Na disputa pela Presidência, de quem será o seu voto?





Rayane Santos

A eleição tornou-se um show de acusações e ataques, dificultando ainda mais a escolha do eleitor.




ELIS VERRI

O país vive uma de suas mais acirradas disputas eleitorais. Onze candidatos à Presidência da República articulam incansáveis campanhas para conquistar os votos de mais dos 142 milhões de eleitores brasileiros. É evidente que a marca dessa eleição foi a reviravolta no cenário bipolarizado entre o atual governo liderado pelo PT e o rival PSDB. O crescimento repentino de Maria Silva (PSB) dividiu ainda mais a população, tornando a corrida ao Planalto mais concorrida do que nunca. A questão é: a mudança desse cenário realmente representa uma mudança para o país, ou será mais do mesmo? Caro leitor, você tem o poder nas mãos ao confiar seu voto a algum candidato.

Reviravolta
A morte de Eduardo Campos em agosto, que até então era o candidato à Presidência pelo PSB, mudou todos os rumos das pesquisas eleitorais. Sucedido por Marina Silva, logo na semana seguinte já demonstrou um salto nas intenções de voto equiparando-se ao tucano Aécio Neves. Na ocasião, os concorrentes não colocaram fé nesse crescimento, acreditando ser reflexo da comoção pela morte de Campos. As pesquisas seguintes, contudo, começaram a assombrar também a presidente Dilma Rousseff (PT), que pleiteia a reeleição.

“As manifestações de junho do ano passado mostraram que a população está carente de novas lideranças e pede por renovação. Após o acidente com Eduardo Campos, Marina assumiu a candidatura em um momento de forte visibilidade, o que alavancou ainda mais seu nome e potencializou a ocupação desta lacuna”, avalia o cientista político Hilton Cesario Fernandes.

Ataques
A arrancada tornou os debates um campo de batalha de acusações. Para Fernandes, tanto PT quanto PSDB se assustaram com os resultados, iniciando uma estratégia de ataques. “O PT assumiu os ataques com mais agressividade, pois interessa ao partido que o segundo turno seja contra o PSDB, para repetir uma disputa que já aconteceu nas últimas 3 eleições, com vitória do PT”, comenta. O cientista acredita ainda em outro tipo de medo causado pela ascensão de uma candidata fora do eixo PT x PSDB: “o surgimento de novas lideranças, pois é isso que pode tirar do PT e do PSDB o domínio das eleições presidenciais”, diz.

Eleitor perdido
O vale-tudo da eleição, marcado por debates de acusação e autopromoção, deixa os eleitores perdidos. Afinal, se o que foi pedido em junho são mudanças, é natural que o brasileiro queira ouvir as propostas daqueles que se propõem liderar o país. Mas para Fernandes, no momento está muito difícil avaliar as diferenças entre os candidatos.

“É uma pena que aconteça isso, pois as eleições representam um período em que podemos discutir a política com mais facilidade e aproximar a população de seus representantes. Quando as campanhas adotam os ataques, afastam ainda mais o cidadão da política”, evidencia o cientista.

Mas os candidatos deram as cartas: um dos assuntos mais discutidos nos debates é a economia do país. O fato de o Brasil estar com baixo crescimento mina o campo de Dilma Rousseff. Os casos de corrupção, não só no atual governo, mas também de adversários, deixa o eleitor em uma encruzilhada.

A tal reforma
Entretanto, a maioria está em comum acordo quando trata-se de uma reforma política. Após os protestos, os candidatos se empenharam em levantar propostas para mudanças no sistema político, entre elas a mais comentada: o fim do financiamento privado, o qual até mesmo Dilma é favorável – ainda que mais de R$ 122 milhões, 99% da verba para sua campanha, conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) seja fruto de doações de empresas dos mais diversos segmentos.

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