Família diz que vão entre trem e plataforma causou acidente de jovem

Jovem teve o pé amputado após prender membro no espaço, que teria tamanho maior que o normal.


FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - O espaço inadequado entre a plataforma de embarque e uma composição da SuperVia teria sido a principal causa para que Karine Cavalcante, de 18 anos, tivesse o pé amputado após o acidente, ocorrido na sexta-feira, na Estação de Santa Cruz. É que afirmam os familiares da jovem. A SuperVia admitiu neste domingo que opera com 13 tipos de trens em sua frota, com alturas e larguras diferentes, e que, para evitar acidentes nas plataformas, reduzirá para seis modelos com medidas similares até o ano que vem. De acordo com testemunhas, a jovem, que está internada em estado estável, ficou presa pelo braço em uma das portas, com o veículo ainda parado, e, em seguida, foi arrastada por mais de dez metros antes de se soltar e cair no vão entre a plataforma e o trem. Passageiros que presenciaram o acidente contaram em redes sociais que os gritos desesperados de Karine e de outras pessoas embarcadas e na estação, não adiantaram para alertar o maquinista.

Além disso, eles contam que, sem sinalizar o local onde Karine estava caída ferida, uma outra composição quase atropelou a jovem, bombeiros e voluntários que ajudavam no socorro. Nesta segunda-feira, o Sindicato dos Ferroviários abrirá processo para apurar as denúncias. Desde o início da década, vários incidentes provocados pelo vão entre plataformas e trens já foram registrados. Alguns, fatais, como do jovem Natan Pereira, 23, em janeiro do ano passado, na estação da Praça da Bandeira. 

“Para diminuir o espaço entre o trem e as plataformas, a SuperVia atua em duas frentes: a padronização técnica da frota e a reforma das estações. Atualmente, a frota ativa da concessionária é composta por 13 tipos diferentes de trens, com alturas e larguras diferentes. Com o processo de renovação da frota, já em andamento, a previsão é que em 2016 estejam circulando seis modelos tecnicamente similares, com medidas mais adequadas às plataformas que estão sendo remodeladas gradativamente, à medida em que as obras de melhoria e modernização das estações são realizadas”, informou a concessionária, em nota.

Neste domingo, Rodrigo Cavalcante, irmão de Karine, fez um desabafo pelo Facebook. “Até o momento a SuperVia não se manifestou em nada e muito menos colocou a disposição uma assistente social como está afirmando à imprensa. Arrastaram minha irmã como se nada tivesse acontecido. Sorte ela ter tido reflexo ainda para se livrar do trem”, postou Rodrigo, ressaltando que funcionários não atentaram para o fato de sua irmã ter ficado presa à porta com o trem ainda parado e não emitiram sinais para parar a composição, além de terem isolado a área para o socorro. “O sentimento é de muita revolta”, completou.


Empresa nega demora no auxílio 
Em nota, a SuperVia garante que “agentes de controle prestaram auxílio imediato à passageira, e que bombeiros foram imediatamente acionados para encaminhar a mulher ao Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz”. Ainda segundo a concessionária, uma equipe de assistência social foi designada para o acompanhamento do caso. A SuperVia ressaltou que desenvolve campanhas de conscientização por meio do áudio das estações, para que passageiros não insistam no embarque ou desembarque após a emissão do aviso sonoro de fechamento de portas. Além disso, a empresa afirma que “adota regras de acessibilidade assistida em todas as estações, com funcionários treinados e capacitados para prestar auxílio imediato”.

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