Peças obsoletas podem ter causado explosão de fuzil da PM em São Gonçalo

Governo do estado não repõe componentes de fuzis há dez 
anos e fabricante aponta "expiração da vida útil" das armas.


Fuzil estourou na mão de policial.
BRUNA FANTTI

Rio - A manutenção inadequada e a ausência de reposição de peças há uma década é a principal causa de acidentes com fuzis da Polícia Militar do Rio. A afirmação foi feita pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), fabricante das armas, ao DIA, que indagou a empresa a respeito da explosão de um fuzil modelo MD3 nas mãos de um policial, na noite da última segunda-feira. De acordo com a Polícia Militar, o policial ficou ferido após o fuzil estourar durante uma troca de tiros com dois homens armados em uma moto no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. Segundo relato dos policiais, eles realizavam patrulha quando foram atacados ao passar pela Rodovia Niterói-Manilha. Durante o confronto, a arma de um dos policiais militares sofreu uma pane e estourou em suas mãos. Socorrido, ele foi atendido no Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT) e liberado em seguida. Os criminosos conseguiram fugir. A arma foi encaminhada ao Centro de Criminalística da Polícia Militar (CCrim) para perícia. No entanto, segundo a Imbel, apesar de ser prematuro afirmar, tudo indica que a falta de manutenção seria a causa da explosão. "Pode-se constatar o péssimo estado de conservação da arma danificada. O fuzil apresenta evidentes sinais de desgaste, incluindo a adoção de meios de fortuna para fixação do eixo da sua coronha rebatível com uma tira de borracha", disse a empresa, em nota.

A última licitação da Secretaria de Segurança para a compra de peças ocorreu em 2007, de acordo com o Portal de Transparência do governo. A falta da aquisição de peças foi confirmada pela empresa. "Não existem registros de aquisições de peças de reposição do armamento adquirido pelo Estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos, o que indica a expiração da vida útil dos diversos componentes do armamento submetido ao uso constante sem a devida manutenção", afirmou a Imbel, na mesma nota.

Procurada, até a noite desta terça-feira, a PM não se posicionou a respeito. Esse é o terceiro fuzil da corporação que sofre um acidente do tipo neste ano. Em outubro, uma outra explosão ocorreu quando o apoio do ferrolho não funcionou e fez com que gases se acumulassem no interior da arma. O PM, lotado no batalhão de Irajá, teve a mão ferida. Em abril, um PM de Olaria feriu o rosto com outra explosão. A Imbel disse que não foi notificada a respeito dos casos.

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