General de 4 estrelas na ativa questiona se alguns militares estão realmente servindo às Forças Armadas e ao Brasil.

 
por Sociedade Militar

General de 4 estrelas condena a desinformação e questiona se alguns militares estão realmente servindo às Forças Armadas e ao Brasil. Trechos do processo judicial que tramita em Brasília, onde já foram condenados em primeira instância dois militantes de direita que participaram da implantação de explosivos em um caminhão tanque, revelam que os militantes mais radicais aguardavam um suposto chamamento do Exército Brasileiro para que pegassem em armas para, na sua visão, impedir a implantação de um regime comunista no país. Durante as manifestações e nos acampamentos que aconteciam em frente aos quartéis era frequente que um militante ou outro assumisse um microfone é trouxesse supostos recados vindo de dentro dos quartéis, o que fazia com que os militantes permanecessem em alerta e com que muitos de fato acreditassem que nas próximas horas o Brasil poderia entrar em um regime de exceção.

Muita gente desconfia se de fato haveria membros das Forças Armadas usando o seu status de militar para disseminar desinformação com o objetivo de criar instabilidade no país. Em uma postagem feita no blog do próprio Exército Brasileiro, para a qual retornamos neste momento, o general Richard Nunes, atual chefe do departamento de Educação e Cultura do Exército, membro do Alto Comando da força terrestre, explanou sobre a falta de ética, especialistas de ocasião e desinformação generalizada.

No texto denominado O Mundo PSIC e a Ética Militar, já abordado anteriormente aqui na Revista Sociedade Militar, o oficial general fez uma crítica muito pesada e direcionada para os militares que “têm contribuído para disseminar a desinformação, a relativização de valores e, consequentemente, a desunião que enfraquece o espírito de corpo”. Em certo momento Richard faz uma colocação extremamente importante e que traz questionamentos sobre a lealdade de alguns militares das Forças Armadas, o enfraquecimento do espírito de corpo e até se está havendo ou haverá algum tipo de investigação interna sobre o comportamento do pessoal militar nos últimos meses.  O general questiona se aqueles que divulgaram inverdades realmente servem aos interesses do Brasil: “a que interesses servem tais pessoas“, perguntou.

O oficial general criticou a disseminação precipitada de “análises simplórias de “especialistas” de ocasião” diz ainda que um “militar que se preza não se permite essa falta de cuidado e de lealdade para com a instituição a que serve.” Richard fez uma crítica ao comportamento de uma grande quantidade de civis e militares, porém, não abordou algumas questões cruciais relacionadas às instituições em um momento crucial vivido pelo país. Ele não mencionou a demora do Exército em esclarecer de forma inequívoca para a sociedade civil que não haveria nenhuma possibilidade de participar de qualquer ação para anular as eleições ou manter Bolsonaro no poder. Essa demora permitiu que milhares de pessoas permanecessem nas portas dos quartéis dispostas a apoiar a interrupção da democracia no país. Além disso, ele não abordou as declarações e ações do comando do Exército e do Ministério da Defesa em relação às urnas eletrônicas, que ocorreram no final de 2022. As declarações foram consideradas ambíguas e permitiram diferentes interpretações, algumas das quais indicavam o apoio das instituições aos atos ocorridos em frente aos quartéis em todo o país.

Robson Augusto –  Revista Sociedade Militar
https://www.sociedademilitar.com.br/

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