quarta-feira, 25 de abril de 2018

Atriz Allison Mack é presa por sua relação com a seita que marcava como gado suas escravas sexuais

Conhecida por seu papel em ‘Smallville’, artista é acusada de tráfico sexual e conspiração.


A atriz Allison Mack em Los Angeles, em uma foto de arquivo de junho de 2012.

As autoridades de Nova York prenderam na sexta-feira a atriz Allison Mack, conhecida por seu papel na série Smallville, por seu suposto envolvimento na seita Nxivm, que marcava suas escravas sexuais como gado com as iniciais de seu líder, Keith Raniere, preso em 27 de março no México e deportado aos Estados Unidos. Mack, de 35 anos, é acusada de tráfico sexual e conspiração por obrigar pessoas a realizarem trabalhos forçados. Estava previsto que a atriz prestasse depoimento em um tribunal no sábado. Em um comunicado, o promotor do distrito Leste de Nova York, Richard P. Donoghue, explicou que a atriz “recrutou mulheres” para que se juntassem a um suposto grupo de tutoria feminina “criado e liderado” por Keith Raniere, acusado pelos mesmos crimes e que terá pela frente 15 anos de prisão. A Nxivm era uma suposta organização de autoajuda e seu líder, antes de sua deportação aos EUA, era procurado pelas autoridades do país pelos crimes de tráfico de escravas sexuais e associação criminosa para trabalhos forçados.

No ano passado, o The New York Times revelou que algumas mulheres foram forçadas a ter sexo e marcadas como gado com as iniciais do guru, preso em um luxuoso condomínio perto de Puerto Vallarta (Jalisco), um balneário localizado no oeste mexicano. Raniere, de 57 anos, organizou durante duas décadas oficinas de motivação e autoajuda através dessa suposta organização, com base em Albany, Nova York, mas com presença no Canadá, México e vários países da América do Sul. O programa se transformou em uma rede de influências e relações públicas com mais de 16.000 participantes. No México, Emiliano Salinas Occelli, um dos filhos do ex-presidente Carlos Salinas de Gortari (1988-1994), era membro do Conselho. Em 13 de abril precisou abandonar a suposta organização.

De acordo com a Promotoria, a Nxivm, estabelecida no norte de Nova York, seguia um esquema de golpe piramidal em que os participantes eram obrigados a participar de aulas adicionais mais caras e trazer outras pessoas para “subir” de nível e obter privilégios. Mack foi identificada como um dos criadores de um programa chamado The Source (A Fonte, em português), que recrutava atores, de acordo com as autoridades.

No mesmo dia em que Raniere foi detido no México ele foi enviado ao Texas e depôs em um tribunal de Nova York em 13 de abril. Em 2015, Raniere criou uma sociedade secreta dentro da Nxivm chamada DOS, acrônimo em latim para “Amo das Colegas Obedientes” e “O Voto”, onde era o único homem e líder, enquanto Mack era “uma das mulheres no primeiro nível da pirâmide, imediatamente abaixo” dele. A DOS operava com as graduações de ‘mestres’ e ‘escravas’, e essas últimas tinham a função de recrutar novas integrantes, que estariam em um nível mais baixo e das quais os outros membros superiores da pirâmide poderiam se aproveitar, liderada pelo fundador.

“Mack e outros mestres da DOS recrutaram ‘escravas’ dizendo que se uniam a uma organização somente para mulheres que iria empoderá-las e erradicar supostas fraquezas que o currículo da Nxivm afirmava que eram comuns nas mulheres”, disse a Promotoria. Além disso, a condição prévia para se juntar era dar certas “garantias” de compromisso, entre elas que fossem incluídas informações “altamente prejudiciais” sobre amigos e familiares, fotos de nus e direitos sobre as posses da recruta.

Muitas escravas foram marcadas a fogo na região pélvica com um símbolo com as iniciais de Raniere durante cerimônias supervisionadas por um mestre, que ordenava a outra escrava que gravasse o ato enquanto os outros seguravam a vítima. De acordo com a acusação, Mack exigiu direta ou indiretamente que suas escravas, entre elas duas denunciantes não identificadas, realizassem atos sexuais com Raniere. A atriz recebeu uma compensação financeira “e de outro tipo” em troca desses atos, que elas realizaram por medo de que seus documentos comprometedores fossem expostos, segundo a Promotoria.

brasil.elpais.com

Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza.

Número representa 17.300.000 jovens, aponta estudo da Fundação Abrin.


Por Agência Brasil

São Paulo - Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17.300.000 jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5.800.000 de jovens, ou seja, 13,5%. Os dados são da publicação "Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil", que foi divulgado na terça-feira, pela Fundação Abrin. O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países. "Algumas metas (dos ODS) certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo", avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. "Se não houver um investimento maciço em políticas sociais básicas voltadas à infância, ficamos muito distantes de cumprir o acordo". O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.

Metas


Um dos exemplos de metas difíceis de serem cumpridas está relacionada à educação, mais especificamente ao acesso à creche. "Você tem uma meta, que entra no Plano Nacional de Educação, de oferecer vagas para 50% da população de 0 a 3 anos (até 2024). Se você não aumentar o investimento e a oferta de vagas em creches – hoje estamos com 27% de cobertura –, não chegaremos em 50% para atender o PNE. Essa é também uma meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (da ONU)”, explica Heloisa.

Outra meta distante do cumprimento é sobre a erradicação do trabalho infantil. “O acordo (com a ONU) prevê que, até 2025, os países erradiquem todo tipo de trabalho escravo e trabalho infantil. Nós ainda temos 2.500.000 de crianças em situação de trabalho. Se não houver investimento na erradicação do trabalho infantil, essa meta certamente não vai ser alcançada", avaliou.

Jovens vulneráveis


Moradores do Salgueiro sentaram no meio do asfalto da Rua Conde de Bonfim,
na Tijuca. Eles protestam contra morte de jovem e acusam o Bope.

Segundo Heloisa, o relatório ressalta o quanto os jovens são vulneráveis à pobreza. Ela compara que, enquanto as crianças e adolescentes representam cerca de 33% da população brasileira, entre os mais pobre esse patamar é maior. "Se você fizer um recorte pela pobreza cruzado com a idade, você vai perceber que entre a população mais pobre tem um contingente ainda maior de crianças e adolescentes (40,2%). Esse é um ponto importante que ressalta o quanto as crianças são vulneráveis à pobreza", diz. A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%. "Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então, se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo".

Violência


Rio de Paz faz manifestação na Praia de Copacabana em homenagem à Maria Eduarda.

O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade, um total de 10.676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região. A violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas sociais básicas, segundo Heloisa. "Os outros índices influenciam diretamente a estatística da violência. Se você investir na manutenção das crianças e adolescentes na escola até completar a educação básica – que está prevista na lei brasileira, que seria até 17 anos –, se investir na proteção das famílias, na disponibilização de atividades e espaços esportivos para crianças e adolescentes, você vai ter um número muito menor de jovens envolvidos com a violência", conclui Heloisa destaca que há uma relação direta dos altos índices de violência com as estatísticas de pobreza. “A prova de que isso é uma relação direta é que, entre esses 10.600 crianças e adolescentes assassinados (em 2016), a maioria deles, mais de 70%, são jovens negros, pobres e que vivem em periferia. Portanto, são adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, poderia ser evitado com investimento em enfrentamento da pobreza, melhorando a qualidade de moradia, educação e saúde", acrescenta.

Evasão escolar


Especial de Volta às aulas, na foto acima a sala de aula do curso CAP, localizada em Nova Iguaçu 

Para reduzir a violência e os homicídios nessa faixa etária, Heloisa alerta que não basta investir em segurança pública. "O melhor indicador da segurança pública é a evasão escolar zero", diz. Ela cita um estudo, realizado pelo sociólogo Marcos Rolim, do Rio Grande do Sul, com jovens que ficaram na escola e outros que saíram precocemente. "O resultado que ele encontrou é que os jovens que permanecem na escola não se envolvem com violência. Portanto, há uma relação direta e o melhor investimento para segurança pública é a escolarização, é a manutenção dessas crianças na escola". Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados no portal criado pela Fundação Abrinq Observatório da Criança e do Adolescente.

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Ciro Gomes nega chapa com Haddad: 'É preciso respeitar o tempo do PT'.

O ex-governador do Ceará confirmou, contudo, reuniões como a 
que teve na segunda com Bresser Pereira, Delfim Neto e Haddad.


Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, negou na terça-feira, 24, que esteja tratando sobre a formação de uma chapa com o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT). Segundo o ex-ministro da Fazenda de Lula, é preciso respeitar o tempo do PT. "Não é possível falar numa chapa no momento em que nós estamos vivendo", disse o pré-candidato, falando da situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. "Não pode se estar, do ponto de vista da relação com o PT, deixando de compreender ou querendo extrapolar ou pressionar. É preciso respeitar o tempo do PT", concluiu, antes de dar uma palestra na Uninove, em São Paulo. O ex-governador do Ceará confirmou, contudo, reuniões como a que teve na segunda com Bresser Pereira, Delfim Neto e Haddad. Ciro disse ainda que direções partidárias e fundações dos dois partidos têm se encontrado "sistematicamente", mas comentou que "não há nenhuma novidade". Ciro brincou ainda que Haddad "deve ser o cara que mais sofre bullying hoje no País" e disse que é preciso parar com isso. 

Questionado se agora que o ex-presidente liberou o PT para decidir sobre candidatura considera possível receber eventual apoio da sigla, Ciro disse que não. "É preciso dar o tempo que o Lula, que esse momento pede, e eu vou tocando minha bandinha, minhas ideias (...). Tenho que ter humildade pra dizer que eu não espero, não acredito que o PT me apoie porque acho natural (que a legenda tenha candidato próprio)", afirmou.

Cenário
O pré-candidato aparece na última pesquisa de intenção de voto atrás do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), da ex-senadora Marina Silva (Rede) e do recém filiado ao PSB, Joaquim Barbosa. Ciro disse ver "com respeito" a candidatura do ex-ministro relator do mensalão no STF. Questionado se tem mantido conversas com a legenda de Barbosa para uma eventual composição, Ciro disse que "nunca teve o privilégio" de conhecer o ex-ministro pessoalmente, mas que espera "em uma ocasião dessas cumprimentá-lo".

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Rio tem explosão de casos de chikungunya.

De janeiro a março, já são 4.262 pacientes com a doença no estado, equivalente ao 
total do ano passado e quase o triplo do registrado nos três primeiros meses de 2017.


Por *Luana Dandara

Rio - Após epidemias de dengue e zika nos últimos anos, o Estado do Rio sofre agora com o aumento da chikungunya. Apenas nos três primeiros meses do ano foram anotados 4.262 casos da doença, enquanto em todo o ano de 2017 foram 4.305 registros. O número é quase o triplo do mesmo período do ano passado, de 1.585 casos. A infecção, assim como a dengue e a zika, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas também são similares: febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas com coceira intensa. O que diferencia a chikungunya é geralmente uma dor forte nas articulações que dificulta até atividades rotineiras, como escovar os dentes. Em fases agudas, os sintomas podem perdurar por mais de 90 dias. Segundo Alexandre Chieppe, médico da subsecretaria de vigilância em saúde do estado, o aumento do número de casos já era esperado. "A chikungunya é uma doença relativamente nova no Brasil, então quase toda a população está suscetível ao vírus, já que ele circula há pouco tempo. Entretanto, ainda são surtos isolados em municípios como São Gonçalo, Niterói e Nova Iguaçu. Isso acende um sinal de alerta para a prevenção, mas não pode ser comparado à dengue", explicou. Chieppe também é otimista em relação aos próximos meses. "A tendência é o pico de transmissão acontecer entre março e abril. Depois, com a diminuição das chuvas e da temperatura, a população de insetos é reduzida."

A analista de marketing Anna Ferreira, de 46 anos, contraiu a enfermidade em fevereiro, após um banho de rio em Cachoeiras de Macacu. "Em dois dias, já comecei a sentir os sintomas de fraqueza, que foi evoluindo para dor nas juntas, um mal estar generalizado e febre alta. No hospital, o médico diagnosticou dengue, mas com o passar dos dias fiquei com o corpo coberto de placas vermelhas e inchaço nas pernas e determinaram chikungunya", relatou. O quadro de Anna ainda piorou após duas semanas e ela teve de ser internada. "A doença baixou meu sistema imunológico e contraí a infecção erisipela. Foi assustador. Mesmo após 70 dias, continuo sentindo dores nas mãos e no quadril", disse.

A dor nas juntas também acomete Albertina de Carvalho, de 84 anos. Depois de um ano do diagnóstico da doença, a moradora do Méier ainda sofre com o sintoma. "Quando a mão incha, ela não consegue nem abrir a geladeira. O remédio só alivia por sete dias e a dor volta pior. Até tratamento de reumatologia ela fez", contou Maria das Graças, nora da idosa, que também teve chikungunya.

Por ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a melhor forma de evitar a ampliação da chikungunya é eliminar os criadouros, evitando deixar água parada e destampada ou sem cloro. Ainda não existe vacina contra a enfermidade.

Teste rápido não chegou ao estado
A Fiocruz desenvolveu no ano passado um teste rápido para detectar simultaneamente infecções por zika, dengue e chikungunya. O chamado Kit Nat possibilita a comprovação da infecção entre 20 e 30 minutos, diminuindo o tempo e possíveis erros de diagnóstico. Além disso, os custos para o SUS (Sistema Único de Saúde) também são reduzidos, pois não é necessário a utilização de estrutura laboratorial para os testes.

Desde agosto de 2017, o Ministério da Saúde incluiu nos procedimentos do SUS o teste rápido, que por enquanto foi distribuído para os estados do Ceará, Amazonas, Roraima, Piauí, Bahia, Minas Gerais e Goiás. O investimento foi de R$ 76.000.000,00. O subsecretário de vigilância de saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe, tranquiliza a população de que o estado tem o suporte necessário para o controle e diagnóstico das três doenças, mesmo ainda sem o teste. "A rede de saúde está dando conta do aumento do número de casos de chikungunya. E a contingência, que é a preparação para dar conta de uma eventual epidemia, dessas infecções está posta", explicou ele. De acordo com Chieppe, os 92 municípios possuem planos de contingência prontos, com ações de prevenção e assistência estruturados contra as enfermidades.

*Estagiária sob supervisão de Angélica Fernandes
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terça-feira, 24 de abril de 2018

TJMG mantém condenação em segunda instância de Eduardo Azeredo por 3 votos a 2

Por maioria, desembargadores decidiram que prisão do ex-governador só será autorizada após esgotados todos os recursos no tribunal. Defesa ainda pode apresentar embargos de declaração.


Por Raquel Freitas 
e Nathália Bueno, 
G1 MG e TV Globo, Belo Horizonte

A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou recurso do ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) e manteve sentença da segunda instância que o condenou a 20 anos e um mês de prisão em processo do mensalão tucano. Dos cinco desembargadores da Câmara, dois votaram pela absolvição do ex-governador no julgamento realizado na tarde desta terça-feira (24). Os desembargadores também mantiveram a decisão de só autorizar a prisão de Azeredo após se esgotarem os recursos no TJMG. A defesa do tucano pode ainda pedir embargos declaratórios, questionando a decisão desta terça. Este último recurso não muda mais a sentença. A defesa disse que vai pedir embargos de declaração, mas ainda vai avaliar o conteúdo. Ainda cabem recursos em tribunais superiores. Os desembargadores da 5ª Câmara Criminal analisaram nesta terça os embargos infringentes, apresentados pelos advogados depois de o tribunal negar, em agosto do ano passado, o recurso do réu da condenação em primeira instância – ocorrida em 2015 e com pena de 20 anos e 10 meses. De acordo com a denúncia, o mensalão tucano teria desviado recursos para a campanha eleitoral de Azeredo, que concorria à reeleição ao governo do estado, em 1998. Ele nega envolvimento nos crimes.
Voto dos desembargadores
Julio Cesar Lorens - relator
O relator rejeitou o recurso e votou pela condenação. Ele disse em sua fala que mandado de prisão somente pode ser expedido após finalizados os recursos em segunda instância. Lorens disse ainda os crimes de peculato e de lavagem de dinheiros estão comprovados e que o ex-governador "tinha posse do dinheiro desviado". O desembargador votou pela manutenção da condenação.

Alexandre Victor de Carvalho - revisor
O desembargador Alexandre Victor de Carvalho (revisor) acolheu os recursos e votou pela absolvição de Azeredo. Em relação à prisão após decisão de segunda instância, o magistrado disse que o juiz tem que defender a Constituição quando a vontade popular for contra a Constituição.

Pedro Coelho Vergara
O desembargador Vergara rejeitou o recurso e votou pela condenação. Ele afirmou que não há controvérsia com relação à materialidade e autoria do crime. O desembargador ainda defendeu a manutenção de sete condenações pelo crime de peculato. Mais cedo, o procurador recomendou que fossem reduzidas a três as condenações por este crime.

Adilson Lamounier
O desembargador rejeitou o recurso e manteve a condenação.

Eduardo Machado
O desembargador acolheu o recurso e votou pela absolvição. Ele disse que não encontrou prova concreta no processo "muito embora tenha procurado". O magistrado disse que a denúncia contra o então deputado-federal Eduardo Azererdo foi acolhida no Supremo Tribunal Federal por 5 x 3, não havendo unanimidade nem neste momento.

Acusação e defesa
Antonio de Padova Marchi Júnior - procurador do Ministério Público de Minas Gerais. No início do julgamento, o procurador do Ministério Público de Minas Gerais Antonio de Padova Marchi Júnior pediu a manutenção da condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato – que é apropriação de recursos públicos - , mas recomendou que a condenação de sete crimes de peculato seja reduzida a três. A sentença que condenou Azeredo considerou que o crime de peculato foi praticado sete vezes – cinco vezes no caso do Bemge (uma em cada empresa do grupo financeiro), uma vez na Copasa e uma vez na Comig. Para o procurador, porém, o crime em relação ao Banco do Estado de Minas Gerais deveria ter sido considerado uma única vez. O procurador disse que Azeredo pode ser considerado autor direto do crime de peculato. Ele disse que o conjunto probatório é sólido e que Azeredo influenciou os desvios no âmbito das estatais envolvidas no processo.

Sobre o crime de lavagem de dinheiro, o procurador disse que "a inovação criada por Marcos Valério consiste da rapidez com que o dinheiro era lavado e na forma como não deixava rastros". Ele pediu a manutenção da condenação por este crime sem nenhuma alteração. Após o resultado, o procurador disse que, na sua opinião, somente após o julgamento dos embargos declaratórios pelo TJMG, o mandado de prisão será expedido. Ele diz que a surpresa desse julgamento foi o fundamento do voto do desembargador Eduardo Machado, o segundo a votar pela absolvição. “É um fundamento que fala sobre a prova, e isso não existia. Existia a questão, técnica, jurídica, importante, significativa”, disse, comparado o voto de Machado com o de Alexandre Victor de Carvalho, que também defendeu a absolvição do tucano.

Marchi Júnior comentou também o fato de o tribunal ter mantido novamente a prática do crime de peculato por sete vez em vez de três. “Quando o titular da ação penal deixa de pleitear o pedido constando da denúncia, não vejo muita razão de o tribunal manter-se fiel, ou condenar aquilo que o próprio titular da ação penal já abdicou. Se a gente transferir isso para o processo civil, processo de execução, por exemplo, é como se o credor abdicasse de um valor que ele tem a receber, e o juiz obrigar o devedor a pagar aquele valor”, avaliar.

Castellar Guimarães Filho - advogado de Eduardo Azeredo
Durante o julgamento, o advogado Castellar Guimarães Filho pediu a nulidade do processo e a absolvição de Azeredo. O defensor pediu ainda que prevaleça o voto do desembargador Alexandre Victor de Carvalho, que votou no julgamento de segunda instância pela absolvição do tucano. Castellar Filho disse ainda sobre uma possível prisão de Azeredo que há "ausência absurda de necessidade". O advogado argumentou que o ex-governador é um cidadão nascido em Belo Horizonte, com família constituída e réu primário. Após o resultado, Castellar Guimarães Filho disse que vai esperar a publicação do acórdão para avaliar o que poderá ser questionado nos embargos de declaração. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a defesa tem 48 horas após a publicação para impetrar o recurso. A previsão é que o acórdão aconteça até a próxima sexta-feira (27). O defensor também disse que existe um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a nulidade desta condenação porque os desembargadores mantiveram uma sentença maior do que a pedida pelo Ministério Público em relação ao crime de peculato. “Nós temos já ajuíza no Superior Tribunal de Justiça, um habeas corpus que aponta essa nulidade que não foi reconhecida aqui hoje. Eu acredito piamente que STJ vai entender e vai reconhecer essa nulidade. Com isso, esse processo vai ter que volta à primeira instância e corrigir essa decisão que foi prolatada”, explicou Castellar Filho.

A denúncia
De acordo com a denúncia, o mensalão tucano teria desviado recursos para a campanha eleitoral de Azeredo, que concorria à reeleição ao governo do estado, em 1998. O esquema envolveria a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e teria desviado ao menos R$ 3.500.000,00 por meio de supostos patrocínios a três eventos esportivos: o Iron Biker, o Supercross e o Enduro da Independência. Todos os réus negam envolvimento nos crimes.

Protesto


Antes do início do julgamento, um pequeno grupo do movimento Vem pra Rua protestou na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Eles pediam a prisão de todos os "corruptos". A faixa "O povo mineiro quer Aécio Neves e todos os corruptos também" faz referência à denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB), que se tornou réu por suposta prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 17 de abril. No mesmo dia, o senador afirmou que provará a 'absoluta legalidade e correção' de seus atos. Ao usar o trocadilho com o sobrenome do senador, a faixa se refere à Penitenciária José Maria Alkimim, na cidade de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os manifestantes também colocaram em cartazes as frases "Azeredo, vergona nacional", "Queremos rigos na punição dos corruptos", "Justiça lenta não é justiça" e "Lugar de corrupto é na cadeia". Um dos manifestantes estava vestido de presidiário e usava uma máscara com a reprodução do rosto de Azeredo. Muitos motoristas buzinaram em concordância com o protesto.

g1.globo.com

Carro onde Marielle e seu motorista estavam passa por nova perícia.

Vereadora do Psol e Anderson Gomes foram executados a tiros no Estácio, em 14 de março.


O veículo onde estavam Marielle e Anderson no dia do crime sendo levado ao ICCE, no Centro.
Por O Dia

Rio - Será submetido a uma nova perícia o carro onde estavam a vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista dela, Anderson Gomes, quando foram mortos, no dia 14 de março, no Estácio, região central do Rio. O veículo, conforme mostrou a Rede Globo, foi levado da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Centro, nesta terça-feira. De acordo com a reportagem, o Agile branco será todo desmontado. Uma primeira perícia foi feita no carro no local do crime. Eles foram executados com tiros à queima-roupa. A principal linha de investigação aponta para uma ação planejada e executada por milicianos, conforme disse Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública. A vereadora foi atingida por quatro tiros, e Anderson, por três. Todos disparados pelo lado direito do carro. Havia nove cápsulas no local do crime. Os assassinos nada levaram das vítimas. Câmeras de segurança da cidade registraram que os bandidos seguiram os passos de Marielle desde a Lapa, onde ela esteve horas antes participando de evento na Rua dos Inválidos.

No sábado, o secretário de Segurança Pública do Estado, general Richard Nunes, anunciou que será realizada a reconstituição do crime. De acordo com o oficial, a reprodução simulada ocorrerá no início de maio. "Depende de um acerto técnico. É complexo fazer uma constituição como essa, inclusive com disparos reais naquela área, isso demanda uma série de preparações e também de condições meteorológicas do local porque depende disso", explicou o secretário, na ocasião. "Nós não podemos fazer uma reprodução em um dia com condições distintas daquela. Essa reprodução vai ajudar muito a nós compreendermos de uma maneira completa a dinâmica daquele crime e também compatibilizarmos as diferentes versões das testemunhas para que tenhamos uma visão mais completa do fato. Isso vai ajudar em muito a investigação", destacou o militar durante o desfile cívico em homenagem a Tiradentes, patrono da Polícia Militar, em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na manhã deste sábado.

odia.ig.com.br

ESPECIAL-Indiferentes ao Exército, facções criminosas do Rio dizem que intervenção não resolverá violência.


Integrante de facção olha celular em favela do Rio de Janeiro. REUTERS/Alan Lima.
Brad Brooks

Os líderes das facções criminosas que controlam o tráfico de drogas no Rio de Janeiro concordam em ao menos uma coisa com o comandante do Exército brasileiro: a intervenção federal na segurança pública não conseguirá acabar com o crime e a violência. "Será que o Exército vai romper esse ciclo de violência?", questionou um líder do Comando Vermelho, a principal facção do Rio, enquanto traficantes subordinados a ele pesavam maconha e cocaína em uma balança digital em uma favela. "Sem chances." Ele fez os comentários à Reuters, durante uma visita rara a líderes das duas maiores facções cidade, dois meses depois de o presidente Michel Temer decretar uma intervenção federal que resultou no envio de milhares de soldados à capital fluminense, dizendo que o crime organizado "dominou o Rio de Janeiro".

Os líderes ouvidos pela Reuters são criminosos confessos, procurados pela polícia devido ao envolvimento no crime organizado. Seus pontos de vista, que a Reuters ouviu na tentativa de entender os dois lados da violência que divide o Rio, revelam organizações que não se arrependem de suas atividades criminosas, mas que tampouco se inclinam a atacar militares que veem no máximo como um inconveniente temporário. "Não vai mudar nada", disse um líder do Terceiro Comando Puro, a segunda maior facção criminosa da cidade e arquirrival do Comando Vermelho. Ele disse que pode se recolher durante a intervenção, mas que seus subordinados continuarão vendendo drogas. "Vou voltar e retomar o trabalho quando eles forem embora", acrescentou.

Transcorridos dois dos dez meses de mobilização das Forças Armadas, a área metropolitana de mais de 12 milhões de habitantes está mais tensa do que antes, ainda abalada pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes e, dias depois, de oito jovens da favela da Rocinha, a maior do Rio, pelas mãos de policiais. As mortes se somam a um saldo crescente de homicídios que disparou depois que a recessão recente atingiu o país e impactou o orçamento de segurança pública do Rio. Em três anos, durante os quais se viu atrasos nos pagamentos da polícia, as mortes violentas aumentaram 35%, segundo dados do Estado do Rio. Até o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que o Rio não deve esperar uma solução rápida para a violência que opõe policiais mal equipados a traficantes de drogas e milícias que controlam grandes parcelas da região metropolitana.

Em março, o primeiro mês completo com as Forças Armadas a cargo da segurança, 191 mortes violentas foram registradas dentro dos limites da cidade, um aumento de 24% em relação a fevereiro. Os assassinatos de suspeitos cometidos pela polícia aumentaram 34% no mesmo período. Os militares trabalharão para reestruturar a hierarquia policial e extirpar a corrupção dentro da corporação, mas as soluções reais devem ser "de muito longo prazo", disse o general em março. Os problemas derivam de "décadas e décadas de omissões e de necessidades básicas da população não atendidas", acrescentou.

SEM "IMPACTO REAL"
Quase um quinto da população do Rio mora em favelas, que são o lar de milhões de trabalhadores, mas também das facções criminosas mais fortes devido à ausência do Estado. Apesar de seu papel no tráfico das drogas, que assola comunidades e desencadeia disputas de território sangrentas, o tráfico vem levando autoridade para onde o governo está omisso há tempos. Os criminosos são tolerados, e até bem-vindos, por certos moradores temerosos do que veem como uma polícia que não hesita em abrir fogo. Recentemente a Reuters passou três dias e noites em redutos do Comando Vermelho e, separadamente, do Terceiro Comando Puro. Alguns de seus líderes, que falaram sob condição de anonimato e contanto que suas localizações exatas não fossem reveladas, discutiram a intervenção federal e o grande abismo social que os fortalece de muitas maneiras.

Eles não abordaram crimes específicos ou incidentes recentes.
Dezenas de traficantes subordinados, armados com pistolas e fuzis AR-15, vigiavam as ruas ao redor de seus esconderijos. Nem soldados nem a polícia, que continua responsável pela maior parte do patrulhamento das ruas e outras atividades cotidianas de segurança pública, estavam à vista. Um dos líderes do Comando Vermelho, que começou como vigia da facção três décadas atrás, aos 11 anos de idade, disse que acredita em pouca interferência durante a intervenção. Mobilizações realizadas em 2014 e 2016, quando soldados suplementaram as forças policiais durante a Copa do Mundo e a Olimpíada, pouco afetaram os negócios, lembrou. "Eles tentaram antes", afirmou. "Não houve um impacto real na violência ou em nossa capacidade de operar."

Isso se deve em parte ao fato de as facções, que muitas vezes têm armamentos superiores aos da polícia, terem surgido e na prática mandarem na maior parte das favelas do Rio. Elas não só controlam o comércio de droga, mas têm autoridade para ordenar o fechamento do comércio e escolas, especialmente em momentos de conflito. "Para nos atacar de verdade, eles têm que transformar isso em uma guerra urbana", disse um dos líderes do Comando Vermelho. "As facções, não importa quais, são parte da favela. Nós viemos delas e nos misturamos a elas, somos parte do tecido. Como eles irão acabar com isso sem um massacre?"

O líder do Terceiro Comando Puro ouvido pela Reuters, que conversou em uma favela a 25 quilômetros do local controlado pelo Comando Vermelho, disse que as mobilizações anteriores deixaram claro para as facções que elas, depois de tantos confrontos armados com a polícia, são combatentes mais experientes do que as tropas. "Os soldados são meninos inexperientes que viram muito menos combate do que nós", argumentou. "Eles não querem vir atrás da gente para valer."

O Exército não respondeu a pedidos de comentários além daqueles já feitos pelo general.
Mas especialistas em segurança sem envolvimento com a intervenção concordam com a avaliação dos traficantes. No máximo, dizem, o Exército pode ajudar as autoridades do Rio a analisarem os problemas de uma força policial notoriamente corrupta, violenta e ineficaz. "Acho que o maior legado que o Exército brasileiro pode deixar será um relatório com o diagnóstico do problema e com propostas de soluções", disse Paulo Storani, ex-capitão da Polícia Militar do Rio que hoje trabalha como consultor de segurança.

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PF pede saída de Lula da Superintendência e alega alto custo.


Fachada da sede da Polícia Federal, em Curitiba.

A Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) apresentou um pedido à Justiça Federal no Paraná para que seja determinada a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para outro local em que ele possa cumprir pena, informou à Reuters à assessoria de comunicação do órgão nesta terça-feira. A principal alegação para esse pedido refere-se ao alto custo para a manutenção do petista na superintendência, em torno de R$ 300.000,00 por mês. A decisão sobre a mudança dele caberá à juíza federal Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba e responsável pela execução da pena. O ex-presidente está preso no local desde o dia 7 de abril para cumprir pena de 12 anos e 1 mês de prisão, em regime fechado, após ter sido condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no processo do tríplex do Guarujá, no litoral paulista. A polícia argumenta também que a Superintendência da PF não é o local apropriado para o cumprimento de pena. A íntegra do pedido não foi divulgada pelo órgão. Já houve pedidos do sindicato dos delegados da PF de transferência do ex-presidente. O petista está preso na PF de Curitiba numa sala separada da dos demais presos, espécie de Sala de Estado Maior.

A presença do ex-presidente mudou a rotina dentro e fora da unidade da polícia. Já houve tumulto entre apoiadores e contrários a Lula, levando até a uma decisão judicial de "isolar" a área nas imediações. Atualmente, há um acampamento de apoio ao petista nas proximidades. A juíza responsável pela execução da pena de Lula negou, na segunda-feira, pedido de visitação de aliados do petista, como a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro e pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e o ativista argentino e Nobel da Paz, Adolfo Esquivel.

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PF apreende R$ 200.000,00 na casa do senador Ciro Nogueira.


Por Valdo Cruz

Dentro da operação deflagrada nesta terça-feira (24), a Polícia Federal apreendeu na residência do senador Ciro Nogueira (PP-PI) cerca de R$ 200.00,00 em dinheiro. Segundo o advogado de Ciro, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o parlamentar declarou no seu Imposto de Renda que tem dinheiro em espécie no valor de R$ 180.000,00. O restante, segundo ele, pode ser de sua mulher. “Os recursos são legais e vamos, inclusive, fazer uma petição solicitando a devolução do dinheiro”, afirmou Kakay. Segundo ele, o senador, que preside o PP, retornará ao Brasil na próxima quinta-feira (26), para se colocar à disposição da PF e do Ministério Público para depoimentos. Ele está em viagem oficial à Europa para reuniões na OMC (Organização Mundial de Comércio).

Ciro Nogueira e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) foram alvos de operação da Lava Jato nesta terça, autorizada pelo ministro Edson Fachin, sob acusação de obstrução de Justiça. Kakay disse que seu cliente afirmou estar tranquilo em relação às investigações e que, ao chegar ao Brasil, irá depor assim que for chamado para prestar os esclarecimentos necessários.

Nota da defesa. Por meio de nota, Kakay divulgou a seguinte declaração:

A defesa do senador Ciro Nogueira deseja esclarecer que a busca e apreensão efetuada na residência e no gabinete do Senador, embora a defesa entenda que foi absolutamente desnecessária, ocorreu rigorosamente dentro da legalidade, em cumprimento a ordem emanada de Ministro do Supremo. Na residência não houve documento apreendido e a apreensão de montante em espécie é facilmente justificada, pois o senador tem em seu IR valores em moeda regularmente declarados.

Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal. Os poucos documentos apreendidos no gabinete do senador não causam nenhuma preocupação.

A afirmação de que o senador, de alguma maneira, pudesse ter feito qualquer movimento a ser equivocadamente entendido como tentativa de obstrução é , nas palavras do senador, completamente fora da realidade. Sequer 'en passant' o senador praticou qualquer ato que pudesse ser interpretado como tentativa de embaraço. A defesa reitera que o senador Ciro continua à disposição do poder Judiciário para todo e qualquer esclarecimento, como sempre esteve.

g1.globo.com

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Piloto que pousou avião de emergência virou heroína nos EUA.


AFP

Tammie Jo Shults, a piloto do avião da Southwest Airlines cuja falha na turbina em pleno voo matou uma mulher de 43 anos, virou heroína por seus nervos de aço e um pouso de emergência perfeito na Filadélfia, salvando outras 148 pessoas a bordo. Shults foi identificada como a piloto do voo 1380 da Southwest que na terça-feira se dirigia de Nova York a Dallas quando a turbina esquerda do avião 737 explodiu em pleno voo, cerca de 30 minutos após a decolagem. A piloto de 56 anos, residente do Texas e mãe de dois filhos, foi uma das primeiras mulheres a pilotar caças na Marinha americana nos anos 1980, e também uma das primeiras a pilotar o caça F-18 Hornet.

Manteve a calma em uma conversa com o operador da torre de controle da Filadélfia, minutos antes da aterrissagem de emergência. “A piloto Tammy Jo foi incrível! Nos fez aterrissar sãos e salvos na Filadélfia”, escreveu no Instagram a passageira Amanda Bourman, que viajava com o marido. “Esta é uma verdadeira heroína americana”, escreveu outra passageira, Diana McBride, no Facebook, que elogiou “o conhecimento e valentia” da piloto e contou que após o pouso, Shults “veio falar com cada um de nós pessoalmente”.

Usuários das redes sociais comparam Shults com o capitão Chesley “Sully” Sullenberger, o piloto do voo da US Airways que aterrissou no rio Hudson em frente a Manhattan em 2009, após um acidente causado por um pássaro, salvando todos os passageiros e tripulantes. Sua façanha foi contada em um filme indicado ao Oscar, “Sully” (2016), na qual o piloto é interpretado por Tom Hanks.

– Nervos de aço –
“Southwest 1380, temos uma só turbina. Perdemos parte da aeronave, de modo que precisaremos desacelerar um pouco”, diz Shuts com voz calma ao operador da torre de controle da Filadélfia, pouco antes da aterrissagem, em um diálogo divulgado pelo canal CBS: 
“Os médicos podem nos esperar na pista também? Temos passageiros feridos”, acrescenta. 
“O avião está fisicamente em chamas?”, pergunta o operador. 
“Não, não está em chamas, mas está faltando uma parte”, responde Shults com voz calma. 
“Disseram que há um buraco e alguém saiu”.


Todos diziam a Shults que não poderia ser piloto por ser mulher. A Força Aérea inclusive lhe negou a autorização para passar no exame de aviação, mas a Marinha a aceitou. Lá Shults cresceu como piloto e chegou a aterrissar caças em porta-aviões a 240 km/h. Eventualmente, se tornou instrutora. Embora não lhe permitissem voar em combate porque era mulher, voava como um piloto agressivo, segundo um fórum de aviação militar que a descreve.


Shults, cristã devota, deixou a Marinha em 1993, e desde então ela e seu marido Dean residem na área de San Antonio, no Texas, e trabalham como pilotos da Southwest. A mulher que faleceu, de 43 anos, foi identificada por seu empregador como Jennifer Riordan, de Albuquerque, uma mãe de dois filhos que era vice-presidente de uma sucursal do banco Wells Fargo no Novo México. Estava sentada ao lado de uma janela que explodiu ao receber estilhaços da turbina, foi sugada para o exterior mas, em meio aos gritos e máscaras de oxigênio que caíam, dois passageiros conseguiram segurá-la e colocá-la novamente dentro da aeronave. Riordan estava gravemente ferida e morreu antes de ser levada ao hospital. Outras sete pessoas tiveram ferimentos leves.


Ainda não se sabe a causa da explosão da turbina, fabricada pela CFM, um joint venture entre a americana General Electric e a francesa Safran. Robert Sumwalt, chefe da NTSB, organismo federal de segurança dos transportes, admitiu que o incidente se assemelha a outro com uma turbina igual (CFM-56) ocorrido com um B-737 da Southwest em agosto de 2016, que pousou na Flórida sem vítimas. Sumwalt revelou que a primeira inspeção da turbina mostra que uma pá desapareceu, e falou em “fadiga do metal”. A Southwest anunciou inspeções adicionais nas turbinas CFM-56 por precaução.

Este foi o primeiro acidente fatal em um avião de passageiros americano desde 2009, quando o voo 3407 da companhia regional Colgan Air caiu no estado de Nova York, com um saldo de 49 mortos a bordo e um morto em terra.

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