Bolsonaro decide demitir presidente da Petrobras.

 
General entrou na mira do Palácio do Planalto após mega-aumento no preço dos combustíveis.
Julia Chaib
Julio Wiziack
Ricardo Della Coletta
BRASÍLIA

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, recebeu nesta segunda-feira (28) a comunicação de que deixará o comando da estatal. A informação foi confirmada à Folha por aliados do militar e auxiliares do Palácio do Planalto e do Ministério de Minas e Energia. A demissão do militar ocorre após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa. Em seu lugar, o mais cotado no momento para assumir é Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. O nome dele, porém, enfrenta resistência em alas do governo.

As ações da estatal, que já vinham em queda nesta segunda diante do recuo de 10% do preço do petróleo, foram afetadas pela notícia de troca de comando. Às 17:11hh, antes do fechamento pós-mercado, a Petrobras perdia de 2,63% nas suas ações mais negociadas e, com isso, era a principal responsável pela baixa do Ibovespa após oito pregões no azul. Luna vinha sofrendo pressão para revisar a alta nos preços após variações na cotação do barril do petróleo. O general foi pressionado publicamente pelo próprio Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O militar, porém, dizia internamente que as variações eram conjunturais e não estruturais e que não havia chegado a hora de rever o mega-aumento promovido pela empresa.

A demissão de Luna repete o desfecho que teve Roberto Castello Branco, indicado do ministro Paulo Guedes (Economia) para comandar a Petrobras e que foi demitido em fevereiro de 2021. A exoneração de Castello Branco ocorreu após a companhia anunciar o quarto aumento nos preços de diesel e gasolina naquele ano. Pesquisa do Datafolha publicada nesta segunda (28) mostrou que a maioria dos brasileiros, 68%, considera que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem responsabilidade pela alta no preço dos combustíveis. Para 39%, a gestão bolsonarista tem muita responsabilidade pelo aumento da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Outros 29% consideram que o governo tem ao menos um pouco de responsabilidade. Na avaliação de 30%, o governo não tem responsabilidade.

O aumento dos combustíveis é uma das maiores preocupações do governo, pois os reajustes, cada vez mais altos, são interpretados como um risco à reeleição do presidente, e tem gerado pressão dentro do próprio governo por uma solução para amenizar o preço para o consumidor final.

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