Especialista vê aumento de sedentários com exigência de profissionais em academias de condomínios.

Alerj votou na quarta flexibilização da lei que obriga professores em edifícios particulares.


Por RAI AQUINO

Rio - Enquanto os deputados da Assembleia Legislativa se preparavam para votar a lei que flexibiliza a presença de profissionais nas academias dentro dos edifícios particulares do Rio, fora do plenário da Alerj a discussão sobre o tema polêmico seguia. O Projeto de Lei (PL) 226/19, dos deputados Coronel Salema (PSL) e Alexandre Freitas (Novo), quer alterar a Lei 8070/18, que determinou a exigência e entrou em vigor em dezembro. A representante da Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil) Mônica Marques acredita que se a flexibilização não for aprovada, o número de sedentários pode aumentar. Ela diz que os condomínios estão vendo a imposição como um novo custo aos moradores. "Apesar do intuito (da lei em vigor), em principio, ser a questão da segurança (do morador), as estatísticas mostram que a maior falta de segurança é justamente o sedentarismo", Mônica defende, sobre a diminuição do número de academias em condomínios. "No Brasil, você precisa cuidar para que não hajam barreiras, cuidar para que os custos sejam menores, em todos os aspectos, para que as pessoas saiam do sofá e comecem a fazer atividade física".


Mônica, que é membro da IHRSA (International Health, Racquets ans Sportclubs Association), a maior associação mundial de academias, diz que já existe uma lei federal em vigor (9696/98) determinando a obrigatoriedade da graduação em Educação Física para um profissional que acompanhe alguém que pratique exercícios. Ela alega que os próprios critérios sobre a identificação de uma academia é subjetivo. "Colocar uma esteira já é uma academia?", questiona. "A rigor, em termos de saúde, de risco, uma pessoa que está capacitada para caminhar na rua, ela também está capacidade para caminhar na esteira. Ou uma pessoa que vai usar um patinete na rua, também pode fazer uso da bicicleta em qualquer lugar", defende.

OMS
A especialista elenca uma série de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) para defender a facilitação para a prática de exercícios não só no Rio como no país. Ela diz que a OMS estima que 71% das mortes em todo mundo são relacionadas ao sedentarismo e que 46% da população brasileira não pratica qualquer atividade física (enquanto a média global é de 28%). Ainda de acordo com a OMS, para cada dólar que o poder público investe para que a população pratique exercícios, economiza quase três em saúde pública. Os números também revelam que o risco de uma doença cardíaca em quem pratica exercício é de uma a cada 2,8 milhões de pessoas. "Quando a população, de maneira geral, que está sedentária, começa a se exercitar, esse risco cai pela metade. O grande risco é o sedentarismo em si", a especialista reforça. "Fazer exercícios não é tão perigoso quanto ficar no sofá, ficar sedentário".

INCENTIVO
Mônica vê que a existência de espaços para a prática de atividade física é um estímulo para que a pessoa comece a fazer algum exercício. "Qualquer atividade física é uma porta de entrada (para diminuir o sedentarismo). A pessoa começa caminhando na rua e depois, com vontade, vai correr, vai para uma academia ou procura um personal trainer", acredita. "É importante que ela tenha essa primeira conscientização e um acesso fácil. Quanto mais dificuldade você colocar, às vezes, o resultado esperado é diferente da primeira intenção".

odia.ig.com.br

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