quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Romário aceita dinheiro de patrocinadores da CBF

Deputado esquece as duras críticas que fez no passado e recebe contribuição de subsidiária da Ambev, que financia a Confederação Brasileira de Futebol.


O DIA

Rio - Apesar de criticar parlamentares que recebem doações de empresas parceiras da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nas campanhas eleitorais, Romário (PSB), candidato ao Senado, recebeu R$ 500 mil de uma subsidiária da Ambev. A empresa, uma das maiores distribuidoras de bebidas do mundo, é uma das patrocinadoras da CBF. O valor repassado pela Londrina Bebidas corresponde a 66% dos R$ 757 mil arrecadados pela campanha de Romário até agora.O dinheiro veio da Direção Nacional do partido, que recebeu da empresa em duas parcelas em agosto. Os dados estão no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2011, o deputado federal, durante uma de suas críticas à organização da Copa do Mundo no Brasil, disse aos colegas parlamentares que não recebia dinheiro “da Fifa, da CBF, nem da Ambev”. Em maio, o parlamentar subiu o tom das críticas durante a votação do refinanciamento das dívidas dos clubes.

Ele chamou o projeto de eleitoreiro. “Deputados que são a favor estão pensando na sua eleição com ajuda direta ou indireta da CBF”, afirmou, em referência ao possível apoio dos patrocinadores da entidade. Em julho, após a vitória da Alemanha sobre o Brasil por 7 a1, que tirou o país da Copa do Mundo, o ex-jogador defendeu a instalação de uma CPI para investigar a CBF. A proposta foi apresentada em 2012, mas engavetada pela presidência da Câmara. “O Brasil não precisaria se envergonhar de uma derrota em campo, faz parte do esporte. A vergonha é de termos uma das gestões de futebol mais corruptas do mundo”, afirmou, na ocasião, o deputado. 

Em resposta enviada por sua assessoria, Romário não disse se mudou de opinião com relação às doações da Ambev. Segundo ele, não há “conflito de interesses” entre a doação da empresa e sua postura contra a CBF. O deputado informou que ainda defende uma CPI para investigar a entidade. “As doações são importantes. Agradeço a todos que confiam nas minhas ações”, afirmou. Em nota, a Ambev alegou que “respeita o modelo de contribuição privada adotado no Brasil e que não privilegia nenhum partido.”

Reportagem de Leandro Resende
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