quinta-feira, 12 de abril de 2018

Taxa de iluminação pública será extinta para 150 mil contribuintes.

Beneficiados são imóveis que gastam até 100 kWh. 
Grandes estabelecimentos vão pagar mais de R$ 1,5 mil.


Por O Dia

Rio - Pelo menos 150 mil contribuintes passarão a ter isenção no pagamento da taxa de iluminação pública a partir de maio. Serão beneficiadas com a nova legislação municipal propriedades que consumam até 100 kWh mensalmente, e não mais quem gasta até apenas 80 kWh. Enquanto isso, grandes estabelecimentos e indústrias que ultrapassem os 3 mil kWh no mês terão a taxa aumentada em no máximo 5%. Segundo a prefeitura, a medida tem o objetivo de reequilibrar as contas do setor. Atualmente, as pessoas que passarão a fazer parte do grupo de isenção contribuem com o valor de R$ 3,12 mensalmente. Já os estabelecimentos que passam dos 3 mil kWh desembolsam entre R$ 48,92 a R$ 146,84. Com a nova lei, proposta pela prefeitura e aprovada em dezembro na Câmara, esse valor passará a flutuar entre R$ 77,83 e R$ 1.560,96. De acordo com a Secretaria Municipal da Casa Civil, os valores arrecadados não estavam sendo suficientes para cobrir os gastos com iluminação pública. Em nota, a pasta explicou que desde que a taxa de iluminação pública foi instituída, em 2010, as despesas cresceram 34% enquanto as receitas aumentaram 23%, o que obrigava a prefeitura a "deixar de aplicar recursos em áreas prioritárias".

As atualizações no sistema de cobranças não foram consenso entre os moradores. Para o engenheiro Luiz Augusto, de 60 anos, todos deveriam contribuir com a taxa de iluminação pública. "Eu moro sozinho, fico o dia inteiro fora de casa, e vou entrar no grupo da isenção. Mas não acho justo. Eu também uso a luz pública, por que vou deixar de pagar enquanto outros pagam?", questionou. Já o estudante Rodrigo Barcellos aprovou. "A conta de luz é tão cara que qualquer redução já é um alívio", afirmou. Segundo a prefeitura, quase 2 milhões de pessoas também terão o valor da taxa de iluminação pública reduzida. Já uma outra parcela da população, que engloba quase 450 mil pessoas, terá o preço da tarifa mantido. O executivo, no entanto, não soube especificar quais as faixas de consumo passarão por essas atualizações.

Prefeitura alega corrigir distorções
Segundo a Secretaria Municipal da Casa Civil, as mudanças na cobrança da taxa de iluminação pública irão corrigir distorções sociais do sistema anterior. A pasta explicou que "estudos mostram que, historicamente, na cidade do Rio de Janeiro quem consumia menos energia em casa pagava proporcionalmente mais pela iluminação que está nas ruas". Com a nova determinação, apenas grandes estabelecimentos terão as tarifas aumentadas. O Executivo também justificou a mudança nos valores da cobrança com o argumento que "os déficits recentes do município são consequência principalmente do aumento dos custos da energia ocorridos a partir de 2015, quando o setor passou por mudanças regulatórias". A principal consequência desse saldo negativo nas contas públicas seria a falta de manutenção que "implicaria num sucateamento de todo o sistema".

Reportagem do estagiário Gabriel Thomaz, 
sob supervisão de Claudio de Souza
odia.ig.com.br

Justiça mantém prisão preventiva de 159 detidos em operação contra milícia

A audiência foi realizada no Fórum do Centro do Rio através de videoconferência e 
todos custodiados estavam representados por advogados ou pela Defensoria Pública.


Por O Dia

Rio - Após cerca de 15 horas de audiência de custódia, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decidiu manter, na madrugada desta quarta-feira, a prisão preventiva das 159 pessoas presas em uma operação policial de combate à milícia em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, ocorrida no último sábado. A audiência foi realizada no Fórum do Centro do Rio através de videoconferência e todos custodiados estavam representados por advogados ou pela Defensoria Pública. Por conta do grande número de custodiados que aguardavam para serem ouvidos do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, onde estão presos, eles foram apresentados à juíza em grupos de cerca de 20 pessoas por vez. Familiares de muitos presos fizeram um protesto na porta do Fórum e cantaram o Hino Nacional durante a audiência. Alguns gritavam "justiça" e fizeram orações. Quanto a sentença foi dada, muitos se desesperaram. O Plantão Judiciário converteu a prisão em flagrante dos acusados em preventiva. Na operação, foram apreendidas 24 armas (fuzis, pistolas e revólveres), granada, 76 carregadores e 1.265 munições, além de 11 carros roubados. Muitos familiares defendem que alguns presos não têm envolvimento com o crime e que estavam apenas curtindo a festa, que eles alegam que teve venda de ingressos.

A Operação Medusa foi considerada a maior ação voltada para o combate às milícias no Rio de Janeiro. A abordagem aos criminosos ocorreu em um sítio onde milicianos participavam de um pagode na madrugada de sábado. Cerca de 40 policiais civis que atuaram na operação foram recebidos a tiros por seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe da milícia. Ele estava no local, mas conseguiu fugir. No confronto, quatro seguranças da organização criminosa morreram. Nenhum policial foi ferido. Presos em flagrante, os milicianos foram levados para a Cidade da Polícia, na Zona Norte.

Liga da Justiça
De acordo com a Polícia Civil, os presos são ligados ao grupo conhecido como Liga da Justiça, a maior milícia do estado. Entre eles, há cinco agentes de segurança, dos quais três soldados do Exército, um da aeronáutica e um bombeiro. Baseado no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste, o grupo tem suas atividades expandidas para outros municípios.

Além de cometer assassinatos e cobrar de moradores taxas ilegais de segurança e de sinal de TV, os milicianos já haviam fechado acordos com traficantes para a venda de drogas e o roubo de cargas nos territórios sob seu controle. Eles também obtêm recursos com a venda de botijão gás e com a exploração ilícita de serviços de transporte.

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Caso Marielle entra na pauta de reunião da Comissão Interamericana de DH em maio

Forças de segurança do Rio investigam o caso para a identificação 
dos responsáveis pelas mortes, mas até agora não há informações.


Por Agência Brasil

Rio - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), vai discutir no dia 8 de maio o dever de proteção de pessoas defensoras de direitos humanos no contexto dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes, ocorrido no dia 14 de março, no Estácio, região central do Rio de Janeiro. As forças de segurança do Rio de Janeiro investigam o caso para a identificação dos responsáveis pelas mortes, mas até agora não há informações. A Polícia Civil informou à Agência Brasil que o inquérito sobre este caso está sob sigilo, e, por isso, não tem informações para repassar à imprensa. A audiência em Santo Domingo, na República Dominicana, marcada para as 11:30h e com término às 12:30h, foi convocada pela própria CIDH, que no mesmo dia vai analisar outros casos ocorridos no Brasil. Na primeira audiência do dia, os comissários vão debater as denúncias de homicídios de adolescentes negros no país. Estarão presentes, representantes da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca-Ceará), do Fórum Permanente de Organizações de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ceará (Fórum DCA Ceará) e da Justiça Global.

Na audiência seguinte, o assunto será as denúncias de violação de direitos humanos no contexto da intervenção federal no Rio de Janeiro. Vão participar das discussões, integrantes da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), da Seção Brasil do Defense for Children International (DCI), do Centro de Assessoria Popular Mariana Criola, do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), do Coletivo Papo Reto, da Conectas Direitos Humanos, do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj), do Fórum Grita Baixada, do Gabinete de Assessoria Jurídica a Organizações Populares (Gajop), do Instituto Raízes em Movimento, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, do Observatório da Intervenção, Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), do Observatório de Favelas, da Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência, da Redes de Desenvolvimento da Maré, da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares - Rio de Janeiro (Renap/RJ).

As audiências fazem parte do conjunto de 168 sessões que ocorrerão entre 3 e 11 de maio. A CIDH agradeceu ao Estado dominicano pelo convite para ter os encontros naquele país e acrescentou que os períodos de sessões realizadas fora de sua sede em Washington, capital dos Estados Unidos, ampliam a sua presença pública na região, democratizando o acesso ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos.

A Comissão informou ainda que decidiu convocar por própria iniciativa as audiências e convidar organizações da sociedade civil que estão interessadas em participar de cada uma delas. Além dessas audiências, a CIDH vai realizar sessões também para discutir o processo eleitoral e seu impacto sobre a situação geral de direitos humanos na Venezuela e ainda sobre a liberdade religiosa e Estado laico na América Latina. As sessões têm acesso livre à participação popular e depende apenas do limite de lugares.

A CIDH é um órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), criada a partir da Carta da OEA e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e tem como função promover a observância e defesa dos direitos humanos na região e atua como órgão consultivo da OEA nesse tema. A CIDH é composta por sete membros independentes, que são eleitos pela Assembleia-Geral da OEA a título pessoal, sem representarem seus países de origem ou de residência.

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Câmara aprova criação do Sistema Único de Segurança Pública.

A criação do Susp ganhou força após o governo federal 
decretar a intervenção na área de segurança no Rio.


Por O Dia

Brasília - A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O projeto segue para a análise do Senado. A criação do Susp ganhou força após o governo federal decretar a intervenção na área de segurança no Rio e tem como principal objetivo estabelecer a integração de 15 categorias, como policiais federais, civis, militares e rodoviários federais, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários e peritos. Para o relator do projeto, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), o Susp vai fazer as polícias deixarem de ser "ilhas", através do compartilhamento de informações. "O projeto não traz transtorno, não faz despesa. O objetivo principal do Susp é levar informações a todos os órgãos de segurança pública", afirmou. O texto determina que "a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos", mas, para evitar conflitos entre as corporações, ressalta que cada agente precisará respeitar os "limites de suas atribuições constitucionais e legais". Por isso, os deputados também decidiram retirar do texto um artigo que permitia a qualquer profissional de segurança pública fazer "preservação do local do crime". Essa responsabilidade hoje é da Polícia Civil.

Informações. Uma das consequências práticas do Susp é que será usado um sistema integrado de informações e dados eletrônicos. Com isso, os registros de ocorrências serão padronizados para que todos os integrantes do sistema possam utilizá-los. A gestão do novo sistema único caberá ao recém-criado Ministério da Segurança Pública, que terá a missão de efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e operacionais entre os órgãos federais, estaduais e municipais. A pasta também terá de estabelecer metas anuais para cada órgão, que serão fiscalizadas através do monitoramento de indicadores.

O texto-base do projeto foi aprovado praticamente por unanimidade, por 367 votos a 1. Liderados pelo PT, deputados da oposição fizeram obstrução no plenário. Durante a votação, no entanto, afirmaram que não eram contra a proposta, mas que era preciso discutir a crise política após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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PM do Rio cria estrutura para investigar participação de policiais em milícias

Corporação pretende investir R$ 500.000,00 na estrutura, com a função de averiguar 
a relação de crimes cometidos por policiais militares com práticas de milicianos.


Por Agência Brasil

Rio - A Polícia Militar anunciou, na quarta-feira, a criação de uma estrutura dentro da Corregedoria Interna para investigar a participação de policiais militares em milícias. A corporação pretende investir R$ 500.00,00 na estrutura, com a função de averiguar a relação de crimes cometidos por policiais militares com práticas de milicianos. Segundo levantamento interno, a corregedoria já identificou condutas criminosas, como o uso de armas irregulares, carros roubados ou furtados, mas que, isoladamente, não configuram atuação em grupos criminosos. “O objetivo é analisar o aspecto disciplinar das condutas dos policiais militares, de acordo com o Regulamento da Corporação, e apoiar as investigações conduzidas pela Polícia Civil”, disse a PM, em nota enviada à imprensa. A criação da nova estrutura é anunciada em meio à intervenção federal na segurança pública do estado. Há dez anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro investigou a atuação de grupos paramilitares no estado e indiciou cerca de 200 pessoas na época, incluindo parlamentares. Para o professor da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ignacio Cano, autor de pesquisas sobre atuação das milícias, a estrutura pode ter pouca efetividade no combate às milícias. Ele defende um “trabalho mais enérgico” das corregedorias das corporações policiais, por meio da investigação, da inteligência. “Não é preciso criar uma estrutura. É preciso atuar proativamente, investigando, por exemplo, o patrimônio de policiais”, disse. “Não é possível que um PM ganhe R$ 3.000,00 mil e tenha uma Maserati [carro] em casa”.

Outra forma eficiente de atacar esses grupos, acrescentou Cano, é sufocando suas fontes de renda: o fornecimento ilegal de serviços e a venda de drogas. Para isso, afirma, é preciso regulamentar a prestação de serviços, como o transporte alternativo e provedores de internet. “Não é só o Estado, a sociedade também tem de agir. As empresas de TV a cabo, por exemplo, precisam oferecer serviços a preços acessíveis para que as pessoas adiram em vez de usar o 'gatonet' [conexão irregular de serviços de tv por assinatura]”.

No relatório da CPI das Milícias, de 2008, foram listadas 58 medidas para enfrentar os grupos paramilitares. Entre elas, a criação de uma Câmara de Repressão ao Crime Organizado, com a participação do Ministério Público, da Polícia Civil e do Judiciário, por exemplo, em atuação conjunta e sistemática, um plano de carreira e salários aos policiais e profissionais da segurança, aperfeiçoamento da seleção e formação, além de corregedoria externa.

Milícias
Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio manteve a prisão de 159 detidos em operação da Polícia Civil contra a milícia Liga da Justiça, na zona oeste, no último sábado (7). A Defensoria Pública, no entanto, contesta o número e afirma que há no grupo pessoas que não têm envolvimento com a milícia. Outra ação recente de milicianos foi a chacina em Maricá, que resultou na morte de cinco jovens no fim de março. O executor foi preso na segunda-feira (9) em ação conjunta da Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo e o Ministério Público do Rio, que espera ter enfraquecido o grupo no local com a prisão de três pessoas.

Há suspeita ainda que o assassinato da vereadora Marielle Franco, há quase um mês, no centro do Rio, também tenha participação de milícias. Ela participou da CPI das Milícias, como assessora do deputado Marcelo Freixo, presidente da CPI na época, e denunciava abusos de policiais.

Com informações da Agência Brasil
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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Transferido de Curitiba, Cabral é levado para unidade em Bangu

A definição levou em conta o fato de Cabral já possuir condenações. "O interno será levado 
para esta unidade, uma vez que já está condenado", registra nota divulgada pela Seap.


Por Agência Brasil

Rio - O ex-governador Sérgio Cabral (MDB), deram entrada na noite desta quarta-feira na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira. A unidade prisional fica no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Desde janeiro, ele estava preso no Complexo Médico de Pinhais, em Curitiba. Sua transferência atende uma solicitação de seus advogados e foi autorizada em decisão tomada ontem pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, ele deixou a unidade prisional em Curitiba pouco antes das 15:00h. Por volta de 19:00h, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) informou a opção pela Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira. A definição levou em conta o fato de Cabral já possuir condenações. "O interno será levado para esta unidade, uma vez que já está condenado", registra nota divulgada pela Seap.

O ex-governador ficou menos de três meses em Curitiba. Seu deslocamento para a capital do Paraná ocorreu por um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), atendido pelo juiz federal Sérgio Moro. Na época, os MPs alegaram que Cabral vinha recebendo tratamento diferenciado e obtendo regalias na unidade em que estava, a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na região central do Rio de Janeiro.

Entre os benefícios citados, estavam colchões de melhor qualidade, filtros de água padronizados, instrumentos de musculação de uso exclusivo, alimentos in natura e produtos de delicatessen como queijos, frios e quitutes de bacalhau. Teria havido ainda uma tentativa de instalação de videoteca, uma espécie de sala de cinema equipada com home theater e acervo de DVDs.

Defesa prejudicada
No pedido de transferência de volta ao Rio, os advogados de Cabral sustentaram que a defesa do ex-governador estava sendo prejudicada, uma vez que ele vinha sendo ouvido pela Justiça por meio de videoconferência. Cabral é réu em 22 processos que se desdobraram da Operação Lava Jato e já foi condenado em cinco deles. Até o momento, suas penas somam 100 anos e oito meses de prisão. Como a maioria dos processos a que responde tramita no Rio de Janeiro sob a responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, ele poderá voltar a comparecer às audiências e depor pessoalmente.

Com a decisão do STF tomada ontem, Moro assinou despacho hoje liberando a transferência. No documento, ele proibiu expressamente o uso de algemas. Em janeiro, quando Cabral foi transferido para Curitiba, suas mãos e seus pés foram algemados. A medida gerou questionamentos, uma vez que a Súmula Vinculante 11 do Supremo estabelece que ela só deve ser adotada em casos de resistência, de fundado receio de fuga, de perigo à integridade física de alguma pessoa ou de excepcionalidade justificada por escrito. Moro chegou a cobrar explicações da PF, que respondeu ter feito uso das algemas para garantir a segurança da operação.

Em nota, a defesa de Cabral considerou a escolha da unidade prisional de Bangu um contrassenso e um despropósito. "Além da distância da Vara Federal onde estão os processos deflagrados contra ele, vai de encontro à proposta do próprio sistema penitenciário que construiu um presídio inteiro para abrigar presos da Lava Jato, justamente em Benfica. Sérgio Cabral está recorrendo das suas condenações assim como vários outros presos que permanecem em Benfica", diz a nota.

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Globo censura Chico Pinheiro.


O diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, disparou um e-mail advertindo os jornalistas 
da emissora sobre as suas opiniões políticas e ideológicas expressas nas redes sociais. 

Recentemente, o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, emitiu um e-mail que advertiu todos os jornalistas da emissora sobre a publicação de opiniões partidárias nas redes sociais. O e-mail foi disparado horas depois de vazar nas redes sociais um conjunto de áudios em que o jornalista Chico Pinheiro, apresentador do Bom Dia Brasil, faz uma apaixonada defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso no último sábado por corrupção passiva. Entretanto, outros jornalistas da Globo já expressaram o seu viés político e ideológico – contra Lula – e não foram sequer advertidos. Um dos exemplos de jornalista que não esconde o seu partidarismo é Leilane Neubarth, da GloboNews. No dia 5 de abril, após o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF, Leilane publicou em sua conta pessoal:



Ou seja, a censura que vale para Chico – que demonstrou apoio a Lula – não vale para Leilane que quis a prisão de Lula. É censura. E mais do que isso, é parcialidade.

nossapolitica.net

A maior parte do seu corpo não é humana - e é nova aposta de cientistas para vencer doenças

Pesquisas focam em estratégias de repor ou transplantar micro-organismos que vivem dentro de nós - e constituem mais da metade de nossas células - para tratar doenças como colite e obesidade.


BBC BRASIL.com

Mais da metade do seu corpo não é humano, dizem cientistas. As células humanas constituem apenas 43% da contagem total de células do corpo. O resto são micro-organismos. Entender essa parte escondida de nós mesmos - o chamado microbioma - está transformando rapidamente a compreensão de doenças que vão desde alergias até mal de Parkinson. Esse campo de pesquisa está inclusive questionando o que significa ser "humano" e levando a novos tratamentos inovadores como resultado. "Eles (os micro-organismos) são essenciais para a sua saúde", diz a professora Ruth Ley, diretora do departamento de microbiologia do Instituto Max Planck. "Seu corpo não é apenas você". Não importa o quão bem você se lavar, quase todos os cantos do seu corpo estão cobertos de criaturas microscópicas. Isso inclui bactérias, vírus, fungos e arquea (organismos que eram classificados de forma equivocada como bactérias, mas de características genéticas e bioquímicas diferentes). A maior concentração dessa vida microscópica está nas profundezas de nossos intestinos, onde há pouca presença de oxigênio.

O professor Rob Knight, da Universidade da Califórnia em San Diego, disse à BBC: "Você é mais micróbio do que humano". Originalmente, pensava-se que para cada célula humana havia outras 10 não-humanas no nosso corpo. "Isso foi ajustado para muito mais próximo de 1 para 1, então a estimativa atual é de que você é 43% humano se contarmos todas as células", diz ele. "Mas geneticamente estamos em desvantagem ainda maior."

O genoma humano - o conjunto completo de instruções genéticas para um ser humano - é composto de 20 mil instruções denominadas genes. Mas se você juntar todos os genes de nosso microbioma chegará a um número de entre 2 milhões a 20 milhões de genes microbianos. Sarkis Mazmanian, microbiologista do Instituto de Tecnologia da Califórnia, argumenta: "Nós não temos apenas um genoma, os genes do nosso microbioma apresentam essencialmente um segundo genoma que expande a atividade de nosso próprio genoma". "O que nos torna humanos é, na minha opinião, a combinação do nosso próprio DNA com o DNA dos nossos micróbios intestinais."

Seria ingênuo pensar que carregamos tanto material microbiano sem que ele interaja ou tenha algum efeito em nossos corpos. A ciência está descobrindo rapidamente o papel que o microbioma desempenha na digestão, regulando o sistema imunológico, protegendo-o contra doenças e produzindo vitaminas vitais. "Estamos descobrindo como essas minúsculas criaturas transformam totalmente nossa saúde de maneiras que nunca havíamos imaginado, até recentemente", disse o professor Knight. É uma nova forma de pensar sobre o mundo microbiano. Pois nosso relacionamento com os micróbios tem sido, em grande parte, o de inimigos em uma guerra.

Campo de batalha microbiano
Antibióticos e vacinas têm sido as armas lançadas contra doenças e agentes como varíola, Mycobacterium tuberculosis (bactéria causadora da tuberculose) ou MRSA (um tipo de bactéria resistente a vários antibióticos amplamente utilizados). As conquistas nessa luta têm sido significativas e salvaram um grande número de vidas. Mas alguns pesquisadores estão preocupados por que esse ataque constante a "vilões" causadores de doenças também trazem danos incalculáveis às nossas "boas bactérias""Nos últimos 50 anos, fizemos um ótimo trabalho na eliminação de doenças infecciosas", disse a professora Ley. "Mas temos visto um enorme e assustador crescimento em doenças autoimunes e em alergias". "É aqui que entra o trabalho no microbioma, é em ver como as mudanças no microbioma - que ocorreram como resultado do sucesso que tivemos combatendo patógenos - têm contribuído agora para todo um novo conjunto de doenças com as quais temos de lidar." O microbioma também está sendo ligado a doenças como mal de Parkinson, doença inflamatória intestinal, depressão, autismo e ao funcionamento de drogas contra câncer. A obesidade é outro exemplo. O histórico familiar e as escolhas de estilo de vida desempenham claramente um papel nesse aspecto, mas e os micróbios intestinais?

Em busca de uma resposta, o professor Knight realizou experimentos usando ratos nascidos em um ambiente totalmente higienizado - e viveram toda sua vida completamente livre de micróbios. "Fomos capazes de mostrar que se você pegar fezes de humanos magros e de humanos obesos, e transplantar as bactérias em camundongos, você pode tornar o camundongo mais magro ou mais gordo, dependendo de qual microbioma usou", diz Knight. "Isso é incrível, mas a questão agora é saber se isso será traduzível para humanos."Esta é a grande esperança neste campo de pesquisa, de que os micróbios possam ser uma nova forma de medicamento.

Mina de ouro da informação
O cientista Trevor Lawley, do Wellcome Trust Sanger Institute, está tentando cultivar o microbioma inteiro de pacientes saudáveis e o de doentes. "Quando se está doente, pode haver micróbios faltando, por exemplo. A ideia é reintroduzi-los". Lawley diz que há evidências crescentes de que restaurar o microbioma de alguém "pode realmente levar à melhora" em doenças como a colite ulcerativa, um tipo de doença inflamatória intestinal. E acrescenta: "Acho que para muitas doenças que estudamos, serão definidas misturas de micróbios, talvez 10 ou 15, que serão introduzidos no paciente".

A medicina microbiana está em seus estágios iniciais, mas alguns pesquisadores acham que o monitoramento do nosso microbioma em breve se tornará algo cotidiano capaz de fornecer uma mina de ouro de informações sobre nossa saúde. "É incrível pensar que cada colher de chá de suas fezes contém mais dados do DNA desses micróbios do que poderia ser armazenado em uma tonelada de DVDs", diz Knight . "No momento, toda vez que você libera esses dados no banheiro, você está mandando toda aquela informação descarga abaixo." "Parte de nossa visão é que, num futuro não tão distante, assim que você der a descarga, algum tipo de leitura instantânea será feita e lhe dirá se você está na direção certa ou errada." "Isso eu acho que será realmente transformador."

Ilustrações: Katie Horwich
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Coronel Lima arrecadava propina para Temer, diz Ministério Público.


Jornal do Brasil

A Procuradoria da República no Distrito Federal afirmou, em aditamento de denúncia contra os supostos integrantes do "Quadrilhão do MDB" na Câmara Federal, que o coronel João Baptista Lima Filho e o ex-assessor do Planalto José Yunes são arrecadadores do "líder da organização criminosa", Michel Temer. A denúncia foi oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e acabou enterrada para Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha após votação na Câmara Federal. Eles voltarão a responder pela acusação após o fim do mandato. Aos personagens do "quadrilhão" que não têm foro, como Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, o processo continua tramitando na Justiça Federal de Brasília. O Ministério Público Federal em Brasília pediu o aditamento para incluir na denúncia o doleiro Lúcio Funaro, os amigos de Temer José Yunes e Coronel Lima e os testas de ferro de Eduardo Cunha, Altair Pinto e Sidney Szabo. Eles são acusados por organização criminosa.

A Procuradoria destaca o papel de José Yunes no suposto recebimento de R$ 1.000.000,00 do doleiro Lúcio Funaro em seu escritório de advocacia, para a campanha emedebista de 2014. Ele admitiu, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, o recebimento de R$ 1.000.000,00 em seu escritório, e disse ter sido "mula" de Padilha. O dinheiro teria como origem o departamento de propinas da Odebrecht, segundo afirmam delatores.

Para a procuradoria, "todos os elementos apontam, assim, para uma atuação de José Yunes no recebimento de propina, de forma dissimulada, como doações ao partido, ou mesmo via caixa 2, para posterior distribuição aos demais membros da organização criminosa". "Destaque-se sua estreita relação com o líder da organização criminosa, Michel Temer, como mencionado na denúncia." "Registre-se ainda que, apesar de exonerado desde 2016, (Yunes) mantém contato direto com Michel Temer, com reuniões sem registro em agenda oficial", afirmam procuradores. Já a Coronel Lima, a procuradoria atribui o recebimento de R$ 1.000.000,00 da JBS em suposto benefício do presidente. "Seu papel na organização criminosa era o de auxiliar os demais integrantes do núcleo político na arrecadação de propina, em especial seu líder, Michel Temer." "De acordo com os elementos apurados, João Baptista Lima Filho intermediou o recebimento de propina para organização criminosa, em nome de Michel Temer. no valor de R$ 1 .000.000,00, paga pelo grupo J&F Investimentos", afirmam.

Defesa
O presidente se manifestou por meio de sua assessoria de imprensa: "Todas as atribuições do coronel João Batista Lima Sobrinho em campanhas do presidente Michel Temer sempre foram pautadas pela legalidade, lisura e correção. Michel Temer foi presidente de partido político, obediente as leis e regras da legislação brasileira."

Estadão
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STJ nega pedido do ex-governador Eduardo Azeredo para suspender condenação.


Jornal do Brasil

O ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou na terça-feira, 10, pedido de liminar que tentava suspender os efeitos da condenação a 20 anos e dez meses imposta pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ao ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro. As informações são da assessoria do STJ. Segundo Mussi, não foi demonstrada ocorrência de constrangimento ilegal no processo que condenou Azeredo. "É cediço que o deferimento do pleito liminar em sede de habeas corpus, em razão da sua excepcionalidade, enseja a demonstração e comprovação, de plano, do alegado constrangimento ilegal, o que não ocorre in casu", afirmou o magistrado.

O caso foi analisado através de um habeas corpus apresentado na segunda-feira, 9, pela defesa de Azeredo. Nele, a defesa alegou diversas nulidades no julgamento do TJMG e, além da liminar para suspender os efeitos da condenação, solicitou, no mérito, um novo julgamento da causa pela corte de origem. Segundo o Ministério Público Federal, Azeredo foi um dos principais beneficiados no esquema de caixa dois montado para a sua campanha de reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998. Os apontamentos da defesa ainda serão analisados pela Quinta Turma do STJ, a qual Mussi compõe. O relator determinou o encaminhamento dos autos ao Ministério Público Federal para parecer. Ainda não há data prevista para o julgamento do mérito do pedido de habeas corpus pelo colegiado.

Segunda Instância
O TJMG, órgão de segunda instância da Justiça, negou em novembro do ano passado os embargos declaratórios impetrados pela defesa do ex-governador. A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Criminal. Em 23 de agosto passado, o TJMG confirmou, depois de mais de dez horas de julgamento, a condenação em primeira instância de Azeredo. Houve, no entanto, pequena redução na pena de prisão dada na decisão anterior, de 20 anos e 10 meses para 20 anos e 1 mês. Azeredo recorre em liberdade.

O mensalão mineiro, conforme denúncia do Ministério Público em 2007, foi o desvio de recursos de estatais mineiras, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o, hoje extinto, Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), para a campanha de Azeredo pela reeleição em 1998, quando foi derrotado pelo ex-presidente da República, Itamar Franco, à época no PMDB. A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-governador, mas não teve resposta até a publicação deste texto.

Estadão