COLOCADA EM REVISÃO PELA MOODY'S, PETROBRAS CAI 6%


SÃO PAULO - A sexta-feira (26) foi negativa para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com queda de 1,46%, a 50.144 pontos no pós-Natal. Entre os destaques estiveram os papéis da Petrobras, que "mergulhada" em notícias negativas chegaram a cair até 7% na mínima do dia. A Moody's colocou, na última terça-feira, os ratings Baa2 em moeda local e global em revisão para possível rebaixamento; além disto, após três ações dos EUA contra a estatal, mais uma entra para as "preocupações" da companhia. Desta vez, a capital de Rhode Island, o município de Providence processou a estatal por perder dinheiro após a desvalorizações dos papéis da Petrobras em meio às acusações de corrupção, que a capital ainda afirma que não foram comunicados aos investidores da Petrobras.

Já no topo dos ganhos do Ibovespa, estiveram os papéis da Rossi, que disparam nesta sexta em meio a um possível "short squeeze" com os papéis, já que como alegam os operadores da mesa de BTC da XP Investimentos, o aluguel dos papéis RSID3 aumentou bastante nos últimos dias. Vale mencionar que o "short squeeze" acontece quando os vendidos são pressionados pela escassez de doadores no mercado, seja por ter ultrapassado o patamar de aluguel permitido pela BM&FBovespa (de até 25% das ações no "free float", ou ações em circulação no mercado, seja por algum grande doador ter retirado seus papéis para empréstimo do mercado. Como para operar vendido o investidor precisa alugar o papel, ele se vê obrigado a comprar a ação na Bolsa para zerar sua posição, disparando assim a alta do papel. 

A Vale também chamou atenção, vendo seus papéis tentarem uma recuperação nesta tarde após a abertura dos mercados norte-americanos, mas fechando com fortes perdas em meio à queda do preço do minério de ferro, que acumulou perdas de 4% nesta semana, cotado a US$ 66,7 a tonelada.

Veja os destaques desta sexta pós-Natal:
Petrobras (PETR3, R$ 9,85, -6,19%; PETR4, R$ 10,30, -6,11%). As ações da Petrobras fecharam no negativo nesta sexta-feira, em meio à um pós-Natal repleto de notícias negativas para a estatal. No radar da companhia está a notícia de que os ratings Baa2 da estatal em moeda local e global foram postos em revisão para possível rebaixamento pela Moody's na última terça-feira. De acordo com a agência, o rebaixamento se deu por preocupações de que os escândalos de corrupção que atrasaram a divulgação do balanço da petrolífera possam criar um risco de liquidez que leve a uma declaração de default. A agência de risco ainda afirma que o rebaixamento da nota soberana do País também pode afetar os ratings da Petrobras. Além disto, após a Petrobras ter sido alvo de três ações nos Estados Unidos em dezembro, chega mais um processo contra a estatal; desta vez, vinda do município de Providence, capital de Rhode Island. A cidade entrou com a ação contra a petrolífera pois o município teve prejuízo ao investir em títulos da Petrobras, que perderam valor após os escândalos de corrupção na estatal brasileira. De acordo com a cidade, o problema foi que a companhia nem ao menos esclareceu aos seus investidores que os casos de corrupção estariam acontecendo, colocando o dinheiro de seus investidores em risco. 

Siderúrgicas
Depois de subirem forte desde o dia 16, as ações do setor siderúrgico fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira, com os papéis da CSN (CSNA3, R$ 6,04, -5,48%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,44, -3,28%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 11,05, -3,16%) ficando no negativo.

Elétricas
As ações do setor elétrico fecharam entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, com a Eletrobras (ELET3, R$ 5,86, +4,46%; ELET6, R$ 7,88, +4,79%) liderando os ganhos e fechando em sua sexta alta em sete pregões. Os papéis preferências da companhia acumulavam no período ganhos de 29%. Apareceram na sequência as ações da Cemig (CMIG4, R$ 13,17, +2,25%) e Copel (CPLE6, R$ 36,26, +2,20%). Segundo operadores, o mercado ficou na expectativa de reajuste das tarifas pelas empresas de energia. Em dezembro, circularam notícias de que as distribuidoras negociam reajuste extraordinário de tarifas junto à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). De acordo com informações da Agência Estado, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou nesta sexta-feira que as destribuidoras devem arrecadar até R$ 800 milhões a mais em janeiro, mês em que as bandeiras tarifárias serão vermelhas em todo o País. Sendo assim, haverá um aumento de R$ 3 para cada 100 kilowatt-hora (kWh). Com a adoção do sistema de bandeiras, toda vez que o preço da eletricidade ultrapassar o previsto (bandeira verde), o consumidor pagará mais a partir da inscrição da bandeira amarela ou vermelha na conta de luz. Vale mencionar ainda que a Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,04, +1,80%) fechou no positivo nesta sexta-feira, mesmo em meio ao rebaixamento de rating da companhia pela Moody's de Ba1 para Ba2. A Light SESA e a Light Energia, da carioca Light (LIGT3, R$ 17,27, -0,52%) também tiveram ratings rebaixados pela agência de risco. 

Rossi (RSID3, R$ 3,57, +8,51%)
Fechando em seu quarto pregão seguido de alta, as ações da Rossi registraram forte valorização após terem disparado quase 14% nesta manhã. As ações praticamente zeram as perdas deste mês após terem caído quase 50% do primeiro dia do mês até 12 de dezembro. Operadores da mesa de BTC da XP Investimentos acreditam que o movimento pode figurar um "short squeeze" nos papéis, já que, de acordo com eles, a demanda de aluguel para as ações subiu bastante nos últimos dias, enquanto os "doadores" sumiram do mercado. O movimento é conhecido por quem opera na ponta vendedora do mercado já que para ganhar na queda de um papel o investidor precisa primeiramente alugar a ação no BTC (Banco de Títulos CBLC) da Bovespa para depois vendê-lo no mercado. Desta forma, quando a procura por empréstimo aumenta enquanto reduz o número de "doadores", ou seja, quem disponibiliza esse aluguel, ocorre o "short squeeze". Sem ter como alugar o papel, os investidores precisam se desfazer de suas posições, resultando em uma forte disparada da ação.

Vale (VALE3, R$ 21,68, -2,43%; VALE5, R$ 19,21, -1,49%)
Os papéis da Vale fecharam em queda nesta sessão em meio à queda dos contratos futuros do minério de ferro e dos vergalhões de aço na China. Os preços das mercadorias fecharam com queda de 4% nesta semana, por preocupações de demanda frágil e excesso de oferta. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 13,93, -1,97%), holding que detém participação na mineradora. 

Santander (SANB11, R$ 13,45, +1,97%)
As units do banco espanhol fecharam em alta nesta sessão, chegando a ganhos de até 8% hoje, após formalizar seu interesse de comprar o Novo Banco, instituição criada no início de agosto com ativos bons do Banco Espírito Santo (BES), de acordo com informações do jornal português Público. Vale lembrar que o Banco Espírito Santo é o mesmo envolvido no imbróglio da fusão entre Oi e Portugal Telecom, que após comprar títulos de dívidas da RioForte, controladora do BES, teve de abrir mão de parte da participação que deteria da nova companhia formada entre as empresas de telecomunicações.

Oi (OIBR4, R$ 8,80, -7,27%)
Os papéis da Oi fecharam no negativo nesta sessão. Entre a terça e a quinta-feira, associação americana de aconselhamento de acionistas, ISS (Institutional Shareholder Services) deu sinal verde para que os acionistas da Portugal Telecom aceitem a proposta da francesa Altice para adquirir os ativos da Oi em Portugal pelo montante de 7,4 bilhões de euros. Vale mencionar ainda que a Terra Peregrin, da bilionária angolana Isabel dos Santos, retirou a oferta pública de aquisição de ações (OPA) de 1,2 bilhão de euros da Portugal Telecom, que tinha como objetivo barrar a venda dos ativos portugueses da Oi. Com a desistência, a operadora brasileira ficou livre para vender os ativos portugueses para a francesa Altice.

TIM (TIMP3, R$ 11,70, -2,17%)
De acordo com informações do Valor, a TIM em parceria com a chinesa Huawei, realizou neste mês a primeira chamada de alta definição de voz e de vídeo da América Latina baseada no sistema multimídia de protocolo de internet.

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 0,40, +14,29%)
A maior fabricante de armas do Brasil disparou hoje na Bolsa, com volume financeiro mais que o dobro visto na média dos últimos 21 dias, quando registrava R$ 70,2 mil. Hoje, o volume apresentado na Bolsa é de R$ 185,4 mil. Vale mencionar que nos últimos dias, o diretor-presidente da companhia, André Balbi, garantiu que a companhia é um bom investimento para o futuro e que está se preparando para quitar suas dívidas no próximo ano.

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,73, +2,19%)
As ações da BR Insurance dispararam hoje após notícia da terça-feira de que a companhia contratou o Morgan Stanley como assessor financeiro para "redefinição de seus objetivos estratégicos". Até o dia 19 deste mês, a companhia acumulou perdas de 53% na Bolsa.

Ex-OGX (OGXP3, R$ 0,09, +12,50%)
A Óleo e Gás Participação, ex-OGX, disparou nesta sessão, após divulgar seus resultados na terça-feira. Mesmo com a alta de hoje, o papel só sobe R$ 0,02 da cotação de fechamento da terça para hoje. A companhia deixou um prejuízo de R$ 7,648 bilhões no ano passado para registrar lucro líquido de R$ 9,873 bilhões entre os meses de julho e setembro de 2014. Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do período, que mensura a geração de caixa da empresa, ficou negativo em R$ 1,86 milhão, contra R$ 8,93 milhões negativos no terceiro trimestre de 2013. Mesmo com o resultado positivo para a empresa, os papéis fecharam estáveis na Bolsa um dia antes do Natal.

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