quinta-feira, 20 de abril de 2017

Câmara aprova regime de urgência para votação da Reforma Trabalhista

Um dia após a Casa rejeitar o mesmo pedido, 287 deputados votaram a favor e 144 contra.


Plenário da câmara durante sessão para votar a reforma trabalhista.
O DIA

Brasília - Em nova votação, parlamentares aceitaram, na noite de quarta-feira, o regime de urgência que reduzirá os prazos para tramitação da reforma trabalhista. Um dia após a Casa rejeitar o mesmo pedido, 287 deputados votaram a favor e 144 contra. Com a aprovação, a tramitação do projeto de lei da reforma trabalhista (PL 6787/16) será acelerada e, embora os aliados afirmem que manterão a votação do texto na comissão especial na próxima semana, o requerimento aprovado abre brecha para que a votação seja feita diretamente no plenário. Com isso, não é mais permitido o pedido de vista ou emendas a matéria do deputado relator Rogério Marinho (PSDB-RN). A intenção dos parlamentares é votar a proposta na comissão especial na próxima terça-feira. Durante toda a sessão, os parlamentares se mostraram alterados. Subindo o tom da voz, alguns deputados da base aliada foram acusados de golpistas, pela ala contrária. Inconformados com a derrota de ontem, líderes da base aliada passaram o dia articulando para garantir com que os deputados governistas dessem os votos necessários na nova votação. A leitura da votação anterior foi de que os parlamentares insatisfeitos com o governo "deram seu recado" ao derrotar o requerimento.

A oposição propôs que o novo requerimento fosse apresentado na semana que vem, mas os governistas - mesmo diante de um quórum baixo no início da votação - arriscaram. A votação dos destaques do projeto da recuperação fiscal dos Estados foi interrompida e o novo requerimento entrou na pauta. A oposição reagiu com protestos e chegou a ocupar a mesa diretora para impedir o avanço da votação. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi comparado a seu antecessor, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que costumava repetir votações quando os projetos de seu interesse eram derrotados até que houvesse vitória de seu grupo em plenário. "Não vamos aceitar o padrão Eduardo Cunha no plenário", disse o líder do PSOL, deputado Glauber Braga (RJ). Cartazes foram erguidos por opositores no plenário com os dizeres: "Cunha de novo não" e "Método Cunha não".

Com a pressa do governo em colocar a matéria em votação, a oposição teme que o projeto nem sequer passe pelo crivo da comissão especial. "É inaceitável que o plenário examine essa matéria de forma açodada", reclamou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Essa sessão é nula. Não havia condições regimentais para o presidente colocar em votação a mesma matéria", concordou Paulo Teixeira (PT-SP).

Coube ao líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), cobrar "responsabilidade" dos parlamentares em votar as reformas propostas pelo governo, mesmo diante da crise política deflagrada pela Operação Lava Jato. Ele negou que o governo esteja propondo reformas "às escuras" e disse que a reforma em debate visava modernizar as relações de trabalho. "Essa reforma trabalhista tem a obrigação de fazer com que possamos aqui gerar competitividade", pregou.

Com informações Estadão Conteúdo
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Polícia rastreia 5 mil pedidos para entrar no jogo Baleia Azul

Adolescentes com idade média de 16 anos tentavam entrar no 
grupo do Facebook ‘Baleia’, voltado ao apoio de pessoas gordas.


Perigo na internet Baleia Azul.
O DIA

Rio - No início deste mês, Bernardo Boechat alertou no Facebook que recebia até 60 pedidos por dia de adolescentes querendo entrar no jogo Baleia Azul. Mas o publicitário não é um dos chamados ‘curadores’, que incitam automutilação e até suicídio entre os participantes do desafio online. Ele é um dos donos da comunidade Baleia, ponto de apoio para pessoas acima do peso dividirem experiências e falarem sobre gordofobia. Ontem, a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática começou a rastrear 5 mil pedidos feitos ao grupo do Facebook. Na sexta, a delegada titular da DRCI, Fernanda Fernandes, deve ouvir depoimentos de mais dois casos suspeitos de envolvimento com o jogo: o de uma menina que tentou suicídio, sem idade confirmada, e o de um rapaz de 12 anos, ambos do Rio. “A divulgação desses casos tem surtido efeito. Os pais estão prestando mais atenção a seus filhos e têm denunciado”, disse Fernanda. A polícia continua com um trabalho de monitoramento das redes sociais. Os ‘curadores’ das redes podem responder por lesão corporal e até homicídio. Nesta quarta, circulou pelo WhatsApp uma suposta mensagem de um adolescente de Ipanema, em Minas Gerais, que teria que cumprir o desafio de distribuir balas envenenadas a crianças como parte do Baleia Azul. No entanto, a Polícia Militar da região confirmou que se trata de um boato e orientou pais e alunos da escola.

A médica da Associação Brasileira de Psiquiatria Alexandrina Meleiro disse que é importante aproveitar a repercussão do assunto para levantar o debate sobre a prevenção do suicídio — 96,8% dos casos registrados estavam relacionados com histórico de doença mental. “Temos que destacar que as pessoas têm que buscar ajuda. Se estiver sendo tratada, é uma morte evitável”. Os postos da unidade de atenção primária no Rio fazem atendimento de saúde mental — familiares podem buscar ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) faz apoio emocional e prevenção do suicídio pelo telefone 188.

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Morre a atriz e ex-vereadora Neuza Amaral, aos 86 anos

Artista vivia em Araruama, na Região dos Lagos. Causa não foi divulgada.


Atriz Neuza Amaral tinha 86 anos.
O DIA

Rio - Morreu na quarta-feira, aos 86 anos, a atriz Neuza Amaral. Nascida em São José do Barreiro, no interior de São Paulo, Neuza começou sua carreira no rádio no início dos anos 1950. Pouco depois estreou na televisão na Rede Record, passando também pela TV Excelsior e indo para a Globo em 1967, onde participou de várias novelas da emissora carioca.

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Neuza Amaral em cena da novela O Pulo do Gato, de 1978.

Atuou em clássicos da teledramaturgia brasileira, como as primeiras versões de "Irmãos Coragem" e "Selva de Pedra", além de "Os Ossos do Barão". Neuza Amaral também fez importantes trabalhos no cinema, como "O que é isso, companheiro?" e "Pra frente, Brasil". Fora das telas, foi eleita vereadora no Rio de Janeiro na década de 90, fato que a afastou da televisão.

A atriz passou seus últimos anos em Araruama, na Região dos Lagos. Não foi ainda divulgada a causa do falecimento.

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Taxistas fazem ato contra Uber no Centro

Justiça suspendeu julgamento de recursos contra limitar que libera a 
circulação de carros que usam o aplicativo de transporte de passageiros.


Taxistas fizeram protesto no Centro na quarta-feira.
O DIA

Rio - Dezenas de taxistas realizam, na manhã de quarta-feira, um protesto contra o aplicativo Uber, no Centro do Rio. Com cartazes e faixas, os manifestantes se reuniram por volta das 08:30hs., na porta do Ministério do Trabalho, na Avenida Presidente Antônio Carlos. Depois, eles seguiram até o Tribunal de Justiça (TJ-RJ), onde foi julgada uma liminar que impede que motoristas de transporte particular sejam fiscalizados pelo Detro e pela Secertaria Municipal de Transportes. De acordo com o Centro de Operações, eles ocuparam uma faixa da via, no sentido Aeroporto Santos Dumont, mas os motoristas não encontraram retenções pela região. "Quem usa transporte clandestino financia a corrupção", escreveram em uma das faixas. "Taxistas do Rio pedem socorro", diziam em mais um cartaz. "Nós somos legalizados, fora aplicativo!", pediram em outro.

Uber pode rodar no Rio
A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio suspendeu na quarta-feira o julgamento dos recursos de apelação da Prefeitura e do Ministério Público contra a liminar que permite o funcionamento dos serviços do Uber na cidade. Como os recursos não foram julgados, fica mantida a última decisão e o Uber pode continuar operando. Na sessão de quarta-feira, os desembargadores votaram por unanimidade que o órgão Especial do Tribunal de Justiça vote se a lei municipal é constitucional para, depois, a Câmara Cível apreciar as apelações

De acordo com a relatora da apelação, desembargadora Marcia Ferreira Alvarenga, a lei sancionada pelo então prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no ano passado, fere princípios da Constituição Federal, pois trata do transporte individual e particular de passageiros e condições para exercícios de profissões, ambas matérias de competência privativa da União. Na decisão, a desembargadora diz que “o Poder Legislativo municipal nitidamente pretendeu banir o uso de carros particulares para o transporte remunerado, no município do Rio de Janeiro, ao impedir que ele seja realizado em veículos particulares""A contradição de que o transporte particular somente possa ocorrer em veículos não particulares leva à inevitável conclusão de que o município do Rio de Janeiro teria banido todo um ramo de atividade econômica até então existente, qual seja, o transporte particular individual de passageiros”, escreveu a magistrada.

Com informações da Agência Brasil
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Irmão de Silvio Santos é alvo de investigação da Polícia Federal

Henrique Abravanel, irmão caçula do dono do SBT, é suspeito 
de ligação com fraudes de ações do Banco Panamericano.


ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A Polícia Federal realizou buscas na residência do executivo Henrique Abravanel, irmão caçula do empresário e animador de TV Silvio Santos, dono do SBT. Por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, de Brasília, procuram documentos ligados à aquisição possivelmente fraudulenta de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (Caixapar). O magistrado decretou a quebra do sigilo fiscal e bancário do irmão de Silvio. O inquérito instaurado apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal (CEF) na gestão fraudulenta, além de investigar possíveis prejuízos causados a correntistas e clientes. A operação de aquisição de ações do banco Panamericano pela Caixapar é investigada por ter potencialmente causado expressivos prejuízos ao erário federal.

Operação Conclave
A Polícia Federal deflagrou na manhã de quarta-feira a 'Operação Conclave'. Em nota, a PF informou que o objetivo da ação é investigar a aquisição possivelmente fraudulenta de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (Caixapar). Cerca de 200 policiais federais estão cumprindo desde as primeiras horas da manhã 46 Mandados de Busca e Apreensão em seis cidades do país.

Inicialmente a reportagem tinha informações de que a Conclave tinha ligação com Operação Greenfield - que investiga um rombo de R$ 8.000.000.000,00 nos maiores fundos de pensão do País -, mas a PF esclareceu que não há vinculo entre as duas missões.

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Prefeito de Paraty é cassado por abuso de poder político

TRE decide que Carlos José Gama Miranda, o Casé, e seu vice, Luciano 
de Oliveira Vidal usaram programa social em favor da eleição da chapa.


O DIA

Rio - O prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda (PMDB, e o seu vice, Luciano de Oliveira Vidal, tiveram seus mandatos cassados pelo Tribunal Regional Estadual do Rio de Janeiro (TRE-RJ), em sessão plenária na quarta-feira, por abuso de poder político. De acordo com a decisão, o líder da cidade usava para promover sua candidatura o programa social "Paraty, minha casa é aqui", além de ter conduzido, em período eleitoral, edição de lei complementar que pretendia reduzir carga horária dos servidores.

Com a decisão do TRE-RJ, o presidente da Câmara dos Vereadores assume a prefeitura e novas eleições serão convocadas. Carlos, conhecido como Casé, e Vidal se tornam inelegíveis por oito anos e devem pagar multa de R$ 156.412,00 cada — R$ 50.000,00 referentes à condenação pela redução da carga horária dos servidores em período eleitoral, e R$ 106.412,00 relativos ao uso do programa social como mecanismo de obtenção de votos.

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Com presença de Temer, Moro é condecorado pelo Exército

No Dia do Exército, festividade homenageou personalidades 
como o juiz da Lava Jato, além de ministros e parlamentares.


AGÊNCIA BRASIL

Rio - O presidente Michel Temer e outras autoridades participam da entrega da Ordem do Mérito Militar, concedida pelo Exército. A homenagem faz parte da cerimônia comemorativa do Dia do Exército. Entre os homenageados deste ano está o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas conduções da Operação Lava Jato. Também receberam a condecoração o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ministros do Superior Tribunal Militar (STM) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e parlamentares.


A Ordem do Mérito Militar é destinada a militares que tenham prestado “notáveis serviços ao país”, bem como a civis e militares brasileiros ou estrangeiros que tenham prestado “relevantes serviços” ao Exército, a organizações militares ou a instituições civis que tenham se tornado “credoras de homenagem especial” do Exército.

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Alerj aprova fim dos pardais em áreas de risco

Proposta prevê proibição de novos radares e retirada gradual dos que 
já estão em funcionamento. Pezão tem 15 dias para sancionar nova lei.


O DIA

Rio - A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou, na tarde de quarta-feira, o projeto de lei que proíbe a instalação de novos radares de velocidade próximo a áreas consideradas de risco. A proposta do deputado Dionísio Lins (PP) seguirá para o governador Luiz Fernando Pezão, que deverá sancionar ou vetar a medida em até 15 dias úteis. O texto considera áreas de risco “aquelas cujas comunidades são mapeadas e conhecidas por serem de alto índice de violência e confronto armado em vias urbanas”.

Retirada gradual dos pardais
O projeto também estabelece que o Executivo, em conjunto com os municípios, realize um estudo para retirar, de forma gradual, os radares já instalados nessas áreas, sem que a ação gere prejuízo a possíveis contratos com empresas que administrem os dispositivos. “Em algumas regiões do estado, a população fica sem saída: se para, corre o risco de ser assaltado, e se avança, pode ser multado. Então é importante garantir ao cidadão que ele não seja multado e perca pontos na carteira ao exercer seu direito de ir e vir nessas áreas”, declarou o parlamentar.

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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Na lama, governo Temer tenta acelerar reforma trabalhista

por Renan Truffi

Com ajuda de Rodrigo Maia, base aliada tentou colocar proposta em 
regime de urgência, mas perdeu com "traições" do próprio PMDB.


Oposição comemora após Câmara rejeitar urgência para
reforma trabalhista, surpreendendo Rodrigo Maia.

Na última quinta-feira (13), dois dias depois da divulgação da lista de Edson Fachin -- que implica ministros, parlamentares e até o presidente da República --, Michel Temer reuniu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMBD-RS), e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), no Palácio do Planalto. O objetivo da conversa era alinhar o discurso de que uma delação “não pode paralisar o governo”. Em reação, a cúpula decidiu acelerar a tramitação de uma reforma bastante criticada na Câmara e fora dela: a trabalhista. A estratégia foi apresentar um pedido de regime de urgência para o PL 6787/2016, que trata de mudanças significativas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A solicitação para que se acelere o regime de tramitação foi assinada pela maioria dos líderes partidários. Com isso, o texto não precisaria nem ser aprovado na comissão especial: poderia seguir direto para votação no plenário da Câmara. O relator da reforma trabalhista, o comemorou publicamente o fato da proposta poder ir à votação sob a “cortina de fumaça” provocada pela controversa reforma da Previdência. ''A reforma da Previdência nos deu uma espécie de cortina de fumaça. Só se discute a reforma da Previdência, só se fala da reforma da Previdência. Está fora do radar a reforma trabalhista. E é bom que seja assim'', disse, sem constrangimento, num evento da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo, na segunda-feira (17). "Se essa urgência passar, a ideia é votarmos quarta ou quinta-feira na Comissão e na semana subsequente no Plenário da Câmara. Eu acredito que final de abril, se o nosso cronograma se estabelecer, isso estaria exaurido”.


Em sua primeira tentativa, a estratégia não deu certo. A proposta de colocar a reforma trabalhista em regime de urgência foi rejeitada na noite desta terça-feira (19), na Câmara. O placar foi de 230 votos a favor e 163 votos contra, 27 votos a menos que o necessário para a aprovação. Imediatamente, os líderes partidários culparam o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por ter encerrado a votação antes do necessário, com quórum de 395 parlamentares.

O parlamentar do DEM assumiu o erro e levantou a bola para uma manobra em favor da pauta: disse que poderia colocar um novo regime de urgência em votação a qualquer momento se a maioria dos líderes assinassem um pedido novamente. A base aliada se mobilizou, mas acabou desistindo da operação. O governo não descarta, no entanto, que um novo regime de urgência seja votado novamente nesta quarta-feira 19. Um novo requerimento já foi assinado pelos principais líderes da base aliada.

O diagnóstico do resultado, no entanto, é de que houve mais do que um simples erro no encerramento da votação. Partidos importantes da base aliada traíram, sim, o governo federal no tempo da reforma trabalhista, o que contraria a mensagem que o governo peemedebista tenta passar. É o que mostram os números da votação. Até o mesmo o PDMB de Temer registrou oito votos contrários ao regime de urgência -- foram 8 traições de um total de 48 votos. Mas as legendas que mais ajudaram a contribuir para a derrota foram PSB, que registrou mais votos contra do que a favor, e o PR, com nove votos pela rejeição da urgência. “A gente precisa ficar atento para não tomar susto. Podemos tentar hoje, estamos avaliando. Não houve traição. Nós erramos de não termos cuidado de conversar com alguns deputados, e eu errei de ter encerrado a votação mais cedo. Nós vamos aprovar a reforma trabalhista com uma boa margem de votos na semana que vem”, disse Maia ao chegar à Câmara na manhã desta quarta 19.

Uma reforma para os patrões
A forma como o governo tenta acelerar a tramitação da reforma trabalhista incendiou o clima numa audiência pública entre trabalhadores, centrais sindicais, representantes da Justiça e o relator da proposta, Rogério Marinho, na terça 18. Ao ser recebido em um dos plenários da Câmara, Marinho foi vaiado, inclusive por centrais sindicais próximas ao governo, e chamado de “traidor”, o que deixou o tucano irritado. “Você me respeite”, gritou o parlamentar a um dos presentes, para em seguir ouvir um coro de “golpista”.

Antes da chegada do deputado, os trabalhadores e as centrais sindicais assistiam apresentações de técnicos e magistrados sobre as graves mudanças propostas no texto. “Não tem um só artigo que vise melhorar a vida do trabalhador”, resumiu o desembargador Gustavo Tadeu Alkmin, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou, também na segunda 17, a quinta nota Técnica sobre a proposta. A nota, assinada pelo procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, pede um debate mais amplo sobre o tema e a rejeição parcial da proposta, que “suprime ou reduz diversos direitos sociais”. Um dos pontos mais graves é o que pretende criar a figura do autônomo que presta serviços contínuos e com exclusividade para uma empresa. Segundo o MPT, “isso incentivaria a fraude à relação de emprego pelo desvirtuamento do trabalho autônomo, com severos prejuízos aos trabalhadores, que serão excluídos de todo o sistema de proteção trabalhista”. Outra ponto destacado pelo Ministério Público é a possibilidade de criação de uma uma categoria de empregados com redução de proteção legal, o que abriria margem para contratação com direitos inferiores aos assegurados pela CLT.

De acordo com o documento, o projeto ainda acaba com: a integração de prêmios e abonos à remuneração, as chamadas “horas in itinere” – horas extras pagas ao trabalhador quando a região não dispõe de meios de locomoção para que funcionário chegue até a empresa ou local de trabalho --, e, por fim, a redução do valor de indenizações por danos morais. “[Estão propondo] uma nova pirâmide social brasileira, na qual o rentismo está em cima, na qual não existe indústria, não existe capital nacional, não existe direitos dos trabalhadores. Isso é uma barbárie”, afirma Paulo Santos, diretor nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

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Maconha medicinal.


A Argentina promulgou nesta quarta-feira (19) uma lei que permite o uso medicinal de maconha no país, uma medida que garante a certos pacientes o acesso aos óleos de cannabis e que já tinha sido aprovada pelo Congresso. A norma, publicada hoje no Diário Oficial do país, autoriza a produção da substância a vários organismos científicos estatais, com fins de pesquisa, mas não o cultivo particular. O texto estabelece um marco legislativo necessário para desenvolver estudos baseados em evidências experimentais, explicou à Agência Efe o pesquisador superior do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) Marcelo Rubinstein. A julgamento do também diretor interino do Instituto de Pesquisas em Engenharia Genética e Biologia Molecular (Ingebi), esta lei permitirá "revelar" um território científico que até agora tinha estado "na escuridão".

As proibições que rodeavam a substância fizeram com que na Argentina existam "poucos estudos sistemáticos", apesar do desenvolvimento "relativamente importante" que os pesquisadores argentinos fizeram no campo da neurologia. Rubinstein destacou as propriedades paliativas da cannabis, observadas já em cerca de 50 patologias de diferente origem, e afirmou que é "muito efetivo" para atenuar ou eliminar os efeitos adversos de tratamentos oncológicos como quimioterapia, já que reduz as náuseas e a caquexia (perda de apetite). Além disso, o pesquisador mostrou seu valor "analgésico" e sua capacidade para acalmar a dor e melhorar o estado de ânimo das pessoas que a consomem.

Entre as vantagens de sua utilização estão a prevenção de episódios epiléticos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas que sofrem com doenças crônicas como a artrite. Além disso, lembrou que no marco terapêutico são fornecidas doses "relativamente baixas", de forma oral, que são introduzidas no sistema nervoso de maneira "muito lenta" e pouco concentrado. "A maconha conta com muitas propriedades reconhecíveis e muitas outras que estão sendo descobertas ano a ano nos diferentes lugares do mundo nos quais vai sendo aprovada (a lei que permite seu uso medicinal) ", acrescentou.

A iniciativa legislativa foi impulsionada por organizações civis como "Mamá Cultiva", integrada por mães cujos filhos necessitam dos óleos de cannabis para suportar sua doença, e obteve a autorização da Câmara de Deputados em novembro de 2016. A norma promulgada habilita a importação da substância até que o Estado tenha condições de produzi-la. Graças a este texto, a Argentina se une a outros países latino-americanos como Colômbia, Uruguai e Chile, que já contam com medidas que regulam o uso terapêutico do cannabis.

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