quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Inca faz apelo por doações de comida a pacientes com câncer no Rio

Cerca de 800 cestas são necessárias para pacientes seguirem tratamento.
30% são mulheres com câncer de mama, que também recebem perucas.


Cristina Boeckel
Do G1 Rio

Em meio Outubro Rosa, mês em que se dá destaque mundial à conscientização pela prevenção do câncer de mama, um trabalho social no Instituto Nacional do Câncer (INCA) faz um apelo por doação de alimentos. No IncaVoluntário, braço do instituto voltado a trabalho social, mais de 800 bolsas de comida são distribuídas por mês para pacientes de baixa renda, mas a arrecadação depende de voluntários. "Tivemos um aumento considerável. Desde janeiro deste ano, passamos de 600 para 800 bolsas [necessárias] por mês. Com isso, a gente precisa de mais mobilização ainda da sociedade", destacou Angélica Nasser, supervisora do IncaVoluntário. A ação não é – simplesmente – contra a fome. O objetivo é garantir a segurança alimentar de pacientes que não têm dinheiro para realizar refeições que garantam o vigor físico mínimo para a continuidade do tratamento. "Existe uma correlação direta entre o estado nutricional do paciente e a capacidade do organismo em suportar os efeitos colaterais dos tratamentos para o câncer como a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Poucas doenças enfatizam tanto a diferença monetária quanto a neoplasia [tumor], pois pacientes em melhor situação econômica tendem a obter resultados mais satisfatórios englobando a resposta ao tratamento, menos toxicidade aos efeitos colaterais da quimioterapia ou radioterapia por exemplo, boa cicatrização pós operatória e etc. Parte fundamental do tratamento do câncer é a boa alimentação e a adequada reserva nutricional é um dos pilares para uma boa recuperação", explica o oncologista Adolfo Silvestre, da Oncoclínica.

Banco de perucas
Do total de bolsas distribuídas, 30% são destinadas a mulheres que tratam o câncer de mama, segundo o IncaVoluntário. Mulheres em quimioterapia também podem pegar emprestadas perucas e receber doações de kits de prevenção de linfedemas – inflamações que podem ocorrer após cirurgias para a retirada do câncer. "Nós temos várias atividades dentro do Inca para que o paciente não tenha que interromper o tratamento por conta de uma dificuldade financeira", contou Angélica. Cada beneficiado recebe mensalmente uma bolsa que contém uma lata de óleo, dois quilos de feijão, três quilos de arroz, um quilo de macarrão, um quilo de fubá, uma caixa de aveia, seis latas de leite em pó integral, um pacote de biscoito salgado, quatro sachês de gelatina, uma caixa de amido de milho ou creme de arroz e um quilo de sal (a cada dois meses).

Um dos beneficiados é o conferente de cargas Jorge Luis Moreira, que descobriu um câncer logo após perder o emprego. "Estávamos enfrentando uma situação difícil, eu estava desempregado. A renda para cobrir as despesas era só da minha esposa", contou Jorge. A família recebeu a bolsa com os alimentos durante quatro meses. Depois disso, voltou a trabalhar e abriu mão do benefício em prol de outras famílias necessitadas. "O complemento das bolsas ajudou muito, porque nem tudo podíamos comprar. Tinha a luz para pagar, o gás, às vezes remédios que faltavam no hospital, remédios caros", destacou a mulher dele, Elizete.

Outubro é o mês da campanha de prevenção contra o câncer de mama. E o principal alerta é pra importância dos exames preventivos. No Brasil, são registrados 50 mil casos novos todos os anos.


Quem desejar ajudar com doações pode entrar em contato com o IncaVoluntário:
INCAvoluntário
Rua Washington Luís, 35 - Centro - Rio de Janeiro.
Telefone: 3207-4574 / 3207-4585.
Horário de atendimento: 08:00hs., às 16:00hs.

http://g1.globo.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário