‘Um band-aid resolveria o caso dele’, diz delegado sobre médica agredida por pai e filha.


Sandra Lúcia foi acertada com golpes no rosto e precisou levar cinco pontos na boca; Segundo a polícia, além de terem causado a morte de uma paciente em meio à confusão, os dois teriam também quebrado objetos da unidade de saúde.

Por Jéssica Marques — Rio de Janeiro

Por volta das 04:00h, a médica platonista Sandra Lúcia Bouyer Rodrigues, de 53 anos, enquanto atendia na sala vermelha do Hospital Municipal Francisco da Silva, em Irajá, na Zona Norte, foi xingada, agredida e ameaçada de morte por pai e filha que buscavam atendimento na unidade. A confusão generaliza, que causou a morte de uma idosa de 82 anos, foi registrado na delegacia de Vicente de Carvalho (27DP). André Luiz do Nascimento Soares, de 48 anos, e a filha Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23, foram presos em flagrante. Segundo testemunhas que estavam no plantão, eles teriam se irritaram com a demora no atendimento. O delegado responsável pelo caso Geovan Omena, ficou surpreso com a agressividade no qual o pai e a filha atacaram a profissional de saúde que na ocasião estava sozinha para atender cerca de 60 pacientes. — Fiquei indignado com o ocorrido porque é uma coisa desproporcional. Quando tem um caso de vida ou morte, a gente até entende a pessoa ficar desesperada pelo atendimento. Nada justifica a agressão. No caso ele tinha um corte no dedo. Um band-aid resolvia o caso dele a noite toda. A médica que estava em atendimento quando escutou a confusão saiu para ver o que estava acontecendo. Neste momento, foi covardemente agredida — afirmou o delegado.

André Luiz chegou ao hospital acompanhado da filha. O acusado tinha um corte no dedo indicador da mão esquerda, enfaixado com ataduras. Funcionários que atuavam no plantão disseram em depoimento que André Luiz já chegou alterado a unidade solicitando “que fosse atendimento imediatamente”. Ao ser orientado a esperar pela vez, ele teria se revoltado, começado a sequência de agressões a médica e só parou com a chegada da polícia. — Quando Samara, filha do André, tomou conhecimento que iria permanecer presa, ela virou para a média e disse: “você toma cuidado que você está marcada, quando eu sair, vou lá e te matar de porrada”. Os dois não possuem passagem pela polícia, mas nada justifica as agressões que fizeram — completou o delegado.

A família da idosa Arlene Marques da Silva esteve no Instituto Médico-legal na manhã desta segunda-feria. Parentes tinha esperança de levá-la de volta para casa nesta semana. A previsão de alta foi passada pelos médicos para a filha da idosa, a auxiliar de serviços gerais Elaine Marques, de 52 anos. Arlete morreu durante o ataque de fúria de pai e filha na unidade de saúde, que ainda culminou na agressão da única médica que estava de plantão no momento. Agora, a família cobra punição dos culpados.

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