sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Guru econômico de Bolsonaro, Guedes cancela compromissos em série

Sumiço coincide com crescente pressão sobre o economista por reportagens em que é protagonista.


SÃO PAULO - Guru econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e fiador da campanha junto ao mercado, o economista Paulo Guedes tem cancelado compromissos em série desde que vieram à tona informações de que teria sido beneficiário de uma fraude e de que sugeriu a recriação da CPMF. Desde a semana passada, ele deixou de comparecer a quatro eventos importantes: uma entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura; uma reunião com clientes do banco de investimento Credit Suisse; e palestras nesta sexta-feira (21) na Amcham (Câmara Americana de Comércio) e na corretora XP. Os eventos eram considerados relevantes para a campanha no sentido de expor ideias para o mercado e dar publicidade ao projeto econômico de um eventual governo Bolsonaro. Para investidores, os sumiços arranham a imagem do economista. Segundo a Folha apurou, Guedes continuará na campanha do presidenciável do PSL, mas deve submergir, aparecendo menos.

O sumiço de Guedes coincide com a crescente pressão sobre o economista devido a publicação de reportagens em que é protagonista. Na última sexta-feira (14), a revista Crusoé publicou reportagem que mostra que Guedes é apontado pela Justiça como um dos beneficiários de fraude que causou prejuízos à fundação responsável pela gestão da aposentadoria dos funcionários do BNDES, a Fapes. Em decisão proferida no dia 3 de julho, o juiz Tiago Pereira, da 5ª Vara Criminal Federal do Rio, cita Guedes na lista de clientes da corretora Dimarco que obtiveram ganhos atípicos no período em que as fraudes ocorreram. Guedes não é réu no processo. Em sua decisão, o juiz Pereira condenou três executivos da Dimarco por gestão fraudulenta de instituição financeira.

Segundo o juiz, entre janeiro de 2004 e setembro de 2005, eles manipularam ordens de negociação de títulos na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros, hoje parte da B3, que gere a bolsa de São Paulo) para lesar a Fapes e favorecer um pequeno grupo de clientes. As operações deram à fundação prejuízo de R$ 12.800.000,00 no período investigado, enquanto os clientes tiveram lucro de R$ 5.850.000,00. A GPG, corretora de Guedes e sua esposa, Maria Cristina Bolívar Guedes, lucrou R$ 596.000,00. Três dias após a publicação da reportagem, Guedes cancelou a participação no Roda Viva.

Na quarta-feira (19), a colunista Mônica Bergamo, da Folha, divulgou as propostas que Guedes apresentou a um grupo restrito de representantes do mercado: a criação de um imposto aos moldes da CPMF e a unificação da alíquota do Imposto de Renda em 20%. A proposta assustou toda a cúpula bolsonarista, que nunca havia ouvido nada do tipo da boca de Guedes. Bolsonaro correu às redes sociais para reafirmar sua defesa da bandeira da redução dos impostos. Aliados tentavam falar com o economista por telefone, sem sucesso. Empresários telefonavam, preocupados, para entender o teor dessa "nova CPMF"Guedes, então, em entrevista aos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, confirmou a intenção de criar um imposto aos moldes da CPMF, sobre movimentações financeiras. Ele disse que esse novo imposto ocuparia o lugar de cinco outros tributos. Vendo-se debaixo de intensa pressão, Guedes cancelou participação em palestra no Credit Suisse que aconteceria na quinta-feira (20).

Nesta sexta-feira (21), ele participaria de um debate na Amcham em São Paulo logo pela manhã. No dia anterior, sua presença foi confirmada pela organização do evento. Guedes, no entanto, cancelou menos de uma hora antes do evento. Ele também cancelou uma palestra que faria em evento da corretora XP, que terá a presença dos ex-presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso. O sumiço de Guedes coincide com momento em que o núcleo duro da campanha tenta recolocar Bolsonaro, internado em hospital desde que recebeu uma facada em 6 de setembro, como figura central. Ao vice da chapa, general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), foi solicitado que participe menos de agendas públicas e viagens. À Folha, o general disse que Bolsonaro o telefonou e pediu "calma". Mourão emendou uma série de declarações polêmicas nas últimas semanas que tiveram ampla repercussão, como, por exemplo, seu argumento de que casas só com mães e avós são "fábricas de desajustados".

Guedes, por sua vez, tem perfil mais independente, e desenha por sua própria conta a agenda que deve fazer. No entanto, também recebeu telefonema de Bolsonaro, que queria saber mais sobre a proposta da nova CPMF. Cada um à sua maneira, direta ou indiretamente, os aliados passaram o mesmo recado ao economista: a palavra final é de Bolsonaro. Ou seja, Guedes deveria consultá-lo antes de publicar opiniões potencialmente controversas. Em setores tradicionais do mercado financeiro paulistano, as desistências serviram para reforçar impressões pré-existentes sobre Guedes. Com pouca participação nas rodas sociais e acadêmicas da elite financeira, o economista é visto com distanciamento. Frequentadores desses círculos disseram à reportagem que sua colaboração com Bolsonaro é uma forma de afirmação. Como se Guedes fosse para o mercado o outsider que Bolsonaro tenta ser para a política.

Na campanha do PSL, um interlocutor, para tentar abafar desgastes, afirmou que as instabilidades do economista já foram precificadas. Os sucessivos cancelamentos de agenda de Guedes também causam contrariedade entre membros do entorno de Bolsonaro, em especial o núcleo partidário do PSL. Para eles, Guedes age como entidade independente da campanha, nunca fornecendo dados de sua agenda ou adiantando discussões programáticas. Com a celeuma da recriação da CPMF e subsequente manifestação de Bolsonaro em rede social, esses aliados creem que Guedes “entendeu o recado”, mas até esta manhã não sabiam dizer se o economista estava apenas “de birra” ou se havia uma discordância mais séria em curso. A segunda hipótese é um pesadelo para a campanha, já que Bolsonaro investiu Guedes de superpoderes de forma adiantada, na figura do “posto Ipiranga” da área econômica, fiador de sua suposta conversão ao liberalismo ao gosto do mercado. De uma forma ou de outra, a semana acaba com um ponto de interrogação sobre a relação do economista com seu projeto de poder.

Guilherme Seto , Igor Gielow , Thais Bilenky , Mônica Bergamo e Rogério Gentile
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Haddad e Dilma desconversam sobre atritos no passado: "são flechas de amor"


Luciana Amaral e Flávio Costa
Do UOL, em Ouro Preto (MG)

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, e a ex-presidente e candidata ao Senado, Dilma Rousseff, desconversaram nesta sexta-feira (21) sobre desentendimentos do passado, se abraçaram e disseram que só há "flechas do amor". Em fala à imprensa minutos antes, indagado sobre a rejeição crescente a ele e ao PT, Haddad disse que "imaginar que o humor das pessoas vai mudar do dia para a noite em função de uma campanha eleitoral e que elas vão esquecer tudo o que passou nos últimos quatro anos não é razoável" e declarou ser preciso "paciência, tolerância e diálogo". Os últimos quatro anos citados por Haddad incluem os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer (MDB), seu vice que assumiu após o impeachment em 2016. Questionado pelo UOL sobre a fala e eventuais atritos ainda hoje, embora façam campanha juntos, Haddad perguntou "eu e ela?" e justificou que "a sabotagem [ao governo Dilma] começou no dia da eleição""É isso aí a que tenho me referido e o próprio PSDB reconheceu. Começou a sabotar o governo Dilma no dia da eleição", falou. Ao ser indagado novamente sobre eventuais desavenças, Haddad negou e abraçou Dilma, que estava ao seu lado.

Quando ainda se discutia dentro do PT sobre quem ocuparia o lugar de Lula na chapa presidencial, caso o ex-presidente fosse impedido de concorrer, como de fato ocorreu, Dilma manifestou internamente sua preferência pelo ex-governador da Bahia Jaques Wagner, que foi ministro de seu governo. Porém, Wagner preferiu disputar uma vaga ao Senado pela Bahia. Em texto escrito por ele em junho de 2017 na revista Piauí, Haddad se queixou do tratamento recebido por Dilma em audiência no Palácio do Planalto quando esta era presidente e ele, prefeito de São Paulo. Além disso, ele também descreveu como ficou decepcionado ao perceber que o governo federal cobrava a manutenção da tarifa de ônibus no município de São Paulo, congelada havia dois anos. "Meu primeiro encontro de trabalho com Dilma mostrava que eu havia me equivocado. Ela encerrou a conversa, me acompanhou até a porta e disse uma frase de que não me esqueço: "Espero que o nosso próximo encontro seja mais produtivo", escreveu Haddad no artigo. "O que eu sentia ali era algo que já havia experimentado algumas outras vezes na vida: mais do que um mal-estar ou uma simples angústia, era uma espécie de intuição, a sensação nítida de que algo muito sério estava se passando, de que havia um risco real e iminente", acrescentou. Em entrevista em fevereiro de 2016 ao UOL, ele também criticou a política econômica de Dilma Rousseff, disse que faltava "identidade" à gestão petista e aconselhou que ela se reencontrasse com a base que a elegeu.

Campanha em Minas
Nesta sexta-feira, Haddad, Dilma, a candidata a vice-presidente Manuela D'Ávila (PCdoB) e Pimentel levaram a campanha petista a Ouro Preto, Minas Gerais. Na cidade histórica, eles visitaram o Museu da Inconfidência, que retrata a história da Inconfidência Mineira e local onde estão depositados os restos mortais de Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes. Em seguida, eles participaram de um comício na praça Tiradentes, principal ponto de encontro de Ouro Preto. Os arredores do local tiveram a segurança reforçada, com grades de metal e policiais militares. Haddad, Dilma e Pimentel chegaram à cidade com mais de duas horas de atraso em relação ao horário combinado. Enquanto não chegavam, um locutor animava os militantes com gritos de guerra e discursos a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A fala inicial do locutor, inclusive, foi dando bom dia a Lula e pedindo liberdade a ele.

Esta é a primeira vez que os quatro sobem em um palanque juntos desde que Haddad foi oficializado como candidato a presidente pelo PT em substituição a Lula, preso e condenado pela Operação Lava Jato em Curitiba e considerado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com base na Lei da Ficha Limpa. Em 28 de agosto, na primeira visita ao estado no período eleitoral, o então candidato a vice-presidente Haddad esteve junto com Dilma e Pimentel em comício em Belo Horizonte, capital do estado.

Pesquisa Datafolha desta quinta (20) mostra que o candidato do PSDB ao governo do estado, Antonio Anastasia, lidera a disputa com 33% das intenções de voto, seguido por Fernando Pimentel, com 23%. Este tem maior índice de rejeição: 38% dos entrevistados em Minas não votariam nele, contra 26% em relação a Anastasia. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Na corrida ao Senado, Dilma lidera, com 29% das intenções de voto, seguida por outros três candidatos tecnicamente empatados com cerca de 12%.

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Fundadora das Avós da Praça de Maio morre sem reencontrar neta

Chicha Mariani tinha 95 anos e se tornou símbolo da luta contra a ditadura argentina.


BUENOS AIRES - María Isabel 'Chicha' Chorobik de Mariani, uma das fundadoras do grupo Avós da Praça de Maio, morreu em (20/8), aos 95 anos, sem reencontrar a neta Clara Anahí, um caso emblemático dos bebês roubados na ditadura argentina (1976-1983). "Nos despedimos com enorme tristeza de quem foi companheira das Avós e atual presidente da Fundação Clara Anahí. Uma mulher fundamental no início da busca dos meninos e meninas apropriados pelo terrorismo de Estado e um símbolo da luta pelos direitos humanos", afirma um comunicado divulgado pela organização humanitária. Chicha Mariani foi uma das 12 fundadoras, em 1977, da entidade e sua presidente até 1989, quando se afastou para criar a Fundação Clara Anahí, com o objetivo de buscar sua neta. Foi sucedida nas Avós da Praça de Maio por Estela de Carlotto, que coordena o grupo até hoje. Mariani sofreu um acidente vascular cerebral no último dia 7/8/2018. e não se recuperou. O funeral aconteceu em La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, onde ela morava e onde fica a sede da fundação. O caso Clara Anahí é emblemático e ficou conhecido no mundo todo depois da divulgação de cartas abertas que Mariani escreveu à neta.

Em 24 de novembro de 1976, Clara Anahí, de três meses, foi sequestrada por um policial depois que sua mãe, Diana Teruggi, foi assassinada junto com outros três militantes do grupo guerrilheiro de esquerda Montoneros durante uma busca policial em sua casa de La Plata. Daniel Mariani, o filho de Chicha, que não estava em casa nesse dia, foi morto a tiros oito meses depois. Uma foto de Clara Anahí bebê foi replicada durante décadas a cada aniversário da menina, que hoje teria 41 anos. Dezenas de mensagens nas redes sociais publicadas na terça-feira (21/8) expressaram "tristeza e dor" pelo falecimento de Chicha Mariani.

Em 24 de dezembro de 2015, a notícia do suposto aparecimento de Clara Anahí comoveu a opinião pública argentina, quando uma mulher se aproximou da fundação dizendo que era a neta, com um comprovante positivo de um laboratório privado. Este exame, contudo, foi rapidamente descartado por duas análises genéticas oficiais, em um golpe brutal para Chicha, que já passava dos 90 anos. "Aos 91 anos minha vontade é de te abraçar e me reconhecer no seu olhar, gostaria que você viesse até mim. É esse desejo que me mantém de pé para que finalmente a gente se encontre", escreveu Chicha meses antes.

Durante muitos anos, ela esteve convencida de que sua neta era Marcela Noble, a filha adotiva de Ernestina de Noble, a falecida dona do grupo de mídia Clarín. Ela fez a afirmação em 2010 durante um julgamento do ex-ditador Jorge Videla. No entanto, os resultados genéticos deram negativo. O grupo das avós estima em 500 o número de crianças roubadas durante a ditadura. Dessas, 128 foram localizadas, a maioria com vida, e recuperaram sua identidade. O último caso foi anunciado em 3 de agosto passado.

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Câmara de Vereadores rejeita impeachment de Crivella;

Proposta foi rejeitada por 28 votos a 14.


Por O Dia

Rio - A Câmara dos Vereadores rejeitou, na quinta-feira, o pedido de impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. A proposta foi rejeitada por 28 votos a 14. Dois vereadores preferiram não votar. São eles: Cesar Maia (DEM) e Leonel Brizola (PSOL). Este é o segundo pedido de impeachment Crivella. O ofício foi entregue na última terça-feira e protocolado no dia seguinte.

Segundo a oposição, o novo pedido foi protocolado após o prefeito ter virado réu no caso da reunião onde oferece facilidades a pastores e pelo encontro com funcionários da Comlurb, investigado pelo Ministério Público, na qual pede votos para candidatos.

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Motorista que atropelou e matou idosa e netos não pretendia se entregar à polícia

Elson José Meneses, 56 anos, deixou em oficina veículo que atingiu família dizendo que "tinha batido em caminhão". Ele responde em liberdade por fraude processual e homicídio culposo, mas pode mudar para doloso (com intenção de matar).


Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O homem que atropelou e matou uma idosa e seus dois netos na Estrada do Catonho, em Jardim Sulacap, na Zona Oeste, vai responder o crime em liberdade. Após ser identificado e localizado pela 33ª DP (Realengo), Elson José Meneses, 56 anos, disse em depoimento que não pretendia se entregar, tentou retirar evidências do atropelamento do veículo que atropelou os três e dias depois deixou em uma oficina dizendo que "tinha batido em um caminhão". Ele foi indiciado por fraude processual e homicídio culposo — cinco anos para cada morte, mas crime pode mudar para doloso (com intenção de matar). "O motorista tentou modificar o carro e não tinha pretensão de se entregar. Inclusive, ele disse que não sabia que tinha atropelado as duas crianças. Ele pensou que fosse apenas uma senhora, que apenas viu um 'vulto'. Ele é aposentado e trabalha como motorista de aplicativo e voltava da Barra para Bangu quando aconteceu o crime. Chegando em casa, escondeu o carro e na segunda-feira (quatro dias depois) levou para um mecânico. Lá na oficina contou para o funcionário que tinha colidido com o caminhão", explicou o delegado Roberto Ramos, titular da 33ª DP.

A investigação chegou até Elson após a análise de câmeras de segurança. Com as características do veículo, percorreram oficinas na região e na quinta-feira chegaram a uma loja de Bangu que estava fazendo o reparo do Renault Logan cinza que atropelou avó e netos. O veículo estava todo desmontado, mas características semelhantes a um atropelamento ainda eram evidentes. Segundo o delegado, Elson disse que "ficou nervoso e com medo de ser linchado, pois era a noite e estava escuro", mas que não estava em alta velocidade. Depois de descoberto, ele se disse arrependido.

Família critica liberdade e pede Justiça
A atendente Elaine Souza, de 41 anos, tia das crianças, criticou que o atropelador vai responder em liberdade e pede Justiça. "Ele é um monstro, destruiu uma família. Infelizmente, no Brasil é assim: se você quer ficar impune você pega um carro mata e não vai acontecer nada. A Justiça para pobre não existe. Se fosse em uma família rica que tivesse acontecido isso, rapidamente esse cara já estaria preso", disse.


Relembre o caso
O crime aconteceu no último dia 13. Miriam Moura, de 60 anos, tinha deixado os netos, Raphael Coelho, de 4 anos, e Kaio Coelho, de 7, na explicadora, no início da tarde, em Realengo, e por volta das 16:00h foi para a igreja no mesmo bairro. Quando deixou o culto, pegou os dois meninos, pararam na padaria para um lanche e entraram no ônibus para voltarem para casa. Os três tinham acabado de desembarcar de um ônibus na Estrada do Catonho, por volta das 20:00h, atravessaram as pistas e, quando já chegavam do outro lado, no sentido Cemitério Jardim da Saudade, foram atingidos pelo carro, que os arremessou a uma distância de 400 metros. O trecho não tem sinalização e o motorista do veículo fugiu sem prestar socorro. Miriam faria 61 anos no próximo dia 28. No dia seguinte após o crime, manifestantes fecharam a Estrada do Catonho e reclamaram da falta de sinalização na via, o que prejudica o trânsito de quem mora no entorno.

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Debate na TV Aparecida tem estreia de Haddad, ataques à volta da CPMF e apelo contra extremos.

Sete dos 13 presidenciáveis se reuniram, na quinta, 
para o terceiro debate televisivo entre os candidatos.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - Sete dos 13 presidenciáveis se reuniram, na noite de quinta-feira para o terceiro debate televisivo entre os candidatos. Durante cerca de três horas, Alvado Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB) Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) se enfrentaram na TV Aparecida. A jornalista Joyce Ribeiro fez a medicação do evento. O debate foi o primeiro do candidato petista como cabeça de chapa do PT. Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, ele foi alvo de seus adversários. A polêmica da volta da CPMF, sugerida pelo economista da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) e apelo pelo voto contra extremos, ao qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mencionou nesta quinta, também foram destaques do debate. No primeiro bloco, os presidenciáveis prometeram combater a corrupção no país, em resposta a uma pergunta feita pelo arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer. Ele pediu que os candidatos apresentassem propostas para o combate a desvios da função pública no Brasil.

Na sua primeira fala, Haddad cumprimentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, e defendeu fortalecer as instituições "doa a quem doer". Para isso, ele disse ser necessário "individualizar aqueles que cometeram ilícitos e punir exemplarmente", reforçando que foram os governos do PT que fortaleceram os mecanismos contra corrupção. O petista afirmou ainda que o Brasil precisa ter Polícia Federal, Ministério Público e Justiça "fortes e apartidários".


O candidato do PDT, Ciro Gomes, disse que ele próprio é um exemplo de honestidade ao completar 39 anos de vida pública "sem responder por nenhum mal feito nem sequer para ser absolvido". Ele defendeu propor ideias para que o brasileiro não eleja "caudilhos" na eleição e permitir que o eleitor defina políticas públicas através de plebiscitos. "A pretexto de superar fragmentação partidária, assim foi com PSDB e PT, que a cooptação de deputados se faça por clientelismo e fisiologia. É preciso substituir isso".

Alckmin defendeu uma reforma política que diminua o número de partidos. "Quem enriquece na política é ladrão", disse o tucano, soletrando a palavra "ladrão". "Lava Jato vai ser um marco na política brasileira, ela muda a história, e precisa ser fortalecida", pontuou. O candidato defendeu também tipificar o crime de enriquecimento ilícito no Código Penal.

Meirelles disse que nunca foi alvo de nenhuma denúncia ou processo. "Em todo meu período de governo, seja no Banco Central ou Ministério da Fazenda, toda minha equipe foi sequer denunciada ou investigada", declarou. Ele defendeu criar estruturas de combate à corrupção, citando como exemplo o fato de ter mandado criar um dispositivo na Caixa Econômica Federal contra a nomeação de executivos corruptos.


Marina enfatizou que a corrupção é "inaceitável" e citou Jesus Cristo ao afirmar que ele ficou "indignado" ao entrar em um templo e se deparar com a deturpação de símbolos religiosos. "Nesse momento, o templo da política, que o Papa Francisco diz que é a forma mais elevada do exercício da caridade, é na política que podemos exercitar o serviço, e ela está sendo usada para enriquecimento ilícito".

Alvaro Dias classificou o combate à corrupção como a prioridade no país. "O Brasil não pode ser comandando por organizações criminosas", disse o presidenciável. Ele reforçou que é preciso fortalecer a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário eliminando o foro privilegiado. O candidato repetiu sua proposta de institucionalizar a Operação Lava Jato.

Já Boulos, também citando o Papa Francisco, aproveitou o momento para se apresentar como defensor dos "excluídos". Ele disse que o Brasil vive uma crise de destino. "Os valores éticos deixaram de ser o centro que guia a vida e a política". Boulos defendeu uma reforma política para enfrentar o "sequestro do poder público pelos interesses privados".


Haddad vira alvo.
Tendo embates diretos com Alckmin e Meirelles, Fernando Haddad virou o principal alvo dos dois adversários no segundo bloco do debate. A organização do evento optou por sortear quem perguntava e quem respondia, ou seja, os candidatos não escolhiam seus interlocutores nos questionamentos. Haddad vinculou Alckmin a Temer ao criticar a reforma trabalhista e o teto de gastos. O tucano, por sua vez, se posicionou favorável às mudanças trabalhistas e disse que quem escolheu Temer como vice foi o PT. "Não precisaria de PEC do teto se não fosse o vale-tudo do PT (...) "Quem escolheu o Temer foi o PT, ele era vice da Dilma. Aliás, reincidente porque escolheram o Temer duas vezes", declarou Alckmin. O petista rebateu dizendo que o PSDB "se uniu ao Temer para trair a Dilma". "Foi o PSDB que colocou o Temer lá". O petista usou uma entrevista dada pelo ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati dizendo que o ex-dirigente tucano reconheceu que o partido "sabotou" o governo Dilma. Alckmin declarou que Haddad estava "desvirtuando" as declarações e que a entrevista defendia uma autocrítica do partido. O tucano ainda atacou o PT pelo fato de a legenda ter lançado sua candidatura "na porta de penitenciária".


Haddad x Meirelles.
Perguntando a Haddad, Henrique Meirelles citou o ex-presidente Lula ao lembrar que foi escolhido por ele para presidir o Banco Central e disse que o governo Dilma havia feito a confiança dos brasileiros cair. Haddad rebateu: "Talvez o senhor tenha recuperado a confiança dos banqueiros da Faria Lima. Porque do povo esse governo não recuperou a confiança." Meirelles afirmou que o petista "não entendia" que confiança é necessária para investimentos. "Essa crise, candidato, talvez seja o caso de você se informar melhor, foi criada pelo governo Dilma." Haddad respondeu que "ingratidão" era um dos maiores "pecados" da política, citando feitos dos governos petistas enquanto Meirelles presidiu o Banco Central.


Dobradinha
Ciro Gomes e Marina Silva, como em debates anteriores, fizeram uma dobradinha para defender um novo modelo de atendimento na rede pública de Saúde e financiamento para distribuição de medicamentos de alto custo. O pedetista chamou Marina de "estimável amiga" e elogiou o candidato a vice da presidenciável, Eduardo Jorge (PV).

Guilherme Boulos e Alvaro Dias usaram o bloco para prometer acabar com o chamado "toma lá, dá cá" em Brasília e pôr fim ao sistema "corrupto" do país. Dias citou que não teria "coragem" de fazer qualquer promessa sem falar em uma reforma do sistema de governança do país. Boulos aproveitou para alfinetar o adversário, dizendo que não bastava fazer a promessa no debate. "Você, por exemplo, Alvaro, ficou 20 anos no PSDB", lembrou.

Ausente no debate por estar internado na capital paulista, Bolsonaro foi criticado por Boulos, que lembrou campanha feita por mulheres contra o candidato do PSL e repetiu o slogan da iniciativa: "Ele não".


Emprego.
Sendo questionados por jornalistas de emissoras com inspiração católica, os candidatos aproveitaram o terceiro bloco para falar sobre temas abordados constantemente por suas campanhas. Assim como no bloco anterior, o PT virou alvo do candidato do MDB, Henrique Meirelles. Para ele, o quadro de desemprego no país foi resultado de uma série de "equívocos" do governo Dilma e do PT. Ele repetiu sua promessa de criar 10.000.000 de novos empregos em quatro anos e retomar obras paralisadas.

Respondendo a uma pergunta sobre migração, Fernando Haddad prometeu ampliar para todo o território nacional leis que regulamentem o acolhimento de imigrantes. "Os países que optarem por violência colheram violência", disse, defendendo que o Brasil precisava escolher a "paz".

Ciro Gomes abriu mão de declarações ácidas e, após ter elogiado Marina no bloco anterior, também teceu elogios para Guilherme Boulos. Ao falar sobre urbanização, o pedetista disse que o adversário é "especialista" no assunto e está correto ao avaliar que há mais imóveis vazios nas cidades do que pessoas que precisam de uma moradia.


Reforma política.
Geraldo Alckmin defendeu uma reforma política com voto distrital misto e facultativo. Tendo oportunidade de repetir uma frase em latim que significa "suprima a causa que o efeito cessa", o tucano prometeu promover as reformas política, tributária, previdenciária e de Estado logo no começo de um eventual governo. "Será que é possível aprovar a reforma política? Eu entendo que sim."

Sendo questionado sobre segurança pública, Alvaro Dias defendeu investimento no monitoramento de fronteiras e atacou o governo Michel Temer por dizer que "não tem dinheiro para nada" na segurança pública. "O bandido no Brasil tem que voltar a ter medo da lei", pontuou, prometendo boa remuneração a policiais. "Dinheiro do orçamento que não for aplicado em segurança pública, deve ser responsabilidade do presidente."

No mesmo bloco, Marina prometeu punir o feminicídio e fiscalização do Ministério do Trabalho contra salários desiguais entre mulheres e homens. A presidenciável também assumiu o compromisso de abrir 2.000.000 de novas vagas em creches para que mães possam trabalhar. Boulos, por sua vez, disse que é preciso cassar o registro de empresas que usam trabalho infantil e revogar, através de consulta popular, a reforma trabalhista feita pelo governo Temer.


Ataque a Bolsonaro.
Em um bloco marcado por temas tributários, Henrique Meirelles e Marina Silva fizeram uma "dobradinha" no debate para atacar o presidenciável Jair Bolsonaro. Meirelles e Marina criticaram a proposta do assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, de criar um imposto semelhante à extinta CPMF. "Sou contra a reedição da CPMF porque foi usada de forma pervertida", disse Marina, que retomou as críticas contra Bolsonaro classificando a proposta e a visão do candidato do PSL como "nefasta". O emedebista, por sua vez, disse que o imposto é um "exemplo do que não pode ser feito" na economia. "Isso é perigoso, é grave, e a população precisa ser alertada por isso", declarou Meirelles, dizendo que não se pode criar novos impostos que prejudiquem os mais pobres.


Impostos.
O que parecia o início de outra dobradinha sobre reforma tributária, entre Ciro Gomes e Fernando Haddad, se tornou espaço para uma "pinicadinha" de Ciro no petista, conforme o candidato do PDT se referiu. Haddad defendeu estabelecer um Imposto de Valor Agregado (IVA) para permitir que consumidores paguem menos impostos e cobrar alíquotas de lucros, dividendos e heranças, mas não escapou de críticas do adversário. "Por que o povo deve acreditar nessa proposta na sua possível gestão se o seu partido, os senhores estiveram no poder durante 14 anos?", questionou Ciro. Haddad disse que o pedetista estava "esquecendo" do controle da despesa do governo ao falar de ajuste tributário.

Quando perguntou para Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin prometeu tributar dividendos e reduzir impostos e disse ainda que o governo do presidente Michel Temer, do qual Meirelles foi ministro, "fracassou absolutamente" no investimento em educação e que quem assumir a Presidência no próximo ano terá dificuldades. "O que o candidato evitou é a questão das reformas", pontuou o emedebista.


Regulação da mídia.
Depois de ser elogiado por Ciro no bloco anterior, Boulos afirmou que, além de algumas convergências, tinha diferenças com o pedetista porque defende a chamada "democratização" dos meios de comunicação enquanto Ciro afirma que o controle pode ser feito pelo "controle remoto". O presidenciável do PDT justificou sua defesa ao falar que a questão é "pragmática" e que não há capital político para aprovar uma regulamentação da mídia no Congresso Nacional. Boulos rebateu dizendo que não se pode ficar "refém" dos "velhos pactos" com o Congresso Nacional. "Se você tiver a oportunidade de servir essa nação, conte comigo nessa parada", respondeu Ciro.


Haddad x Alvaro Dias.
Uma pergunta feita por Fernando Haddad sobre família abriu espaço para que o petista fosse duramente atacado por Alvaro Dias. "Você vem para essa campanha como porta-voz da tragédia, representando o caos. O PT se transformou na filosofia do fracasso", disse Dias, afirmando que o a legenda petista "se especializou em distribuir a pobreza" e que a família brasileira era vítima de desigualdade social gerada por governos do PT. Haddad rebateu dizendo que Dias desconhecia a realidade do país. "Você fica no Senado, no seu gabinete, e desconhece a realidade", declarou o petista. O candidato do PT disse também que a família foi fortalecida por programas da legenda, como o Bolsa Família, o ProUni e o Minha Casa, Minha Vida.

Logo em seguida, ao perguntar para Geraldo Alckmin, Alvaro Dias continuou com ataques contra o PT afirmando que o partido promoveu um "conluio" com o sistema financeiro. Alckmin defendeu, em seguida, aumentar a competitividade de bancos no país e acabar, via decreto, com a exigência de autorização para entrada de bancos estrangeiros no país.


Temas polêmicos.
Antes das considerações finais, Alckmin e Meirelles foram questionados por bispos sobre temas polêmicos. O tucano foi provocado para se posicionar sobre o teto de gastos do governo Michel Temer e citou que saúde e educação não são afetadas pela regra da medida. O tucano disse que São Paulo, estado que governou por quase 14 anos, nunca teve déficit primário. "Não precisou de nenhuma PEC. É inegável que a situação em que o PT deixou as contas públicas é gravíssima", declarou. Ao ser perguntado sobre seu posicionamento sobre aborto, Meirelles se disse favorável à vida e também ao direito de a mulher fazer uma opção pelo aborto em "situações que se justifique". "A legislação atual já estabelece uma série de condições que permitem com que se possa definir com clareza porque é uma definição da sociedade."


Voto contra extremos.
O debate da TV Aparecida se encaminhou para o final já na madrugada desta sexta-feira. Com Bolsonaro e Haddad liderando pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno da eleição, em suas últimas palavras, os adversários dos dois candidatos fizeram um apelo para que o eleitor não escolha "extremos" na eleição. Em suas considerações, Geraldo Alckmin chamou o eleitor para fazer uma "conciliação" nacional contra as candidaturas de Bolsonaro e Haddad. "De um lado, o PT querendo voltar depois de ter levado o país à maior recessão econômica das últimas décadas; de outro lado os que têm medo da volta do PT estão indo para uma aventura de autoritarismo e intolerância", disse o tucano.

Apostando na mesma tese, Ciro Gomes disse que a radicalização está "infernizando" o país. "Esse extremismo, essa radicalização que nós vimos acontecer em alguns momentos mais ásperos desse debate, estão infernizando o Brasil desde 2014", disse o pedetista, afirmando que deseja ser aquele que reunirá os brasileiros de todas as crenças.

Marina Silva afirmou que o país está "entre a cruz e a espada" ao ter de escolher entre uma candidatura com saudade da ditadura militar e aqueles "incapazes de fazer uma autocrítica", fazendo uma referência indireta ao PSL e ao PT. "Agora é hora de ficarem quatro anos no banco de reserva", emendou, citando PT, MDB e PSDB.

Alvaro Dias criticou a extrema direita e a extrema esquerda. O candidato afirmou que o confronto entre os dois campos levou o Brasil à intolerância e à ausência de solução para problemas graves. "Não é alimentando os extremos que superaremos as dificuldades", falou.

Henrique Meirelles também disse que a eleição está passando por um momento de polarização entre extremos. "Um extremo, governando o Brasil, vai trazer de volta a recessão, aumentar o desemprego e criar mais crise", afirmou, acrescentando que é preciso eleger um candidato do centro democrático.

O candidato do Psol, Guilherme Boulos, pediu que o eleitor vote no primeiro turno da disputa em quem acredita. "Algumas pessoas estão pensando em votar com ódio ou com medo. Primeiro turno é momento de se votar no projeto que acredita", declarou, dizendo que seu projeto é "contra o sistema" e em defesa do direito das mulheres e do trabalhador.

Ao encerrar sua primeira participação em um debate de TV nesta eleição, Fernando Haddad usou o tempo das considerações finais para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lembrar que ficou por seis anos nos governos do petista. "Deus deu o talento para todos, cabe ao Estado garantir oportunidade para que esse talento se revele", declarou Haddad, dizendo ainda que o povo voltará a "comer" se ele for eleito.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ciro: neoliberalismo de Paulo Guedes 'instrumentaliza economicamente o fascismo'

Candidato do PDT participou de encontro no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), em São Paulo.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - O candidato do PDT à Presidência da República nas eleições 2018, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira que o neoliberalismo do economista Paulo Guedes, guru econômico da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) "instrumentaliza economicamente o fascismo". A declaração foi dada durante fala no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), em São Paulo, quando o pedetista criticou as políticas neoliberais propostas pela chapa adversária. Embora tenha pregado contra o voto útil, Ciro disse que o eleitor "deve votar em quem considera melhor, mais preparado e que tem condições de vencer o nazismo, o extremismo e a violência militarizada e radicalizada - que é o grande perigo que paira sobre a nação brasileira".

Na última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, divulgada há dois dias, ele aparece em terceiro lugar, com 11% das intenções de voto, atrás do líder Bolsonaro, com 28%, e Fernando Haddad (PT), que aparece com 19%. No levantamento do Datafolha, divulgado na madrugada desta quinta-feira, ele aparece com 13%, três pontos atrás do petista. Bolsonaro também aparece com 28% neste estudo. Nas projeções de segundo turno dos dois institutos, Ciro aparece na frente de Bolsonaro.

No IAB, Ciro também falou da incapacidade de investimento do País e da atuação de bancos privados e afirmou que o PT tem uma "a tendência conservadora" na economia - citando Henrique Meirelles, candidato à Presidência pelo MDB e ex-ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva, e o economista Marcos Lisboa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, também no governo Lula.

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Mais de 716 mil empresas podem ser excluídas do Simples Nacional

Ao todo, 716.948 microempresas e empresas de pequeno porte que 
podem ser excluídas do Simples Nacional por motivo de inadimplência.


Por Agência Brasil

Brasília - A Receita Federal informou na segunda-feira (17), que foram notificadas 716.948 microempresas e empresas de pequeno porte que podem ser excluídas do Regime Especial Unificado de Arrecadação Tributos e Contribuições (Simples Nacional) por motivo de inadimplência. Ao todo, as dívidas somam R$ 19.500.000.000,00. O programa, em vigor desde 2007, permite que empresas com receita bruta anual de até R$ 4.800.000,00 possam recolher um total de oito tributos municipais, estaduais e federais em uma única guia. O objetivo do Simples Nacional é desburocratizar o pagamento de impostos e incentivar os micro e pequenos empresários do país. Segundo a Receita, entre os dias 10 e 12 de setembro foram disponibilizados, no Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN), os Atos Declaratórios Executivos (ADE), que notificaram os optantes pelo Simples Nacional de seus débitos previdenciários e não previdenciários com a Secretaria da Receita Federal e com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). "A contar da data de ciência do ADE de exclusão, o contribuinte terá um prazo de 30 dias para a regularização da totalidade dos débitos à vista, em parcelas ou por compensação. O teor do ADE de exclusão pode ser acessado pelo Portal do Simples Nacional ou pelo Atendimento Virtual (e-CAC), no sítio da Receita Federal, mediante certificado digital ou código de acesso", informou a Receita, em nota.

O prazo para consultar o ADE é de 45 dias a contar da data de disponibilização na internet. Após a consulta, passa a contar o limite de até 30 dias para o pagamento ou parcelamento dos débitos. Quem regularizar a totalidade da dívida tributária dentro do prazo previsto terá a exclusão do Simples Nacional anulada. As empresas que não cumprirem os prazos serão excluídas do programa a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

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Arroz e feijão são os alimentos mais desperdiçados no Brasil

Pesquisa mostra que a dupla representa 38% da comida jogada fora.



POR AGÊNCIA BRASIL

Brasília - Base da alimentação do brasileiro, o arroz e o feijão representam 38% do montante de alimentos jogado fora no país. O dado faz parte da pesquisa sobre hábitos de consumo e desperdício de alimentos, do projeto Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com apoio da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa ouviu 1.764 famílias de diferentes classes sociais e de todas as regiões brasileiras. O ranking dos alimentos mais desperdiçados mostra arroz (22%), carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%) com os maiores percentuais relativos ao total desperdiçado. “A grande surpresa foram as carnes aparecerem com um índice tão alto de desperdício, um produto de alto valor agregado, de alto valor nutricional e que é desperdiçado. E destaco ainda o leite, que é o quinto grande grupo mais jogado fora”, disse o professor de marketing da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FGV, Carlos Eduardo Lourenço.

Os dados detalhados da pesquisa foram apresentados nesta quinta-feira no Seminário Internacional Perdas e Desperdício de Alimentos em Cadeias Agroalimentares: Oportunidades para Políticas Públicas, na sede da Embrapa, em Brasília (DF). No Brasil, a média de alimentos desperdiçados por domicílio é de 353 gramas por dia. Individualmente a média é de 114 gramas por dia.Entre os motivos do desperdício apontados pelos pesquisadores está a busca pelo sabor e a preferência pela fartura dos consumidores brasileiros. O não aproveitamento das sobras das refeições é o principal fator para o descarte de arroz e feijão. “Essa busca pelo sabor e pelo frescor do alimento acaba tendo outro impacto que é o descarte de um excesso ou quando acontece algum evento que muda o planejamento da família”, disse Lourenço, explicando, entretanto que a culinária diversa e saborosa do brasileiro deve ser valorizada. Como exemplo desses eventos, o professor da FGV cita o caso pesquisado de uma pessoa que, após um churrasco, acabou descartando quatro quilos de carne ou ainda o caso de quem salgou demais o feijão durante o cozimento e acabou jogando a panela toda fora, em vez de tentar recuperar o alimento.

Cultura da abundância
Os resultados mostraram que 61% das famílias priorizam uma grande compra mensal de alimentos, além de duas a quatro compras menores ao longo do mês. De acordo com os pesquisadores, esse hábito leva ao desperdício pois aumenta a propensão de comprar itens desnecessários, especialmente quando a compra farta é combinada com o baixo planejamento das refeições. Algumas contradições também aparecem entre o público pesquisado. Enquanto 94% afirmam ser importante evitar o desperdício de comida, 59% não dão importância se houver comida demais na mesa ou na despensa. A maioria das famílias (68%) valoriza muito ter uma despensa e geladeira cheias de alimento. “O brasileiro gosta de abundância, é muito comum na nossa cultura”, disse Lourenço. Outra descoberta relevante da pesquisa é que 43% das pessoas concordam que “os conhecidos jogam comida fora regularmente”, mas quando abordado o comportamento da própria família o problema não aparece tanto. Segundo Lourenço, apesar do grande desperdício, o brasileiro tem a percepção do impacto social desse comportamento e parece ter um esforço de não desperdiçar. “Essa consciência aparece na pesquisa”, disse.

Vilão do desperdício
De acordo com o professor da FGV, o motivador do desperdício é transversal e acontece em todas as classes sociais. “Não há um vilão”, ressaltou Lourenço. “Talvez fosse mais fácil se tivesse, mas é um problema geral da nossa sociedade”. Segundo ele, apenas em hortaliças o desperdício acontece mais nas classes A e B do que nas classes C e D. Para o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, é preciso atuar em todos os elos da cadeia: evitar que o produto fique no campo, com tecnologias e capacitações tecnológicas que aumentem a produtividade e preservem o meio ambiente; garantir que o alimento chegue à mesa do consumidor, com a comercialização in natura ou para agroindústrias; e educar as pessoas para ao consumo, para evitar o desperdício. “Um terço de toda a produção agrícola está sendo desperdiçada, seja no pós-colheita, seja em toda a cadeia de alimentos. Se combatêssemos isso com efetividade, estaríamos combatendo a fome e diminuindo a pressão sobre nossas florestas e nossos recursos naturais”, disse.

Design dos alimentos
A pesquisa iniciou com uma fase qualitativa, na qual 62 consumidores foram entrevistados em supermercados, lojas de conveniência e feiras livres. A coleta de dados envolveu um grupo de pós-graduandos europeus das universidades de Bocconi (Itália), St Gallen (Suíça), Viena (Suíça) e Groningen (Holanda). O objetivo foi avaliar hábitos de compra e consumo de alimentos dos brasileiros, a partir do olhar dos europeus. “Os estudantes europeus ficaram impressionados com a quantidade dos alimentos adquiridos pelos brasileiros, principalmente nas compras semanais”, disse Lourenço, contando que os estudantes se perguntavam por que nas lojas de conveniência, onde as compras são menores, os carrinhos utilizados eram enormes. 

Na segunda fase da pesquisa, foi utilizado um painel com mais de 600 mil consumidores brasileiros. Depois de uma triagem, foram selecionadas três mil pessoas de todo o país e, dessas, 1.764 participaram efetivamente da primeira fase quantitativa da pesquisa. Entre elas, 638 famílias participaram também do preenchimento de um diário alimentar, que incluiu dados sobre quantidades desperdiçadas e fotos dos alimentos descartados. Nessa etapa, foi observado que o brasileiro está mais preocupado com sabor e aparência dos alimentos, do que em consumir alimentos saudáveis ou pouco calóricos. Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, na hora da compra, o brasileiro exalta mais o design dos alimentos do que seu valor nutricional. “Temos uma cultura de expor em excesso, de exaltar o visual. Quando entramos no supermercado é ótimo ter gôndolas cheias de alimentos bonitos e polidos, consumimos primeiro com os olhos para depois pensar na consequência desse consumo”, disse. Segundo Lopes, esse problema de consumo tomou grandes dimensões no sistema agroalimentar e faz com que a perda e o desperdício sejam quase que necessário. “Do ponto de vista da produção, muitas vezes faz mais sentido deixar os alimentos se perderem do que viabilizar outra rota de uso para esses produtos”, disse, explicando que, quando se fala em desperdício, não é só de alimento, mas de água, energia e mão de obra, além da emissão de gases de efeito estufa em toda essa cadeia. “Os números dessa pesquisa são nada menos que alarmantes”, ressaltou.

Engajamento
Por fim, na terceira fase da pesquisa, foi realizado um levantamento de dados em blogs e redes sociais como Facebook e Twitter, com o objetivo de avaliar como o tema desperdício de alimentos foi propagado na internet nos últimos meses. Os resultados indicaram que 75% desse assunto é tratado por instituições públicas e privadas e há pouco envolvimento das pessoas nesse tema. Para Lourenço, é preciso pensar em estratégias de comunicação para sensibilizar e engajar o público nessa causa. “Há um esforço institucional que não reverbera nas pessoas, elas não reportam, não fazem a viralização, então a informação não se propaga”, destaca o professor da FGV. “Nos surpreendeu como ainda não conseguimos engajar o brasileiro num assunto que é tão relevante”. As ações de cooperação para o combate ao desperdício alimentar, financiada pela União Europeia, são desenvolvidas com outros parceiros, como o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e a organização não-governamental WWF-Brasil. Segundo o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, o tema não tem audiência nos debates públicos como deveria ter, mas quando a perspectiva é de 10.000.000.000 de pessoas no planeta em 2050, é preciso pensar em formas de alimentar essas pessoas com alimentos seguros e nutritivos. “É fundamental que saibamos escolher políticas públicas que não nos obrigue a escolher entre alimentar o planeta ou salvar o planeta. A produção deve se tornar cada vez mais sustentável e menos um peso para os nossos recursos naturais”, disse.

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Polícia prende dois com metralhadora ponto 50, maior arma já apreendida no Rio

A arma antiaérea mede 1,70 metro, pesa 40 quilos e é capaz de furar blindagem de carro forte e aeronaves. Dupla 
presa pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) negociava a sua venda da metralhadora na Barra.


POR RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prenderam, na quarta-feira, dois homens que estavam com uma metralhadora Browning ponto 50. A arma, que mede 1,70 metro e pesa 40 quilos, é capaz de furar blindagem de carro forte e aeronaves. O armamento é o maior já apreendido no estado do Rio. A ponto 50, uma arma antiaérea de guerra com capacidade de acertar um alvo que esteja em até 2 quilômetros de distância, estava com dois homens que, segundo a DRFC, negociavam a sua venda. A metralhadora estava municiada, lubrificada e pronta para uso, de acordo com a polícia. Os criminosos acabaram presos pelos agentes da especializada, que já os monitorava há pelo menos três dias. Um deles Pablo Carvalho da Silva, 23 anos, veio do Rio Grande do Sul para participar da negociação. O outro preso é do Rio e foi identificado como Thiago da Silva Lopes, conhecido como Pato Rouco, de 32 anos. Segundo o especialista em armas, Vinicius Cavalcante, o objeto apreendido é capaz de furar blindagem de carro forte e aeronaves. "Uma arma dessas, mesmo disparando um tiro só, pode derrubar um helicóptero, furar a blindagem de um carro e desgovernar um carro. É uma arma muito potente. É a maior arma apreendida no Rio tanto em dimensões quanto no alcance", comenta.

Ponto 50 vendida por R$ 200.000,00.
Segundo do delegado Delmir Gouveia, titular da DRFC, a arma pertencia a dissidentes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que se aliaram ao Comando Vermelho (CV) após o racha na aliança entre as duas facções. A descoberta da negociação de entrega ocorreu quando a especializada investigava a chegada de armamentos através de caminhões de carga no Rio. O DIA apurou que ela seria usada contra criminosos do PCC e foi vendida por R$ 200.000,00. A metralhadora estava na Favela da Rocinha e o encontro na Barra da Tijuca seria para enviá-la para o Morro do Fallet, em São Teresa. Entretanto, o encontro foi frustrado pela polícia. "Eles marcaram em um lugar muito movimentado e acreditavam que não chamariam atenção da polícia, mas já estavam monitorando eles. Eles chegaram escoltados por seguranças, houve troca de tiros, mas ninguém se feriu", disse Gouveia. A arma, que estava com a numeração raspada, foi encontrada no Canal Marapendi.  A arma estava carregada com sete balas, que medem 15 cm cada. Porém, o pente tem capacidade para abrigar até 200 projéteis. 


Dois carros foram apreendidos, mas outros dois veículos escaparam, um deles levando o homem que receberia a arma antiaérea e a levaria para o Fallet. Segundo o delegado, a ponto 50 não foi usada contra policiais na Rocinha. "É uma arma de difícil manuseio e precisa de uma pessoa com um treinamento específico para usá-la." A especializada agora investiga a relação entre os dissidentes do PCC e o CV, além de levantar informações como a arma chegou ao Rio. O destino final já é conhecido pela DRFC, mas não foi divulgado à imprensa. A metralhadora Browning passará por perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e depois seguirá para o Exército. 

Arma usada para matar 'rei da fronteira'
O armamento aprendido pela DRCF é parecido com o que foi usado para executar o narcotraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani, o "rei da fronteira", em julho de 2016, em Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai que faz fonteira com Ponta Porã (MS). Naquela ocasião, Rafaat estava em um veículo blindado e cercado de seguranças armados, mas não escapou dos tiros. A arma foi instalada estrategicamente na traseira de um utilitário esportivo, de onde um atirador metralhou o carro do barão da droga da fronteira.

Outras características da arma
Criada no final da Primeira Grande Guerra Mundial, a Browning M2, calibre ponto 50, é usada até hoje pelas principais forças armadas do mundo por usa eficiência e seu caráter militar. Ela tem capacidade de disparar de 400 a 600 tiros por minuto e é capaz de perfurar blindagens, estruturas urbanas e derrubar aeronaves. Estima-se que cerca de 3.000.000 delas foram produzidas até hoje.

Tipo: Metralhadora pesada refrigerada a ar.
Calibre: .50 BMG (ou 12,7x99mm)
Cadência de tiro: entre 450 e 1.200 tiros por minuto
Alcance efetivo: aproximadamente 2 quilômetros
Alcance máximo: aproximadamente 2,5 quilômetros
Alimentação: por cinta de cartuchos
Peso: 38 quilos (sem o tripé) e 58 quilos com o tripé.


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