Usuários de crack voltam a ocupar trecho da Avenida Brasil

Roubam entre si e assustam motoristas que trafegam na via.


FLAVIO ARAÚJO

Rio - Usuários de crack voltaram a ocupar calçadas e canteiros na Avenida Brasil, na altura do Viaduto Brigadeiro Trompowsky. Ontem via-se que dependentes da droga preparavam cachimbos próximo a um lixão, por onde circulavam alunos de escolas municipais. Na cracolândia que foi retirada e voltou ser montada, vale tudo. Jovens furtam pertences de quem dorme ou está fora de si devido ao uso da droga. A desocupação de rua na localidade é um desafio para as autoridades há três anos. A cracolândia na pista da Avenida Brasil chegou a ser desarticulada em ações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em 2012 e 2013. A maioria dos moradores de rua, entretanto, se abrigou em ruas internas do Complexo da Maré, na época. Agora, os usuários ensaiam a volta à via expressa.

Sob efeito do crack, pelo menos oito dependentes foram atropelados tentando atravessar as pistas e morreram na região nos últimos dois anos, segundo levantamento feito pelo DIA. Motoristas têm medo de passar pelo local. “Já quebraram meus faróis e lanternas com pedradas, dei sorte de não me acertarem e de não atropelar ninguém, pois passo às vezes de madrugada e vejo que eles ficam nas pistas”, relatou o taxista José Camilo Pereira, de 50 anos.

“Fui ameaçada com um pedregulho porque não dei dinheiro para comprarem drogas. Estava presa no engarrafamento e só me salvei porque apareceram dois PMs em uma moto e o agressor fugiu”, contou a professora universitária Fátima de Jesus, de 46 anos.

A secretaria informou que atua na localidade há dois anos e meio. Segundo o órgão, a maioria dos usuários se concentra na Rua Flavia Farnese, paralela à Avenida Brasil. “As ações são diárias, através do Programa Proximidade. Somente em setembro deste ano foram feitas 150 abordagens com oferta de atendimento médico, abrigo e retirada de documentação”, detalhou a secretaria.

Mais de 2 mil atendimentos
A Secretaria de Desenvolvimento Social também informou que, desde o início de 2015, o projeto, que conta com assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais, realizou mais de 2 mil atendimentos. O programa atua hoje nas localidades do Parque União, Nova Holanda, Jacarezinho, Del Castilho e Ramos. A Secretaria de Segurança, em convênio com a Secretaria de Estado de Prevenção à Dependência Química (Sepredeq), lançou há uma semana curso que capacitará policiais militares que atuam em UPP a lidarem com usuários de álcool e drogas. As novas técnicas serão aplicadas em Manguinhos, Jacarezinho e no Complexo da Maré quando as UPPs forem implantadas neste último conjunto de favelas, ainda em fase de pacificação.

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