'Esse tipo de gente que quer voltar ao poder', diz Bolsonaro sobre protesto de indígenas.


Lideranças decidem em plenária, ainda nesta sexta, se permanecem em acampamento até 
a próxima quarta-feira, quando o STF deve enfim julgar o caso, após adiamento na quinta,
Bruno Alfano

RIO - O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta sexta-feira imagens de um enorme caixão queimado pelos indígenas que se reuniram em protesto contra o "marco temporal", tese que, se confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), vai considerar para fins de demarcação de terras apenas as áreas ocupadas em 1988. "Esse tipo de gente quer voltar ao poder com ajudado daqueles que censuram, prendem e atacam os defensores da Constituição Federal e da liberdade", escreveu o presidente Jair Bolsonaro.

Lideranças indígenas decidem em plenária, ainda nesta sexta, se permanecem em acampamento até a próxima quarta-feira (1), quando o STF deve enfim julgar o caso, após adiamento nesta quinta. O caixão foi queimado pelos próprios indígenas em sinal de protesto.

Julgamento adiado
Após cinco adiamentos, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na quinta-feira (26) a ação sobre demarcações de terras indígenas que discute a tese do "marco temporal", segundo a qual os indígenas só podem reivindicar terras onde já estavam na data da promulgação da Constituição de 1988. O julgamento, porém, não foi concluído e será retomado apenas na próxima quarta. Na tarde da quinta, o relator do caso, ministro Edson Fachin, apenas fez a leitura do relatório — uma espécie de histórico da tramitação do recurso — e não chegou a apresentar seu voto. Em razão do julgamento da autonomia do Banco Central, que dominou quase toda a sessão, o início da discussão ocorreu apenas no começo da noite. Na continuação do julgamento, estão previstas as argumentações de 35 partes interessadas, além dos autores da ação. Ao todo, 84 processos que tratam do mesmo tema estão suspensos e aguardam um desfecho do Supremo. O GLOBO apurou que Fachin deve levar um voto favorável aos indígenas — que são contrários à tese do marco temporal. O marco temporal chegou ao STF por meio de uma ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à Terra Indígena (TI) Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem indígenas Guarani e Kaingang.

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