Temporal causa alagamentos em diversas cidades do estado

Sirenes foram acionadas na manhã desta segunda-feira em duas comunidades da Zona Sul da cidade do Rio, que entrou em estágio de atenção às 23:40h de domingo. Estragos também foram registrados em Niterói e na Baixada Fluminense.


Por O Dia

Rio - A cidade do Rio seguiu em estágio de atenção, na manhã desta segunda-feira, devido à chuva que caía desde a noite de domingo. Segundo o Centro de Operações do Rio, a previsão para as próximas horas continua sendo de chuva moderada. Diversos bairros e lojas das Zonas Sul, Oeste e Centro ficaram completamente alagados. Carros enguiçaram e pedestres precisaram buscar abrigos para escapar da força da água. O temporal também causou deslizamentos no Tanque, na Zona Oeste do Rio, e em Jurujuba, em Niterói. Outros pontos do estado, como Baixada e interior fluminense, também sofreram com a chuva. Trecho da Avenida Borges de Medeiros ficaram fechada no sentido Jardim de Alah por conta dos alagamentos. O Centro de Operações Rio informou que a opção era a Avenida Epitácio Pessoa. Por volta das 09:30h, eram 225 quilômetros de congestionamento por toda a cidade. Como efeito de comparação, nesse mesmo horário, o engarrafamento chega a 60 quilômetros. Segundo a Defesa Civil do Rio, sirenes foram acionadas na manhã desta segunda no Morro dos Cabritos e Chapéu-Mangueira/Babilônia, ambas na Zona Sul do Rio de Janeiro, uma das regiões mais afetadas pela chuva. Diversos pontos da cidade enfrentaram congestionamento. Entre eles, o Elevado Paulo de Frontin e Túnel Rebouças, da Praça da Bandeira até a chegada à Lagoa. O Elevado 31 de Março e Túnel Santa Barbara, sentido Zona Sul, também estiveram com trânsito complicado. Em Laranjeiras, o congestionamento ocorreu ao longo da Rua Pinheiro Machado no sentido Botafogo.


Por conta do trânsito, muitas pessoas atrasaram quando seguiam para seus trabalhos. Foi o caso do porteiro José Amarildo da Silva, de 59 anos. Morador de Ramos, na Zona Norte, o homem disse que entre o bairro onde mora e a Lagoa Rodrigo de Freiras ele já havia gastado duas horas — num trajeto que dias sem chuva em faz com 50 minutos. Até São Conrado, onde ele trabalha, iria gastar mais alguns minutos. “Desci aqui na Lagoa porque o ônibus não anda. Há mais de duas horas estava dentro dele. Vou me atrasar ainda mais”, lembrou o homem.

As 09:00h desta segunda-feira, o Centro de Operações Rio (COR) afirmou que o município registrava 225 km. Segundo o órgão, a média do horários nas três últimas segundas-feiras foi de 75 km. De acordo com o Centro de Operações do Rio, a cidade entrou em estágio de atenção às 23:40h da noite deste domingo. Nesta manhã, entre 07:15h e 07:30h, os maiores volumes de chuva foram registrados na estação Piedade (6,6mm), Jardim Botãnico (5,2mm), Vidigal (5mm), Rocinha (3,6mm), Tijuca (3,2mm), Grande Méier (2,8mm) e Tijuca/Muda (1,8mm).


Bolsões de água impedediram a circulação de veículos em diversos pontos da cidade, principalmente na Zona Sul. No Catete, Botafogo, Lagoa e Humaitá varias ruas ficaram encharcadas pela enxurrada. Nas ruas Pedro Américo e Silveira Martins — perto do Palácio do Catete —, pedestres, carros e ônibus não conseguiram passar. Varias lojas da região foram atingidas pela chuva. Barcas, VLT e trens operaram normalmente. Já o metrô ficou com intervalos irregulares, mas a concessionária disse que o problema não foi ocasionado pela chuva. O Aeroporto Tom Jobim esteve aberto e opera com decolagens feitas normalmente. Já o Aeroporto Santos Dumont esteve operando com o auxílio de instrumentos. Durante a noite, algumas vias ficaram tão alagadas que nem o BRT conseguiu atravessar. Carros ficaram quase totalmente submersos e a força da água obrigou pedestres a buscar abrigos. Bombeiros foram acionadas após o registro de pelo menos dois deslizamentos de terra nas ruas Jordão e Luís Souto, no Tanque. O muro de uma casa desabou e há registro de quedas de fios e de árvores no bairro. Ninguém se feriu. Na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, um jacaré foi flagrado andando pelos bolsões de água da pista. O animal foi resgatado sem ferimentos.


Caos em Niterói
Em Niterói, os bairros de Charitas e Jurubas estiveram "ilhados". Veículos precisaram desviar do tradicional caminho, e pedestres não conseguiram passar devido ao grande volume de água nas ruas. O túnel Charistas-Cafubá esteve com o trânsito complicado.


Também nesta manhã, em Niterói, um deslizamento de terra no Morro Peixe Galo, no acesso ao bairro de Jurujuba, interditou o trânsito. Um ônibus da empresa Miramar, o primeiro do dia, acabou sendo atingido por lama e muita terra, por volta das 06:00h desta segunda-feira. Não há registro de feridos. A empresa confirmou a ocorrência, e a Defesa Civil informou que equipes da Clin e da Secretaria de Conservação trabalham na limpeza e desobstrução do local.

O muro da casa de Priscila Silva desabou na Avenida Carlos Ermelindo Marins, também na Jurujuba. De acordo com a moradora, ela estava na casa da mãe quando começou a receber mensagens sobre a queda do muro. "Foi um susto, mas graças a Deus não machucou ninguém", declarou. "Eu estou há cinco anos com um processo para cortar uma árvore que está empurrando o muro. Preciso cortá-la para poder reforçar a estrutura, mas até hoje não tive uma resposta da Defesa Civil", afirmou Priscila, que está na casa da mãe por causa da chuva. Uma casa está interditada por estar localizada no Morro do Peixe, bem no ponto do deslizamento. À Globo News, moradores contaram que não houve o acionamento de sirene pela Defesa Civil.


No Morro do Preventório, em Niterói, um deslizamento de terra atingiu uma casa, na manhã desta segunda-feira, segundo informações divulgadas pela GloboNews. Não há registros de feridos, mas cinco pessoas estão desabrigadas. A Defesa Civil informou que acionou a sirene da localidade por medida de prevenção devido ao volume de chuvas na região. O ponto de apoio da comunidade foi aberto e a Defesa Civil auxilia moradores a se deslocarem para o local em segurança. Equipes do SAMU e da Secretaria de Assistência Social estão recebendo os moradores. O Preventório conta com um Núcleo Comunitário de Defesa Civil (Nudec).


Temporal e alagamentos também na Baixada
As cidades de Belford Roxo, Duque de Caxias e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, também foram muito castigadas pelas chuvas que atinge o Rio desde a noite de domingo. Ruas alagaram em diversos pontos destes município. Através das redes sociais, moradores de Belford Roxo mostraram os estragos do temporal nos bairros Jardim Brasil, Lote XV, Xavantes, São Vicente e Centro. A Defesa Civil de Belford Roxo alertou para o risco de deslizamento de terra no bairro Santa Emília, onde o total acumulado nas últimas 72 horas foi de 74,8 milímetros, com a maior intensidade nas últimas 24 horas. O órgão informou sobre a previsão de mais chuvas na manhã desta segunda-feira.

Em Duque de Caxias, a forte chuva começou ainda na tarde de domingo, provocando alagamentos e risco de transbordamento de rios. Foi o caso dos rios Capivari e Saracuruna, que entraram em estágio de atenção às 22:20h. Em São João de Meriti o cenário se repetiu, com temporal e ruas completamente alagadas. O Rio Pavuna subiu acima do normal e desde às 23:05h está em estágio de alerta, segundo o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

odia.ig.com.br

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