Terceirizados da UFF sem previsão de pagamento

Carolina Ribeiro

Universidade estaria em débito com empresas por falta de repasses federais.


Funcionários terceirizados das empresas Centauro, Croll e Luso Brasileira, que prestam serviços de vigilância e serviços gerais para a Universidade Federal Fluminense (UFF), realizaram mais uma manifestação em frente ao Campus Valonguinho, no Centro, na manhã da segunda-feira (28) por conta dos salários atrasados e falta de previsão no pagamento. Os trabalhadores acionaram as empresas, e a instituição no Ministério Público do Trabalho em busca de uma solução para o problema que já dura desde o ano passado. Funcionários reclamam que não há previsão ou informações sobre os repasses da instituição ou das empresas. Eles estimam que, juntando as três companhias, mais de 1.000 trabalhadores estejam sendo afetados com os atrasos que incluem em alguns casos salário e tíquete-refeição. Por conta do impasse, apenas 30% dos funcionários estão atuando. Na última sexta-feira, chegou a acontecer uma reunião entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Asseio e Conservação (Sintacluns), Romério Duarte, e o fiscal de contrato da universidade, Alexandre Robert, para uma negociação, mas o representante da universidade teria abandonado a reunião sem confirmar a previsão de pagamento para o próximo dia 10. Segundo o presidente do sindicato, durante a reunião, apenas foi informado que a universidade não tem recursos, pois não está recebendo os repasses federais.

Trabalhadores da Luso Brasileira, que no início do mês estavam com o salário e a segunda parcela do 13º em atraso, tiveram metade do pagamento de dezembro paga. Já a Croll, segundo os trabalhadores, ainda conta com os salários de dezembro atrasados, assim como o tíquete-alimentação. As dívidas da universidade com as empresas ultrapassam respectivamente R$ 25.000.000,00 e R$ 10.000.000,00.

Para funcionários da Centauro, a incerteza é ainda maior. De acordo com o Presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e Região, Cláudio José de Oliveira, há informações de que uma nova licitação foi realizada, e o número de vigilantes diminuirá em 50, passando dos 140 atuais para 90, o que pode aumentar a insegurança dentro dos campus. “Numa época de crise, está aumentando o desemprego, e ainda vai mexer em toda a estrutura de vigilância dos campus. Em locais onde haviam dois, três agentes, terá um homem fazendo rondas de motos, diminui a proteção dos alunos, professores e funcionários”, opinou, questionando se a empresa terá dinheiro para pagar a rescisão dos trabalhadores. O salário de dezembro continua atrasado, mas o benefício referente ao tíquete-alimentação foi pago na última sexta após a reunião. A dívida entre a Centauro e a Universidade já ultrapassa os R$ 12.000.000,00.

Os manifestantes fizeram uma caminhada até o Ministério Público do Trabalho, em Icaraí, para acionar as três empresas e a instituição para que um acordo seja feito entre eles e as devedoras. Segundo a categoria, o MPT abriu um procedimento, marcando uma reunião entre as partes para o próximo dia 31. No dia anterior, os trabalhadores se reúnem em assembleia em frente à Reitoria, em Icaraí. Até o fechamento da edição, a UFF, Centauro, Croll e Luso Brasileira não responderam sobre os atrasos.

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