sábado, 27 de abril de 2024

Passagem de Bolsonaro por Aracaju tem mal-estar, bandeira de ‘inelegível’ e alegação de inocência.


Longe das urnas, o ex-presidente mantém o périplo 
pelo País às vésperas das eleições municipais.

POR WENDAL CARMO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal e teve de encerrar mais cedo sua agenda em Aracaju (SE) na sexta-feira 26. Auxiliares do ex-capitão disseram a CartaCapital que ele sentiu um mal-estar e pediu para deixar o local do evento. O calor na capital sergipana, com sensação térmica de 34ºC, teria contribuído para o quadro. Relatos à reportagem também dão conta de uma possível resistência de Bolsonaro a posar para fotos com figuras políticas recém-chegadas ao PL que desejam disputar as eleições municipais deste ano. Na sede do partido, apoiadores aguardavam o ex-presidente para gravar vídeos quando receberam a informação de que ele havia deixado o local. As conversas ao pé de ouvido flagradas pela reportagem indicavam a irritação de bolsonaristas. Antes de ir embora, Bolsonaro discursou por pouco mais de 17 minutos. Fez críticas ao presidente Lula (PT) e a seus ministros, disparou contra as ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e voltou a alegar inocência sobre a articulação golpista de 2022. Ao avistar uma bandeira com a mensagem “inelegível” no alto de um prédio, ele subiu o tom e minimizou o fato de ter reunido embaixadores para colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, em julho de 2022, resultou em uma condenação por abuso de poder no Tribunal Superior Eleitoral. “Continue investigando móveis, joias, investigue o que quiser. Não teve corrupção no meu governo. Se vocês estão aqui hoje é porque são movidos do mesmo princípio que o meu, o amor à sua Pátria, a nossa preocupação e a certeza de que o Brasil será um grande país no futuro bastante próximo”, acrescentou.

Após o mal-estar, Bolsonaro deixou o ato do PL em direção à residência do ex-deputado federal João Fontes (PRD), onde ficará hospedado até sábado. Auxiliares não descartam uma visita do ex-presidente a um restaurante na Orla de Atalaia naquela noite. Ele chegou a Aracaju por volta de 11:00h. Foi recebido por apoiadores no aeroporto e, de lá, percorreu algumas ruas da cidade em carreata. Nas redes sociais, o desembarque virou motivo de chacota, uma vez que, ao compartilhar em seu Instagram a recepção no aeroporto, Bolsonaro escreveu que havia chegado à capital de Alagoas, estado vizinho. Momentos depois, a publicação foi excluída.

Os ex-ministros Gilson Machado (Turismo) e Marcelo Queiroga (Saúde) participaram da agenda. Deputados federais por Sergipe, a exemplo de Rodrigo Valadares (União Brasil) e Ícaro de Valmir (PL), também marcaram presença.

Nos últimos meses, Bolsonaro tem apostado em um périplo pelo País. Até aqui, visitou ao menos 37 cidades em 13 estados. No Nordeste, já esteve em Alagoas, Bahia, Ceará, Sergipe e Pernambuco. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro segue a mesma estratégia e já percorreu 16 estados. Ela tinha agenda prevista para a capital sergipana neste fim de semana, mas contraiu Influenza A e precisou cancelar os compromissos.

As articulações do casal têm o objetivo de impulsionar as candidaturas do PL nas eleições municipais, segundo dirigentes partidários. O plano é utilizá-los como cabos eleitorais e lançar nomes próprios no maior número possível de cidades, em um esforço para ampliar a capilaridade do partido de olho já na corrida presidencial de 2026.

cartacapital.com.br

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