Comerciantes reclamam da falta de mão de obra qualificada no verão em Guarapari


Por Redação 

Por Lívia Rangel | A área de comércio e serviços emprega 85% da mão de obra em Guarapari. Atualmente, são mais de 17 mil empregos formais diretos nesse setor. Isso sem contar quase 12 mil postos informais. Os dados são da Câmara de Dirigentes Lojistas de Guarapari (CDL). Mas mesmo diante de números significativos, é constante a reclamação entre empresários e comerciantes da dificuldade em conseguir mão de obra qualificada, principalmente no verão. “Como Guarapari é uma cidade turística, há um aumento na oferta de vagas durante os três meses da alta temporada. Então, muitos preferem pegar bicos no verão do que garantir um emprego anual com direitos garantidos. E como a oferta é maior que a demanda, muitos assumem o compromisso e depois não aparecem nem avisam ou vem dois dias e depois não voltam. É uma situação complicada”, afirma o proprietário do Jetmar Lounge, Renato Ferraz. A situação se repete com a proprietária do Pratão Capixaba, Beatriz Mozer. “Sempre que vou contratar é um desafio, pois gosto de oferecer um ambiente seguro para o trabalho e tenho padrões de atendimento. Com isso, muitos não se adaptam. Estamos no mercado há mais de 30 anos e está cada vez mais difícil conseguir mão de obra. São raras as pessoas que querem aprender e se qualificar. O maior exemplo é a fama de que os capixabas são maus atendentes”.

O Portal 27 também conversou com um desses profissionais para tentar entender essa situação. “Trabalho três meses ganhando em média R$ 100,00 por dia em quiosque, ou seja, tiro mais de R$ 9.000,00. Se eu pegar um trabalho anual, ganhando R$ 1.200,00 por mês, vou ganhar R$ 14.400,00 em um ano. Mesmo que não tenha os direitos trabalhistas e que não tenha horário certo, é questão de matemática e necessidade. No resto do ano, vou fazendo outros bicos”, explicou o garçom há mais de 20 anos, que preferiu não ser identificado.

Para a CDL, a solução é uma via de mão dupla. “Além de atrair o funcionário, a empresa também precisa fazer um planejamento para reter os bons profissionais. Para isso, é preciso oferecer um ambiente de trabalho motivador além de benefícios para manter os talentos e consequentemente ser competitiva em relação aos seus concorrentes”, destaca o superintendente da CDL, Aguinaldo Ferreira. Segundo ele, os profissionais também precisam fazer a sua parte. “A CDL busca oferecer quatro cursos de qualificação gratuitos por mês. Só em janeiro, tivemos três palestras voltadas para atendimento junto ao Sebrae. Em fevereiro vamos lançar um projeto piloto de capacitação específica junto ao IFES. O primeiro curso será voltado para material de construção. Mesmo trabalhando, é importante a busca constante de capacitação para se tornar um profissional qualificado e competitivo”.

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