“Militares não gostam de ser usados como um instrumento político pelo Governo”
Pesquisador Christoph Harig vê "risco de frustração alto" para Forças Armadas na intervenção no Rio. NATÁLIA VIANA (AGÊNCIA PÚBLICA) Entre 2014 e 2016, Christoph Harig frequentou bases do Exército no Rio, em São Paulo e Minas Gerais, conversou com dezenas de membros das Forças Armadas e fez entrevistas por meio de um questionário com 130 militares que estiveram no Haiti ou em operações de segurança interna. Tudo para sua tese de doutorado, defendida no Brazil Institute, um centro de pesquisa da renomada universidade King’s College, em Londres. “O maior grupo [de militares ouvidos] disse isto: eles não gostam de ser empregados em tarefas policiais” , afirmou, em entrevista à Pública. Hoje doutor em estudos de segurança, Christoph acompanha, desde a Inglaterra, os desdobramentos da intervenção militar decretada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira e aprovada pelo Congresso esta semana. E critica: “A intervenção federal funciona para ofuscar o fa