Guedes alfineta Maia sobre privatizações e deputado diz que ministro está 'desequilibrado'.

 

Segundo o ministro, há um boato que o presidente da Câmara teria 
fechado um acordo com a esquerda para não pautar privatizações.

Por Mariana Ribeiro, 
Lu Aiko Otta, 
Marcelo Ribeiro 
e Raphael Di Cunto, Valor — Brasília

Não há razão para interditar privatizações, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista de divulgação dos resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no mês de agosto. Segundo o ministro, há um boato que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria fechado um acordo com a esquerda para não pautar privatizações. A resposta de Maia foi curta: “Paulo Guedes está desequilibrado. Uma pena”, disse ele ao Valor. Guedes usou o mesmo verbo que Maia empregou ontem nas redes sociais, ao questionar por que o ministro teria interditado a discussão sobre a reforma tributária. “Precisamos retomar as privatizações”, afirmou o ministro, ao falar sobre a agenda de investimentos. O Congresso analisa autorizações para a venda de empresas estatais, entre elas a Eletrobras.

Maia ironizou o fato de o ministro da Economia ter feito uma promessa em julho de que faria quatro grandes privatizações em 90 dias, o que não aconteceu. Ontem, o presidente da Câmara questionou quais os motivos para o ministro da Economia estar interditando o debate da reforma tributária. O parlamentar usou as redes sociais para pressionar Guedes a encaminhar a segunda parte da proposta ao Congresso Nacional. Na segunda-feira, aliados do governo indicaram que o texto ainda não foi enviado por não haver acordo com lideranças partidárias. “Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”, escreveu Maia em sua página oficial no Twitter.

Sem acordo com a base, o governo não enviou a proposta para criar o imposto sobre transações digitais nos moldes da antiga CPMF. Havia a expectativa de que o texto seria encaminhado no início da semana. Em julho, Guedes afirmou, em evento da XP Investimentos, que Maia tinha interditado o debate sobre a proposta. No inicio do mês, Maia afirmou ter rompido a interlocução com Guedes após o ministro vetar que integrantes da equipe econômica conversassem com o presidente da Câmara.

Economia
Ainda durante a coletiva do Caged, Guedes comentou sobre a atividade econômica. “Continuamos otimistas com o desempenho da economia”, afirmou, acrescentando que investimentos estão a caminho. Ele citou uma estimativa de R$ 1.200.000.000.000,00 em investimentos nos próximos dez anos. O ministro parabenizou o governador de Alagoas, Renan Filho, pelo sucesso no leilão da companhia de saneamento do Estado. “Reafirmamos nosso compromisso com as reformas”, disse. “Apesar das críticas, a verdade é que o Brasil trabalhou durante a crise com muita energia.”

O ministro voltou a defender o 3D (desindexação, desobrigação e desvinculação), afirmando que o os orçamentos públicos têm de estar sob a decisão política, e não com 96% do dinheiro “carimbado”, como ocorre atualmente.

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