Médico diz que Parecer do CFM é “prepotência travestida de ciência”.
A liberação da receita da auto-hemoterapia pelos médicos brasileiros, com a revogação da Nota Técnica da Anvisa e nova mudança no Parecer do Conselho Federal de Medicina – CFM, foi defendida mais uma vez pelo médico Francisco das Chagas Rodrigues, Vice-Chefe do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desde a época da publicação do Parecer do CFM sobre o assunto, Dr. Rodrigues afirma que aquele documento “é uma agressão à arte de curar”. O médico potiguar afirma que “O que importa é a disposição ética de cumprir os ensinamentos hipocráticos, de procurar cuidar do enfermo com o melhor do nosso tirocínio, evitando lesar o paciente, por ação ou omissão”. Acrescenta: “espero que a conjuntura se torne cada vez mais favorável à destruição da prepotência travestida de ciência.” E conclui: “É isso que penso e defendo, mesmo porque considero a medicina como uma arte que pode e deve usar a ciência, mas não ir de reboque a uma verdade científica que amanhã pode ser desmentida pela realidade, como temos visto em tantos momentos na história”.
Pesquisa
A declaração do Dr. Rodrigues foi dada no momento em que ele tomou conhecimento de que a Senador Ana Amélia está interessada em informar-se a respeito da auto-hemoterapia, em razão do trabalho que vem realizado para tornar mais céleres as pesquisas científicas. A Senadora Ana Amélia determinou à sua assessoria que obtivesse informações a respeito do assunto. A coleta de informações é importante, pois trata-se de um procedimento que mexe com a saúde da população e envolve órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o Conselho Federal de Medicina – CFM, a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia – SBHH e o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN.
Inicialmente é preciso observar que para compreender a questão e situação da auto-hemoterapia no Brasil atual, é preciso admitir que aqueles órgãos não são perfeitos, infalíveis ou completamente corretos e imparciais em suas afirmações e decisões. Desta forma será dada chance de analisar o assunto tecnicamente e não diante dos interesses de cúpulas que em certas circunstâncias manifestam-se de maneira tendenciosa.
Obstáculos
Há mais de dez anos, por conta da popularização do uso da auto-hemoterapia, em vista da divulgação da entrevista do Dr. Luiz Moura, forjaram um jeito de criar obstáculos à utilização da técnica, com decisões distorcidas e discutíveis. Episódios que seriam dignos de investigação, caso os interesses da população fossem levados verdadeiramente a sério. Basta citar que a Anvisa proibiu de forma enviesada e estapafúrdia o uso da auto-hemoterapia através de Nota Técnica que não teria esse poder, gerando uma situação de indefesa para a população e de autoritarismo para o órgão governamental. Depois de proibir o uso da técnica, com argumentos e citações disparatadas, o referido órgão resolveu consultar o CFM - numa clara inversão da ordem - se seria “reconhecida” uma técnica que já era usada havia quase 180 anos.
O CFM, por sua vez, emitiu um parecer tendencioso, incompleto e falho proibindo médicos de usarem a técnica, mas logo foi forçado a voltar atrás permitindo uma parte da auto-hemoterapia através do Tampão Sanguíneo Peridural – TSP, atendendo reclamação dos anestesistas; fazendo vistas grossas de outra parte, como o Plasma Rico em Plaquetas, utilizado na recuperação rápida de atletas; permitindo tacitamente o uso da técnica na forma de ozonioterapia; e mantendo a proibição em mais outra parte.
Verdade
Forte exemplo dessa realidade é a notícia dada pelo Conselho Federal de Medicina – CFM em seu portal, no final de fevereiro deste ano, 2015, reafirmando que a auto-hemoterapia não teria eficácia comprovada. Em seguida, veiculou peça publicitária no facebook com essa mesma afirmação.
Resultado: cerca de 1.000 manifestações, entre compartilhamentos, comentários e curtidas, mostram que 99% das pessoas que opinaram obtiveram bons resultados com o uso da auto-hemoterapia. Para confirmar esse percentual, basta acessar o referido endereço. Conforme já mostramos, ocorre que se trata de uma técnica que não requer gastos com hospital, laboratório, medicamento, etc e como não é lucrativa vai de encontro aos interesses econômicos da indústria da doença.
Todas essas contradições precisam ser abordadas, para que seja fácil, prática e clara a compreensão do problema. Diante desse quadro, a expectativa dos usuários, beneficiários e defensores da auto-hemoterapia é de que sejam realizadas pesquisas sobre a eficácia da auto-hemoterapia na prevenção e combate a doenças; que sejam promovidas audiências públicas sobre o tema; revogada a Nota Técnica da Anvisa que trata da auto-hemoterapia; e recomendado que o CFM, SBHH e COFEN façam um ajuste de conduta, por vir tratando desse assunto de forma tão contrária aos interesses da sociedade.
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