CGU abre processo contra empresa investigada por pagar despesas de Michelle Bolsonaro.


Recursos eram enviados a um sargento do Exército lotado na Presidência que, depois 
de sacar o dinheiro, pagava cartões de crédito da então primeira-dama, segundo a PF.

A Controladoria-Geral da União instaurou processo administrativo de responsabilização contra uma empresa contratada pelo governo federal que fez transferências bancárias ao sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ajudante de ordens da Presidência sob Jair Bolsonaro (PL). Os recursos foram sacados e, na sequência, pagaram despesas de um cartão de crédito utilizado em pelo menos três ocasiões pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo investigações da Polícia Federal. Marcos dos Reis está preso desde maio de 2023, por ordem do Supremo Tribunal Federal. O militar é investigado no inquérito que investiga um esquema de falsificação de cartões de vacinação. As transferências ao sargento foram reveladas em reportagem do UOL no ano passado. A Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção Ltda. enviou ao menos R$ 25.360,00 à conta do militar até julho de 2022. Ele também fez ao menos 12 depósitos em dinheiro na conta de uma tia de Michelle, segundo a PF.

Além de contrato com a Codevasf, a empresa também prestou serviços ao Instituto Federal do Tocantins e à Universidade Federal do Espírito Santo. O procedimento aberto pela CGU tem como base a Lei Anticorrupção, criada para punir empresas que cometam ou auxiliem o cometimento de atos de corrupção contra a Administração Pública. Caso seja constatado que a Cedro do Líbano cometeu irregularidades, ela pode ser condenada a pagar uma multa ou ser impedida de firmar novos contratos com órgãos públicos. Com sede em Goiânia (GO), a Cedro do Líbano já recebeu R$ 301.000,00 reais em recursos do governo federal.

Um relatório do Coaf enviado à CPMI do 8 de Janeiro avaliou que houve movimentação “incompatível” de recursos nas contas da empresa. A Cedro do Líbano teria recebido R$ 16.000.000,00 e desembolsado mais R$ 16.000.000,00 milhões entre janeiro de 2020 e abril de 2023. “Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte/estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declarada”, diz trecho do documento. A Cedro do Líbano também é alvo de um inquérito da Polícia Federal, em andamento no STF. O Tribunal de Contas da União também se debruça sobre as movimentações financeiras da empresa. Em 2023, a Codevasf informou, em nota, que os serviços contratados foram entregues corretamente e que desconhece as relações entre os sócios da empresa e terceiros. CartaCapital não conseguiu contato com a empresa Cedro do Líbano. O espaço para manifestação segue aberto.

cartacapital.com.br/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mal silencioso: Veja 10 mandamentos para enfrentar a hipertensão

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio