segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Crivella diz que pode romper com Cedae e criar empresa municipal de saneamento se prefeitura não influir na privatização


O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).
Rennan Setti - O Globo

RIO - O prefeito Marcelo Crivella disse nesta segunda-feira que pode romper com a Cedae e criar uma companhia municipal de água e esgotos (Cmae), caso a prefeitura não participe das discussões sobre o processo de privatização da empresa que levem em conta os interesses do Rio. As declarações do prefeito foram dadas numa visita à Pavuna, onde se reuniu com lideranças comunitárias da região. A afirmação foi feita logo após a Alerj aprovar a mensagem do governo do Estado que autoriza a venda da companhia. — Eu quero ajudar o governo do Estado a se recuperar. E se as ações da Cedae ajudarem a isso não queremos ser um empecilho. Mas precisamos ser ouvidos. O Rio de Janeiro tem interesse que se for realmente efetivada a venda da Cedae, de participar. Nós precisamos fazer parte dessa mesa de discussão. Eu quero saber se vou ter voz nisso. Se a Câmara dos Vereadores e secretários vão ser ouvidos sobre planos e projetos da cidade para o saneamento. Se não formos ouvidos não daremos autorização para a concessão na cidade do Rio de Janeiro nem para fornecimento de água nem para coleta e tratamento de esgotos. A prefeitura está disposta a discutir qualquer proposta inclusive criar nossa empresa municipal de água e esgotos — disse Marcelo Crivella.

Na avaliação do prefeito, neste momento em que o governo do Estado se prepara para fazer a modelagem da concessão da empresa, há uma série de dúvidas sobre como se dará esse processo de privatização da companhia, caso realmente seja efetivada. Ele lembrou ainda que pela Constituição Federal, cabem aos municípios deliberar sobre a concessão de água e esgotos. — O povo do Rio de Janeiro está se questionando o seguinte. Se a Cedae for vendida como vai ficar o preço da água, que é fundamental para a vida da gente? Como vai ficar a coleta e o tratamento dos esgotos? Como vão ficar as metas para a limpeza de nossos rios, lagoas da nossa Baia de Guanabara que nos envergonha a todos. A classe política já não tem mais o que dizer à população. Por isso que está se tornando um vexame perpétuo. Nos precisamos discutir isso — acrescentou o prefeito

Crivella acrescentou que o cenário atual em relação ao processo de privatização da companhia ainda é uma incógnita. Segundo ele, não é possível saber pela situação atual, se, caso a empresa seja vendida, os investimentos serão redirecionados para os locais onde os investimentos seriam mais prioritários. Ele também defendeu que os prefeitos da região metropolitana atendidos pela Cedae se unam para defender seus interesses em comum. Na sexta-feira, Crivella defendeu essa tese num almoço com oito prefeitos da Baixada Fluminense, no Palácio da Cidade. — O governador Pezão, espremido pela situação do Estado tem que aceitar uma imposição do Governo Federal. O que não diz respeito direto aos nosso interesse. Por que? Nós não sabemos se essas ações serão vendidas para uma empresa francesa americana, inglesa. que virá aqui para explorar bens que para nós são fundamentais. Quanto isso vai custar? Será que termos 100 por cento dos nossos lares atendidos com boa água e esgotos coletados e tratados? Porque isso para nós é fundamental. A Cedae não é uma empresa deficitária, está tendo lucro. O Rio de Janeiro paga um pouco mais pelos serviços de 0,54% do barril de petróleo do tipo Brent no mercado internacional (US$ 56,11). Entre os bancos, o Itaú Unibanco sobe 0,27%, o Bradesco opera estável, o Banco do Brasil avança 0,52% e o Santander recua 1,45%.

Na Europa, os pregões operam com baixo volume, prejudicados pelo feriado americano. Movimentam os papéis as notícias corporativas. A Unilever cai 6,6%, por enquanto sua maior queda desde 2008, depois de a Kraft Heinz ter retirado sua proposta de compra de US$ 143.000.000.000,00 pela anglo-holandesa. O índice de referência Euro Stoxx 50 sobe apenas 0,09%, enquanto as Bolsas de Londres e Paris registram perdas irrelevantes (0,04% e 0,07%, respectivamente). Em Frankfurt, o pregão avança 0,63%. — O preço do minério de ferro não pára de subir. Hoje mesmo, subiu mais de 2% na China. O acordo também deve melhorar a governança da companhia. Com relação ao mercado como um todo, os economistas estão otimistas com o ciclo de afrouxamento dos juros — disse Pablo Spyer, da Mirae Asset, que estão entre a minoria de economistas que aposta em um corte de 1 ponto percentual nos juros (de 13% para 12% ao ano) na reunião desta semana: — Os juros reais estão muito altos, por isso há espaço reduzir a Selic com mais velocidade.

http://extra.globo.com

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