Bradesco susta cheque de meio bilhão para filha de delator do 'Petrolão'

Banco alegou erro em preenchimento de cheque administrativo para Arianna Azevedo Costa, filha de Paulo Roberto Costa.


FERNANDO MOLICA

Rio - No último dia útil de 2014, o Bradesco emitiu cheque administrativo de R$ 500 milhões para Arianna Azevedo Costa Bachmann, filha de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que aceitou acordo para detalhar o esquema de corrupção na estatal. Segunda passada, 27 dias depois da emissão do cheque, o banco recorreu à Justiça para sustá-lo e recuperá-lo. As medidas foram autorizadas pelo juiz Luiz Felipe Negrão, da 3ª Vara Cível da Barra. O Bradesco alegou que houve um erro: o cheque deveria ser de R$ 500 mil.

Dinheiro garantido 
Ao entregar o cheque administrativo, o banco assegurou a existência de meio bilhão de reais na conta de Arianna. O documento saiu em nome dela, mas, se endossado, o valor poderia ter sido transferido para outra pessoa. Segundo o Bradesco, no mesmo dia 30 de dezembro foi emitido um outro cheque administrativo a pedido de Arianna, este, no valor de R$ 150 mil.

Recusa de Arianna 
No processo, o Bradesco diz que recorreu à Justiça porque a cliente se recusara a substituir o cheque. Na documentação entregue à Justiça, a instituição afirma também que, para preservar o sigilo bancário, apagou os dados de outros clientes que constavam do livro de ordens de emissão de cheques administrativos.O banco ainda pediu, e não conseguiu, que a ação tramitasse em sigilo.

Entrega formal 
Advogado de Arianna, João Mestieri negou que ela tenha se recusado a entregar o cheque, fruto, segundo ele, de um “erro crasso” do Bradesco. Ao notar o erro, afirmou, sua cliente procurou o banco, que sugeriu que a devolução fosse feita de maneira informal. Mestieri disse que ela não aceitou a proposta e exigiu que a troca ocorresse de forma documentada. Depois, foi surpreendida pelo recurso à Justiça. O cheque foi devolvido nesta quinta-feira. 

Delação das filhas 
Também na última segunda, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso Petrobras, determinou que o Ministério Público fornecesse detalhes do acordo de delação premiada assinado com as duas filhas de Costa — Arianna e Shanni — e os maridos delas, Humberto Sampaio Mesquita e Márcio Lewkowicz. Os quatro teriam movimentado, no Brasil e no exterior, recursos obtidos graças ao esquema de corrupção montado na estatal.

Ocultação de provas 
As filhas e os genros foram denunciados pelo Ministério Público Federal por terem retirado documentos do escritório de Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Cerveró e Bradesco 
Na terça passada, Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró (outro ex-diretor da Petrobras denunciado por corrupção), anunciou que seu cliente iria processar o Bradesco. Isto porque o banco, em 2011, cometera um erro ao informar ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que seu cliente sacara R$ 200 mil, em espécie, de uma usina de etanol.

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