uma das questões que aumenta esse nível de ameaça, esse estresse, essa ansiedade, é o fato de as pessoas tomarem isso como uma escolha permanente", afirma. "As pessoas perdem a dimensão temporal, de que essa eleição é uma questão do presente (...) e levam essa escolha como se ela fosse uma espécie de sentença eterna. Acho que essa ideia de permanência, de escolha definitiva, também traz um aumento de ansiedade, porque ela recrudesce o sentimento de ameaça", explica.

Sintomas também nos adultos
A psicanalista aponta para a polarização como outro fator que intensifica a divisão já existente entre vencedores e vencidos. "Diante da perda da dimensão da conciliação, a gente começa a pensar em vencedores que vão dominar os vencidos", diz. A possibilidade de fazer parte do grupo perdedor, ela alerta, produz "um aumento de ansiedade, e pode existir um aumento de sintomas somáticos, como dores de cabeça, questões gastro-intestinais e erupções cutâneas". Entretanto, nem todos reagem da mesma forma. "Cada pessoa vai reagir a esse sentimento de ameaça do seu jeito: os que já são ansiosos, se estiverem muito imersos nessas discussões, ficarão mais, e por aí vai".

Guilherme Gutman, médico psiquiatra e professor de psicologia pela PUC-Rio, também acredita que se trata de uma questão individual. "Você vai encontrar pessoas que estão 'piradas', cada uma a seu modo, algumas nas redes sociais, outras nas ruas e, ao mesmo tempo, há pessoas em um estado de relativa indiferença. Acho que não dá pra unificar e dizer, com certeza, que a maioria das pessoas está estressada com as eleições", pondera. O professor vai além. Para ele, a discussão inflamada não é necessariamente uma coisa ruim. "A indiferença me parece uma coisa pior, mais perto do estado da morte, da desistência, do jogar a toalha, do que alguém que se irrita, que enlouquece, que briga, mas que está dentro de alguma forma. Acho que é melhor estar dentro do que estar fora", avalia. "Embora a pessoa possa querer estar fora, e ter razões para isso, por causa do cenário que a gente vive". Gutman reconhece a dificuldade de fazer uma recomendação geral para os cuidados da saúde mental durante as eleições. "Seria um absurdo se eu recomendasse que as pessoas tomassem determinado remédio, ou que fizessem terapia. A resposta é individual. Inclusive, acho que não necessariamente o caminho é diminuir a angústia dessas pessoas. Na verdade, acho que isso pode injetar certa vida nelas. Mesmo que ela apareça em forma de agressividade ou de indignação, é melhor que a indiferença. Mostra que a pessoa ainda está viva, interessada", conclui.

Urgência por mudança pode ser nociva
Natasha Iane é graduanda em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e está desenvolvendo um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre estratégias de saúde mental voltadas para as práticas de militância. Ela chama a atenção para o componente nocivo da urgência por mudança, presente na motivação central de grande parte dos eleitores: "É muito importante compreendermos que essas apostas políticas surgem acompanhadas de um certo desespero, de uma certa urgência em transformar - seja lá no que for. Aqui já localizamos um adoecimento social". "Se estas eleições estão marcadas pelo esgotamento, como poderíamos viver a pressão de uma aposta na transformação do país com tranquilidade?", questiona Natasha. Para ela, é preciso conhecer os próprios limites: "É a partir do entendimento dos limites próprios que você desenvolve estratégias para poder respeitá-los. Se o dia amanheceu muito difícil, está tudo bem não entrar num debate hoje".

O excesso de informações a que somos expostos cada vez mais também é um problema, de acordo com Talita Tibola, psicóloga e pesquisadora ligada à esquizoanálise. "Estamos o tempo todo em contato com informações, memes e fake news". "A sensação de que muitas coisas estão acontecendo e não estamos conseguindo acompanhar, nos destaca desse (tempo) presente, nos tira o foco para tentar dar conta de tudo". Talita acredita que precisamos tirar o peso das nossas costas e, assim como Natasha, reforça a importância de conhecer os próprios limites: "Pode parecer banal, mas é importante que a gente saiba que não vamos conseguir resolver os problemas do país, não hoje, nem amanhã, nem com o resultado das eleições". "É importante que cada um se engaje, se informe sobre seus candidatos e em quem vai votar, mas o peso da solução dos problemas da nação não pode recair sobre as pessoas individualmente, é preciso aprendermos a nos livrar dele. É importante que as pessoas criem redes de apoio, de militância e conversa, mas que cada um perceba o seu limite". A pesquisadora afirma que, apesar da polarização, é necessário também tentar compreender o outro lado: "É importante estar aberto a tentar compreender porque outras pessoas votam em outro candidato que não o seu". "A menos que a pessoa seja tão intolerante que não consiga conversar com você, pode ser interessante tentar entender essas diferenças, para não ser, também você, um propagador do ódio, que somente ridiculariza o outro lado".

Para finalizar, ela retoma a dimensão temporal envolvida na escolha do candidato: "Caminhando na rua, hoje, passei por um senhor na banca de jornal que falou uma frase que me chamou a atenção: ao ouvir o lamento do jornaleiro sobre a dificuldade da escolha de seu candidato para presidente, comentou: 'Só podemos confiar em um dos candidatos: o tempo'."

*Estagiário sob supervisão de Ricardo Calazans
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Operação tenta prender mais de 100 PMs e traficantes no Sul Fluminense

Segundo as investigações, traficantes pagavam propina para que os policiais permitissem 
a livre venda de drogas. Militares também recebiam por resgates a criminosos detidos.


Por O Dia

Rio - Uma operação deflagrada nesta terça-feira pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Federal (PF) busca prender 32 policiais militares do 28ºBPM (Volta Redonda) e traficantes, no Sul Fluminense. Ao todo, os agentes visam cumprir 100 mandados de prisão e 191 de busca e apreensão em Itatiaia, Resende e Volta Redonda. A operação, batizada de Sideros e Confinados, conta com a participação da Corregedoria e da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Estado do Rio, além do próprio 28º BPM (Volta Redonda). Segundo as investigações, traficantes pagavam propina para que policiais permitissem a livre venda de drogas em Volta Redonda. Os valores, que eram pagos a cada semana ou de 15 em 15 dias, variavam de R$ 200,00 a R$ 1.000,00. Além disso, os militares também recebiam por resgates a criminosos detidos.

As investigações foram iniciadas a partir de elementos coletados na fase final da Operação Camará, deflagrada pela PF em 2017 para combater crimes ligados ao tráfico de entorpecentes. Sete denúncias apresentadas pelo MP-RJ apontam o envolvimento dos 32 PMs, 57 traficantes de Volta Redonda e 13 traficantes de Itatiaia e Resende no esquema de propina. Elas também resultaram na apreensão de armas e drogas. As investigações ainda revelaram indicações para voto em político de interesse do tráfico e homicídios.

Os policiais são acusados de associação criminosa armada, corrupção, tráfico de drogas e roubo. Os PMs presos serão levados para a Corregedoria da PM, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

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Ibope: 47% dos eleitores não votariam em Haddad; rejeição a Bolsonaro é de 35%

Na mesma pesquisa, Bolsonaro tem 59% das intenções de votos válidos e Haddad aparece com 41%.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Segundo a pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira 47% dos eleitores dizem que não votariam "de jeito nenhum" em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Por outro lado, 35% do eleitorado afasta a possibilidade de votar em Jair Bolsonaro (PSL). Na mesma pesquisa, Bolsonaro tem 59% das intenções de votos válidos e Haddad aparece com 41%. O Ibope levantou o potencial de voto de cada um dos dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição. Somando a quantidade de pessoas que votariam "com certeza" e as que "poderiam votar" em Bolsonaro, o potencial do candidato chega a 52%. Já o do petista é de 39%. Entre os entrevistados, 41% declaram que "com certeza" votariam em Bolsonaro para presidente, enquanto que 35% dizem que não votariam nele "de jeito nenhum". O porcentual respondendo que poderia votar no candidato do PSL é de 11%. No levantamento, 11% dos eleitores não o conhecem o suficiente para opinar e 2% responderam não saber se votariam em Bolsonaro.

Com Haddad, acontece o inverso: há mais eleitores afirmando que não votariam nele de jeito nenhum do que pessoas declarando voto fiel no petista. Na pesquisa, 47% das pessoas afastam a hipótese de votar em Haddad no segundo turno, enquanto que 28% dizem que votaria nele "com certeza". O porcentual de entrevistados que "poderiam votar" no presidenciável do PT é de 11%. Entre os entrevistados, 12% das pessoas afirmam que não o conhecem o suficiente para opinar e 2% dos eleitores se dizem indecisos sobre um voto no petista.

A pesquisa foi realizada no sábado, 13, e no domingo, 14 e ouviu 2.506 votantes. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Encomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01112/2018.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Quem perder eleição deve colocar o país acima de interesses pessoais, diz Haddad

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, petista disse em 
entrevista que está confiante de que poderá reverter o jogo.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, que disputa este segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto, disse na manhã desta segunda-feira em entrevista à Rádio Bandeirantes que o momento exige que se coloque o Brasil acima de quaisquer interesses pessoais. Atrás nas pesquisas de intenção de voto, mas dizendo-se confiante de que poderá reverter o jogo, sob alegação de que a eventual vitória de Bolsonaro representará um retrocesso democrático em vários aspectos, Haddad ponderou: "Quem perder eleição deve colocar o Brasil acima de seus interesses pessoais", disse. Segundo o petista, independentemente do resultado das urnas, os interesses do país devem se sobrepor aos interesses pessoais. E dirigiu uma crítica ao tucano Aécio Neves, que no pleito de 2014 foi derrotado por pequena margem de votos pela petista Dilma Rousseff. "Não podemos fazer como Aécio, que se aliou a Cunha para sabotar o governo (Dilma), não podemos jogar a criança fora com a água do banho", emendou.

A despeito da crítica a Aécio, o candidato do PT lembrou que tem boa interlocução com o PSDB, citando especificamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O tucano, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 14, disse que com Haddad tem uma porta ainda não aberta, mas com Bolsonaro tem um muro. Mesmo assim, ainda não formalizou seu apoio ao petista neste pleito. "Tenho relação história com o PSDB, não posso dispensar apoio neste segundo turno", disse, emendando que tanto FHC quanto Ciro Gomes, candidato do PDT derrotado no primeiro turno, já declararam que não votarão em Bolsonaro.

Na entrevista, Haddad voltou a criticar o adversário, dizendo que ele incita a violência e, portanto, vem lutando pela ampliação das forças democráticas contra um risco para a democracia. "Não posso ficar isolado diante de uma grande ameaça que ele representa, estão querendo repaginar Bolsonaro para torná-lo palatável para a população." Nas críticas, o petista disse ainda que seu oponente fala em reprimir movimentos populares. "Isso não é democracia." Indagado sobre futuros nomes de sua gestão, o ex-prefeito disse apenas que tem falado com pessoas de expressão nacional, como o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, para colher sugestões para seu programa de governo. Mas não disse se eles estarão em sua gestão, caso seja eleito neste segundo turno.

Haddad falou também sobre os erros que seu partido cometeu - no governo Dilma - na gestão da economia do país. "Isso não é novidade porque fiz essas críticas lá atrás", reiterou, destacando que a gestão de sua correligionária errou a partir de 2013, sobretudo com a política de desonerações. E depois da reeleição dela, em 2014, Haddad disse que a oposição se aliou a Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, para sabotar a gestão de Dilma.

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domingo, 14 de outubro de 2018

Maioria dos reeleitos na Câmara foi contra reformas de Temer.

Números reforçam desafio do novo governo em dialogar com os 
novos integrantes da Câmara e avançar com pautas reformistas.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Dos 251 deputados federais que foram reeleitos este ano, menos da metade foi totalmente favorável às reformas econômicas aprovadas pelo governo de Michel Temer, aponta levantamento feito pelo Broadcast Político e Inteligov, plataforma online de acompanhamento das tramitações no Legislativo. Na mesma medida, partidos que estiveram ao lado da pauta econômica perderam força na Casa, como é o caso do PSDB, que encolheu 41%. Os números reforçam, a princípio, o desafio do novo governo em dialogar com os novos integrantes da Câmara e avançar com pautas reformistas. Entre os 251 reeleitos, apenas 108 disseram sim às duas reformas econômicas aprovadas pelo governo Temer - a PEC do Teto de Gastos e a proposta de reforma trabalhista. Por outro lado, 65 dos que se reelegeram foram contrários às duas propostas.

Individualmente, a PEC do Teto, uma das primeiras medidas de impacto do então recém-empossado governo Temer, recebeu apoio de 144 parlamentares que conseguiram se reeleger no último fim de semana, ao passo que 72 disseram não e 34 não votaram. Já a reforma trabalhista, aprovada no fim do ano passado sob um ambiente bem mais difícil - o emedebista havia acabado de sobreviver a segunda denúncia encaminhada ao Congresso pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot -, recebeu apoio menor: 120 disseram sim, 90 desaprovaram e outros 40 não votaram. A contabilidade das 17 bancadas que orientaram seus parlamentares a votar a favor de ambos os projetos não mostra cenário muito diferente. Se logo antes da eleição esses partidos somavam 374 parlamentares, depois de domingo o número baixou para 343. A queda foi liderada pelas grandes siglas, como MDB, que ficou 33% menor na passagem da eleição, e o PSDB, que encolheu 41%.

O movimento ocorre mesmo com o grande salto protagonizado pelo PSL de Jair Bolsonaro, que passou de 8 para 52 deputados. Além dele, apenas outros dois partidos cresceram nesse grupo: o PRB, que saiu de 21 para 30 deputados, e o Avante, que passou de 5 para 7.

Renovação
Conforme dados da Câmara, o índice de renovação na eleição foi de 47,3%, o maior da casa nos últimos 20 anos. Nas eleições de 2002 a 2014, esse índice foi, na média, de 37,5%. Até então, a eleição com maior número de novos rostos havia sido a de 2014, com 39% de renovação. Como a orientação dos novatos no Congresso pode ser considerada uma incógnita neste momento, uma alternativa para o novo governo pode ser a de tentar recuperar os votos perdidos de parlamentares de siglas favoráveis às reformas, mas que se abstiveram das votações. No caso da reforma trabalhista, dos 40 deputados ausentes no dia em que a pauta foi votada, 23 eram de siglas como MDB, PP, PR e PSD - cuja orientação foi favorável à pauta.

As reformas devem estar nos primeiros debates da próxima legislatura e pode haver mudanças nos projetos atuais, principalmente no da Previdência. Parlamentares influentes do agora mais poderoso PSL não concordam com o projeto do governo Temer. Já indicado como ministro da Casa Civil em um eventual governo de Jair Bolsonaro, o deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que a reforma da Previdência não faz parte do programa de governo do militar. Segundo ele, os programas de Bolsonaro só começarão a ser construídos, caso ele seja eleito, em 2019. "Por que no plano de governo do Jair não tem plano específico? Por que isso é uma armadilha que os marqueteiros impuseram aos políticos", disse. "Se o Jair for escolhido, nossas ações iniciam só em 2019."

O líder do PR na Câmara e também reeleito José Rocha (BA) acredita que "a reforma é necessária, mas não a que está aí". Sobre a nova Câmara, afirmou que não há mais lugar para defender corporações. "Temos agora aqui que defender o País", disse.

Reeleita deputada federal pelo PT, a ex-prefeita de Fortaleza (CE) Luizianne Lins ressaltou que partidos tradicionais de direita, como MDB e PSDB, diminuíram, embora o PSL tenha crescido muito. "Mas do ponto de vista partidário, as forças ainda vão se reorganizar. Precisamos saber em torno de que projeto essas pessoas vão estar reunidas", disse Luizianne. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Haddad, sobre fake news: qual o limite da loucura do meu adversário?

Candidato do PT refutou informações falsas veiculadas pela campanha de Jair Bolsonaro.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, lançou mão de fortes críticas ao seu adversário Jair Bolsonaro (PSL), em agenda na Capital neste domingo, "Qual o limite da loucura do meu adversário?", questionou Haddad, em coletiva, após evento com representantes do segmento de pessoas com deficiência. "Circulam na internet, por impulso do meu adversário, mentiras sobre mim. Segundo Bolsonaro, esse relógio (que Haddad usava na hora) vale R$ 400.000,00. Não tenho carro no meu nome e virei proprietário de uma Ferrari", disse. Haddad também refutou a afirmação de que ele seria favorável ao incesto. O tema ganhou repercussão nas redes sociais e Carlos Bolsonaro, filho do cabeça de chapa do PSL, chegou a compartilhar mensagens nas redes com a falsa afirmação contra Haddad.

Democracia
O candidato petista foi questionado sobre as afirmações de opositores de que o PT quer transformar o Brasil em uma Venezuela ou Cuba. "O PT nunca violou um princípio democrático quando governou o País", rebateu. Segundo o petista, as comparações com Venezuela e Cuba seriam "um jogo de cena" para desviar a atenção do próprio passado de Bolsonaro. "Que elogia torturador, que diz que não estupra uma deputada colega porque ela não merece... Quem tem de responder sobre passado é ele, que defendeu publicamente o extermínio de 30 mil pessoas e falou que a grande falha do regime militar foi ter torturado e não matado seus opositores. Aí reclama que levou uma facada? Só fala em morte", argumentou Haddad.

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Veja o que Witzel e Paes propõem ao funcionalismo.

Segundo turno é oportunidade para categorias compararem projetos dos candidatos ao governo.


Por PALOMA SAVEDRA

Foram dois anos seguidos de sofrimento com atrasos e parcelamento de salários. Para o funcionalismo estadual, a pior crise financeira que o Rio atravessou e da qual ainda se recupera , em 2016 e 2017, parecia não ter fim. Agora, prestes a escolherem em 28 de outubro o próximo governador, os servidores ativos, aposentados e pensionistas miram nas propostas que os postulantes ao cargo têm para as categorias. A Coluna destaca e compara, nesta edição, alguns itens que foram abordados com os candidatos Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) em entrevistas antes do primeiro turno. Os temas passam pelo Regime de Recuperação fiscal (RRF), Segurança Pública, reajuste, entre outros.

O primeiro ponto é o calendário de pagamentos. Atualmente, funcionários da ativa, inativos e pensionistas recebem no 10º dia útil. Vale lembrar que antes da crise estourar no fim de 2015, a data limite para o depósito dos salários era o 2º dia útil. Em dezembro daquele ano, o governo alterou o prazo para o 7º dia útil. Já em março de 2016, mudou novamente e estabeleceu o 10º dia útil, que vale até hoje.

Paes pretende retomar o 2º dia útil como data oficial. "No máximo". (Na prefeitura) E se tivesse um feriado, eu dava um jeito de antecipar". Ele, porém, não garante em que momento isso seria feito: "Não posso fazer nada disso antes de sentar lá e de ver os números".

Witzel também quer pagar no 2º dia útil. E garante que fará um "estudo de viabilidade financeira nos seis primeiros meses de governo".

Sobre a recuperação fiscal, ambos querem manter o regime. O candidato do PSL fala em renegociar alguns termos com a União para alongar o pagamento da dívida que o Rio tem com o Tesouro Nacional: "Vamos propor alongamento para 100 anos e pagamento da parcela de forma flexível de acordo com a nossa receita".

O ex-prefeito, por sua vez, afirma que procuraria o próximo presidente para repactuar o acordo e rediscutir a questão da dívida, mas sem dar detalhes.

REAJUSTE EM PAUTA
As categorias não têm revisão salarial há mais de quatro anos. Witzel diz que o reajuste será possível a partir da retomada da economia. "Especialmente com grandes obras de infraestrutura. Nossa previsão é de atrair investimentos de infraestrutura em torno de R$ 100.000.000.000,00 nos próximos quatro anos".

Paes faz menção à época em que esteve à frente do município e declara que tem intenção de reajustar salários. "Meu padrão é esse. Reajuste anual... Agora, eu não posso garantir isso para janeiro. Vou trabalhar muito para que o servidor seja respeitado".

Na Segurança, setor crítico do estado, o ex-juiz federal pretende acabar com o RAS (hora extra) compulsório e implementar o sistema de vigilância eletrônica. Ele promete repor cargos com aprovados em concursos.

Já o candidato do DEM crava que fará concurso para a área, chamar aprovados, e estuda aumentar o valor pago de horas extras aos agentes.

Para alavancar a economia
O Estado do Rio ainda dá passos para o reequilíbrio financeiro. E como a despesa ainda é menor que a receita, é preciso encontrar outras fontes de arrecadação. Os candidatos expõem seus projetos para incrementar o caixa fluminense, sem depender apenas do petróleo.

Paes vê potencial no turismo do estado, assim como na atração de indústrias e do setor agrícola. "Tem que ter economia do conhecimento; atividade industrial importante, e temos que investir em logística para que essa atividade possa vir".

Witzel quer aquecer a economia atraindo investimentos: "Somente a Petrobrás vai ingressar com R$ 30.000.000.000,00 na indústria da construção naval e com o pré-sal. Teremos também investimentos de agricultura. E vamos trazer a indústria ferroviária para o estado, mudando o modelo de concessões para 60 anos".

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Família Bolsonaro é neutra, mas Witzel continua luta por apoio

Candidato anunciou que vai recorrer ao TRE da decisão que 
o impede de usar imagem do senador eleito Flávio Bolsonaro.


Por ADRIANA CRUZ

Rio - Apesar do candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, ter declarado que é neutro na eleição do Rio, o candidato ao governo do estado o ex-juiz federal Wilson Witzel, do PSC, da Coligação Mais Ordem, Mais Progresso, continua a batalha pelo apoio da família. Witzel informou, agora há pouco, que vai recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) contra a decisão que o proíbe de usar a imagem do senador eleito Flávio Bolsonaro, do PSL, em seu programa eleitoral na TV. A determinação é do desembargador eleitoral Luiz Fernando de Andrade Pinto sob pena de pagar multa de R$ 50.000,00 por inserção indevida. O recurso foi anunciado pelo candidato, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que não esclareceu os argumentos que serão apresentados à Justiça. Pinto atendeu ao pedido do candidato Eduardo Paes, do DEM. Ele alegou que, na sexta-feira, foi ao ar na propaganda eleitoral de Witzel na televisão, na qual Flávio Bolsonaro declarou: "Governador, todos nós vestimos a mesma camisa, que é a camisa do Brasil".

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Capela de São Pedro da Serra amanhece pichada com símbolos nazistas em Friburgo

Imagens captadas por câmeras da igreja e de casas ao redor serão analisadas pela Polícia Civil; 
propagar a suástica é crime previsto na Lei Caó, que define preconceito de raça ou de cor.


Por Adriana Cruz 
e Beatriz Perez

Rio - O maior símbolo católico de São Pedro da Serra, em Friburgo, foi atacado com pichações de suásticas, símbolo nazista alemão, em sua fachada nesta madrugada. A 151ª DP (Nova Friburgo) investiga o caso. Imagens captadas por câmeras da igreja e de casas ao redor serão analisadas pela polícia. A propaganda do emblema é vedada na Lei que define preconceito de raça ou de cor, conhecida como Lei Caó. A punição varia de dois a cinco anos de reclusão. "Foi um vandalismo. A capela é a primeira diocese de Friburgo e completou recentemente 150 anos", afirmou o padre Romevaldo Reis Azevedo, sem querer politizar a questão. Mas para o presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio de Janeiro, (OAB-RJ), Breno Melaragno, a ação contra a igreja é reflexo da polarização da disputa presidencial entre os candidatos Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT. "Tem relação direta com o segundo turno da campanha eleitoral. Agora, o maior desafio é a polícia identificar o autor. Como na lei penal o que interessa é a intenção não crime contra o patrimônio e sim enquadrado na Lei Caó", explicou Breno Melaragno.

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sábado, 13 de outubro de 2018

Bombeiros resgatam de lago notebook de operador financeiro de Cabral

Computador tem planilhas com informações de propina. Carlos 
Miranda contou em depoimento onde equipamento foi jogado.


Por O Dia

Rio - Agentes do Corpo de Bombeiros resgataram um notebook que tinha registros de propina e que foi jogado em um lago há quatro anos na fazenda de Carlos Miranda em Paraíba do Sul, no Sul Fluminense. As imagens foram divulgadas pela Globo News. O homem é apontado como operador financeiro no esquema de corrupção que seria liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Miranda contou em depoimento que tinha jogado o computador no local quando a Operação Lava Jato começou. Ele disse que era no equipamento que guardava as planilhas com as transações do grupo de Cabral. “Eu joguei no lago da minha fazenda, em Paraíba do Sul, no intuito de destruir a prova”, contou Miranda em depoimento. Ele teria recebido R$ 7.000.000,00 em propina, em pagamentos mensais, de acordo com a denúncia. Nas planilhas, estariam os pagamentos feitos ao então procurador-geral de Justiça do Estado, Cláudio Lopes, denunciado na terça-feira por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, além de e quebra de sigilo funcional, crimes cometidos entre o final de 2008 e dezembro de 2012.

Cláudio Lopes foi afastado de suas funções por 60 dias por decisão do procurador-geral em exercício, Ricardo Ribeiro Martins. O ex-procurador-geral, que é acusado de corrupção, vai continuar recebendo o salário de R$ 30.471,10. O afastamento de Lopes foi publicado na quinta-feira em primeira mão pelo blog Justiça e Cidadania. Por enquanto, Lopes, denunciado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), por receber propina do esquema do ex-governador Sérgio Cabral, não pode atuar na 6ª Câmara Criminal e nem como membro do Conselho Superior do Ministério Público (MP).

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