'El País': Queda do preço do petróleo força Maduro a cortar gastos

Presidente da Venezuela e seus ministros baixam seus salários.


Jornal do Brasil

O jornal espanhol El País publicou no sábado (29/11) uma matéria sobre a repercussão da queda do preço do petróleo na Venezuela. "O presidente Nicolás Maduro, pediu a seus ministros que apresentem uma proposta para cortar os suntuosos gastos dos ministérios e rebaixar salários dos altos cargos de seu governo. Neste grupo estão incluídos o próprio chefe de Estado, os vice-ministros e os diretivos de empresas do Estado. O governante, que é tem o hábito de nomear grupos de trabalho para resolver problemas, anunciou a criação de uma Comissão Presidencial para a Racionalização e Redução de Gasto".

"É a primeira medida que o governo toma para enfrentar as difíceis perspectivas econômicas. A última estratégia que a Venezuela tentou para deter a queda do preço do petróleo – cortar a oferta da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), organização à qual pertence junto a outros grandes produtores mundiais como a Arábia Saudita - fracassou no meio da semana, assim que o Executivo se viu na necessidade de reestruturar suas finanças. 96% das divisas que este país administra provêm de suas exportações petroleiras", escreve o jornalista Alfredo Meza.

Maduro só fez uma exceção: o investimento social – que inclui o financiamento das chamadas Misiones (Missões), os programas mais apreciados pelo chavismo - não diminuirá em 2015. “Nem um único bolívar das Misiones será tocado. Pelo contrário, é hora de melhor reorientá-las, otimizá-las e ampliá-las”, disse o presidente durante a instalação do Conselho Presidencial da Classe Trabalhadora em Caracas.

"O preço do barril de petróleo venezuelano seguiu caindo na sexta-feira e fechou em 68,08 dólares. Diversos economistas apontam que para equilibrar suas contas e manter o elevado gasto público, que o chavismo transformou em seu símbolo durante sua passagem para o poder, é preciso que a cesta venezuelana seja cotada em cerca de 120 dólares. Esse cenário não parece provável no curto prazo por duas razões: a desaceleração da economia chinesa e a produção de petróleo de xistos nos Estados Unidos, que fez com que Washington diminuísse a importação de petróleo. Maduro, de qualquer forma, segue aferrado à esperança de uma recuperação, certo de que a cada dólar que diminui a cesta venezuelana, o Estado deixa de receber 620 milhões de dólares anuais. No total, os especialistas estimam que em 2014 haverá entre 13 e 15 bilhões de dólares a menos do que em 2013", escreve 

Esta queda levou a Venezuela a um de seus piores momentos. Com as reservas internacionais reduzidas e com um aparelho produtivo nacional paralisado por políticas que desestimulam o investimento, cada vez se depende mais das importações públicas e privadas para satisfazer quase qualquer necessidade. Com menos dólares em seus cofres tanto para entregar aos privados como para importar diretamente alimentos básicos e matérias primas, o governo aposta em ter mais dinheiro para evitar que a escassez aumente e os serviços sigam se deteriorando”, encerra a matéria do El País.

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