quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Prata na maratona, etíope Lilesa fica no Rio e quer ir para os EUA

Atleta decidiu não retornar ao país por temer pela sua segurança.


Da etnia Oromo, Lilesa protesta contra 
o governo da Etiópia: medo de ser morto.
O DIA

Rio - Depois de protestar contra o governo da Etiópia ao cruzar em segundo lugar a linha de chegada da maratona da Rio-2016, Feyisa Lilesa decidiu não retornar ao país por temer pela sua segurança. Agora, aguarda em um hotel a autorização para viajar aos Estados Unidos, onde quer pedir asilo. Ele recebeu a medalha na cerimônia de encerramento dos Jogos, no Maracanã, e decidiu não retornar à Vila Olímpica, abandonando a delegação da Etiópia. Lilesa deu entrevista ao ‘SporTV’. “Meus amigos que moram nos Estados Unidos reservaram este hotel. Eles me derem o endereço. Mostrei ao taxista (após a cerimônia ) e ele me trouxe aqui”, contou o maratonista. O atleta, que pode ficar no Brasil por mais 70 dias, espera conseguir um visto permanente para ir ao Aeroporto Tom Jobim e de lá seguir para os Estados Unidos. Na linha de chegada da maratona, Lilesa protestou contra o governo liderado pelo presidente Mulatu Tshome e pelo primeiro-ministro Hailemariam Desalegn, cruzando os braços acima da cabeça. Também apoiava os manifestantes da etnia Oromo, da qual faz parte. “O governo da Etiópia está matando o meu povo. A Etiópia tem muitas etnias e apenas uma tem o poder. Essa etnia está matando muitos integrantes das outras”, acusou.

Depois da prova, ele deixou claro que temia ser morto no retorno à Etiópia. E, por isso, decidiu não voltar. “Foi um sinal de apoio aos manifestantes mortos pelo governo do meu país. Eles fazem o mesmo sinal lá. Eu queria mostrar que eu não estava de acordo com o que está acontecendo. Tenho parentes e amigos na prisão. O governo está matando o meu povo, o povo Oromo, gente sem recursos. Talvez me matem quando eu voltar. Se não, eles vão me colocar na prisão, ou vão me barrar no aeroporto e me forçar a deixar o país.”

Nesta terça-feira, um porta-voz do governo da Etiópia garantiu que Lilesa não terá problemas legais devido ao seu posicionamento político.

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