sábado, 15 de junho de 2024

Presidente do Solidariedade, Eurípedes Jr. se entrega à PF após 4 dias foragido.

 
Eurípides Gomes Jr. é suspeito de desvio milionário de verba 
partidária. Ele estava foragido desde a última quarta-feira (12).

Por Isabella Calzolari, Vladimir Netto, Márcio Falcão, Globonews, TV Globo e g1 — Brasília

O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Júnior, se entregou à Polícia Federal (PF) em Brasília na manhã deste sábado (15). Ele estava foragido desde a última quarta-feira (12) e, segundo a corporação, permanecerá sob custódia até liberação para ingresso no sistema penitenciário. De acordo com a PF, Eurípedes se entregou à polícia acompanhado do advogado, por volta das 11:45h. Ele é alvo de operação que apura supostos desvios de recursos, nas eleições de 2022, dos fundos partidário e eleitoral do partido PROS, que foi incorporado pelo Solidariedade no ano passado. A defesa de Eurípedes afirmou que será provada perante a Justiça "a insubsistência dos motivos" para prisão e a "total inocência" do dirigente partidário (leia na íntegra abaixo).

Em nota, o Solidariedade informou que Eurípedes solicitou licença da presidência da legenda por prazo indeterminado. O deputado federal Paulinho da Força (SP) assume o comando nacional da sigla. As investigações começaram a partir de uma denúncia feita por Marcus Vinicius Chaves de Holanda, que foi presidente do PROS. Ele acusou Eurípedes Júnior de desviar cerca de R$ 36.000.000,00 do partido. Na operação da última quarta-feira (12), os policiais tentam bloquear e indisponibilizar R$ 36.000.000,00 e 33 imóveis do grupo.

Na ocasião, Eurípides não foi encontrado em casa pelos agentes durante a operação. Ele tinha uma viagem marcada, mas também não compareceu ao aeroporto. O dirigente partidário chegou a ter o nome incluído na lista vermelha da Interpol, antes de se entregar neste sábado.

Além de Eurípides, foram alvos dos mandados de prisão:
Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade. Ela foi presa.
Alessandro, o Sandro do PROS, que foi candidato a deputado federal. Também foi preso.
Berinaldo da Ponte, ex-deputado distrital do Distrito Federal.

Helicóptero apreendido.
Os mandados foram autorizados pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal. Em Goiás, a PF apreendeu R$ 26.000,00 mil em espécie (veja na imagem acima). Também foi apreendido, em Goiânia, um helicóptero registrado em nome do PROS. A aeronave teria sido adquirida com recursos públicos desviados dos fundos do partido. O helicóptero teria custado R$ 2.400.000,00 (veja na imagem abaixo). A aeronave, modelo R66, estaria sendo usada somente para fins particulares do presidente do Solidariedade, Eurípedes Junior. Ele também emprestava o helicóptero para amigos e familiares, segundo os investigadores.

Investigações sobre a filha de Eurípedes.
As investigações também apontam que há indícios de que a ex-vice-presidente do partido PROS e atualmente secretária-executiva do Solidariedade, Jhennifer Hanna, obteve viagens internacionais, bolsas de estudo e cargos com dinheiro desviado do partido. Jhennifer é filha de Eurípedes. A investigação também aponta que Jhennifer tem um patrimônio que não condiz com seus ganhos."A autoridade policial destacou que há indícios de que a investigada leva um estilo de vida social incompatível com seus rendimentos declarados. Além disso, existe a suspeita de que ela tenha sido beneficiada com cargos, bolsas de estudos e viagens internacionais custeadas com recursos do partido e da fundação do partido", afirmou o juiz Lizandro Garcia, da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, que autorizou a operação."Esses detalhes indicam possíveis irregularidades relacionadas à conduta da investigada e ao uso indevido de recursos partidários", continuou o magistrado.

Nota da defesa.
Leia a íntegra da nota dos advogados de Eurípedes, José Eduardo Cardozo e Fabio Tofic Simanthob:

1- Após ter se licenciado do exercício das suas funções de dirigente partidário, o Sr. Eurípedes Gomes Macedo Júnior, voluntariamente, apresentou-se à Polícia Federal do Distrito Federal, para permitir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor.

2- Os advogados que integram a sua defesa afirmam que o Sr. Eurípedes Gomes de Macedo Júnior demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva.

Brasília, 15 de junho de 2024

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