Delação de Mauro Cid: alinhado a Bolsonaro, almirante citado por endossar plano de golpe faltou a posse de sucessor.

 
Entre os três comandantes das Forças Armadas da gestão Bolsonaro, 
Garnier era considerado o mais próximo ao ex-presidente.

Citado pelo tenente-coronel Mauro Cid na delação premiada concedida à Polícia Federal como único da alta cúpula das Forças Armadas a endossar um plano golpista, o almirante Almir Garnier Santos faltou à cerimônia de posse do seu sucessor ao cargo na Marinha, no início deste ano. De acordo com informações da colunista Bela Megale, Jair Bolsonaro se reuniu com a cúpula e ministros da ala militar no ano passado para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Na ocasião, segundo Cid, o almirante teria dito ao então presidente que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento dele. Entre os três comandantes das Forças Armadas da gestão de Jair Bolsonaro, Garnier era considerado o mais alinhado ao ex-presidente. No início deste ano, em 5 de janeiro, ou seja, antes do ataque às sedes dos Três Poderes, o novo comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, tomou posse no cargo.

Garnier Santos não foi a troca do comando e mandou apenas uma mensagem para ser lida na cerimônia, em que disse ter "total confiança que a leal e disciplina da Marinha de Tamandaré saberá engradecer todas as suas diretrizes em prol da soberania da nossa nação". Ainda na mensagem enviada por escrito, Garnier desejou êxito ao novo comandante e ao atual ministro José Múcio Monteiro. Também estiveram presentes os atuais comandantes do Exército, Júlio César Arruda, e da Força Aérea Brasileira, Marcelo Kanitz Damasceno. Embora anunciado no evento , o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro de Bolsonaro, também não compareceu.

Na reunião de Bolsonaro com a alta cúpula, segundo a delação de Cid, o ex-presidente discutia detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Se tivesse sido colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil. Somente o almirante colocou sua tropa à disposição. Já o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria no plano golpista.

De acordo com informações de Bela Megale, o relato caiu como uma bomba entre os militares. É grande a preocupação entre os militares sobre os efeitos que o relato de Mauro Cid pode ter, principalmente por envolver membros da cúpula das Forças e ministros que, apesar de estarem na reserva, foram generais de alta patente.

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