terça-feira, 17 de julho de 2018

Homem é preso no Galeão e família alega erro da PF.

Segundo familiares da vítima, homem teve a identidade clonada e foi preso por engano.


Por O Dia

Rio - O torneiro mecânico Eduardo Rodrigues Nery, de 55 anos, foi preso na última quarta-feira, no Aeroporto do Galeão, na Zona Norte do Rio, suspeito de crime de estelionato. No entanto, familiares alegam que a situação é um engano, e que o homem foi vítima de um golpe. Segundo uma das filhas de Eduardo, Bruna Nery, seu pai voltava da Irlanda para o Brasil quando foi detido no aeroporto por agentes da Polícia Federal (PF), com a alegação de que ele teria um mandado de prisão em aberto. Ainda segundo Bruna, Eduardo teve a identidade clonada por um criminoso de Minas Gerais que saiu da cadeia em 2002. "Meu pai foi vítima de uma clonagem de identidade, onde o verdadeiro bandido usou o nome, data de nascimento, filiação do meu pai para criar uma identidade falsa (com numeração e emissor diferente), o mesmo foi preso e saiu sob fiança em 2002, após ter sido acusado de estelionato. Enfim, o verdadeiro bandido neste momento está foragido enquanto um homem inocente está pagando por um crime que ele não cometeu", escreveu ela em um publicação compartilhada no Facebook.

Após a prisão, Eduardo foi transferido para a Cadeia de Benfica, na Zona Norte do Rio. O advogado da família chegou a entrar com um pedido de habeas corpus, mas a Justiça não aceitou a solicitação alegando que as provas não eram suficientes para conceder a liberdade. "Mesmo com todas as provas a favor do meu pai, apresentadas pelo advogado, onde a foto, a impressão digital, comprovando que (ele e o criminoso) não são a mesma pessoa, e mesmo meu pai não tendo antecedente criminal, ainda assim a desembargadora não acha que seja o suficiente para provar a inocência dele", continuou Bruna em seu relato. Nesta terça-feira, o advogado da família irá até Governador Valadares, em Minas Gerais, cidade onde foi emitido o mandado de prisão, para apresentar mais provas à Justiça de que Eduardo é inocente.

O DIA procurou a PF e questionou a instituição sobre a prisão mas, até o momento, não obteve retorno.

odia.ig.com.br

segunda-feira, 16 de julho de 2018

A verdade sobre o nióbio.


Um tesouro gigantesco, capaz de transformar o Brasil em país de primeiro mundo? Um grande mal-entendido, envolto em mitos e exageros? Ou as duas coisas? Saiba o que é real, e o que é ficção, sobre o metal mais polêmico da atualidade.

Por Tiago Cordeiro e Bruno Garattoni

Parece mágica. Você joga um punhadinho de nióbio, apenas 100 gramas, no meio de uma tonelada de aço – e a liga se torna muito mais forte e maleável. Carros, pontes, turbinas de avião, aparelhos de ressonância magnética, mísseis, marcapassos, usinas nucleares, sensores de sondas espaciais… praticamente tudo o que é eletrônico, ou leva aço, fica melhor com um pouco de nióbio. Os foguetes da empresa americana SpaceX, os mais avançados do mundo, levam nióbio. O LHC, maior acelerador de partículas do planeta, e o D-Wave, primeiro computador quântico, também. Todo mundo quer nióbio – e quase todas as reservas mundiais desse metal, 98,2%, estão no Brasil. Nós temos o equivalente a 842 milhões de toneladas de nióbio, que valem inacreditáveis US$ 22 trilhões: o dobro do PIB da China, ou duas vezes todo o petróleo do pré-sal. Por isso, há quem diga que o nióbio pode ser a salvação do Brasil, a chave para o País se desenvolver e virar uma potência global. Mas de que forma o nióbio é explorado hoje em dia, e quem ganha com ele?

É verdade, como se ouve por aí, que estamos exportando nossas reservas a preço de banana? E, se esse metal vale tanto, por que há tão pouca informação sobre ele? Há muitas lendas a respeito do nióbio. A mais importante: ele é, de fato, um elemento estratégico e raro. Mas não se trata de uma fonte inesgotável de riqueza.

A filha de Tântalo
O nióbio foi descoberto em 1801 pelo cientista britânico Charles Hatchett, que o batizou de columbium, em referência ao local de onde a amostra tinha vindo – Connecticut, nos Estados Unidos, numa época em que os poetas ingleses se referiam ao país como Columbia. Anos depois, o nióbio foi confundido com o tantálio pelo químico inglês William Hyde: ele afirmou que os dois elementos eram idênticos. Foi só em 1846 que outro químico, o alemão Heinrich Rose, comprovou que eram coisas diferentes. Quando a confusão foi desfeita, os americanos continuaram chamando o elemento de columbium, mas os europeus adotaram o nome nióbio: referência a Níobe, figura da mitologia grega, filha de Tântalo (uma piadinha com o antigo debate nióbio versus tantálio).

No final do século 19, o nióbio começou a ser usado nos filamentos de lâmpadas, até descobrirem que o tungstênio é mais resistente. A partir dos anos 1930, começaram a surgir pesquisas indicando que misturar nióbio com ferro era uma boa ideia. Mas, para usá-lo em escala industrial, era preciso encontrar uma boa quantidade desse metal. Na década de 1960, foi descoberta a primeira grande reserva do planeta: em Araxá, a 360 km de Belo Horizonte. Em 1965, o almirante americano Arthur W. Radford, integrante do conselho da mineradora Molycorp, convidou o banqueiro brasileiro Walther Moreira Salles para montar uma empresa de extração e refino do nióbio. A Molycorp tinha acabado de comprar algumas minas em Araxá. O brasileiro topou, e nasceu a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).


Como em 1965 o metal ainda não tinha utilidade comprovada, o governo militar deixou passar batido – e permitiu que a CBMM, junto com os americanos, explorasse o nióbio à vontade. Aos poucos, Salles foi comprando a parte dos americanos, o que os militares viram com bons olhos. Na década seguinte, a CBMM virou controladora mundial de um mercado que nem sequer existia. Não existia, mas passou a existir: nos anos 1970, a empresa descobriu dezenas de utilidades para o nióbio – que hoje é um dos principais negócios da família Moreira Salles (também dona do banco Itaú).

A CBMM não vende o minério bruto, e sim uma liga chamada ferronióbio, que contém 2/3 de nióbio e 1/3 de ferro. Além desse produto, seu carro-chefe, ela também comercializa dez outras formulações à base de nióbio. A empresa tem 1.800 funcionários e lucra R$ 1.700.000.000,00 por ano. Em 2011, vendeu 30% de suas ações para um grupo de empresas asiáticas, mas com restrições: os brasileiros mantiveram o controle da empresa, e não cederam nenhuma informação técnica sobre o processamento do nióbio – um segredo industrial que tem 15 etapas e foi inventado pela empresa dos Moreira Salles. “Ele envolve mineração, homogeneização, concentração, remoção de enxofre, remoção de fósforo e chumbo, metalurgia, britagem e embalagem”, explica Eduardo Ribeiro, presidente da CBMM. “Para produzir o nióbio metálico, por exemplo, é necessário realizar uma última etapa em um forno de fusão por feixe de elétrons, que atinge temperaturas superiores a 2.500 oC”, diz.

Além da CBMM, há outra empresa explorando nióbio no País: a Anglo American Brazil, que opera em Catalão, Goiás. Também há nióbio na Amazônia, mas ele ainda não começou a ser minerado. Só o que temos em Minas Gerais e Goiás já é suficiente para abastecer toda a demanda mundial pelos próximos 200 anos. Os maiores compradores são China, EUA e Japão, que pagam em média US$ 26.000,00 pela tonelada de nióbio (esse valor é uma estimativa, pois o metal não é vendido em bolsas de commodities; o preço é negociado caso a caso, direto com cada comprador). Há quem diga que esse valor é muito baixo – o ouro, por exemplo, é comercializado a US$ 40.000,00 o quilo. Se o nióbio é tão útil, e o Brasil controla quase todas as reservas, não poderia cobrar mais caro? O governo brasileiro não deveria exigir royalties sobre a venda? E por que apenas 10% das tubulações de aço do planeta usam nosso produto? Há respostas para tudo isso.

Nada é perfeito
A primeira delas: o nióbio é substituível. Vanádio e titânio cumprem basicamente a mesma função. O vanádio é encontrado na África do Sul, na Rússia e na China. O titânio está presente na África do Sul, na Índia, no Canadá, na Nova Zelândia, na Austrália, na Ucrânia, no Japão e na China. Esses países preferem explorar suas próprias reservas a depender de um mineral que é praticamente exclusivo de uma nação só – o Brasil. Em alguns casos, também é possível trocar o nióbio por tungstênio, tântalo ou molibdênio. “Não há mercado para mais nióbio”, afirma o economista Rui Fernandes Pereira Júnior, especialista em recursos minerais.


Outra questão é que é preciso pouco nióbio para que ele faça sua mágica. “As reservas brasileiras são suficientes para abastecer o mundo por séculos. Mas aquelas existentes em outras regiões do planeta, como o Canadá [que, como a Austrália, também possui nióbio], também são”, diz Roberto Galery, professor do departamento de Engenharia de Minas da UFMG. Quer dizer: não adianta aumentar muito o preço do nióbio, pois os compradores tenderão a optar por outros metais, nem tentar acelerar demais a exportação (pois aí haverá excesso de oferta de nióbio, fazendo o valor desse metal despencar).

Há outra questão: o Brasil só exporta o nióbio em si. Não fabrica produtos derivados dele. “Ninguém está disposto a pagar uma fortuna pelo nióbio, porque nós não conseguimos dar valor agregado a ele”, diz o professor Leandro Tessler, do Instituto de Física da Unicamp. “Nós repetimos nosso velho ciclo: vendemos matéria-prima e compramos produtos prontos. Vendemos nióbio e compramos fios de tomógrafos, por exemplo.” É um caso parecido com o do silício. Nós temos as maiores reservas de areia do planeta (e é da areia que o silício é extraído), mas só exportamos silício com 99,5% de pureza, menos que os 99,99999% exigidos pela indústria eletrônica.

E os royalties? O Brasil cobra pouco, mas cobra. O Estado fica com 2% do valor das exportações de nióbio – bem menos do que a Austrália, que exige 10%. Nós poderíamos impor royalties mais altos (com o petróleo, por exemplo, eles ficam entre 5% e 10%). Mas não há sinais de que isso vá ser feito. O Marco Regulatório da Mineração, que está tramitando no Congresso desde junho, não traz nenhuma regra específica para o nióbio.


Depois de crescer 10% ao ano na década passada, o mercado mundial de nióbio está estável. A demanda é de 100 mil toneladas anuais, 90% fornecidas pelo Brasil. De todos os 55 minérios que o Brasil exporta, o nióbio é o único em que somos líderes globais. Ele é o nosso terceiro metal mais exportado em valor financeiro (atrás do minério de ferro e do ouro, e empatado com o cobre na terceira posição).

“O surgimento de novas tecnologias pode levar ao aumento do mercado de nióbio”, diz Marcelo Ribeiro Tunes, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Afinal, o consumo mundial cresceu cem vezes desde a década de 1960, e é provável que a tecnologia continue a dar saltos (e encontrar novos usos para o nióbio) no futuro. Mas, se quisermos explorar todo o valor dessa riqueza natural, precisamos aprender o que fazer com ela – e começar a fabricar produtos mais sofisticados. “O Brasil deveria desenvolver a tecnologia desse material na medicina, nos transportes, na engenharia”, afirma Rui Fernandes Pereira Júnior. Do contrário, vamos continuar à mercê dos compradores estrangeiros. Como sempre estivemos desde que, no comecinho do século 16, navegadores portugueses descobriram a primeira de nossas commodities: uma madeira chamada pau-brasil.

super.abril.com.br

Doença sexualmente transmissível pouco conhecida se alastra e alarma médicos por resistência a antibióticos.


BBC News

Uma infecção sexualmente transmissível pouco conhecida pode se transformar em uma superbactéria resistente a tratamentos com antibióticos mais conhecidos, segundo um alerta feito por especialistas europeus. A Mycoplasma genitalium (MG), como é conhecida, já tem se mostrado resistente a alguns deles e, no Reino Unido, autoridades de saúde trabalham com novas diretrizes para evitar que o quadro vire um caso de emergência pública. O esforço é para identificar e tratar a bactéria de forma mais eficaz, mas também para estimular a prevenção, com o uso de camisinha. 

O que é a MG?
A Mycoplasma genitalium é uma bactéria que pode ser transmitida por meio de relações sexuais com um parceiro contaminado. Nos homens, ela causa a inflamação da uretra, levando a emissão de secreção pelo pênis e a dor na hora de urinar. Nas mulheres, pode inflamar os órgãos reprodutivos - o útero e as trompas de falópio - provocando não só dor, como também febre, sangramento e infertilidade, ou seja, dificuldade para ter filhos. A infecção, porém, nem sempre apresenta sintomas. E pode ser confundida com outras doenças sexualmente transmissíveis, como a clamídia, que é mais frequente no Brasil.

Preocupação
A ascensão da MG ocorre principalmente no continente europeu, mas, no Brasil, o Ministério da Saúde diz que monitora a bactéria tanto pelo aumento da prevalência quanto pelo aumento da resistência antimicrobiana. Como a infecção por essa bactéria não é de notificação compulsória no país, ou seja, as secretarias de saúde dos Estados e municípios não são obrigadas a informar os casos, não se sabe quantas são as pessoas atingidas. No entanto, segundo o Ministério da Saúde, estudos regionais demonstram que ela "é muito menos frequente que outros agentes como a N. gonorrhoeae (responsável pela gonorreia) e Chlamydia trachomatis (responsável pela clamídia) - que, quando não tratadas, também podem causar infertilidade, dor durante as relações sexuais, entre outros danos à saúde".

No Reino Unido, por outro lado, o quadro preocupa, segundo a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV (BASHH, da sigla em inglês). A associação afirma que as taxas de erradicação da bactéria após o tratamento com um grupo de antibióticos chamados macrolídeos estão diminuindo. E que a resistência da MG a esses antibióticos é estimada em cerca de 40% no Reino Unido. Um tipo específico de macrolídeo, porém, a azitromicina, ainda funciona na maioria dos casos.

Diretrizes
Novas diretrizes detalhando a melhor forma de identificar e tratar a MG estão sendo lançadas, nesse contexto, no Reino Unido. Já existem testes para detectar a bactéria, mas eles ainda não estão disponíveis em todas as clínicas da Inglaterra, onde os médicos podem, entretanto, enviar amostras para o laboratório da Public Health England - a agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social - para obter um diagnóstico. Peter Greenhouse, especialista em DSTs, recomenda às pessoas que tomem precauções. "Já é hora de o público aprender sobre a Mycoplasma genitalium", disse ele. "É mais um bom motivo para por camisinhas nas malas das férias de verão - e realmente usá-las."

No Brasil, o Ministério da Saúde afirma que "a realidade ainda é muito diferente da Inglaterra", mas que é necessário identificar os casos e tratá-los "para interromper a cadeia de transmissão""Vale destacar que a camisinha masculina ou feminina é fornecida gratuitamente pelo Sistema único de Saúde (SUS), podendo ser retirada nas unidades de saúde de todo o país", lembra.

noticias.uol.com.br

É aposentado ou recebe do INSS? 1ª parcela do 13º salário cai em agosto


O governo antecipou o pagamento, e aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) vão começar a receber a primeira parcela do décimo terceiro salário em agosto. A primeira parcela será de até 50% do valor do benefício. O decreto autorizando a antecipação foi assinado nesta segunda-feira (16) pelo presidente Michel Temer, mas ainda não foi publicado no Diário Oficial da União. Embora não seja lei, a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro para agosto é adotada pelo governo desde 2006. De lá pra cá, apenas em 2015 o pagamento foi feito mais tarde, em setembro, devido à crise econômica.

A expectativa do INSS é de que a medida injete R$ 21.000.000.000,00 na economia do país, o que deve movimentar o comércio e outros setores. Não haverá desconto de Imposto de Renda (IR) nesta primeira parcela. De acordo com a legislação, o IR sobre o décimo terceiro é cobrado apenas na segunda parte do benefício.

Quem tem direito?
Por lei, tem direito à gratificação quem recebeu durante o ano:
aposentadoria;
pensão por morte;
auxílio-doença;
auxílio-acidente;
auxílio-reclusão
ou salário-maternidade.

No caso de auxílio-doença e salário-maternidade, o valor do 13º salário é proporcional ao período recebido. Quem recebe benefícios assistenciais (LOAS) não tem direito ao benefício.

(Com Agência Brasil)
economia.uol.com.br

Datena, Barbosa e Huck: o que levam 'outsiders' a desistirem do pleito?

por Marina Gama Cubas 

Cientistas políticos apontam os fatores que levam os novatos 
na política a desistirem tão rapidamente da corrida eleitoral.


Um dos últimos "grandes" outsiders das eleições de 2018 anunciou no início de julho que está fora da corrida eleitoral deste ano. O apresentador da Band José Luiz Datena havia apresentado sua pré-candidatura ao Senado pelo DEM e voltou atrás em menos de uma semana. No mesmo dia retornou a seu programa dominical na emissora. Não é a primeira vez que faz isso e nem o único. Nas eleições de 2016, o jornalista já havia ensaiado disputar a prefeitura de São Paulo pelo PP, mas retirou sua pré-candidatura. "Achei que não era a hora de participar dessa política do jeito que ela esta aí", afirmou à imprensa sobre a mais recente desistência.

Neste ano eleitoral houve ao menos outras duas baixas entre os "famosos" citados em pesquisas eleitorais, ambos postulantes ao Palácio do Planalto: o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa e o apresentador global Luciano Huck. Na ocasião em que Barbosa anunciou sua desistência no Twitter, Datena lamentou a retirada do ex-magistrado sem prever que ele próprio seria o próximo a repetir o feito. "Era o cara que [eu] passaria perto de votar". "Virei órfão político", declarou à Folha de S. Paulo. Os motivos que o fizeram desistir, assim como no caso de Barbosa e Huck, podem ser resumidos em três aspectos no olhar de cientistas políticos ouvidos pela reportagem: questão pessoal e familiar, finanças e exposição da vida privada. Antes mesmo de anunciar sua entrada no jogo eleitoral, Datena disse à imprensa que sua mulher chorava “dia e noite” com receio. Ao anunciar seu nome como pré-candidato, o apresentador informou que sua decisão foi tomada junto com seus familiares.

Entre os argumentos, Huck e Barbosa alegaram questões pessoais e familiares para abandonar o pleito. Para Claudio Couto, cientista político, essa motivação pode ou não ser verossímil. “A política profissional é demandante e não é fácil ser familiar de político. Político não tem hora, político tem sua vida privada devassada, sofre ataques, ou seja, tem uma vida muito exposta. Tudo isso pesa para a família e, consequentemente, é uma escolha difícil para quem tem uma vida razoavelmente organizada e estruturada. Há quem consiga lidar bem isso, há que não consiga”, diz. “Isso é uma explicação plausível, embora não necessariamente a única. Às vezes dizer que são problemas particulares é uma boa maneira de não dar explicação, afinal de contas ninguém tem que dar satisfação dos seus problemas particulares para os outros.”

Outro argumento em voga está relacionado com a questão financeira. Os dois apresentadores de televisão têm rendimentos que podem facilmente chegar a mais de R$ 1.000.000,00 ao mês, entre salário e participação em campanhas publicitárias. No caso do ex-ministro do STF, sua aposentadoria na corte do Supremo lhe garante R$ 33.763,00. Não há dados sobre o quanto lhe rende sua atuação no escritório de advocacia que montou em São Paulo após se retirar do tribunal. O salário bruto de um presidente da República é de R$ 30.934,70.

Ganhando ou perdendo o pleito, Jairo Pimentel, cientista político e especialista em pesquisas eleitorais, crê que a chance de perdas no campo profissional são muito altas. "Eles [Datena e Huck] têm muito a perder ao entrar na política. Pode significar o fim de carreiras bem sucedidas. Uma das condições impostas ao Luciano Huck pela Globo é que ele deixasse o programa de TV e se descompatibilizar da emissora. Imagina quantos milhões ele deixaria de ganhar nesse período. Isso pesa no curto e no longo prazo porque uma vez candidato, sendo eleito ou não, afeta diretamente o rumo dele dentro do seu ramo mais tradicional. E isso representa um fator de desistência das candidaturas."

A ideia é corroborada por Couto: "Quanto será que Datena e o Luciano Huck ganham nos programas deles de televisão? Será que eles vão abrir mão dessa vida confortável de ganhos muito consideráveis, de cobranças muito pequenas com relação à vida pública em prol de uma alternativa muito menos interessante que á a atividade política? Acho que é esse o ponto e talvez por isso tenham desistido sem sequer ter começado". Ainda na esfera econômica, outro ponto delicado é a perspectiva dos partidos em contar com o aporte financeiro de seus outsiders nas campanhas. O apresentador da Band chegou a afirmar que não ia colocar nenhum recurso próprio para a disputa da cadeira do Senado. A postura do apresentador contrasta com a do tucano João Dória, que chegou à prefeitura de São Paulo investindo quase 3.000.000,00 de sua fortuna pessoal.

Outro obstáculo para os novatos está relacionada a própria inexperiência em lidar com a estrutura e comandos dos partidos políticos. Datena declarou à Folha de S.Paulo que se o enchessem na política poderia “dar uma bica na bola”, referindo-se a uma possível desistência do pleito. Segundo Couto, tal postura mostra o próprio equívoco que seria sua candidatura. “Ninguém faz política sem aceitar algum tipo de imposição por parte do partido. É preciso fazer negociações, a política requer busca de soluções de compromissos e negociações. Acho que, inclusive, a dificuldade de lidar com isso foi uma das coisa que levou à tragédia da Dilma: uma pessoa muito pouco propensa a buscar soluções de compromisso, a dialogar, a negociar consequentemente. Terminou como terminou”, explica.

A personalidade do outsider é fator determinante das dificuldades do apresentador em compreender o funcionamento do mundo político. “O Datena achando que por seus belos olhos e pela sua popularidade como apresentador de TV poderia entrar na política sem fazer qualquer tipo de concessão é algo completamente equivocado. É um erro achar que dá para fazer política sem qualquer tipo de concessão, achando que chegando ali já chega por cima de todo mundo. Uma bobagem. Acho que mostra a incompreensão que é a vida política”, afirma Couto, que defende que a política deve ser exercida profissionalmente.

Pimentel corrobora com a reflexão e ressalta que a vantagem dele em relação a Huck estava nos seus bons resultados nas intenções de votos. "O Datena tinha mais probabilidade de ser eleito em relação ao Huck, até porque o cargo era mais fácil de ser alcançado. Provavelmente o que pesou mais para o Datena foi a incompatibilidade de sua personalidade com o mundo político. Ele é uma pessoa cuja personalidade não é muito afeita a aceitar o dissenso ou de aceitar contestações."

Renovação política?
Datena, Barbosa e Huck, no curto período que estiveram sob o olhar dos partidos, sempre foram vendidos ao eleitorado como nomes que poderiam renovar a política brasileira. "A gente vive um momento em que a opinião pública clama por alguém de fora da política para arejar o sistema tendo em vista os escândalos de corrupção, e mesmo a crise econômica que a opinião pública co-relaciona à crise moral. Os outsiders representam uma esperança desse quadro", afirma Pimentel, que também ressalta a ânsia por novos nomes da política como algo frequente. "Sempre houve um discurso de renovação política. Talvez a renovação que tivemos mais ampla foi com a que veio com a redemocratização. Mesmo os caras-pintadas, hoje, já estão velhos. Mas isso é sempre uma demanda necessária porque a política é uma estrutura de busca pelo poder, por força, por recursos que acaba transmitindo a ideia de que ela sempre precisa ser moralizada". O problema, aponta ele, é justamente o fato de o sistema político ser muito refratário a mudanças. "Ele é muito mais construída para a manutenção das coisas."

Para Couto, a renovação não deve vir necessariamente a partir dos outsiders. "Vamos imaginar que a 'nova política' seja uma maneira de fazer política diferente daquela que vem sendo feita tradicionalmente no país. Ela não precisa ser algo feita necessariamente por outsiders. Por trás dessa ideia existe uma crença ao meu ver equivocada de que a política não pode ser exercida profissionalmente e que ao ser exercida profissionalmente é que se produz o problema".

Ele aponta que assim como existem maus profissionais em outras áreas e atividades, o mesmo acontece na esfera política. "Claro que há uma série de problemas nas nossas instituições. Elas produzem um recrutamento perverso da classe política. A qualidade de políticos no âmbito dos partidos e do legislativo é muito ruim e tem produzido um efeito negativo, mas isso não quer dizer que a solução para isso seja necessariamente a entrada de outsiders. É claro que uma renovação do ponto de vista de você não ter sempre os mesmo quadros pode ser uma coisa positiva. É bom ter sangue novo na política como é bom ter sangue novo em qualquer outra atividade humana. Agora o fato de outsiders terem tido seus nomes aventados a concorrer e rapidamente terem desistido, talvez isso só confirme o ponto de que política é para profissional""Quem está ali em uma aventura ou tentativa voluntarista de resolver os problemas com base na suas boas intenções ou acreditando que vai poder fazer isso como esporte, talvez não tenha tantas condições de competir como acreditava que teria", conclui.

www.cartacapital.com.br

PF diz que ex-ministro do Trabalho era 'fantoche dos caciques do PTB'.

Documento aponta 'efetiva participação' da deputada Cristiane Brasil no núcleo político de uma organização criminosa investigada pela concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Relatório da Polícia Federal (PF) na Operação Registro Espúrio afirma que o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura "não passa de um fantoche dos caciques do PTB". O documento ainda aponta uma "efetiva participação" da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no núcleo político de uma organização criminosa investigada pela concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho e atribui a ela o papel de "líder". A deputada chegou a ser cotada para o cargo de ministra do Trabalho no início do ano. Decisões da Justiça Federal e uma liminar da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, no entanto, suspenderam a posse. O governo acabou desistindo da parlamentar para o cargo. A Polícia Federal afirma, no documento, que Cristiane Brasil, "mesmo não ocupando formalmente qualquer cargo na estrutura do Ministério do Trabalho, foi alçada, na prática, a um posto de comando da pasta, fortalecendo a estrutura de atuação do 'subnúcleo PTB'""Em que pese ter sido impedida por decisão judicial de tomar posse como ministra do Trabalho no início do corrente ano, Cristiane Brasil passou a exercer grande influência no órgão", narra a Federal. "Para permitir a ingerência de Cristiane Brasil, a organização criminosa colocou no cargo máximo do Ministério do Trabalho alguém devidamente compromissado com os interesses do grupo, papel que coube a Helton Yomura, que, ao que tudo indica, não passa de um fantoche dos caciques do PTB."

A Registro Espúrio deflagrou três etapas de sua operação: em 30 de maio, 12 de junho e 5 de julho. Na última fase, o Supremo Tribunal Federal afastou Helton Yomura do Ministério do Trabalho No mesmo dia, o ministro pediu demissão do cargo. O gabinete, o apartamento funcional e outros endereços da filha de Roberto Jefferson - presidente nacional do PTB - foram alvo de busca e apreensão da segunda fase da operação. "As análises iniciais dos dados colhidos viabilizaram a coleta de elementos que indicam a efetiva participação da deputada Cristiane Brasil Francisco no núcleo político da organização criminosa, tendo essa Suprema Corte autorizado a realização de buscas em três endereços vinculados a ela", afirma a PF.

Os investigadores dividiram o suposto esquema em cinco núcleos: administrativo, político, financeiro, sindical, captador e financeiro. O núcleo político, afirma a PF, é "formado por parlamentares e dirigentes de partidos - e respectivos assessores diretos -, e tem a responsabilidade de "indicar e dar sustentação aos integrantes do núcleo administrativo". "A organização criminosa é alimentada pelo interesse de entidades na obtenção fraudulenta do registro sindical, mediante o pagamento de propina a servidores públicos, oferta de capital político (apoio, financiamento e votos) aos partidos/agentes políticos ou promessa de filiação às centrais sindicais", descreve a Federal.

De acordo com o relatório, Cristiane Brasil era ligada ao superintendente Regional do Trabalho do Rio, Adriano José Lima Bernardo. A PF pegou, no celular do ex-secretário de Relações do Trabalho Renato Araújo, mensagem que citavam a deputada, trocadas entre ele e o superintendente. "Indícios amealhados comprovam que Adriano Bernardo se utiliza do cargo de Superintendente Regional do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro, bem como da proximidade com a deputada federal Cristiane Brasil, para repassar 'demandas' a integrantes do 'Subnúcleo SRT' (Secretaria de Relações do Trabalho), manipulando processos de registro sindical, com o objetivo de obter vantagens indevidas", relata a Polícia Federal.

Em uma das mensagens capturadas pela PF, Adriano Bernardo refere-se à publicação de um pedido de registro sindical e "diz que já está providenciando uma reunião - possivelmente com os dirigentes da entidade beneficiada -, na qual ele levaria a 'líder'". Para os investigadores, a 'líder' é a deputada Cristiane Brasil. "Mermão, já tô ligando pra ele e marcando uma nova reunião, pra gente levar lá na nossa líder, tá bom?! Outra coisa, amigo, não esqueça de duas coisas: eu sei que é complicando diante de tanta demanda, mas é uma prioridade não minha, também dela: sindicato dos mototaxistas. Cara eu vou… a gente vai ganhar na loteria com esse povo aí, em relação a quantidade de pessoas envolvidas", diz Adriano Bernardo em mensagem para Renato Araújo Júnior.

Para a PF, ficou "evidente a ingerência que Adriano Bernardo exerce os rumos dos processos de registro sindical que tramitam na Secretaria de Relações de Trabalho, sempre buscando favorecer entidades ligadas a ele e à deputada Cristiane Brasil".

Defesas
A reportagem fez contato com a assessoria de Cristiane Brasil e com a defesa de Helton Yomura. Adriano Bernardo e Renato Araújo Júnior não foram localizados. O espaço está aberto para as manifestações.

odia.ig.com.br

Ministério do Trabalho é invadido e tem móveis revirados; PF investiga.

Ao chegarem nesta segunda-feira para trabalhar, servidores encontraram 
os móveis abertos e todo o material jogado pelo chão.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Pelo menos duas salas do edifício sede do Ministério do Trabalho foram invadidas e os móveis foram revirados durante o fim de semana, de acordo com informações preliminares da própria pasta. Ao chegarem nesta segunda-feira para trabalhar, servidores encontraram os móveis abertos e todo o material jogado pelo chão. A Polícia Federal (PF) isolou a sobreloja do prédio - andar em que se encontram as salas invadidas - e está investigando o caso. Ainda não se sabe se a invasão ocorreu no sábado ou no domingo. De acordo com o ministério, nos andares funcionam diversos setores, como o seguro-desemprego e os computadores que armazenam as principais informações da pasta - o chamado "big data".

No fim de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Registro Espúrio, que investiga esquema de concessão fraudulenta de registros sindicais no ministério. A operação levou ao pedido de demissão do ex-ministro da pasta Helton Yomura. Nas diversas fases da operação, foi decretada a prisão temporária do seu ex-chefe de gabinete Júlio de Souza Bernardo (já colocado em liberdade), e a prisão do ex-secretário de Relações do Trabalho Renato Araújo.

Também são investigados pela PF nessa operação o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão do PT, os deputados Jovair Arantes (PTB), Paulinho da Força (Solidariedade) e Wilson Filho (PTB). A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson, também teve endereços funcionais e residenciais vasculhados pela PF.

odia.ig.com.br

Intervenção no Rio: Observatório pede mais ações de inteligência.

Organização critica resultados e defende reestruturação das polícias.


Por Agência Brasil

Rio - Em vigor há cinco meses, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro manteve práticas policiais violentas e atingiu resultados pífios, diz o Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, em relatório divulgado nesta segunda-feira. A organização defende mais ações de inteligência e combate à corrupção em segmentos policiais No balanço dos cinco meses de administração federal na segurança do estado, a organização diz que o número de tiroteios e de chacinas aumentou em relação aos cinco meses anteriores, enquanto o de apreensões de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras caiu 39% em comparação ao mesmo período de 2017.

O estudo usou dados do aplicativo Fogo Cruzado, que registra disparos e tiroteios ocorridos na região metropolitana. Nos cinco meses de intervenção, foram 4.005 tiroteios, contra 2.924 no período pré-intervenção. A pesquisadora Sílvia Ramos, que integra o Observatório, pede mais ações de inteligência e combate à corrupção e menos operações "faraônicas". "Não adianta botar 5 mil homens, 10 mil homens na rua, porque segurança pública funciona de outra forma. Funciona com inteligência e investigação", diz Sílvia.

Outras ações
Na opinião da pesquisadora, a intervenção poderia mudar o cenário da segurança pública do Rio de Janeiro se se concentrasse em outras ações. "Fazendo investigação dentro das corporações e entregando aquilo que eles prometeram tanto, que é a reestruturação das polícias e o isolamento dos segmentos comprometidos com a corrupção."

De acordo com o balanço, nos cinco meses de intervenção, foram realizadas 280 operações, das quais 94 conjuntas entre as Forças Armadas, a Polícia Militar e a Polícia Civil. Nessas operações, 260 armas foram apreendidas nessas e 69 pessoas morreram.

odia.ig.com.br

Cinco mortos em operação da PM no Alemão

Policiais militares disseram que foram atacados, mas moradores alegam tocaia.


Cinco pessoas morreram, ontem (15), após um confronto com policiais militares no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. A PM alega que foi atacada pelos supostos bandidos na altura da região conhecida como Serra da Misericórdia. Moradores da comunidade, no entanto, acusam integrantes da UPP local de planejarem uma tocaia. Entre os armamentos apreendidos na operação, havia um fuzil AR-10, arma de uso restrito do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Choque. A identidade dos mortos ainda não foi revelada. Essa não é a primeira vez que o AR-10 aparece nas mãos de supostos bandidos. Em maio de 2017, reportagem de O DIA mostrou que esse potente armamento era um dos 32 apreendidos nas mãos de criminosos presos quando tentavam retomar pontos de venda de drogas na Cidade Alta, em Cordovil. Na operação de ontem, foram encontrados também um fuzil G3, duas pistolas, uma granada, uma motocicleta sem placa e um colete à prova de bala.

odia.ig.com.br

Polícia Civil prende chefe do tráfico que planejava ataque às UPPs do Alemão.

Ele foi baleado em acesso ao Adeus, no Alemão. André Luiz Cabral dos Santos, o Lacraia, é chefe na Favela do Arará, em Benfica, e participou de reunião com outras lideranças para organizar ataque às bases de UPP após cinco mortes no domingo.


Lacraia deu entrada em hospital baleado na perna após confronto com a policiais
civis. Ele é apontado como chefe do tráfico na Favela do Arará, em Benfica.

Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Durante um confronto entre policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e criminosos, na manhã desta segunda-feira, foi baleado e preso André Luiz Cabral dos Santos, conhecido como Lacraia, apontado como chefe do tráfico na Favela do Arará, em Benfica. O traficante participou de uma reunião com outras lideranças criminosas para organizar um ataque às bases de UPP na região, em represália às mortes de cinco suspeitos no domingo. Lacraia era monitorado pela polícia e nas escutas foi constatado que, ainda ontem, ele participou da reunião que planejava o ataque. O seu retorno hoje ao conjunto de favelas seria para "chancelar" e participar do ataque aos policiais do Alemão. A troca de tiros em que ele acabou baleado aconteceu na Rua Uranos com Aliomar Hermínio Pereira, um dos acessos ao Morro do Adeus, que faz parte do complexo de favelas, região que vive desde ontem tiroteios intensos.


Blindado do Bope na Avenida Itaoca, em um dos acessos ao Complexo do Alemão.

As equipes da DRFA sabiam de seu retorno ao local e esperavam sua chegada, quando ele chegou em uma moto. Na abordagem, criminosos em outros dois veículos, um Corolla prata e um Honda HRV branco, atacaram os policiais, iniciando o confronto. Além do chefe do tráfico, um outro bandido foi baleado, mas os comparsas conseguiram resgatá-lo e levá-lo para dentro do Morro do Adeus. André caiu da moto e foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso pelos policiais, onde passa por cirurgia, após ter sido baleado na perna. Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam Lacraia como responsável pela venda de drogas nas comunidades do Arará, Varginha, e pelo dinheiro enviado para todas as bocas de fumo da mesma facção criminosa que atua na área para a compra de armas. Outra investigação da DRFA aponta que a quadrilha da Favela do Arará, liderada por Lacraia, é responsável pela morte do inspetor de polícia Sérgio Waldir, ocorrida em 2016, em Ramos. Havia uma recompensa de R$ 1.000,00 por informações que levassem à prisão de Lacraia.

Policial baleado no Complexo do Alemão
Na Favela Nova Brasília, em outro ponto do Complexo do Alemão, um policial militar foi baleado, no início da manhã desta segunda-feira, durante um confronto com criminosos. O soldado foi atingido na perna durante um ataque na troca de serviço na localidade conhecida como Beco do Índio. O intenso tiroteio na região fechou a Avenida Itaóca até as 09:56h, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. O Batalhão de Choque (BPChq) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram chamados para reforçarem o policiamento. Muitos comércios estavam fechados nas comunidades até o fim desta manhã e ônibus não passavam pela Avenida Itaóca, onde circulavam apenas vans, veículos de passeio e motos. Nas vias do Alemão, o resultado dos tiroteios eram vistos nos asfaltos, com cápsulas de armas deflagradas.


Cápsulas de armas na Avenida Itaoca, em um dos acessos ao Complexo do Alemão.

O policial foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo informações iniciais, seu estado de saúde é estável e ele não corre risco de morrer. Durante o início da manhã, moradores de comunidades do Alemão relataram um intenso tiroteio, inclusive com a presença do Batalhão de Choque (BPChq) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o auxílio de blindados. Procurada, a PM ainda não se posicionou, mas através do Twitter informou sobre a presença da força especial da corporação.

Cinco mortos em operação da PM no Alemão
Cinco pessoas morreram, na manhã de domingo, após um confronto com policiais militares no Complexo do Alemão. A PM alega que foi atacada pelos supostos bandidos na altura da região conhecida como Serra da Misericórdia. Moradores da comunidade, no entanto, acusam integrantes da UPP local de planejarem uma tocaia. Até o início desta manhã, os corpos ainda estavam sem identificação no Instituto Médico Legal (IML). Entre os armamentos apreendidos na operação, havia um fuzil AR-10, arma de uso restrito do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Choque. A identidade dos mortos ainda não foi revelada.

A versão da polícia sobre o confronto foi contestada por moradores nas redes sociais. "Nenhum policial ferido nem de raspão? Eu me calo porque tenho família no morro", afirmou um morador. "Que confronto é esse que só aconteceu na mata?", desabafou outra. E mais um internauta mostrou desconfiança: "Fizeram troia (tocaia) na Serra da Misericórdia pra pegar os caras voltando do baile da gaiola e inventaram maior caôzada".

Em nota, a PM informou que "policiais estavam em patrulhamento no Complexo do Alemão, próximo ao local conhecido como Serra da Misericórdia, quando foram atacados a tiros por criminosos. Houve confronto. Cinco criminosos foram feridos. Os policiais socorreram os feridos para o Hospital Getúlio Vargas".

Essa não é a primeira vez que o AR-10 aparece nas mãos de supostos bandidos. Em maio de 2017, reportagem de O DIA mostrou que esse potente armamento era um dos 32 apreendidos nas mãos de criminosos presos quando tentavam retomar pontos de venda de drogas na Cidade Alta, em Cordovil. Na operação de ontem, foram encontrados também um fuzil G3, duas pistolas, uma granada, uma motocicleta sem placa e um colete à prova de bala.

odia.ig.com.br